Arquiteto brasileiro descendente de alemães morreu no dia 5 de dezembro, aos 104 anos de idade.
Oscar Niemeyer era um homem de princípios. E abominava especialmente duas coisas: a primeira era o capitalismo, que o arquiteto sempre tentava superar em seus trabalhos. Como consta ter dito certa vez o ex-ditador cubano Fidel Castro, ele e Niemeyer eram possivelmente os últimos comunistas restantes no planeta Terra. E a outra coisa que ele odiava eram os ângulos retos.
A “curva livre e sensual”, que se encontra nas montanhas ou no corpo da mulher amada, era seu parâmetro, dizia o arquiteto. Praticidade, clareza e reprodutibilidade não eram categorias nas quais ele pensava. Chegou a acontecer de o diretor de um museu, ao incumbir Niemeyer de um projeto, lembrar que ele deveria, por favor, pensar que as pessoas iriam querer dependurar quadros nas paredes, ou seja, que estas não poderiam ser todas curvas. Pois suas obras eram, segundo o veredicto do semanário alemão Die Zeitno obituário sobre o arquiteto, “atraentemente ergonômicas, mas completamente não práticas”.
Um dos seis filhos de um comerciante descendente de alemães, Oscar Niemeyer nasceu a 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. Depois de se formar em Arquitetura, tornou-se internacionalmente reconhecido pela primeira vez em 1943 em função do projeto do Ministério brasileiro da Saúde. Quatro anos mais tarde, já participava da construção da sede das Nações Unidas em Nova York. Mas seu maior projeto foi, de fato, Brasília, a nova capital do país, construída em quatro anos. Sua utopia de uma cidade isenta de classes sociais, na qual os parlamentares moram ao lado do lixeiro, acabou não se tornando realidade, mas Niemeyer pôde concretizar ali suas visões arquitetônicas de maneira ímpar em sua vida.
Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), Niemeyer foi proibido de trabalhar, tendo neste período realizado majoritariamente projetos no exterior. Foi nesta época que ele projetou, por exemplo, a nova sede do Partido Comunista Francês, em Paris, e um edifício de apartamentos residenciais em Berlim, no então recém-construído bairro Hansaviertel. Apesar de todas as dificuldades, ele sempre se manteve fiel à arquitetura. Mesmo quando seu médico o aconselhou a levar uma vida mais tranquila, em função da idade avançada, ele aparecia todos os dias às nove horas da manhã em seu escritório para trabalhar. No entanto, sua saúde não pôde mais acompanhar seu entusiasmo. No dia 5 de dezembro de 2012, Oscar Niemeyer morreu, dez dias antes de completar 105 anos.
Florian Reiter
Copyright: Goethe-Institut e. V., Redação online
Dezembro de 2012
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Dezembro de 2012
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