terça-feira, 30 de abril de 2013

Encontro reúne cerca de 150 lideranças ligadas a vários movimentos sociais do campo, das águas e das florestas



 
Adital
Por Railton Teixeira, de Maceió (AL)

Lideranças dos movimentos sociais do campo, das florestas e das águas - do Estado de Alagoas - se reuniram nos dias 24 e 25 em seu primeiro Encontro Unitário. Para este primeiro encontro, que ocorreu na cidade de Maceió, foi convidado Frei Betto que dialogou com os participantes e compartilhou sua experiência ao longo da defesa da libertação dos trabalhadores.
Participaram do encontro lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Libertação Sem Terra (MLST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Trabalhadores do Campo (MTC), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A mobilização é fruto do Encontro Unitário ocorrido no meado do ano passado onde reuniu mais de sete mil trabalhadores em Brasília. "E assim entendemos que é uma forma de mostrar para o latifúndio que não estamos numa luta perdida, mas que estamos organizados e fortalecidos”, justificou Josival Oliveira, um dos organizadores do evento.
Ainda de acordo com Oliveira, o sentimento é de fortalecimento da luta dos trabalhadores que vem se articulando contra, o que ele denominou, amarras do Estado. Acrescentando ainda que o sentido é de revolução e mesmo diante das concepções diferentes de cada movimento, a união e uma pauta unificada serão as ferramentas que nortearão as lutas.
"Vamos direcionar as nossas bandeiras contra o Estado que fortalece e incentiva o latifúndio que produz soja para a China e o suco de laranja para os Estados Unidos. Enquanto os trabalhadores visam produzir para a população que vive em torno do acampamento ou assentamento”, defendeu.
Ao longo do encontro, Frei Betto defendeu a união das pautas de luta dos trabalhadores e disse que é preciso não perder a noção de qual Brasil queremos. "O trabalhador da cidade vê uma mobilização do trabalhador do campo na televisão e diz que não é com ele e faz desdém. Ao mesmo tempo em que o trabalhador do campo vê o outro da cidade e não dá a mínima. Um vê o outro nos noticiários e não entendem que é preciso lutar juntos, pois o inimigo é o mesmo”, ressaltou.
Frei Betto também compartilhou com as lideranças um pouco de sua experiência ao longo do processo contra a ditadura militar, criação do MST, CUT e Partido dos Trabalhadores (PT). Além de defender a utilização dos espaços disponíveis em se fazer uma comunicação que ressalte a luta.
"São dois Brasis. Um moderno na capital e outro medieval e cruel na zona rural. Havendo ainda uma troca de projeto em que se pensava no Brasil para se fazer um projeto de poder”, concluiu Frei Betto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário