quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A MORTE DE UM EX-GUERRILHEIRO


"Fui preso em 21 de agosto de 1970, cerca de 7 horas da noite, na Tijuca, por uma equipe comandada pelo delegado [Sérgio Paranhos] Fleury, com meganhas dos Dops de São Paulo e do Centro de Informações da Marinha (Cenimar), um dos serviços de repressão mais barra-pesada da ditadura militar. Tinha 24 anos e estava militando clandestinamente no Rio de Janeiro, no chamado Grupo Tático Armado (GTA) da Ação Libertadora Nacional - um grupo de resistência à ditadura que foi comandado por Carlos Marighella, líder revolucionário que lutou pela liberdade desde 1935 e foi assassinado numa emboscada comandada por Fleury, em 4 de novembro de 1969. Eu estava sendo caçado pela ditadura e vivia com um identidade falsa, no Rio, participando de ações de guerrilha urbana contra a ditadura. Após a prisão fui sorteado para estrear a primeira "casa da morte" montada pela repressão no Brasil; junto com Eduardo Leite, o Bacuri, fomos levados para um centro clandestino de torturas no bairro de São Conrado, onde ficamos por três dias. Até então, os militantes presos eram levados para quartéis militares, onde sempre deixavam algum rastro. Na "casa da morte", não ficava nenhum registro".(Depoimento de Ottoni Guimarães Fernandes Jr. a Leticia Nunes. Ottoni ficou seis anos preso na ditadura; faleceu no último dia 28 de dezembro, na Argentina;foi diretor de Comunicação do Instituto Lula e secretário executivo da Secom entre 2007 e 2010, na gestão do ex-ministro Franklin Martins. O enterro será realizado nesta 6ª-feira, 04 de janeiro, às 14h, no cemitério Gethsemani - Morumbi, em São Paulo. O velório acontecerá a partir das 10h no mesmo local).

Nenhum comentário:

Postar um comentário