segunda-feira, 9 de abril de 2012

MARIO BONELLA -1


 Manhã de domingo, após a transmissão da missa, a câmera e o microfone se abrem para o seu Ademar Belizário. Ele conta como após se aposentar no cargo de gerente de banco, construiu um alambique e se tornou produtor de cachaça. Seu Ademar destaca os cuidados com a cana, o processo de produção da bebida e relata que o diferencial de sua cachaça é que ela fica cinco anos guardada em barril de carvalho.
Durante oito minutos de matéria, o cinegrafista fica o tempo todo com a câmera no ombro, atento para mostrar o que Ademar conta e o repórter atua como um coadjuvante, apenas pontuando a condução da reportagem. Quem mais aparece é o entrevistado, que, no final, dá e repete o telefone do alambique onde é produzida a Reserva do Gerente, cachaça capixaba exportada para vários países. Seu Ademar é um exemplo de como a atividade rural pode ser geradora de emprego e renda e a reportagem ratifica a linha editorial do Jornal do Campo.
Aqui fala quem faz é o lema do programa que hoje comemora bodas de prata. Duas décadas e meia passaram. O telejornal acompanhou a evolução tecnológica da televisão, passou por mudanças de cenários, repórteres, apresentadores, mas não abre mão do seu lema. Dar ouvidos para o que tem a dizer o pessoal do interior, técnicos, agrônomos, veterinários e, invariavelmente, o produtor rural, é uma inevitável prestação de serviço ao meio agrícola. O Jornal do Campo é pautado, produzido e exibido com um púnico interesse: levar informação útil para o homem do interior.
Portanto, a longevidade, rara nos programas televisivos, neste caso, não é fruto de nenhum segredo de sucesso; é uma conseqüência deste jornalismo sério, que vai além de sua obrigação de informar. O programa discute a viabilidade de políticas para a agropecuária, dá sugestões, distribui elogios e críticas e se mete em todos os assuntos rurais, quando acredita que tem alguma contribuição a dar.
Agora que o Jornal do Campo é um jovem adulto, é fácil olhar para trás e perceber como ele tem influencia na evolução do agroturismo nas montanhas capixabas; na assimilação de técnicas que melhoraram a produtividade e a qualidade das lavouras; na melhoria de vida de várias famílias, que passaram agregar valor aos seus produtos; no fortalecimento de muitas cooperativas; no combate ao êxodo rural, mostrando que o campo é viável para quem é trabalhador e competente; na divulgação de festas dos pequenos municípios; e, no estímulo à busca pelo conhecimento.
Aqui fala quem faz,porém quem mais faz pelo programa raramente mostra a cara na televisão. É óbvio que o sucesso do Jornal do Campo é devido ao esforço e ao trabalho de toda equipe da TV GAZETA. Mas, esse é um programa que se confunde com a personalidade do seu editor e que retrata a generosidade, a honestidade, o bom humor e a competência do jornalista Ronald Mansur. A Gazeta, 6 de março de 2004.
Mário Bonella.

HISTÓRIAS E LEMBRANÇAS QUE OUVI, VIVI E PASSO ADIANTE.
JORNAL DO CAMPO 25 ANOS. AQUI FALA QUEM FAZ. RONALD MANSUR. 28

Um comentário:

  1. Mario bonella, um profissional de renome, esta fazendo uma exelente cobertura sobre os acontecimentos atuais no ES. Parabens M.Bonella.

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