quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Países da América Central têm previsão de perdas de 5% a 40% na safra de café



Valor - Carine Ferreira

Apesar das quedas dos preços do café arábica observadas na semana passada na bolsa de Nova York, com muitos agentes de bolsa justificando o recuo pela grande oferta do grão no mercado mundial, o Conselho Nacional do Café (CNC) demonstra preocupação com a redução da produção na América Central, afetada pela ferrugem, falta de investimentos e pelo clima adverso.

O CNC, em seu boletim semanal, afirma que os relatos mais recentes apontam que os principais países produtores do continente devem sofrer perdas de 5% a 40% na safra cafeeira somente em virtude da incidência da ferrugem, provocada pelo fungo “roya”.

As projeções de entidades produtoras dos países da América Central apontam a incidência da doença em 5% dos cafezais da Nicarágua; 6% na Costa Rica; 15% na Guatemala; de 20% a 30% em Honduras; de 20% a 40% em El Salvador.

O México, na América do Norte, também está sendo afetado pela ferrugem do café. As previsões iniciais apontavam crescimento de até 20% na safra 2012/13, mas os prognósticos serão revistos. Segundo agências de notícias internacionais, existe uma contaminação agressiva do fungo nos cafezais do Estado de Chiapas, que ameaça reduzir a safra do país. O México colheu 4,3 milhões de sacas em 2011/12.

A própria Organização Internacional do Café (OIC), em seu último relatório sobre mercado referente a dezembro de 2012, reduziu em 1,3% a estimativa de produção mundial no ciclo 2012/13, para 144,1 milhões de sacas.

De acordo com a entidade, a revisão foi em função da menor safra esperada de alguns países da América Central por causa do clima adverso, pragas e doenças. Além disso, a OIC acrescentou que relatos de ferrugem em vários países centro-americanos poderão encurtar ainda mais essa projeção. A produção da América Central somada à do México é projetada pela OIC em 19,736 milhões de sacas, o que representa 13,69% da colheita mundial prevista pela entidade em 2012/13.

De acordo com o CNC, esse cenário preocupante sobre a sanidade dos cafezais centro-americanos fica ainda mais grave ao analisar o comportamento dos preços praticados.

Com as cotações em níveis que praticamente equivalem aos custos de produção, não há como o produtor de café investir no combate ou no controle da ferrugem e de outras pragas e doenças.

Caso o mercado não reaja, segundo o CNC, “fazemos o alerta que o equilíbrio entre oferta e demanda mundial poderá se perder e poderemos notar escassez do produto em curto e médio prazos”.
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