sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Os palestinos e a luta pelo direito de existir



Os palestinos lutam hoje pelo reconhecimento da comunidade internacional da Palestina como Estado e pelo direito de andar livres nas ruas de seu suposto Estado sem serem barrados, fichados, presos ou mortos pelo exército israelense, assinala Silvia Ferabolli

Thamiris Magalhães

Em relação ao conflito entre israelenses e palestinos, a mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e doutoranda em Política e Estudos Internacionais pela Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres – SOAS, University of London, Silvia Ferabolli, afirma que se trata de uma questão política e, exatamente por ocorrer no espaço do político, é que engloba a economia, a geopolítica, a religião e a cultura. Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, a também graduada em Jornalismo enfatiza que, em retrospecto, pode-se ver que os palestinos vêm lutando há décadas exatamente pela mesma coisa, mas de maneiras diferentes – “lutam pelo direito de existir”.

A pesquisadora afirma que não acredita na criação de dois Estados. “Israel e Palestina estão tão profundamente interligados, devido à construção ininterrupta de assentamentos judaicos, que não é mais viável, hoje, a criação de um Estado palestino”. Para ela, já existem diversos grupos israelenses e palestinos que pregam a criação de uma federação israelo-palestina. “Essa seria a mais lógica das soluções para a situação que os palestinos enfrentam hoje: direitos iguais para israelenses e palestinos, dentro de uma federação que unisse os dois Estados”.

Silvia Ferabolli é graduada em Jornalismo pela Unisinos, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e doutoranda em Política e Estudos Internacionais pela Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres – SOAS, na Universidade de Londres, Inglaterra. É autora do livroRelações Internacionais do Mundo Árabe: os desafios para a realização da utopia pan-Arabista (Curitiba: Editora Juruá, 2009).

Confira a entrevista.
IHU On-Line – Qual é o maior problema enfrentado pelo povo palestino e o que – ou pelo quê – esse povo luta? 

Silvia Ferabolli –
 Essa pergunta pode ser respondida de diferentes maneiras, dependendo apenas da data que você acrescentar a ela. Por exemplo, se se pergunta Qual é o maior problema enfrentado pelo povo palestino e o que – ou pelo quê – esse povo luta hoje – 1940?, poder-se-á responder dizendo que a primeira Intifada  palestina acontece na segunda metade da década de 1930, quando os palestinos lutavam pelo fim das compras em massa por parte de imigrantes judeus (ainda não eram israelenses) de terras palestinas. Os primeiros boicotes contra produtos produzidos nos “kibutz ” judaicos estabelecidos em áreas palestinas (controladas pela Inglaterra dentro do sistema de mandatos da Organização das Nações Unidas – ONU) também são dessa época, assim como são as formações de grupos judaicos que hoje poderiam ser chamados de terroristas como Haganah , Irgun  e Stern. Nessa época, então, os palestinos enfrentavam a expansão das colônias judaicas em áreas palestinas, o terrorismo judaico e a ocupação britânica. Essa situação culminaria, em 1948, com a proclamação do Estado de Israel e o reconhecimento desse Estado por parte da ONU.

Se se pergunta Qual é o maior problema enfrentado pelo povo palestino e o que – ou pelo quê – esse povo luta hoje – 1960?, poder-se-á responder que antes de 1967, o maior problema enfrentado pelos palestinos era como retomar suas supostas terras – supostas porque nunca houve um Estado palestino, fato que levou Golda Meir  a proferir sua famosa frase: “There is no such thing as a Palestinian people... It is not as if we came and threw them out and took their country. They didn't exist”. Golda Meir referia-se a idea de que os palestinos não existiam porque nunca tiveram um Estado. Sob o Império Otomano , os palestinos viviam em áreas conhecidas como Grande Síria; mais tarde, sob o sistema de mandatos e a repartição de territórios árabes entre Inglaterra e França (ver Sykes-Picot) , os palestinos estavam, em parte, incluídos em território egípcio (faixa de Gaza) e, em parte, em território jordaniano (Cisjordânia ou West Bank). Note-se que o nacionalismo judaico, animado pelo espírito sionista, estava impregnado nas palavras de Golda Meir, que não conseguia reconhecer como “povo” ou mesmo como “pessoas” indivíduos não pertencentes a um Estado. Na verdade, as “origens” (embora eu não goste dessa palavra) do conflito israelo-palestino como vemos hoje está exatamente no nacionalismo judaico e no espírito sionista que o anima – “uma terra sem povo para um povo sem terra”.

Palestina – terra sem povo
A terra sem povo era a Palestina, já que os palestinos, não tendo Estado, não poderiam “existir” enquanto povo. O povo sem terra, os judeus, já constituíam um povo exatamente por causa do movimento nacionalista judaico. Note-se, então, que a questão palestina é atravessada por uma discussão maior, que é aquela das formações estatais nos séculos XIX e XX e da sinonímia que acabou por se formar entre povo e Estado (como se o Estado fosse a expressão física do ideal de unificação de um povo). Por muito tempo, acreditamos que povos formavam Estados. Hoje, contudo, já se sabe que os Estados é que formam povos. Dessa forma, a famosa frase de Golda Meir poderia ser da seguinte forma reescrita: “there is no such a thing as an Israeli people”, porque os israelenses não existiam antes da criação do Estado de Israel, ou seja, os israelenses são uma criação do Estado de Israel. Claro que há relatos na Bíblia sobre os israelenses, assim como há sobre os Filisteus (Falastini em árabe), mas o palestinos – ou falastini – como entendemos hoje, e os israelenses, como então compreendidos, são criações modernas que seguem a lógica da formação dos Estados-nação.

Todavia, se for perguntado: Qual é o maior problema enfrentado pelo povo palestino e o que – ou pelo quê – esse povo luta hoje – 1980?, poder-se-á dizer que, com a Guerra dos Seis Dias , em 1967, que levou a anexação israelense dos territórios palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia e a ocupação efetiva desses territórios por parte do exército israelense, os palestinos passaram, então, a lutar pelo respeito de Israel à resolução da ONU que fez a partilha da Palestina em 1948. Ou seja, os palestinos passaram a reivindicar que Israel acatasse as decisões da ONU e retrocedesse às linhas de 1948. Essa é uma luta que dura já quase 50 anos e que não será vencida pelos palestinos porque não há mais chance de voltar às linhas de 1948 devido às construções em massa de assentamentos judaicos em territórios palestinos.

Conferência de Madrid e Acordos de Oslo
O início da década de 1990 assistiu a um novo capítulo rumo à capitulação dos palestinos em face do poder político israelense e esse capítulo pode ser intitulado Conferência de Madrid e Acordos de Oslo. A Conferência de Madrid tirou a questão palestina da jurisdição da ONU e inaugurou a fase da “mesa de negociações”, com palestinos de um lado e israelenses de outro. Porque Yasser Arafat , o líder da então Organização para a Libertação da Palestina (OLP), aceitou abrir mão da mediação da ONU e suas negociações com Israel são objetos de estudo até hoje por parte de especialistas da região. Mas uma coisa é certa – esse foi um dos maiores erros cometidos pela liderança palestina na história da luta desse povo por autonomia política e emancipação econômica.

Se a questão for: Qual é o maior problema enfrentado pelo povo palestino e o que – ou pelo quê – esse povo luta hoje – 2012?, respondo que estive em Israel e na Palestina (já que o Brasil reconhece a Palestina como Estado, vamos usar letras maiúsculas para escrever o nome do “país”) em 2010, e das entrevistas que realizei em Jerusalém, Belém e Ramallah (atual capital da Autoridade Nacional Palestina – ANP) e pelo que observei durante o tempo que estive lá, posso afirmar que o maior problema enfrentado pelos palestinos, hoje, se relaciona com os pífios resultados do “processo de paz” e das consequências nefastas que ele tem tido sobre a política palestina – começando pela ruptura entre o Hammas  e o Fatah .

Condição atual dos palestinos 
Os palestinos vivem uma situação muito parecida com aquelas dos judeus na Alemanha nazista: são abordados, presos ou mortos pelo exército israelense sem direito a julgamento, apelação ou qualquer dos termos jurídicos a que estamos acostumados. Aos palestinos só é permitido acesso a Jerusalém sob condições estritas estipuladas por Israel (e deve-se lembrar de que há um muro dividindo Jerusalém do restante da Palestina) e qualquer violação, por mínimo que seja, dessas regras, pode levar a proibição permanente de qualquer visita a Jerusalém. Milhares de famílias foram separadas por essas leis e até hoje palestinos residentes em Jerusalém não podem casar-se com indivíduos residentes fora deste local – a não ser que abram mão de residência em Jerusalém.

Jovens israelenses, de 20 e poucos anos, andam de bermuda, chinelo de dedos e metralhadoras. Foi recentemente divulgada uma foto na internet de uma soldada israelense de biquini, na praia com seus amigos, armada com uma metralhadora. É muito comum andar-se nas ruas de Israel e ser “cutucado” nas costas ou nos braços pela ponta da metralhadora de um soldado israelense ao seu lado na fila do café. Muito simpáticos, costumam desculpar-se com os turistas pelo “incômodo” com uma expressão que parece dizer “mas sabe como é, temos que estar sempre prontos para matar algum palestino que saia da linha”.
Em suma, os palestinos lutam em 2012 pelo reconhecimento da comunidade internacional da Palestina como Estado e pelo direito de andar livres nas ruas de seu suposto Estado sem serem barrados, fichados, presos ou mortos pelo exército israelense. Em retrospecto, pode-se ver que os palestinos vêm lutando há décadas exatamente pela mesma coisa, mas de maneiras diferentes – lutam pelo direito de existir.

IHU On-Line – Quando o nacionalismo árabe começou a tomar forma? 

Silvia Ferabolli –
 O nacionalismo árabe começa a tomar forma mais ou menos na mesma época em que os nacionalismos judaico, italiano e alemão tomam forma, ou seja, no final do século XIX. Sati al-‘Husri é considerado o grande formulador da ideia de nação árabe, resumida na abertura do manifesto de criação do partido nacionalista Ba’ath – “só há uma nação árabe, com direito a viver em um único Estado”. Contudo, é importante ressaltar que o nacionalismo árabe vai diferenciar-se das outras formas de nacionalismo por ter sofrido diferentes interpretações ao longo do tempo e, hoje, considera-se o nacionalismo árabe mais um “vocabulário” do que exatamente um “movimento”; mais uma fonte de inspiração do que um conjunto de dogmas típico dos movimentos nacionalistas.

IHU On-Line – A seu ver, por que muitas pessoas que manifestaram sua indignação contra a política israelense não encontraram eco em suas ações por parte de seus chefes de Estado? 

Silvia Ferabolli –
 Essa é uma excelente questão e penso que é difícil para o governo brasileiro, por exemplo, romper relações com Israel. Permita-me explicar: quando você conhece Israel e os israelenses, percebe que eles não são aqueles contra os quais as manifestações de repúdio a Israel se dirigem. Simpáticos, religiosos e trabalhadores, os israelenses, em sua maioria, são tão vítimas das ações da cúpula política israelense quanto os pobres do Brasil são da corrupção e do descaso das lideranças políticas que governam o país.
Um israelense já nasce imerso em caldo sionista e muitos lutam contra isso, mas é difícil. Desde pequenos, são ensinados a temerem e odiarem árabes, palestinos e muçulmanos. Estudam sob um sistema de ensino construído de modo a legitimar as ações do Estado de Israel; homens e mulheres passam anos no serviço militar obrigatório, que reforça seu senso de “defender” o país contra a “ameaça” palestina; e, por fim, são capturados por uma mídia tendenciosa que silencia sobre as ações de Israel contra os palestinos e constrói um verdadeiro circo midiático em torno que qualquer lançamento de foguete por parte do Hammas em território israelense que, convenhamos, até hoje não matou diretamente ninguém.

Punição para quem?
O que estou tentando dizer é que os israelenses não devem ser punidos por outros povos por causa das ações de suas lideranças políticas. São eles que elegem esses líderes? Sim, assim como são os brasileiros que elegem Paulo Maluf e Tiririca e nem por isso devemos ser considerados culpados pelas mazelas do país. Essa é uma discussão muito complexa e relaciona-se diretamente com os insights de Foucault  sobre o poder não estar concentrado em um indivíduo, em um grupo, mas em atravessar todo o corpo social – a política, a economia, a cultura, a religião. Enfim, tudo são relações de poder e exigir, por exemplo, que o Brasil puna Israel de algum modo é desconhecer o tipo de relações de poder que se estabelecem, dentro do Estado de Israel, entre o governo, os grupos religiosos, os sionistas norte-americanos (os grandes “vilões” de acordo com Edward Said ) e os cidadãos israelenses.

IHU On-Line – O que motiva o apoio dos Estados Unidos da América a Israel? Em que se fundamenta o suporte irrestrito dado, ao longo da história, pelos governos americanos ao Estado de Israel?

Silvia Ferabolli –
 Esse assunto foi discutido por John Mearsheimer e Stephen Walt em The Israel lobby and US foreign policy, causando uma enorme polêmica nos Estados Unidos. Nesse trabalho, os autores explicam em detalhes como o lobby israelense em Washington vem trabalhando há décadas na construção e manutenção de relações privilegiadas entre os Estados Unidos e Israel. Como pensadores das Relações Internacionais que são, Mearsheimer e Walt buscavam entender por que os Estados Unidos continuavam a manter esse tipo de relação com Israel quando sabe-se que, desde o fim da Guerra Fria (e já se vão mais de 20 anos!), Israel não era mais um “trunfo” norte-americano, mas um “fardo”. Em suas pesquisas, os autores descobriram o poder do lobby isralense em Washington e os efeitos nefastos que esse lobby tem sobre a política externa norte-americana para o Oriente Médio e para os povos árabes-muçulmanos (vide a pressão já quase insuportável que esse lobby exerce sobre os Estados Unidos para que esses ataquem o Irã, por exemplo).
Assim como Mearsheimer e Walt, eu também acredito que a única coisa que pode explicar a irracionalidade da política externa norte-americana para o Oriente Médio é o poderoso lobby israelense em Washington que levou inclusive o então candidato à presidência dos Estados Unidos, Barak Obama, a dizer na sede da AIPAC (American Israel Public Affairs Committee) que Jerusalém ainda seria chamada de capital do Estado de Israel. Essa declaração foi feita ou por um Obama completamente ignorante da situação no Oriente Médio ou por um Obama já capturado pelo poder do lobby israelense em Washington. Note que sentado à mesa de negociações estão, de um lado, o Estado de Israel, apoiado incondicionalmente pela maior potência militar do planeta e, de outro, a Autoridade Nacional Palestina, dividida por tensões internas e sem o apoio explícito de nenhum membro da comunidade internacional. É por isso que insisto que seja abandonado de vez o clichê: “é preciso que israelenses e palestinos voltem à mesa de negociações”. Quando as relações de poder que se estabelecem entre duas partes são tão absurdamente desiquilibradas, não é possível haver negociações, porque um dos lados está ali apenas para ceder, e esse lado é o dos palestinos.

IHU On-Line – Que solução você daria para o conflito israelo-palestino? A criação de dois Estados seria o mais viável ou não? Por quê? 

Silvia Ferabolli –
 Sinceramente, não acredito na criação de dois Estados. Israel e Palestina estão tão profundamente interligados, devido à construção ininterrupta de assentamentos judaicos, que não é mais viável, hoje, a criação de um Estado palestino. Já existem diversos grupos israelenses e palestinos (sim, existe uma intensa, embora restrita, interação de israelenses e palestinos verdadeiramente comprometidos com uma solução justa para os dois lados) que pregam a criação de uma federação israelo-palestina. Essa seria a mais lógica das soluções para a situação que os palestinos enfrentam hoje: direitos iguais para israelenses e palestinos, dentro de uma federação que unisse os dois Estados.

Contudo, já se antecipando ao crescimento desse movimento pró-federação, o Estado de Israel aprovou uma lei que determina que o Estado de Israel é um Estado judaico (ou seja, a cidadania israelense será dada apenas a judeus) e todos os que vivem nesse Estado devem jurar defender Israel como um Estado judaico. Essa lei elimina qualquer possibilidade de uma federação entre os dois países, ou seja, não há solução para o conflito, pelo menos não dentro da lógica de “Estado” como conhecemos hoje. Talvez a solução para o problema dos palestinos (e dos curdos também, nesse sentido) só possa ser encontrada dentro de um arranjo de unidades políticas diferentes do Estado. O Estado existe há muito pouco tempo para que tenhamos que pensar na vida política única e exclusivamente dentro da lógica de sua existência.

IHU On-Line – Como avalia a postura, em geral, de Israel para com o povo palestino? 

Silvia Ferabolli – 
Os palestinos são vistos pelo Estado de Israel como um empecilho para a realização de seu “potencial estatal” – pedras que devem ser removidas do caminho da marcha israelense rumo à construção de um grande Estado judaico.

IHU On-Line – O que a ONU pode fazer para controlar o conflito israelo-palestino? Que intervenção ela pode realizar no sentido de minimizar ou resolver a crise estabelecida na região?

Silvia Ferabolli –
 A única coisa que poderia ser feita seria obrigar Israel a cumprir com as resoluções 242 (referente às linhas de 1967) e 338 (retorno da península de Golã à Síria). Mas, para isso, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU devem estar de acordo, o que não irá acontecer, já que os Estados Unidos vetam qualquer resolução da ONU que contrarie os interesses israelenses.

IHU On-Line – Como interpretar o veto americano, de 2011, contra o reconhecimento da Palestina como Estado constituído?

Silvia Ferabolli –
 Se Israel não reconhece a Palestina como Estado, os Estados Unidos não reconhecerão também. Simples assim. De qualquer maneira, convenhamos, a Palestina não é um Estado, pelo menos não no sentido weberiano clássico do termo, haja vista que os palestinos não detêm o monopólio do uso legítimo da força dentro de seu território. Aliás, os palestinos não detêm controle sobre suas fronteiras, espaço aéreo e nem mesmo da ajuda que recebem de vários países e organismos internacionais: o dinheiro passa primeiro por Israel, que então o repassa a ANP. Se isso é um Estado, então devemos repensar o que entendemos por esse termo.

IHU On-Line – Direitos básicos como o de liberdade religiosa e liberdade de expressão têm sido respeitados, na prática, por parte de autoridades em Israel? As denúncias de violação de direitos humanos na região têm fundamento? Há quem diga haver um apartheid entre israelenses e palestinos promovido por Israel. Isso de fato acontece?

Silvia Ferabolli –
 Porque Israel se reconhece como um Estado judaico, ele naturalmente tratará não judeus como cidadãos de segunda classe. Ainda existem os árabes judeus, que também sofrem preconceitos, assim como os israelenses muçulmanos também são vistos com maus olhos. A sociedade israelense é altamente estratificada. No topo, estão os judeus de origem europeia e, na base, os palestinos muçulmanos. Quanto à questão de violações de direitos humanos, para que Israel reconheça que viola direitos humanos quando fuzila uma família palestina remotamente conectada com um suposto terrorista, ele teria que reconhecer os palestinos como humanos dignos de direitos, e isso infelizmente não é o que acontece.

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