sábado, 22 de dezembro de 2012

Carta de Conjuntura aponta recuperação da economia




No acumulado do ano, crescimento do PIB ficou a cargo do setor de serviços
Crédito: Gabriel Vasconcelos
Fernando Ribeiro, Marco Cavalcanti e Cláudio Hamilton apresentaram o estudo

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou a Carta de Conjuntura Econômica de dezembro nesta quarta-feira (19), no Rio de Janeiro. O documento foi apresentado pelo coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Ipea, Fernando Ribeiro. Os técnicos de Planejamento e Pesquisa Marco Antonio Cavalcanti e Claudio Hamilton Santos também estavam à mesa para responder perguntas dos jornalistas.

Na fala de abertura, Claudio Hamilton disse que o esforço de conjuntura é muito mais de sistematizar o momento atual que fazer previsões para 2013. Segundo ele, o país passou por uma distribuição de renda sem igual no passado recente e isto resultou em um forte crescimento, que arrefeceu na segunda metade de 2011.

“Sabemos que esta desaceleração não afetou o mercado de trabalho e nem foi uniforme. Alguns setores sofreram mais que outros, como é o caso da indústria. Ainda assim, hoje temos uma economia em recuperação”, completou.

Os números comprovam a afirmação. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,6% no terceiro trimestre em relação ao segundo, o melhor resultado desde o início de 2011. Quanto à indústria, em outubro a produção teve alta de 0,9% com relação a setembro e, pela primeira vez desde 2011, houve expansão do setor na comparação com o mesmo mês do ano anterior (+2,3%).

Retomada do investimentoApesar da recente recuperação, o retrospecto está aquém do desejado, sobretudo no setor industrial, que acumula queda de 2,7% na produção em doze meses. Mesmo assim, os efeitos negativos dessa baixa no PIB e no mercado de trabalho foram contrapostos pelo crescimento do setor de serviços ao longo de 2012 (+1,5%).

Em outubro, a taxa de desemprego ficou em 5,3%, a mais baixa para o mês desde 2002. Isso se deve ao fato de quase 80% dos empregos formais gerados neste ano estarem ligados às atividades de comércio e serviços. Estas áreas, que já acumulam naturalmente um maior número de trabalhadores, ainda foram beneficiadas pela continua expansão da renda e consumo.

Contudo, um quadro ideal apontaria crescimento bom e nivelado em todos os setores da economia, de acordo com Fernando Ribeiro. “Uma retomada mais vigorosa e sustentada do crescimento pressupõe a recuperação do setor industrial”, afirmou. Para isso, o coordenador do GAP defendeu que é necessário acelerar o investimento, mas sem pressionar ainda mais o setor de serviços, sem acelerar a inflação ou induzir um aumento do déficit externo.

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