O Espírito Santo vem abrindo seu mercado para o leite orgânico, novo ramo do agronegócio quetem chamado atenção de muitos produtores capixabas, além de outros mercados de fora doEstado. O leite orgânico é produzido em propriedades especiais, onde a alimentação dos animais ébaseada na produção orgânica sem qualquer inserção de medicamentos que causem danos àprodução.
Para incentivar a produção de leite orgânico no Espírito Santo, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, em parceria com o Instituto de Pesquisa, Extensão Rural e Assistência Técnica (Incaper), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), realizou uma excursão cujo objetivo foi assistir às novas técnicas de produção.
A equipe foi formada por 24 agricultores familiares - de Nova Venécia, Barra de São Francisco, Santa Maria, Santa Tereza, Ibitirama, Afonso Cláudio e Vila Pavão - além de quatro técnicos do Incaper, o gerente de Agricultura Orgânica estadual e uma zootecnista de Ibitirama, que visitaram duas fazendas nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
A visita técnica ocorreu entre os dias 26 e 29 de março em propriedades onde há produção deleite orgânico e derivados. Em terras cariocas, os agricultores capixabas acompanharam aalimentação dos animais, o melhoramento genético e os tratamentos homeopáticos sem a interferência de produtos químicos ou transgênicos. O sistema de manejo das pastagens também foi observado pelo desuso de adubagem química, ou seja, o capim é plantado sem qualquerelemento tóxico, garantindo a qualidade na produção leiteira.
A ‘Unidade Fazendinha’, como é chamada, tem parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) e Universidade Federal Rural do Rio de janeiro (UFRRJ) nas pesquisas sobre os métodos de produção, processamento e qualidade do produto.
Outra observação importante aconteceu no Estado de São Paulo, na Fazenda Nata da Serra, onde a Embrapa também faz pesquisas no setor de leite. Os agricultores capixabas aprenderam sobre as novas tecnologias e a mistura de raças mais adequadas à produção de leite orgânico. A produção de leite atinge cerca de mil litros por dia, utilizados na fabricação de derivados como queijo, iogurte e manteiga.
Segundo o gerente de Agricultura Orgânica do Espírito Santo, Decimar Schultz, há o que se avançar na capacitação dos agricultores e estruturá-los em grupos de produção regionais para desenvolver o processamento de derivados e comercialização. “A Seag e os parceiros viabilizaram a capacitação técnica e a estrutura para esses grupos, agregando valor à produção. Isso vai ser uma novidade para o Espírito Santo, pois é viável produzir o leite orgânico independentemente do tamanho da propriedade”, ressaltou Schultz. O gerente ainda destacou a importância de se vincular essa produção à Lei Brasileira de Agricultura Orgânica, que legisla sobre a produção ‘in natura’, sem quaisquer substâncias tóxicas.
Os benefícios do leite orgânico
O leite orgânico é isento de produtos químicos que agridem o meio ambiente. Comparado ao convencional, o leite orgânico difere-se por conter substâncias importantes na alimentação humana. De acordo com o gerente de Pecuária do Espírito Santo, Pedro Cani, o leite orgânico é rico em carotenóides (vitaminas A e E, antioxidantes e ácido ômega três), além de proteínas saudáveis ao homem.
“O leite orgânico é a garantia de que o animal não foi tratado com antibióticos, hormônios, produtos veterinários, agrotóxicos ou rações comerciais. É um leite nutritivamente superior ao convencional e possuidor de alguns fatores que ajudam a manter a saúde humana”, destacou Cani.
O leite orgânico é viável ao meio ambiente, pois não desencadeia a procura de produtos sintéticos e concentrados e se resume ao trabalho do animal no pasto.
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