247 – A Polícia Federal vem conduzindo uma ampla investigação a partir de denúncias feitas pelo empresário J. Hawilla, dono da Traffic, ao FBI. A informação é da colunista Sonia Racy, que aponta que a proposta é não deixar 'pedra sobre pedra'.
A investigação global teve início com o escândalo de corrupção no futebol, que resultou na prisão de altos dirigentes da Fifa, atingindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, mas passa por contratos de transmissão firmados entre Hawilla e a Rede Globo, dos irmãos Marinho. A emissora tem os direitos de transmissão de todos os torneios do Brasil, mesmo quando paga menos aos organizadores.
Réu confesso no processo, Hawilla revelou neste mês à Justiça Americana que, desde 1991, tem a prática de pagar propinas por contratos de direitos de transmissão de competições oficiais. E disse ter consciência de que a prática era ilegal. As confissões são relatadas em documentos liberados há 15 dias pelas autoridades dos EUA.
Segundo o empresário brasileiro, o pagamento de propina a dirigentes ligados à Fifa e à Conmebol era feito por ele desde 2013. Os documentos apontam que o dono da Traffic selou contratos de direitos de transmissão de competições como Copa América, Copa Ouro e Copa do Brasil, além de patrocínios à Seleção Brasileira, por meio dessa prática.
Nesta semana, Marin aceitou ser extraditado aos Estados Unidos, onde ficará preso em seu próprio apartamento, em Nova York, com vista para a badalada 5ª Avenida. A princípio, quando foi detido, em junho deste ano, negou todas as acusações de envolvimento com esquemas de corrupção no futebol, mas depois mudou o tom e mostrou apenas frustração com J. Hawilla, que o gravou pedindo propinas para a Copa do Brasil.
Relação com a Globo
A relação entre Hawilla e a Globo, no entanto, vai além de contratos de transmissão de competições de futebol. O empresário é dono da TV TEM, afiliada da emissora, sócio de João Roberto Marinho, filho de Roberto Marinho e responsável pelo jornal O Globo, na TV Aliança Paulista. Outra sociedade de Hawilla é formada com o executivo Paulo Daudt Marinho, filho de José Roberto Marinho e diretor do canal Gloob, na TV São José do Rio Preto.
Em seu noticiário sobre o escândalo de corrupção no futebol, a Globo tem informado que grupos de mídia não estão envolvidos no esquema.
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