Manhã de domingo, após a transmissão da missa, a
câmera e o microfone se abrem para o seu Ademar Belizário. Ele conta como após
se aposentar no cargo de gerente de banco, construiu um alambique e se tornou
produtor de cachaça. Seu Ademar destaca os cuidados com a cana, o processo de
produção da bebida e relata que o diferencial de sua cachaça é que ela fica
cinco anos guardada em barril de carvalho.
Durante oito minutos de matéria, o cinegrafista
fica o tempo todo com a câmera no ombro, atento para mostrar o que Ademar conta
e o repórter atua como um coadjuvante, apenas pontuando a condução da
reportagem. Quem mais aparece é o entrevistado, que, no final, dá e repete o
telefone do alambique onde é produzida a Reserva do Gerente, cachaça capixaba
exportada para vários países. Seu Ademar é um exemplo de como a atividade rural
pode ser geradora de emprego e renda e a reportagem ratifica a linha editorial
do Jornal do Campo.
Aqui fala quem faz é o lema do programa que hoje
comemora bodas de prata. Duas décadas e meia passaram. O telejornal acompanhou
a evolução tecnológica da televisão, passou por mudanças de cenários,
repórteres, apresentadores, mas não abre mão do seu lema. Dar ouvidos para o
que tem a dizer o pessoal do interior, técnicos, agrônomos, veterinários e,
invariavelmente, o produtor rural, é uma inevitável prestação de serviço ao
meio agrícola. O Jornal do Campo é pautado, produzido e exibido com um púnico
interesse: levar informação útil para o homem do interior.
Portanto, a longevidade, rara nos programas
televisivos, neste caso, não é fruto de nenhum segredo de sucesso; é uma conseqüência
deste jornalismo sério, que vai além de sua obrigação de informar. O programa
discute a viabilidade de políticas para a agropecuária, dá sugestões, distribui
elogios e críticas e se mete em todos os assuntos rurais, quando acredita que
tem alguma contribuição a dar.
Agora que o Jornal do Campo é um jovem adulto, é
fácil olhar para trás e perceber como ele tem influencia na evolução do
agroturismo nas montanhas capixabas; na assimilação de técnicas que melhoraram
a produtividade e a qualidade das lavouras; na melhoria de vida de várias
famílias, que passaram agregar valor aos seus produtos; no fortalecimento de
muitas cooperativas; no combate ao êxodo rural, mostrando que o campo é viável
para quem é trabalhador e competente; na divulgação de festas dos pequenos
municípios; e, no estímulo à busca pelo conhecimento.
Aqui fala quem faz,porém quem mais faz pelo
programa raramente mostra a cara na televisão. É óbvio que o sucesso do Jornal do
Campo é devido ao esforço e ao trabalho de toda equipe da TV GAZETA. Mas, esse
é um programa que se confunde com a personalidade do seu editor e que retrata a
generosidade, a honestidade, o bom humor e a competência do jornalista Ronald
Mansur. A Gazeta, 6 de março de 2004.
Mário Bonella.
HISTÓRIAS E
LEMBRANÇAS QUE OUVI, VIVI E PASSO ADIANTE.
JORNAL DO CAMPO 25
ANOS. AQUI FALA QUEM FAZ. RONALD MANSUR. 28
Mario bonella, um profissional de renome, esta fazendo uma exelente cobertura sobre os acontecimentos atuais no ES. Parabens M.Bonella.
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