A imprensa precisa ter melhor formação e informação,
melhor para o público. Foi com base nesta constatação que o chefe de reportagem
da TV Gazeta, Ronald Mansur, levou no último mês para reunião de pauta do
telejornalismo a idéia de convidar os próprios entrevistados para esclarecer
dúvidas dos jornalistas, sobre determinados assuntos, fora do ar. A idéia foi
logo aceita pela equipe, que já se prepara para receber o terceiro convidado.
O objetivo é manter uma conversa informal para que o
jornalista possa compreender mais a fundo o que está levando ao ar como
informação ao público. Ou seja, para que o profissional possa entender
realmente bem o que está noticiando. Como o jornalista de televisão normalmente
não é setorizado, cada dia ele se depara com um assunto novo. Obviamente ele
não pode e nem é obrigado a saber tudo.
Além de maior conhecimento do assunto discutido, este
bate papo ainda tem a vantagem de aproximar os entrevistados das pessoas que
estão ligados diretamente à formação da notícia. O proveito maior é das pessoas
que trabalham internamente na Redação, que não vão para a rua participar da
matéria, destaca Mansur. Ele explica que é uma conversa de informação, que nada
do que foi dito durante a uma hora de papo, cronometrada para não cansar, é
levada ao ar, a idéia é passar o conhecimento do todo para o jornalista não
ficar restrito a notícia factual isolada. São geralmente fatos com repercussão
antes e depois, diz a produtora de matérias nacionais, Terezinha Bertolo.
O primeiro convidado foi o Secretário de Planejamento
e Ações Estratégicas, Luiz Paulo Vellozo Lucas. Em seguida foi o presidente do
Tribunal Regional Eleitoral, Arione Vasconcelos Ribeiro, e o próximo a
participar será o reitor de Ufes, Roberto Penedo.
A produtora e apresentadora Claudia Gregório, que
participou dos dois primeiros encontros, achou válida a experiência. Eu fico na
redação e esse contato me aproximou mais da fonte, minhas dúvidas foram
dirimidas, avalia. Já Patrícia Mosé, repórter, classificou de bastante
interessante o bate papo. O entrevistado se solta mais quando não tem uma
câmera na frente dele. E todas informações que tive nestas conversas já me
serviram para elaborar melhor as matérias, diz. A proposta inicial era de que
as reuniões fossem mensais, mas a idéia está sendo tão bem aceita que os
encontros agora estão sendo quinzenais. Sem dúvida, quem só tem a ganhar com
esta experiência é o telespectador.
Luciana Ventura, A GAZETA dois de agosto de 1992.
HISTÓRIAS E
LEMBRANÇAS QUE OUVI, VIVI E PASSO ADIANTE.
JORNAL DO CAMPO 25 ANOS. AQUI FALA QUEM
FAZ. RONALD MANSUR. 26
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