Protestos pontuais na internet ainda não conseguiram deslocar o centro da luta política para as ruas, com ampla participação social
Pedro Rafael
Pedro Rafael
José Antonio Moroni, do Inesc, sente que parcela importante da sociedade quer dar um basta no modo como determinadas figuras públicas se relacionam com a política e as instituições do Estado. Porém, segundo ele, não há um debate público que entre fundo nas questões fundamentais do sistema político."O grande problema é que essa mobilização não se pergunta como o Renan é eleito sempre que se candidata ou por que consegue tanto apoio dentro do PMDB. Como o nosso sistema político dá origem a políticos que tem esse tipo de prática e mantêm o poder que tem? Só o debate público é capaz de colocar essas questões, por meio da mobilização social mesmo, não apenas a virtual. Nada substitui a luta política cotidiana, a ocupação das praças, as manifestações de rua", observa.
O papel da mídia, como "ator político", também condiciona o escopo dos assuntos que se convertem em protesto público. É o que avalia o professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, Francisco Fonseca. "Essas manifestações se dão muito no âmbito federal. O estado de São Paulo, por exemplo, tem uma vida política e administrativa bastante caótica, com graves problemas éticos, mas normalmente não se vê esse tipo de repúdio. Minha ponderação é que manifestações assim se dão muito mais em relação aos assuntos que tem uma vitrine, uma luminosidade midiática maior. No largo espaço de problemas que temos, creio que caberiam mais manifestações", argumenta.
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