Na semana passada, a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e a Fepale (Federação Panamericana de Lácteos) realizaram em Goiânia, Goiás, o I Encontro Latino-Americano de Cooperativas de Laticínios. A iniciativa visou a troca de experiências entre cooperativas dos diversos países, representando um passo importante na integração de informações entre estes agentes. Entre as cooperativas brasileiras, estiveram presentes a CCGL, Centroleite, Minas Leite, Complem, Cemil, Cooprata e Veneza, entre outras.
Foto: Caio Vianna, da CCGL
Para as cooperativas brasileiras, o momento é oportuno. Nos últimos 20 anos, as cooperativas perderam espaço na captação. No ano passado, um dos grandes símbolos do cooperativismo das décadas de 80 e 90, a Cooperativa Paulista (CCL), encerrou as atividades após diversos anos de agonia. Há, no entanto, novos projetos e novas visões para o cooperativismo lácteo, principalmente na região Sul do país.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, ressaltou na abertura que diante do contexto de competição cada vez mais intensa, é preciso repensar não só o cooperativismo lácteo, mas o próprio setor. "O que queremos como setor lácteo no Brasil?", provocou, remetendo à necessidade de se ter uma agenda de longo prazo. Lopes questionou qual é o papel da cooperativa no novo contexto de mercado. "Será que o que realmente importa é a estrutura física, ou é estratégia e inteligência de mercado".
Várias cooperativas presentes são líderes em seus mercados, muitas vezes competindo com grandes empresas multinacionais. É o caso da chilena Colun, hoje a principal indústria láctea do Chile, mesmo tendo como competidores a Nestlé e a Fonterra (esta através da Soprole).
Ao ser questionado sobre como manter essa posição, o presidente da Colun, Augusto Fuchs foi taxativo: "temos uma fábrica moderna e eficiente; temos uma marca forte e reconhecida pelos consumidores. Assim conseguimos remunerar bem o nosso cooperado e permanecer na liderança".
Um ponto comum entre as cooperativas estrangeiras que participaram do evento é o profissionalismo e a visão de que mercado é o mesmo para todas as empresas, cooperativas ou não e, portanto, a eficiência deve fazer parte do dia-a-dia da cooperativa.
Além de Fuchs, da Colun, participaram das discussões Wilson Cabrera, presidente da Conaprole, maior empresa do Uruguai e que possui mais de 60% da captação e processamento locais; Bernardo Macaya, presidente da Fepale e vice-presidente da Cooperativa Dos Pinos, da Costa Rica, que agora se expande para outros países da América Central, devendo se tornar o grande player regional e Nicola Shadboldt, diretora da Fonterra, como palestrante convidada, que abordou as tendências de mercado. Os dirigentes da argentina SanCor, previstos para vir ao evento, não puderam deixar o país em função da greve da semana passada.
O evento teve a participação de diversos dirigentes brasileiros e representou um passo interessante no sentido da aproximação de países e empresas que, muitas vezes, estão em lados opostos da mesa de negociações.
Na abertura, Haroldo Max de Souza, presidente da Centroleite e da OCB-Goiás, ilustrou: "estamos hoje aqui aprendendo com a Conaprole, que é a principal exportadora de lácteos para o Brasil".
O consultor André Pessoa, da AgroConsult, proferiu palestra sobre tendências para os mercados de milho e soja. Ao saber que existem pelo menos 300 cooperativas de leite no Brasil, ele se assustou: "achei que eram no máximo 30". E completou: "é preciso ter escala, tecnologia, produtividade".
A pulverização do mercado brasileiro destoa da realidade dos países que participaram do encontro. Na Nova Zelândia, a Fonterra possui mais de 90% do leite; na Costa Rica, porcentagem semelhante tem a Dos Pinos; A Conaprole possui mais de 60% e a Colun, mesmo com menos de 30%, é a líder do mercado chileno. Temos um longo caminho a percorrer.
O encontro foi articulado pelo ex-presidente da Fepale, Vicente Nogueira Netto, que foi cumprimentado pela iniciativa por Márcio Lopes de Freitas.
Equipe MilkPoint.
Foto: Caio Vianna, da CCGL
Para as cooperativas brasileiras, o momento é oportuno. Nos últimos 20 anos, as cooperativas perderam espaço na captação. No ano passado, um dos grandes símbolos do cooperativismo das décadas de 80 e 90, a Cooperativa Paulista (CCL), encerrou as atividades após diversos anos de agonia. Há, no entanto, novos projetos e novas visões para o cooperativismo lácteo, principalmente na região Sul do país.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, ressaltou na abertura que diante do contexto de competição cada vez mais intensa, é preciso repensar não só o cooperativismo lácteo, mas o próprio setor. "O que queremos como setor lácteo no Brasil?", provocou, remetendo à necessidade de se ter uma agenda de longo prazo. Lopes questionou qual é o papel da cooperativa no novo contexto de mercado. "Será que o que realmente importa é a estrutura física, ou é estratégia e inteligência de mercado".
Várias cooperativas presentes são líderes em seus mercados, muitas vezes competindo com grandes empresas multinacionais. É o caso da chilena Colun, hoje a principal indústria láctea do Chile, mesmo tendo como competidores a Nestlé e a Fonterra (esta através da Soprole).
Ao ser questionado sobre como manter essa posição, o presidente da Colun, Augusto Fuchs foi taxativo: "temos uma fábrica moderna e eficiente; temos uma marca forte e reconhecida pelos consumidores. Assim conseguimos remunerar bem o nosso cooperado e permanecer na liderança".
Um ponto comum entre as cooperativas estrangeiras que participaram do evento é o profissionalismo e a visão de que mercado é o mesmo para todas as empresas, cooperativas ou não e, portanto, a eficiência deve fazer parte do dia-a-dia da cooperativa.
Além de Fuchs, da Colun, participaram das discussões Wilson Cabrera, presidente da Conaprole, maior empresa do Uruguai e que possui mais de 60% da captação e processamento locais; Bernardo Macaya, presidente da Fepale e vice-presidente da Cooperativa Dos Pinos, da Costa Rica, que agora se expande para outros países da América Central, devendo se tornar o grande player regional e Nicola Shadboldt, diretora da Fonterra, como palestrante convidada, que abordou as tendências de mercado. Os dirigentes da argentina SanCor, previstos para vir ao evento, não puderam deixar o país em função da greve da semana passada.
O evento teve a participação de diversos dirigentes brasileiros e representou um passo interessante no sentido da aproximação de países e empresas que, muitas vezes, estão em lados opostos da mesa de negociações.
Na abertura, Haroldo Max de Souza, presidente da Centroleite e da OCB-Goiás, ilustrou: "estamos hoje aqui aprendendo com a Conaprole, que é a principal exportadora de lácteos para o Brasil".
O consultor André Pessoa, da AgroConsult, proferiu palestra sobre tendências para os mercados de milho e soja. Ao saber que existem pelo menos 300 cooperativas de leite no Brasil, ele se assustou: "achei que eram no máximo 30". E completou: "é preciso ter escala, tecnologia, produtividade".
A pulverização do mercado brasileiro destoa da realidade dos países que participaram do encontro. Na Nova Zelândia, a Fonterra possui mais de 90% do leite; na Costa Rica, porcentagem semelhante tem a Dos Pinos; A Conaprole possui mais de 60% e a Colun, mesmo com menos de 30%, é a líder do mercado chileno. Temos um longo caminho a percorrer.
O encontro foi articulado pelo ex-presidente da Fepale, Vicente Nogueira Netto, que foi cumprimentado pela iniciativa por Márcio Lopes de Freitas.
Equipe MilkPoint.
Nenhum comentário:
Postar um comentário