Quatro anos já se passaram desde que estourou a crise financeira que começou em Wall Street e se espalhou pelo mundo, mergulhando os países ricos na pior recessão desde o "crash" de 1929.
Blog Revista Samuel
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Desde o começo estava bem claro que a causa da crise foi o estouro de uma gigantesca "bolha" de empréstimos imobiliários mal feitos que causou prejuízo e o caos a nações inteiras. Sabe quantos executivos e banqueiros, responsáveis por aquelas operações, foram punidos até agora?
Nenhum.
Nova York, sede do Citigroup, novembro de 2007. Ao perceber que quase 60% dos créditos hipotecários que o Citi comprava não estavam de acordo com as regras de segurança que o próprio banco estabelecia para si, o vice presidente responsável pela área de crédito, Robert Bowen, mandou um e-mail para toda a direção do banco, incluindo quatro executivos sênior acima dele e o presidente Robert Rubin (ex-secretario do Tesouro no governo Bill Clinton).
Bowen deu este depoimento ao documentário-reportagem "The Untouchables" (Os Intocáveis) exibido terça-feira pela produtora americana de TV Frontline.
Naquela mensagem, Bowen alertava para o risco que o Citi estava correndo, de que a maior parte dos devedores de sua carteira de credito imobiliario, no valor de US $ 90 bilhões, não pagassem seus empréstimos.
A resposta da direção do banco: silêncio.
Bowen garante que mandou a seus superiores o número de seu celular pessoal e disse que podiam ligar para ele no fim de semana para conhecer os detalhes do problema. Nada, ninguém ligou. Dezembro veio, e nem um dos chefes entrou em contato com Bowen.
Em 2009, praticamente quebrado, o Citigroup recebeu US$ 45 bilhões em ajuda do governo americano (leia-se contribuintes) para não fechar, já que acumulava bilhões de dólares em prejuízos por empréstimos hipotecários não pagos.
O contundente depoimento de Bowen, um alto funcionário de um dos bancos-pivô da crise financeira internacional é só mais um. O documentário traz vários outros depoimentos de cair o queixo, pessoas que trabalharam em todo o processo, podiam se esconder com medo de retaliações, mas não.
Deram a cara e descreveram as fraudes, como alguns dos agentes responsáveis por analisar os cadastros das famílias que pediam dinheiro para comprar casas muito acima de suas posses e, surpreendentemente, tinham o dinheiro liberado.
Os agentes contam que viram, sim, que os clientes não tinham condições de pagar. Mas eram obrigados a fingir que não viram e empurrar dinheiro pelo ralo.
No entanto, o Departamento de Justiça americano diz que não tem como provar que houve fraude. Por isso ninguém foi preso.
Em 9 de janeiro de 2009, ao deixar o comando do banco, Robert Rubin deixou uma carta para seu sucessor Vikram Pandit, na qual, segundo a agência Reuters, dizia que seu "único arrependimento" foi não ter "previsto" (essa é boa) as "circunstâncias extremas" em que o sistema financeiro se encontrava, apesar de ter passado tantos anos trabalhando no setor.
Revoltados, os americanos ocuparam Wall Street em protesto - como se vê na foto acima, que é do site World News Australia.
Mas não conseguiram o que queriam.
Nenhum.
Nova York, sede do Citigroup, novembro de 2007. Ao perceber que quase 60% dos créditos hipotecários que o Citi comprava não estavam de acordo com as regras de segurança que o próprio banco estabelecia para si, o vice presidente responsável pela área de crédito, Robert Bowen, mandou um e-mail para toda a direção do banco, incluindo quatro executivos sênior acima dele e o presidente Robert Rubin (ex-secretario do Tesouro no governo Bill Clinton).
Bowen deu este depoimento ao documentário-reportagem "The Untouchables" (Os Intocáveis) exibido terça-feira pela produtora americana de TV Frontline.
Naquela mensagem, Bowen alertava para o risco que o Citi estava correndo, de que a maior parte dos devedores de sua carteira de credito imobiliario, no valor de US $ 90 bilhões, não pagassem seus empréstimos.
A resposta da direção do banco: silêncio.
Bowen garante que mandou a seus superiores o número de seu celular pessoal e disse que podiam ligar para ele no fim de semana para conhecer os detalhes do problema. Nada, ninguém ligou. Dezembro veio, e nem um dos chefes entrou em contato com Bowen.
Em 2009, praticamente quebrado, o Citigroup recebeu US$ 45 bilhões em ajuda do governo americano (leia-se contribuintes) para não fechar, já que acumulava bilhões de dólares em prejuízos por empréstimos hipotecários não pagos.
O contundente depoimento de Bowen, um alto funcionário de um dos bancos-pivô da crise financeira internacional é só mais um. O documentário traz vários outros depoimentos de cair o queixo, pessoas que trabalharam em todo o processo, podiam se esconder com medo de retaliações, mas não.
Deram a cara e descreveram as fraudes, como alguns dos agentes responsáveis por analisar os cadastros das famílias que pediam dinheiro para comprar casas muito acima de suas posses e, surpreendentemente, tinham o dinheiro liberado.
Os agentes contam que viram, sim, que os clientes não tinham condições de pagar. Mas eram obrigados a fingir que não viram e empurrar dinheiro pelo ralo.
No entanto, o Departamento de Justiça americano diz que não tem como provar que houve fraude. Por isso ninguém foi preso.
Em 9 de janeiro de 2009, ao deixar o comando do banco, Robert Rubin deixou uma carta para seu sucessor Vikram Pandit, na qual, segundo a agência Reuters, dizia que seu "único arrependimento" foi não ter "previsto" (essa é boa) as "circunstâncias extremas" em que o sistema financeiro se encontrava, apesar de ter passado tantos anos trabalhando no setor.
Revoltados, os americanos ocuparam Wall Street em protesto - como se vê na foto acima, que é do site World News Australia.
Mas não conseguiram o que queriam.
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