Caces. Cinco letras que não dizem nada para pós-graduados. No entanto, elas atraem desempregados sem qualificação, sejam jovens de zonas urbanas carentes ou quinquagenários demitidos de fábricas fechadas em Auvergne ou Seine-Maritime. "É o canal para encontrar trabalho no momento", resume Julien, 20, em frente à AFPA (Associação Nacional para a Formação Profissional de Adultos) de Cantin, perto de Doaui. "Nas agências de emprego, todos os anúncios exigem o Caces. Estou cansado de perder oportunidades de empregos, então vim aqui para obtê-lo, como meus dois irmãos já fizeram."
Jean-Baptiste Chastand
Jean-Baptiste Chastand
Policiais espanhóis participam de manifestação contra as medidas dogoverno para enfrentar a crise econômica, no centro de Madri
Foi justamente na esperança de poder se inscrever em um deles que onze desempregados assistiram no início de dezembro à palestra sobre as profissões de logística, coordenada por Dominique Seddaoui. Seus currículos contam trajetórias desconjuntadas de trabalhos temporários por contratos breves. Alexandre, 25, largou a escola aos 14 anos. Desde então ele trabalhou como "coletor de endívias", ajudante de cozinha e repositor de supermercado. Apesar de sua formação no setor de madeira, Farid, 31 , por muito tempo trabalhou como vendedor ambulante de roupas, antes de uma série de passagens pela indústria automobilística. Isabelle, 46, tem um certificado de mecânica em confecção industrial. Desde então ela foi passadeira, garçonete em uma padaria, gerente de um café. Em seguida ela passou dezoito meses como "preparadora de pedidos" na Kiabi.
Durante sua entrevista individual, Davy, 21, lhe contou ter abandonado o colegial técnico por um trabalho temporário de 16 meses em um armazém. Ele ficou encantado: "É um trabalho manual, mas não como o de pedreiro, sabe, não se sujam as mãos, então ainda é bom". Mas em agosto seu contrato não foi renovado e ele se viu sem nada.
Esse tipo de decepção, frequente, faz com que a maior parte das conselheiras dos centros de colocação profissional de jovens adote cautela diante do entusiasmo causado pela chegada da Amazon. "É internet, é americana, parece cool. Até alguns anos atrás, os jovens só falavam de Kiabi. E depois passou, quando eles foram trabalhar lá, sobretudo em contratos temporários, recebendo um salário mínimo", observa Carole Powazka. "Evidentemente é uma verdadeira oportunidade para os desempregados da região, mas vem acompanhada da precariedade. Então isso levanta questões sobre a construção de um projeto de futuro".
Esse tipo de decepção, frequente, faz com que a maior parte das conselheiras dos centros de colocação profissional de jovens adote cautela diante do entusiasmo causado pela chegada da Amazon. "É internet, é americana, parece cool. Até alguns anos atrás, os jovens só falavam de Kiabi. E depois passou, quando eles foram trabalhar lá, sobretudo em contratos temporários, recebendo um salário mínimo", observa Carole Powazka. "Evidentemente é uma verdadeira oportunidade para os desempregados da região, mas vem acompanhada da precariedade. Então isso levanta questões sobre a construção de um projeto de futuro".
O presidente da associação de municípios que lutou para atrair a Amazon, sobretudo por promessas de auxílios públicos, quer se mostrar pragmático. "Em 2015, ela será a segunda maior empregadora do setor depois da Renault. Há 14% de desempregados aqui", lembra Christian Poiret. "Então meu objetivo não é que as pessoas ganhem fortunas, mas sim permitir que elas sustentem suas famílias com seu trabalho em vez de subsídios do governo".
Tradutor: Lana Lim
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