Valor
Carine Ferreira
Este tipo de cafeicultura praticada em áreas montanhosas, predominantemente de arábica, enfrenta aumento dos custos, principalmente com as despesas cada vez mais altas da mão de obra — responsável por 52% do custo de produção da atividade em algumas regiões — e preços baixos recebidos pelo produto. O custo operacional efetivo (COE), medido pela Comissão de Café, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (MG), é de R$ 380 a saca, enquanto o produto é comercializado por cerca de R$ 300.
Conforme Mesquita, um estudo sobre a cafeicultura de montanha feito por várias instituições, entre elas, a Embrapa, foi apresentado no mês passado na reunião do CDPC, que reúne representantes do governo e de toda a cadeia produtiva. A política a ser discutida tem três linhas principais: a modernização da atividade, porém sem novos plantios; compensação para erradicar de forma gradual os plantios em alguns casos e compensação sobre encargos trabalhistas. “É a salvação da cafeicultura”.
Será pedida uma nova reunião para debater o tema com o governo e apresentar estratégia e cronograma. A contrapartida, observa Mesquita, é melhorar a gestão das propriedades por meio de cursos, utilizar variedades mais resistentes e profissionalizar o setor.
Enquanto os preços seguem baixos para o café arábica e aumentam os custos de produção, a situação está mais favorável para os produtores de café robusta (conilon).
Tradicionalmente com custo mais baixo, pois a planta tem maior potencial de produção e é mais resistente à seca e doenças, o café robusta apresenta custo até inferior a R$ 140 por saca, enquanto o preço de venda está em torno de R$ 250, segundo Mesquita.
No Espírito Santo, maior produtor nacional de café robusta, o custo varia de R$ 150 a R$ 220 por saca, segundo Romário Gava Ferrão, coordenador do Programa de Café do Estado. De acordo com ele, os custos da safra 2013/14 tiveram reajustes, principalmente em função da mão de obra e defensivos.
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