sexta-feira, 26 de abril de 2013

Inédito: Os jovens brasileiros preferem ser engenheiros do que advogados



 
Juan Arias
El País
Adital
Tradução: ADITAL
O país necessita com urgência de profissionais para dar andamento ao grande desenvolvimento no campo da energia

Por primeira vez, os jovens brasileiros começam a colocar os olhos nas faculdades de engenharia. Em algumas delas, o número de alunos inscritos superam os do curso de direito, enquanto que, até bem pouco tempo, ter um filho ou uma filha advogados era o sonho de qualquer família.
De fato, o Brasil era considerado o país dos advogados. Os 1.240 cursos de direito talvez superem aos de todos os outros países do mundo juntos. No total, os advogados habilitados para exercer a profissão são uns 800.000 mil; porém, poderiam chegar a três milhões se todos passassem no exame obrigatório na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Até agora, a engenharia tem sido a ‘cinderela’ dos interesses dos jovens. Hoje, o país conta com 600.000 engenheiros, seis para cada mil trabalhadores na ativa. Nos Estados Unidos da América e no Japão, a proporção é de 25 engenheiros por mil trabalhadores. Enquanto o Brasil coloca apenas 1,4% para a investigação em engenharia, os Estados Unidos põem 28,1% e o Japão, 10,3%.
A cada ano, o Brasil forma 26.000 engenheiros. Na China, são formados anualmente 450.000; na Índia, 200.000 e na Coreia do Sul, 80.000. E no Brasil a grande maioria dos engenheiros se formam em engenharia civil. Enquanto os cursos em Ciências Humanas e Sociais monopolizam 75% dos cursos universitários, a engenharia conta somente com 8,8%.
O Brasil necessita com urgência um novo exército de engenheiros para dar andamento ao grande desenvolvimento que tem pela frente, sobretudo no campo do petróleo e da energia em geral.
Não necessita com urgência somente de engenheiros, mas de todo tipo de trabalhadores qualificados. Há 14 anos, quando cheguei ao Brasil, fiz uma pequena investigação (veja em espanhol) em São Paulo. Visitei presidentes e diretores gerais de grandes empresas; fiz a todos a mesma pergunta: em que o país deveria investir com mais urgência. 98% responderam: em mão de obra qualificada. O presidente da Telefônica contou que quando eles chegaram ao Brasil necessitavam centenas de engenheiros elétricos e não os encontraram. Tiveram que formá-los nas carreiras...
Ricardo Gattass, superintendente da área de Universidades do Projeto de Inovação Finep,, do governo, declarou que a engenharia hoje "é um fator altamente estratégico para o Brasil”. E explica: "Sem engenheiros, não é possível levar a cabo um projeto de desenvolvimento industrial nacional”.
O mesmo afirma Luiz Carlos Bresser, advogado e ex-ministro de Economia do Brasil, para quem no país "há advogados e economistas de sobra, enquanto que, dramaticamente, faltam engenheiros”. Se a alta burocracia chinesa é formada em 80% por engenheiros, a do Brasil apenas chega a 10%.
O governo de Dilma Rousseff conhece a falta urgente de engenheiros sofrida pelo Brasil e mobilizou o Ministério da Educação, que lançou uma série de projetos para incentivar ditos estudos, como o Promove, ao que foi dedicado 45 milhões de reais. E o de Innova Engenharia, destinado a modernizar o ensino de Ciências nas Universidades.
La poca atracción que la facultad de ingeniería ha despertado hasta ahora entre los jóvenes brasileños, se debe, según la periodista de investigación, Márcia Telles, al hecho que ingeniería era presentada como el "bicho de las siete cabezas”, por su aparente dificultad.
Ello se debía sobre todo, según Telles, al hecho que en la enseñanza media, las asignaturas de física, química y matemáticas eran siempre las que presentaban peores resultados. Ello, porque los alumnos con una enseñanza de esas materias puramente teórica, sin laboratorios ni alicientes en el campo de la invención y de la experimentación, acababan suspendiendo dichas asignaturas lamayoríade ellos.
Ahora todo está cambiando. Hay ya colegios en los que los alumnos entran de lleno en la innovación, creando incluso nuevos robots y experimentando nuevos desafíos.
Quizás haya sido ese camino, incentivado por el ministerio de Educación lo que haya hecho despertar de repente una demanda tan importante para cursar ingeniería. Hasta el punto de que, en algunos centros, las inscripciones a los cursos de ingeniería empiezan a superar a los de derecho, que era la meca de la gran mayoría de los estudiantes brasileños.
Así, el país empieza a industrializarse también en la Universidad de la que tendrán que salir los futuros constructores del milagro económico que no puede limitarse a incentivar consumo y crédito fácil, sino que deberá ponerse al frente de un gran movimiento nacional de innovación científica y más cuando los jóvenes brasileños figuran hoy entre los más creativos del mundo.
Quizás así, el PIB de Brasil volvería a crecer y a poder competir en el exterior, en vez de quedarse a la cola, como lo hizo el pasado año de los otros países del Bric y de muchos de América Latina.

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