Carlos Ayala Ramírez
Diretor da Rádio Ysuca
Adital
Tradução: ADITAL
O dia 23 de abril é o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. Uma celebração declarada pela Unesco em 1995 com o objetivo de fomentar a leitura, a indústria editorial e a proteção da propriedade intelectual por meio do direito de autor. Essa data simbólica foi escolhida devido à coincidência do falecimento de três grandes escritores, em 1616: Miguel de Cervantes Saavedra, William Shakespeare y Garcilaso de la Vega.
Em uma historieta do livro Un minuto para el absurdo, de Anthony de Mello, narra-se o seguinte: "O Mestre se assegurava de que a biblioteca do monastério estivesse bem provida de livros de todo tipo de matérias (...). Sempre dizia o mesmo estribilho: ‘Deus nos livre das pessoas que não pensam, não pensam e não pensam!’. E nada mais lhe inspirava tanto medo, segundo ele mesmo, que a mente ‘de um pinhão fixo’ ou o fanático de um livro só. Isso desconcertava seus discípulos, porque não combinava muito bem com a insistência com que o Mestre defendia a percepção não racional e o conhecimento não conceitual. Quando alguém lhe perguntou abertamente a esse respeito, o Mestre replicou de forma ambígua: ‘Um prego tira o outro prego, não?’”.
A resposta que o Mestre deu nos faz pensar em uma máxima atribuída a Miguel de Cervantes: "Quem lê e anda muito, vê e sabe muito”.
Paulo Freire dizia que ler é procurar ou buscar criar a compreensão do lido; daí o decisivo do ensino correto da leitura e da escrita. E enfatizava que ensinar a ler é comprometer-se com uma experiência criativa ao redor da compreensão e da comunicação. Em outras palavras, quem lê muito não só pode chegar a ser uma pessoa instruída, mas uma pessoa que sabe da vida. Por que, ler? Anselm Grün, um dos escritores de espiritualidade mais lidos atualmente nos oferece argumentos: temos que ler porque os livros nos submergem em outros mundos; são amigos e fazem prodígios. Expliquemos.
Em primeiro lugar, para Grün, a leitura faz parte de uma vida boa. Para muitas pessoas, representa entrar em um mundo que lhes faz bem. Não é o mundo da utilidade e da finalidade; mas, um mundo que possibilita o encontro com outros seres humanos, com seus pensamentos e sentimentos. O mero fato de ler é um ato saudável porque relativiza o rigor, a estreiteza e a falta de misericórdia que habitualmente se experimenta. Porém, não só entramos em outros mundos. Quando elmos, entramos também em contato com nós mesmos e isso, segundo Grün, constitui um grande valor, mesmo quando não possamos reter grande coisa daquilo que lemos. Entrar na própria interioridade é algo fundamental, que pode acontecer no ato de ler. Então, podemos e devemos discutir que tipo de literatura gera essa experiência. Agora mesmo se critica a literatura light, leve, ligeira, fácil, cuja finalidade exclusiva é a distração.
En segundo lugar, hay que leer porque, según Grün, los libros pueden resultar unos buenos amigos. Amigos que consuelan y abren horizontes nuevos. Un proverbio oriental lo expresa de modo magistral: "Una habitación sin libros es como una casa sin ventanas”. En una casa sin ventanas, hay un ambiente desagradable. Los libros arrojan luz sobre nuestra vida y abren ante nosotros una perspectiva más amplia. Cuando leemos, emprendemos un viaje sin necesidad de dar un solo paso fuera de casa. Finalmente, el escritor alemán sostiene que el libro obra prodigios para quien lo lee. Lo fascina y lo introduce en otro mundo, donde encuentra un nuevo gozo de vivir: alegría y agradecimiento por lo maravilloso que hay en su contenido y que el lector descubre de nuevo en sí mismo.
Con razón se afirma que la literatura, por ejemplo, obra el prodigio de educar en los sentimientos. A través de ella aprendemos a observarnos a nosotros mismos y a los demás. Aprendemos a sentir como el otro. Algunas figuras universales emblemáticas en ese sentido son Hamlet, que representa la crítica del intelectual; Don Quijote, el destino de los que quieren mejorar el mundo; Edipo, las relaciones de aceptación y rechazo hacia los progenitores; Fausto, la desmedida sed del conocimiento y la violación de los límites que repugnaba el designio divino; Don Juan, el seductor y eterno enamorado del placer y del peligro.
Mario Vargas Llosa ha reiterado que la literatura, además de entretener, ayuda a hombres y mujeres a entender mejor la complejidad de la vida humana, estar lúcidos sobre las deficiencias de la vida, alertas ante la realidad histórica circundante e indóciles frente a la manipulación de la verdad por parte de los poderes constituidos. En definitiva, hay que leer porque, entre otras razones, los libros, impresos o digitales, representan una fuerza cultural que puede ser agente del cambio social (por sus contenidos contraculturales); registrar y mantener la memoria histórica (ayuda a entender los procesos sociales); ser fuente de entretenimiento y de reflexiones personales; y reflejar la cultura de cada pueblo.
La lectura puede ayudar a que nuestro corazón arda y nuestros ojos se abran, sin perder el sentido del humor. Posibilita escuchar la voz de la razón y dejar hablar al sentimiento. En consecuencia, el tiempo de la palabra escrita sigue vigente. Sin olvidar que la lectura es un arte, que hay que aprender y cultivar.
O dia 23 de abril é o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor. Uma celebração declarada pela Unesco em 1995 com o objetivo de fomentar a leitura, a indústria editorial e a proteção da propriedade intelectual por meio do direito de autor. Essa data simbólica foi escolhida devido à coincidência do falecimento de três grandes escritores, em 1616: Miguel de Cervantes Saavedra, William Shakespeare y Garcilaso de la Vega.
Em uma historieta do livro Un minuto para el absurdo, de Anthony de Mello, narra-se o seguinte: "O Mestre se assegurava de que a biblioteca do monastério estivesse bem provida de livros de todo tipo de matérias (...). Sempre dizia o mesmo estribilho: ‘Deus nos livre das pessoas que não pensam, não pensam e não pensam!’. E nada mais lhe inspirava tanto medo, segundo ele mesmo, que a mente ‘de um pinhão fixo’ ou o fanático de um livro só. Isso desconcertava seus discípulos, porque não combinava muito bem com a insistência com que o Mestre defendia a percepção não racional e o conhecimento não conceitual. Quando alguém lhe perguntou abertamente a esse respeito, o Mestre replicou de forma ambígua: ‘Um prego tira o outro prego, não?’”.
A resposta que o Mestre deu nos faz pensar em uma máxima atribuída a Miguel de Cervantes: "Quem lê e anda muito, vê e sabe muito”.
Paulo Freire dizia que ler é procurar ou buscar criar a compreensão do lido; daí o decisivo do ensino correto da leitura e da escrita. E enfatizava que ensinar a ler é comprometer-se com uma experiência criativa ao redor da compreensão e da comunicação. Em outras palavras, quem lê muito não só pode chegar a ser uma pessoa instruída, mas uma pessoa que sabe da vida. Por que, ler? Anselm Grün, um dos escritores de espiritualidade mais lidos atualmente nos oferece argumentos: temos que ler porque os livros nos submergem em outros mundos; são amigos e fazem prodígios. Expliquemos.
Em primeiro lugar, para Grün, a leitura faz parte de uma vida boa. Para muitas pessoas, representa entrar em um mundo que lhes faz bem. Não é o mundo da utilidade e da finalidade; mas, um mundo que possibilita o encontro com outros seres humanos, com seus pensamentos e sentimentos. O mero fato de ler é um ato saudável porque relativiza o rigor, a estreiteza e a falta de misericórdia que habitualmente se experimenta. Porém, não só entramos em outros mundos. Quando elmos, entramos também em contato com nós mesmos e isso, segundo Grün, constitui um grande valor, mesmo quando não possamos reter grande coisa daquilo que lemos. Entrar na própria interioridade é algo fundamental, que pode acontecer no ato de ler. Então, podemos e devemos discutir que tipo de literatura gera essa experiência. Agora mesmo se critica a literatura light, leve, ligeira, fácil, cuja finalidade exclusiva é a distração.
En segundo lugar, hay que leer porque, según Grün, los libros pueden resultar unos buenos amigos. Amigos que consuelan y abren horizontes nuevos. Un proverbio oriental lo expresa de modo magistral: "Una habitación sin libros es como una casa sin ventanas”. En una casa sin ventanas, hay un ambiente desagradable. Los libros arrojan luz sobre nuestra vida y abren ante nosotros una perspectiva más amplia. Cuando leemos, emprendemos un viaje sin necesidad de dar un solo paso fuera de casa. Finalmente, el escritor alemán sostiene que el libro obra prodigios para quien lo lee. Lo fascina y lo introduce en otro mundo, donde encuentra un nuevo gozo de vivir: alegría y agradecimiento por lo maravilloso que hay en su contenido y que el lector descubre de nuevo en sí mismo.
Con razón se afirma que la literatura, por ejemplo, obra el prodigio de educar en los sentimientos. A través de ella aprendemos a observarnos a nosotros mismos y a los demás. Aprendemos a sentir como el otro. Algunas figuras universales emblemáticas en ese sentido son Hamlet, que representa la crítica del intelectual; Don Quijote, el destino de los que quieren mejorar el mundo; Edipo, las relaciones de aceptación y rechazo hacia los progenitores; Fausto, la desmedida sed del conocimiento y la violación de los límites que repugnaba el designio divino; Don Juan, el seductor y eterno enamorado del placer y del peligro.
Mario Vargas Llosa ha reiterado que la literatura, además de entretener, ayuda a hombres y mujeres a entender mejor la complejidad de la vida humana, estar lúcidos sobre las deficiencias de la vida, alertas ante la realidad histórica circundante e indóciles frente a la manipulación de la verdad por parte de los poderes constituidos. En definitiva, hay que leer porque, entre otras razones, los libros, impresos o digitales, representan una fuerza cultural que puede ser agente del cambio social (por sus contenidos contraculturales); registrar y mantener la memoria histórica (ayuda a entender los procesos sociales); ser fuente de entretenimiento y de reflexiones personales; y reflejar la cultura de cada pueblo.
La lectura puede ayudar a que nuestro corazón arda y nuestros ojos se abran, sin perder el sentido del humor. Posibilita escuchar la voz de la razón y dejar hablar al sentimiento. En consecuencia, el tiempo de la palabra escrita sigue vigente. Sin olvidar que la lectura es un arte, que hay que aprender y cultivar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário