quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Monocultivo: um ataque direto à soberania alimentar



 
Varias organizaciones
Adital
Tradução: ADITAL
Por LINyM | Rel-UITA
Vídeo sobre conflito no Bajo Aguán foi apresentado em Honduras

Foto: G. Trucchi
O vídeo (espanhol) "Bajo Aguán: Grito por la Tierra”, produzdo por Alba Sud e Rel-UITA, com a colaboração de FIAN Internacional e WRM, foi apresentado em Honduras ante um público amplo e diverso que debateu sobre os efeitos de um modelo de produção que concentra a terra, criminaliza e reprime a luta camponesa, atacando ao mesmo tempo a soberania alimentar do país.
Durante a apresentação, que se realizou na cidade de tela, no marco de um Fórum sobre Direitos Humanos organizado pelo Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh), Dina Meza, coordenadora da área de Comunicação dessa organização, enfatizou sobre a importância da memória histórica.
"Querem que nos esqueçamos da doutrina de Segurança Nacional, dos assassinatos e torturas, das 184 pessoas desaparecidas durante a década dos 80. Querem que nos esqueçamos do sangue derramado durante o golpe de Estado, calando um povo que protesta, que exige mudanças para resgatar o país, cuja institucionalidade tem sido massacrada. Enfim, querem que esqueçamos para continuar repetindo essa mesma história de terror. Por isso, é imprescindível não esquecer e continuar reajustando a estratégia ante as novas formas de exploração e despojo”, disse ante mais de 600 delegados do Colégio Profissional de Superação Magisterial de Honduras (Colprosumah).
Em sua intervenção, Giorgio Trucchi, correspondente de Rel-UITA na América Central e Caribe, explicou que o vídeo "Bajo Aguán: Grito por la Tierra” tem o objetivo de desmascarar um modelo de produção explorador baseado nos monocultivos em grande escala -nesse caso, a palma africana-, que violenta os direitos humanos em seu sentido mais amplo.
"Concentra a terra; desaloja as populações; nega-lhes o direito a ter acesso à terra, atingindo sua soberania alimentar. Porém, também criminaliza e reprime com violência o protesto social, negando os direitos mais elementares a milhares de famílias camponesas organizadas. O que acontece no Bajo Aguán, continuou, é o resultado mais evidente de um modelo de produção diretamente vinculado às políticas neoliberais, que têm sido aplicadas com resultados nefastos em todo o continente latino-americano”, disse Trucchi.
Durante o Vídeo-Fórum que se realizou em Tegucigalpa, Bertha Oliva, coordenadora do Cofadeh, e Gilberto Ríos, diretor executivo de FIAN Honduras, evidenciaram a necessidade de continuar fortalecendo as organizações populares, ampliar o debate ao redor desses temas, bem como impulsionar uma verdadeira política de Estado que defenda e fortaleça a soberania alimentar.
"Em Honduras, 66% dos grãos básicos são produzidos por pequenos produtores em ladeiras; porém, vivem na extrema pobreza, sem nenhum apoio do Estado. Com exceção da Nicarágua, a América Central perde, a cada dia, sua soberania alimentar porque não há políticas de Estado que valorizem esse esforço. E isso deve e tem que ser mudado”, concluiu Ríos.
Galería de fotos.

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