Venho observando
nestes últimos meses que o retorno de brasileiros que foram morar no exterior
tem crescido. Não posso traduzir em números, mas a percepção indica esta
realidade. A crise na economia dos Estados Unidos de 2008, seguida pela crise
na economia européia, está devolvendo ao Brasil milhares de seus filhos
expatriados.
O êxodo de
brasileiro sempre foi embalado pelas diversas crises de nossa economia. A cada
evento de problemas econômicos, mais adiante o fluxo aumentava.
Tradicionalmente os Estados Unidos, como motor da economia mundial, atraia um
maior fluxo. A unidade dos países europeus, rendeu a comunidade do Euro poder
maior e tornou-se polo de atração. Para as regiões da Ásia, leia-se Japão,
também foram os descendentes em busca de proteção na casa dos ancestrais.
O fluxo para o
exterior, normalmente é feito de forma clandestina, já que os países centrais,
aqueles que controlavam a economia mundial, somente aceita a liberdade de ir e
vir apenas do dinheiro. Gente tem outro tratamento. A realidade mostra que
mesmo com milhões de clandestinos, as nações receptoras faziam que não estavam
vendo. A mão-de-obra barata justificava a “vista grossa”.
Todo brasileiro tem
um parente no exterior ou um amigo. Basta a gente perguntar aos nossos amigos.
Falo de cadeira, por ter parentes e amigos fora do Brasil, foram em busca de um
futuro que não viam aqui, em busca de nova perspectiva. Os relatos de
discriminação são inúmeros. Mas valia a pena para o expatriado ariscar numa
terra estranha, com costumes diferentes e língua diferente.
Quando o sistema
socialista europeu ruiu, o mundo passou por uma transformação, aliada ao
crescimento do poder industrial chinês e asiático. Mas fica uma pergunta, quem
foi fabricar e comprar produtos na China? Quem foi em busca de mão-de-obra
barata e ampliar os seus lucros? A realidade do mundo bipolar, Ocidente dos
Estados Unidos e seus aliados de um lado versus União Soviética e seus aliados,
do outro, acabou com o fim deste segundo grupo.
Quem está de volta
e conseguiu acumular algum patrimônio, seja material ou de conhecimento,
recomeça em posição privilegiada. E os que foram e nada trazem? Uma conta para
toda sociedade. Estamos diante de um enigma. O que vai acontecer, o fluxo de
gente voltando está aumentando. No segundo semestre será maior, em agosto,
porque é o final do ano escolar. Que sejam bem vindos os nossos irmãos e irmãs.
A GAZETA 9 DE ABRIL DE 2012
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