terça-feira, 27 de novembro de 2012

Palestinos esperam apoio em fórum


Fórum Social Mundial Palestina Livre reúne organizações, intelectuais e políticos em Porto Alegre esta semana. Em momento complicado da região, encontro será manifestação de apoio à causa palestina.

Aurea Santosaurea.santos@anba.com.br
São Paulo – Políticos, intelectuais, organizações, sindicatos e associações do Brasil e exterior vão debater a ocupação israelense e a criação de um estado palestino durante o Fórum Social Mundial Palestina Livre (FSM), que ocorre de 28 de novembro a 1º de dezembro em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A expectativa é que a população contribua no debate da causa palestina, em um momento de ânimos estremecidos na região.

"Estamos com muita esperança de que o fórum será um passo avançado a favor da justiça no Oriente Médio e do direito internacional. Este será um evento no qual a sociedade civil dará a sua contribuição à causa palestina", afirma Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina em Brasília.

O evento ocorre logo após a Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islâmico Hamas, ter sofrido diversos ataques das forças armadas de Israel, que deixaram mais de 160 palestinos mortos.

No outro território palestino, a Cisjordânia, o controle é do partido político Fatah, liderado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Durante o Fórum, Abbas estará em Nova York, nos Estados Unidos, onde, no dia 29, pleiteará o status para a Palestina de "estado observador" na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Com isso, ele enviará a Porto Alegre como seu representante Nabil Shaath, comissário de Relações Internacionais do Fatah. Segundo Emir Mourad, secretário-geral da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), uma das entidades organizadoras do evento, em sua participação, Shaath "deve abordar a solidariedade internacional ao povo palestino, o direto ao retorno [dos refugiados] e a autodeterminação, que é a criação do estado da Palestina".

Pelo governo brasileiro, segundo informações da secretaria do fórum, estão confirmadas as presenças de Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, e de Maria do Rosário Nunes, ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos.

Conferências

A primeira conferência do fórum acontece no dia 29, sob o tema "Direito internacional, direitos humanos e julgamento de criminosos de guerra". No dia 30, haverá duas conferências, "Estratégias de luta e solidariedade: boicote, desinvestimento e sanções (BDS) contra Israel como um exemplo" e "Por um mundo sem muros, bloqueios, discriminação racista e patriarcado". No dia 1º de dezembro, as últimas conferências serão "Resistência popular palestina e o apoio dos movimentos sociais" e "Direito de retorno e autodeterminação".

Em paralelo às conferências, vão ocorrer atividades como seminários, apresentações e lançamentos de livros promovidos por associações do Brasil e da Palestina e por 40 países da América do Sul, Oriente Médio, Américas, África e Ásia. Ao todo, serão mais de 120 atividades diferentes realizadas pelos grupos participantes.

O conflito

Desde a criação do estado de Israel, em 1947, os palestinos reivindicam a formação do Estado da Palestina, com Jerusalém Oriental como sua capital, além do direito de retorno dos refugiados, palestinos que foram expulsos de suas casas durante a formação do estado judeu e da Guerra dos Seis Dias em 1967.

Atualmente, os palestinos não possuem um estado próprio e vivem nos chamados territórios ocupados, da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.

O Brasil apoia a criação do Estado da Palestina no âmbito da ONU. Em dezembro de 2010, o governo brasileiro reconheceu a Palestina de acordo com as fronteiras estabelecidas em 1967. Em outubro deste ano, a presidente Dilma Rousseff reiterou o apoio durante a Cúpula América do Sul – Países Árabes (Aspa), em Lima, no Peru.

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