Rogéria Araújo
Jornalista da Adital
Adital
Mesmo com clara oposição da população hondurenha, a Lei de Mineração foi aprovada no último dia 23 de janeiro e segue gerando polêmica entre as organizações que lutaram e resistiram contra sua aprovação. No contexto latino-americano a indústria mineira vem destruindo populações e aumentado conflitos nos povos originários.
O Observatório de Conflitos Mineiros da América Latina (OCMAL) – que acompanha casos criminosos em países como Chile e Argentina – afirmou, diante da aprovação, que a oposição a esta indústria tem crescido consideravelmente pois o povo está ciente de que estes tipos de investimentos agridem o patrimônio natural das populações vulneráveis.
"Esta atividade não respeita direitos, destrói a base de subsistência das pessoas e inibe as possibilidades do bem viver das comunidades em seus territórios. Cada novo projeto mineiro vai, sem dúvida, acompanhado de um conflito com as comunidades onde os governos se alinham com as empresas transnacionais”, ressalta o Observatório.
Quanto a isso os números são bem expressivos. Segundo a base de dados do OCMAL os conflitos mineiros na região latino-americana chegam a 120 e ocorrem em 15 países.
No caso de Honduras a questão não será diferente. Como um país que continua sob os efeitos de um golpe de estado instaurado em 2009, a economia segue oscilante e a conjuntura política caminha para as práticas dos governos neoliberais que veem no enlace com grandes empresas transnacionais a solução para as crises.
"Esta lei constitui um enorme retrocesso na proteção ambiental e social em Honduras e é um reflexo dos poderes de fato e econômico que regem os destinos do país contra a vontade e os verdadeiros interesses da maiorias dos moradores que querem um desenvolvimento sustentável e com igualdade para toda a população, especialmente as mais vulneráveis”, afirma o comunicado.
O Observatório acrescenta que há uma atenção especial de toda América Latina voltada para Honduras e de solidariedade com sua população. Os movimentos organizados estarão prontos para denunciar qualquer ação que atente contra a segurança pessoal, social e ambiental desta população.
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