Rogéria Araújo
Jornalista da Adital
Adital
Enquanto os chefes de Estado se reuniram na 1ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Santiago, Chile, organizações, movimentos, entidades fizeram o contraponto e realizaram a Cúpula dos Povos, onde expuseram demandas que precisam ser resolvidas urgentemente pelos governadores dos países envolvidos na cúpula. Todas as atividades da Cúpula dos Povos tiveram como tema central "Pela Justiça Social, solidariedade internacional e soberania dos povos”. Os dois eventos começaram na última sexta-feira (25) e seguiram até ontem.
A declaração final do evento fez duras críticas à relação entre os países da União Europeia e os da América Latina e Caribe que, na maioria das vezes, vem priorizando os lucros dos investidores em detrimento dos direitos dos povos da região. A prova disso são os acordos comerciais ou bilaterais que não apresentam melhoria para a população e enriquecem os governos já ricos.
"É assim que estes Estados mercantilistas, as transnacionais e as corporações continuam sendo administradores da pobreza e da desigualdade social no mundo, amparados em algum tipo de democracia representativa, na mão da elite, que se distancia dos interesses das grandes maiorias de nosso povo”, afirma o documento.
Privatização, mercantilização dos serviços públicos, precarização do trabalho, deslocamento forçado dos povos originários, saque dos recursos naturais, crises ambientais, conflitos por terras. Estes também são apontados como frutos da péssima condição de submissão, onde os países menos desenvolvidos são ainda os principais prejudicados.
Mesmo com esse panorama, a Cúpula dos Povos 2013 ressaltou que os movimentos sociais organizados, cada vez mais, têm mostrado a que vieram. Seja protestando, demandando seus direitos, resistindo à usurpação de sua soberania, as populações se mostram em luta constante diante do capitalismo. E como esta fase já esta sedimentada em vários países da região latino-americana e caribenha, a proposta agora é seguir para outra etapa: a de políticas públicas efetivas emanadas por essa força popular.
"Os direitos e bens naturais arrebatados de nosso povo devem ser recuperados por meio da nacionalização, do sentido comunitário dos bens e serviços, dos meios de produção e do reconhecimento constitucional da natureza como sujeito de direito. Isto implica passar de ser resistência e movimentos reivindicativos a uma alternativa que contenha uma proposta política-social integral de país”, assinala a declaração final.
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