terça-feira, 30 de abril de 2013

Islândia: direita que causou a crise financeira volta ao poder


Islândia: direita que causou a crise financeira volta ao poder

Esquerda teria sido penalizada por ter aplicado receitas do Fundo Monetário Internacional e pelos acordos que negociou com a Holanda e o Reino Unido em torno das indenizações aos depositantes do banco Icesave, que foram rejeitadas duas vezes em plebiscito.

O Partido da Independência venceu as eleições da Islândia, com 26,7% dos votos, seguido pelo Partido Progressista, o seu aliado tradicional, com 24,4%. Bjarni Benediktsson (foto), líder do Partido da Independência, deve ser o próximo primeiro-ministro.

A Aliança Social-Democrata e o Movimento de Esquerda Verde, que governavam o país em coligação, foram claramente penalizados, perdendo mais de metade do apoio que tinham e obtendo, respetivamente, 12,9% e 10,9%. 

O centrista Futuro Brilhante obteve 8,2%. O Partido Pirata ficou com 5,1%, conseguindo superar a barreira de 5% necessária para ter representação parlamentar.

Os dois partidos da direita têm garantida a maioria absoluta, o que significa o regresso ao poder dos responsáveis pela crise que se desencadeou em 2008. Foi um governo formado por estes dois partidos que liberalizou o sector financeiro, o que conduziu à ruína da banca.

O resultado, que estava a ser antecipado pelas sondagens, está a ser interpretado como um castigo aos partidos que integraram o primeiro governo da esquerda da história do país. 

A primeira-ministra Johanna Sigurdardottir disse-se “muito triste” pela derrota, interpretada como um castigo do eleitorado por ter aplicado, em boa parte do seu mandato, receitas inspiradas pelo Fundo Monetário Internacional, que emprestou ao país 1.600 milhões de euros entre 2008 e 2011.

O governo também terá sido penalizado pela sua posição em relação ao litígio em torno das indemnizações aos depositantes estrangeiros pela falência do banco Icesave. Acordos negociados com a Holanda e o Reino Unido foram rejeitadas duas vezes pela população em referendo.

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