FBES
Fórum Brasileiro de Economia Solidária
Adital
Com uma base de produção montada no Colégio Estadual Manoel Novaes, as cooperativas da Rede de Alimentação Solidária mobilizaram um complexo sistema de produção de três refeições por dia para mais de 2600 catadores de material reciclado durante o carnaval de 2013 em Salvador. A ação era parte do Projeto Ecofolia Solidária: O trabalho decente preserva o meio ambiente, uma realização do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia com 05 (cinco) cooperativas de catadores, que envolve 10 (dez) empreendimentos econômicos solidários (associações e cooperativas) de mulheres do ramo de alimentação e 10 (dez) empreendimentos da rede de costura da economia solidária. Realizado em parceria com organizações não governamentais como CECUP (Centro de Educação e Cultura Popular), Vida Brasil e CAMA, conta com financiamento do Governo do Estado (através do Programa Vida Melhor) e apoio da Prefeitura Municipal. Está entre os objetivos do projeto oferecer condições adequadas para o recebimento e atendimento ao catador, garantindo as condições de salubridade dos mesmos, material de proteção individual (uniforme, botas, bonés, luvas e protetores auriculares), além de outras ações como alimentação para esses trabalhadores durante o carnaval.
Mais de 2600 refeições produzidas diariamente
São cerca 160 pessoas envolvidas na produção das refeições, que além de constituírem uma cultura de organização da produção, através do trabalho cooperado, exercitam uma prática de coletividade mais complexa, com a participação de vários empreendimentos produtivos organizados em Rede de Economia Solidária. Essa Rede conta com o suporte técnico e estrutural da Organização Vida Brasil, que atua como organização de apoio, oferecendo assessoria e capacitação técnica, formação político cidadã, apoio estrutural e institucional na perspectiva de formação de uma sociedade mais justa, democrática e solidária a partir de organizações produtivas diferentes do modo de produção capitalista, que visa prioritariamente o lucro.
Eliana Santana, da Cooperativa Sonhos Possíveis
A participação da Rede de Alimentação Solidárias no projeto Ecofolia se iniciou em 2010 e vem se ampliando desde então. Para Eliana Santana, da Cooperativa Sonhos Possíveis, do Engenho Velho da Federação, "o projeto representa o aprendizado e a maturidade da rede, além da parte técnica da produção se aprende muito sobre solidariedade e autogestão. Mais do que a formação do profissional, a rede também gera a formação do indivíduo, que se fortalece no trabalho e na busca pelo desenvolvimento sustentável”. Outro fator importante Para Eliana é que "a rede oferece oportunidade pra pessoas que não tem acesso ao mercado de trabalho convencional, pois as cooperativas disponibilizam capacitação para pessoas sem experiência no ramo”.
Nutricionistas desenvolvem formação com membros das cooperativas
Ali mesmo na base de produção são realizados espaços de formação. Durante um desses momentos as nutricionistas Ana Lúcia Nascimento e Ana Cláudia Duran, que fazem o acompanhamento técnico nutricional do projeto, realizaram uma palestra no primeiro dia de produção, na qual assuntos como higienização, sanitização, forma de fabricação e prevenção de doenças transmitidas por alimentos foram debatidos com os integrantes da rede. Para Ana Lúcia e Ana Cláudia, esses espaços são momentos de troca de conhecimento importantes para o desenvolvimento do trabalho e inserção em um processo de produção industrial.
Carol Reis, da Cooperativa de Rango Vegan
Uma análise muito interessante é a feita por Carol Reis, da Cooperativa de Rango Vegan, que participa pela terceira vez do projeto: "A importância central é a ideia de trabalho em rede, numa perspectiva de diversidade e da divisão de funções, o que potencializa a produção. Além do fato de atingir uma parcela da força de trabalho que está vulnerável socialmente, valorizando o trabalho e dividindo os recursos adquiridos, na superação de relações individualistas e de desigualdades nas relações de trabalho. Considerando que é uma gestão absolutamente de mulheres, em sua maioria negras. Percebo a atividade como a de um peixe pequeno dando conta de um processo muito grande, ou seja, um público doméstico dando conta de uma produção industrial, o que contribui com um desenvolvimento social muito grande e favorece o reconhecimento social e institucional”.
A perspectiva das redes de economia solidária é de incentivar o protagonismo e a construção de relações de trabalho mais igualitárias, onde os trabalhadores são os donos e gestores do próprio empreendimento. Busca-se, com isso, um desenvolvimento com base no exercício da coletividade e da cidadania, no exercício da própria identidade, no qual as referências de gênero, raça e classe social estabelecem parâmetros para a superação das desigualdades, refletindo resultados diretos nas famílias e comunidades, possibilitando uma qualificação técnica na efetivação das atividades produtivas.
[Fonte: Ecofolia Solidária (http://ecofoliasolidaria2013.blogspot.com.br). 15 de fevereiro de 2013].
Mais de 2600 refeições produzidas diariamente
São cerca 160 pessoas envolvidas na produção das refeições, que além de constituírem uma cultura de organização da produção, através do trabalho cooperado, exercitam uma prática de coletividade mais complexa, com a participação de vários empreendimentos produtivos organizados em Rede de Economia Solidária. Essa Rede conta com o suporte técnico e estrutural da Organização Vida Brasil, que atua como organização de apoio, oferecendo assessoria e capacitação técnica, formação político cidadã, apoio estrutural e institucional na perspectiva de formação de uma sociedade mais justa, democrática e solidária a partir de organizações produtivas diferentes do modo de produção capitalista, que visa prioritariamente o lucro.
Eliana Santana, da Cooperativa Sonhos Possíveis
A participação da Rede de Alimentação Solidárias no projeto Ecofolia se iniciou em 2010 e vem se ampliando desde então. Para Eliana Santana, da Cooperativa Sonhos Possíveis, do Engenho Velho da Federação, "o projeto representa o aprendizado e a maturidade da rede, além da parte técnica da produção se aprende muito sobre solidariedade e autogestão. Mais do que a formação do profissional, a rede também gera a formação do indivíduo, que se fortalece no trabalho e na busca pelo desenvolvimento sustentável”. Outro fator importante Para Eliana é que "a rede oferece oportunidade pra pessoas que não tem acesso ao mercado de trabalho convencional, pois as cooperativas disponibilizam capacitação para pessoas sem experiência no ramo”.
Nutricionistas desenvolvem formação com membros das cooperativas
Ali mesmo na base de produção são realizados espaços de formação. Durante um desses momentos as nutricionistas Ana Lúcia Nascimento e Ana Cláudia Duran, que fazem o acompanhamento técnico nutricional do projeto, realizaram uma palestra no primeiro dia de produção, na qual assuntos como higienização, sanitização, forma de fabricação e prevenção de doenças transmitidas por alimentos foram debatidos com os integrantes da rede. Para Ana Lúcia e Ana Cláudia, esses espaços são momentos de troca de conhecimento importantes para o desenvolvimento do trabalho e inserção em um processo de produção industrial.
Carol Reis, da Cooperativa de Rango Vegan
Uma análise muito interessante é a feita por Carol Reis, da Cooperativa de Rango Vegan, que participa pela terceira vez do projeto: "A importância central é a ideia de trabalho em rede, numa perspectiva de diversidade e da divisão de funções, o que potencializa a produção. Além do fato de atingir uma parcela da força de trabalho que está vulnerável socialmente, valorizando o trabalho e dividindo os recursos adquiridos, na superação de relações individualistas e de desigualdades nas relações de trabalho. Considerando que é uma gestão absolutamente de mulheres, em sua maioria negras. Percebo a atividade como a de um peixe pequeno dando conta de um processo muito grande, ou seja, um público doméstico dando conta de uma produção industrial, o que contribui com um desenvolvimento social muito grande e favorece o reconhecimento social e institucional”.
A perspectiva das redes de economia solidária é de incentivar o protagonismo e a construção de relações de trabalho mais igualitárias, onde os trabalhadores são os donos e gestores do próprio empreendimento. Busca-se, com isso, um desenvolvimento com base no exercício da coletividade e da cidadania, no exercício da própria identidade, no qual as referências de gênero, raça e classe social estabelecem parâmetros para a superação das desigualdades, refletindo resultados diretos nas famílias e comunidades, possibilitando uma qualificação técnica na efetivação das atividades produtivas.
[Fonte: Ecofolia Solidária (http://ecofoliasolidaria2013.blogspot.com.br). 15 de fevereiro de 2013].
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