segunda-feira, 26 Outubro, 2015 - 10:45
O painel internacional "Importância da cultura alimentar tradicional indígena na promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional" foi mais uma atração da II Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena (Fenati), em Palmas (TO). Durante a manhã de domingo (25), indígenas de várias etnias, visitantes e representantes de três países da América Latina e do Brasil discutiram a contribuição dos povos indígenas para melhorar a saúde da população brasileira.
Representante do ministério do Desenvolvimento Agrário, o secretário de Agricultura Familiar da pasta, Onaur Ruano, classificou a iniciativa como uma oportunidade de mostrar para as comunidades indígenas as políticas públicas que são direcionadas e apoiam as atividades ligadas à alimentação adequada e saudável e à soberania alimentar do país.
O secretário destacou ainda que o painel foi importante para mostrar um conjunto de experiências e realidades dos países participantes. "Podemos perceber com os indígenas do painel, que vieram do Chile, México e Panamá, além do Brasil, que a matriz básica de sustentabilidade e a valorização dos alimentos, que são próprios dessas comunidades, são comuns em todos esses países. Mas, sobretudo, o que se viu aqui foi a unidade internacional em defesa dos povos indígenas", afirmou.
Durante a mesa de abertura, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves, ressaltou que é preciso pensar na definição da terra indígena e na cadeia alimentar. "Pensar nisso é pensar em parceiros, passando pela educação indígena, saúde indígena e agregando forças", disse.
O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultrua (FAO), Alan Bojanic, destacou o problema da desnutrição em povos e comunidades indígenas. "Precisamos equilibrar os números entre população indígena e não indígena. Essa diferença, esse problema alimentar é muito grande", informou.
Já o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, destacou que o povo brasileiro, hoje, morre mais pelo que come do que pela fome. "Ano passado, saímos do mapa da fome da ONU, mas ainda temos muito o quê fazer. Hoje, 72% das causas de morte acontecem por doenças crônicas não transmissíveis e a maioria delas tem a ver com o que a gente come. Como a diabetes, doenças do coração e o câncer", reafirmou.
Quatro painelistas deram exemplos de como funciona a produção indígena em seus países. Participaram representantes do Brasil, Chile, México e Panamá. Dividido em cinco partes o painel contou com uma mesa de abertura, painel temático, perguntas ou comentários da plenária e a mesa de encerramento.
Tássia Navarro
Ascom/ MDA
Ascom/ MDA
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