No mês de outubro de 2009, estive na Bolivia, com minha esposa Eliane, onde asfixiamos uma parte de nossa ignorância política alimentada por informações geradas e geridas por poderosos interesses econômicos e políticos A Bolívia é uma Nação que está na estatística social e econômica da América na penúltima colocação, ficando apenas na frente do Haiti.
Não é fácil colocar no papel informações que nos leve há uma fotografia completa e nítida do que é a Bolívia atual. Mas é algo desafiante e que merece uma grande atenção de todos que estiverem interessados em ter uma visão e opinião sobre o que anda acontecendo por lá. Ver e vivenciar é melhor que somente ouvir pela boca de outro. Mas constatar pode ser enriquecido com outras visões. Um não invalida o outro, podem se complementar: ver/viver/ouvir. A omissão é um péssimo caminho.
O objetivo era percorrer o interior da Bolivia, mas La Paz, seus arredores e a sua dinâmica de funcionamento nos fizeram mudar de idéia. Um aglomerado humano de 2,0 milhões de pessoas, num país com 10,0 milhões e que vive numa efervecência política e social, nos motivou caminhar por dez dias por ruas, praças, feiras, comercio, bares, famílias, eventos culturais e conversas mais reservadas, para tentar entrar na alma do seu coletivo. Começar a conhecer um povo que quer ter, e, luta para ter uma vida digna. Enfrentou os colonizadores espanhóis e poderosas empresas/famílias donas da grande riqueza localizada no solo: gás, petróleo, estanho e lítio.
Pelas ruas andando a pé, de taxi, de ônibus e mesmo nas vans que sobem e descem as ladeiras de La Paz em momento algum vivi situação de desconforto ou mesmo insegurança. Vi uma imensa passeata que pedia mais atenção para as crianças, ao som de: mais educação senhor prefeito jardineiro.
Mas você poderá estar se perguntando o que eu fui fazer na Bolívia. A resposta é rápida. O primeiro motivo é que meu filho Vinicius trabalha lá como jornalista correspondente do semanário Brasil de Fato, que é editado em São Paulo e fala sobre a realidade social, econômica e política, pensa o Brasil e a América Latina. Eu tenho convicção que jornalista que quer ser jornalista, deve ser 24 horas por dia. Do tipo tempo integral, ter opinião própria e respeitar a opinião dos outros.
No período que permaneci na Bolivia era o tempo pré-eleitoral, que mais adiante aprovou ao reconduzir por meio de votação popular Evo Morales para mais um mandato de cinco anos. Morales teve 64% do eleitorado. Ele é descendente dos nativos da Bolivia, no caso a etnia Aymara.
Pedi a Vinicius que destacasse pontos interessantes e ele indicou:
-Na saúde existem hoje 1.500 médicos cubanos que atuam em todo país, que ao longo de sua última gestão fizeram 444 mil cirurgias oftalmológicas.
-O analfabetismo foi erradicado. A evasão escolar caiu de 5,3% para 2,0 % no ensino fundamental.
-A arrecadação do Estado cresceu de 2,4 para 8,5 bilhôes de dólares com a nacionalização do setor petrolífero.
-Talvez valha citar que hoje o povo, por ter um presidente indígena, tem menos vergonha e menos medo de se admitir enquanto tal, combatendo a cultura colonizadora que nos faz ainda hoje tentar negar nossas raízes, alimentando o fetiche de ser o que não somos.
Pretendo retornar, ir ao interior para ver e saber como vivem. BolÍvia, me aguarde.
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