Espresso ou Expresso?
A moda que mais pegou no Brasil em 2012 foi, sem dúvida, o Espresso. Esse método de preparo, que vem conquistando espaço no Brasil e no mundo inteiro, utiliza, em sua maioria , um grande percentual de grãos brasileiros. Eu argumento que ele tem até influenciado muito a forma de produzir café no Brasil. Vamos analisar então o que é o Espresso e de onde ele vem.
Durante o século XIX, o café foi crescendo em popularidade, tornando-se a bebida preferida na Europa e várias casas de Café começaram a surgir.
Porém, até então, levava-se cinco minutos para se preparar uma xícara!
Foi assim até 1884, quando um italiano chamado Ângelo Moriondo, de Torino, criou a primeira máquina que utilizava pressão à vapor para acelerar a extração do café.
Apesar de Moriondo ter sido o primeiro a inventar esta máquina, foi a criação de Desiderio Pavoni que desenvolveu as maquinas de café Ideale e que trouxe a novidade dos “portafilters”, que possibilitou a extração na xícara em apenas alguns segundos. Essa ainda não era a máquina espresso como as que conhecemos hoje, pois elas não podiam gerar mais do que dois “bares” de pressão sem queimar o café. Mas a grande novidade era que agora as cafeterias podiam servir mais de 1000 cafés por hora!
Não se sabe bem porque foram os italianos que inventaram a primeira máquina de café espresso. Talvez por sua natureza criativa, talvez pelo crescente amor pela bebida, ou talvez pelo fato deles não terem colônias produtoras de café. Indiscutivelmente, essas máquinas de espresso vieram para apressar o processo e utilizar menos grãos de café. Nessa época não se falava de cafés especiais.
A máquina de Espresso como as que conhecemos hoje foi inventada por Achilles Gaggia, em 1948. Esse proprietário de uma cafeteria de Milão foi o primeiro a utilizar um sistema de pressão ao invés do sistema de vapor. Esse novo sistema de 9 “bares” de pressão criou uma bebida muito mais concentrada que terminava com uma camada de espuma, a qual ele passou a chamar de “crema”. Gaggia criou o que hoje ainda é a tradicional máquina de espresso Italiano – 7 gramas de café para 15 ml de espresso (curto) e 14 gramas de café para 30 ml de espresso (longo). Apesar de muita resistência no início, Gaggia convenceu os italianos de que somente os melhores cafés produziam a “crema” e a nova bebida acabou tornando um símbolo da moda.
Essa forma de espresso italiano acabou se espalhando pela Europa e para o resto do mundo. Nos Estados Unidos foi um sucesso instantâneo, quando a Starbucks apresentou esse novo conceito de bebida e estilo de cafeteria, que tiveram um crescimento exponencial nos anos 90’s.
A diferença entre as máquinas do Pavoni e do Gaggia não era na velocidade de confeccionar o café, mas sim na pressão aplicada. Era a criação de uma bebida mais concentrada do tamanho de um “shot” de cachaca.
Na verdade, eu gosto de comparar o espresso a uma dose pura de um whisky ou de uma cachaça, pela sua natureza de ser uma bebida mais rica, com sabores mais concentrados e mais fortes. Desta forma, um café espresso com muita acidez vai proporcionar um sabor muito mais agressivo, como se alguém tivesse espremido um limão na xícara. Os cafés brasileiros, apesar de poder apresentar grande variação dependendo da região onde são cultivados, em uma escala mundial são geralmente muito mais adocicados e com menor teor de acidez. Essas características fizeram com que Andrea Illy e muitos outros compradores viessem ao Brasil para aperfeiçoar seus “blends” de cafés para o espresso.
É aqui que eu então gostaria de colocar a questão: essa bebida deveria se chamar ESPRESSO ou EXPRESSO?
Os povos de língua portuguesa são os únicos que utilizam o “X“ ao invés do “S”. No meu entender, isso está diretamente relacionado a tradução literal do italiano, no que se refere a velocidade da extração da bebida. Entretanto, os italianos criaram essa bebida para a confecção rápida mas principalmente pela pressão aplicada, e como eu coloquei acima, o espresso hoje é feito puramente pela mudança na pressão aplicada.
A palavra ESPRESSO não existe em português, mas não estaria na hora de honrarmos essa palavra como mais um estrangeirismo em nossa língua assim como já fazemos com Shopping, Croissant e Delivery?
Esta matéria é de uso exclusivo do CaféPoint, não sendo permitida sua cópia e réplica sem prévia autorização do portal e de seu autor.
Durante o século XIX, o café foi crescendo em popularidade, tornando-se a bebida preferida na Europa e várias casas de Café começaram a surgir.
Foi assim até 1884, quando um italiano chamado Ângelo Moriondo, de Torino, criou a primeira máquina que utilizava pressão à vapor para acelerar a extração do café.
Apesar de Moriondo ter sido o primeiro a inventar esta máquina, foi a criação de Desiderio Pavoni que desenvolveu as maquinas de café Ideale e que trouxe a novidade dos “portafilters”, que possibilitou a extração na xícara em apenas alguns segundos. Essa ainda não era a máquina espresso como as que conhecemos hoje, pois elas não podiam gerar mais do que dois “bares” de pressão sem queimar o café. Mas a grande novidade era que agora as cafeterias podiam servir mais de 1000 cafés por hora!
Não se sabe bem porque foram os italianos que inventaram a primeira máquina de café espresso. Talvez por sua natureza criativa, talvez pelo crescente amor pela bebida, ou talvez pelo fato deles não terem colônias produtoras de café. Indiscutivelmente, essas máquinas de espresso vieram para apressar o processo e utilizar menos grãos de café. Nessa época não se falava de cafés especiais.
A máquina de Espresso como as que conhecemos hoje foi inventada por Achilles Gaggia, em 1948. Esse proprietário de uma cafeteria de Milão foi o primeiro a utilizar um sistema de pressão ao invés do sistema de vapor. Esse novo sistema de 9 “bares” de pressão criou uma bebida muito mais concentrada que terminava com uma camada de espuma, a qual ele passou a chamar de “crema”. Gaggia criou o que hoje ainda é a tradicional máquina de espresso Italiano – 7 gramas de café para 15 ml de espresso (curto) e 14 gramas de café para 30 ml de espresso (longo). Apesar de muita resistência no início, Gaggia convenceu os italianos de que somente os melhores cafés produziam a “crema” e a nova bebida acabou tornando um símbolo da moda.
Essa forma de espresso italiano acabou se espalhando pela Europa e para o resto do mundo. Nos Estados Unidos foi um sucesso instantâneo, quando a Starbucks apresentou esse novo conceito de bebida e estilo de cafeteria, que tiveram um crescimento exponencial nos anos 90’s.
A diferença entre as máquinas do Pavoni e do Gaggia não era na velocidade de confeccionar o café, mas sim na pressão aplicada. Era a criação de uma bebida mais concentrada do tamanho de um “shot” de cachaca.
Na verdade, eu gosto de comparar o espresso a uma dose pura de um whisky ou de uma cachaça, pela sua natureza de ser uma bebida mais rica, com sabores mais concentrados e mais fortes. Desta forma, um café espresso com muita acidez vai proporcionar um sabor muito mais agressivo, como se alguém tivesse espremido um limão na xícara. Os cafés brasileiros, apesar de poder apresentar grande variação dependendo da região onde são cultivados, em uma escala mundial são geralmente muito mais adocicados e com menor teor de acidez. Essas características fizeram com que Andrea Illy e muitos outros compradores viessem ao Brasil para aperfeiçoar seus “blends” de cafés para o espresso.
O tradicional ristretto italiano
É aqui que eu então gostaria de colocar a questão: essa bebida deveria se chamar ESPRESSO ou EXPRESSO?
Os povos de língua portuguesa são os únicos que utilizam o “X“ ao invés do “S”. No meu entender, isso está diretamente relacionado a tradução literal do italiano, no que se refere a velocidade da extração da bebida. Entretanto, os italianos criaram essa bebida para a confecção rápida mas principalmente pela pressão aplicada, e como eu coloquei acima, o espresso hoje é feito puramente pela mudança na pressão aplicada.
A palavra ESPRESSO não existe em português, mas não estaria na hora de honrarmos essa palavra como mais um estrangeirismo em nossa língua assim como já fazemos com Shopping, Croissant e Delivery?
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