segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Projeto PAIS no Piauí gera trabalho e renda e contribui para permanência do homem no campo

11/02/2016

Projeto PAIS no Piauí gera trabalho e renda e contribui para permanência do homem no campo
A produção agroecológica nos sete municípios recebeu investimento social de R$ 714 mil da Fundação BB e do BNDES
Por Dalva de Oliveira 
Fotos Sebrae PI

 
Mais de cem unidades da tecnologia social Produção Agroecológica Integrada e Sustentável – PAIS, implantadas em 2013, melhoraram a vida de 105 famílias nos municípios piauienses de Floriano, Arraial, Oeiras, Colônia do Piauí, Santa Rosa do Piauí, São Raimundo Nonato e São João do Piauí. Cada um recebeu 15 unidades produtivas e contou com investimento social de R$ 714 mil, realizado pela Fundação Banco do Brasil em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Executado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Piauí (Sebrae/PI), com o objetivo de gerar renda e promover a soberania alimentar, a iniciativa superou as expectativas e hoje é vista como modelo na região. Com o PAIS, houve uma aumento de quase 580% na renda anual das famílias, saltando de R$ 1.047,08 para R$ 7.113,48. 
Os ganhos vão além dos recursos financeiros. Destacam-se a mudança dos hábitos alimentares – com adição de hortaliças e frutas na dieta –, e a melhoria do desempenho das crianças na escola. Com o investimento, os agricultores também adquiriram bens e equipamentos para ampliar a produção, assim como realizaram melhorias nas propriedades.
Entre os indicadores de desenvolvimento estão a criação da Associação de Produtores de Hortaliças do Sistema PAIS e as estratégias de comercialização, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Semanalmente, nas cidades, são realizadas feiras agroecológicas com os produtos originários do projeto. Além disso, o processo de certificação orgânica, na modalidade Organização de Controle Social (OCS), está em análise pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.  
Francisco Edelto e Laureane Sousa possuem uma unidade agroecológica. No sítio de 10 hectares, há três anos, o casal planta alface, rúcula, coentro, cebolinha, tomate cereja, quiabo, pimenta e outros legumes, e conseguiu melhorar muito a qualidade de vida da família. “Hoje temos uma renda de mais de R$ 2 mil. Essa parceria também nos proporcionou muitos conhecimentos. Por meio das capacitações, aprendemos sobre produção orgânica, sustentabilidade e mercado. Já acertamos com comerciantes da cidade para o fornecimento e isso é muito importante para nós. Só temos a agradecer”, declarou Edelto.
Sobre o PAIS
A Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) é uma tecnologia social inspirada na atuação de produtores familiares que optaram por fazer uma agricultura sustentável, sem uso agrotóxicos e com a preocupação de preservar o meio ambiente, integrando técnicas simples e já conhecidas por muitas comunidades rurais. Mais do que uma horta circular com um galinheiro ao centro e irrigação por gotejamento, o PAIS é um sistema integrado e uma alternativa de trabalho, renda e melhoria da qualidade de vida para a agricultura familiar. Desde 2005, a Fundação Banco do Brasil vem atuando de forma a reaplicar a tecnologia, e já apoiou a implantação de cerca de 12 mil unidades PAIS em todo o Brasil.
PAIS PI - Sebrae PI

Sidney Rezende: 'A Globo não é dona do Brasil, do futebol e do Carnaval'

Redação SRZD

Durante o 9º Prêmio SRZD-Carnaval, neste fim de semana, o jornalista Sidney Rezende falou pela primeira vez em público após deixar de apresentar jornais na "GloboNews". A decisão foi tomada após o término do seu contrato com o Grupo Globo.
Sidney Rezende e equipe. Foto: Marcos Klein
Junto de sua equipe do SRZD, Sidney elogiou, mas também criticou a emissora. "A Globo é uma das empresas de comunicação mais importantes deste país. Lá tem grandes inteligências. A Globo é resultado de um conjunto de trabalho vitorioso, que serve de referência para todos nós. (...) Porém, a Globo não é dona do Brasil. A Globo não é dona do futebol. A Globo não é dona do Carnaval. A Globo é uma empresa importante para o nosso país, presta um serviço importante, mas quem faz o futebol são os seus jogadores, seus atletas, seus dirigentes (...) Quem faz o Carnaval são todos vocês aqui e milhões de outras pessoas que não estão aqui, mas vocês as representam. (...) No entanto, para provarmos que podemos fazer melhor do que a Globo, nós temos que ter competência, nós temos que ter capacidade." 
Sidney falou ainda sobre seu futuro. "Neste mês de março, até o dia 31, eu vou anunciar o meu novo projeto profissional que será um desafio incrível. Eu espero que o resultado apareça de 10 meses a 1 ano, onde nós vamos tentar pela primeira vez na história achar um caminho que muitos outros tentaram até então e não conseguiram. E será um projeto que envolve rádio, televisão e internet". 
Assista na íntegra ao discurso de Sidney Rezende:
Imagens: Marcos Klein

Programa Boa Energia nas Escolas beneficiou mais de 81 mil alunos em 2015


EDP leva informações sobre eficiência energética de forma lúdica para as escolas municipais e estaduais

Vitória, 29 de fevereiro de 2016 – Por meio do programa Boa Energia nas Escolas, que tem como objetivo principal disseminar informações sobre a utilização segura e eficiente da energia elétrica nas instituições de ensino da rede pública municipal e estadual, a EDP, distribuidora de energia elétrica do Espírito Santo, capacitou no último ano mais de 1.100 educadores e beneficiou mais de 81 mil alunos.

Ao todo, 247 escolas em 10 cidades foram beneficiadas no Norte e Sul do Estado, além da Grande Vitória. Boa Energia nas Escolas atua na capacitação professores das escolas selecionadas para receberem o projeto, incluindo a distribuição de materiais, para serem utilizados em sala de aula, sobre a importância de consumir energia de maneira consciente.

Após o tema ser trabalhado didaticamente na sala de aula, as escolas recebem a visita da unidade móvel do programa. Trata-se de um caminhão adaptado para ser um laboratório sobre rodas, que leva uma série de atividades, experimentos, jogos e vídeos em 3D, que abordam e reforçam a importância da utilização segura e eficiente da energia elétrica. O intuito é que o conhecimento adquirido ultrapasse os muros da escola e seja compartilhado com os familiares e a comunidade.

“A iniciativa promove a capacitação do corpo docente, a conscientização da comunidade escolar e transforma os alunos em agentes multiplicadores do uso eficiente e seguro da energia elétrica. A difusão dos conceitos e informações básicas sobre energia ocorre por meio de ações presenciais e experiências lúdicas e interativas, com a visita do Caminhão da Boa Energia”, destaca o Gestor Executivo de Distribuição da EDP no Espírito Santo, Marcos Penna.

O programa acontece em parceria com a Agência de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (ASPE), Secretaria Estadual de Educação (SEDU) e prefeituras municipais.

Ao final da visita, os alunos do 1º ao 5º ano receberm um kit com gibi em formato de história em quadrinhos, uma cartilha com atividades e passatempos. Além disso, ganham adesivos alusivos aos processos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, bem como, ao consumo consciente de energia.

Carreta Itinerante
laboratório sobre rodas do Boa Energia nas Escolas é uma etapa importante do aprendizado. Trata-se de um caminhão customizado e desenvolvido para atuar como um espaço interativo, no qual a comunidade escolar tem a oportunidade de aprender sobre as principais formas de geração de energia e os caminhos que ela percorre até chegar às residências. Para isso, o caminhão itinerante possui vídeos, jogos, maquetes e experimentos lúdicos e interativos.

Confira as atividades que o caminhão itinerante oferece:
Painel interativo casa de consumo – um painel com os principais cômodos e equipamentos eletrodomésticos que simulam o consumo de uma residência;
Vídeo 3D – vídeo lúdico educativo demonstrando de forma interativa os caminhos da energia;

Jogo Watts – jogo interativo que aguça a competição entre equipes que precisam tornar sua casa eficiente para ganhar o jogo;

Gerador de Van der Graff - produz o efeito de arrepiar os cabelos de quem tocar na cúpula, isolado da terra, pois o cabelo fica eletrizado com cargas da mesma polaridade, que consequentemente se repelem;

Condutores de Isolantes - mostra que o caminho em um circuito elétrico não precisa ser todo metálico, pois há outros materiais que também permitem a passagem da corrente elétrica;

Globo de Plasma – quando uma pessoa coloca a mão na lâmpada acima da zona iluminada, ela ilumina até à zona em que a mão encosta, pois a pessoa passa a ser o condutor elétrico, induzindo a corrente à área onde a mão está;
Teste de Nervos – o grande desafio é completar o trajeto sem tocar no fio. Ao tocar a argola no fio fecha-se o circuito, acionando uma luz e uma campainha;
Gerador Manual – O estudante gira uma manivela que transforma a energia mecânica em energia elétrica. A energia produzida acende lâmpadas de LED;

Conjunto para Estudo da Transformação da Energia Solar – A célula fotovoltaica capta a energia solar que é transformada em energia elétrica. A energia produzida gira o disco colorido, conhecido como disco de Newton, que, ao girar, produz um efeito visual. O disco fica totalmente branco, sendo explicado pela persistência visual dos nossos olhos;

Para mais informações sobre o Boa Energia nas Escolas acesse:

 
LLORENTE & CUENCA

Anderson A Silva
+55 11 30543346  /  +55 21 3797 6400
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Desenvolvendo Ideias
  

Agricultura familiar ao pé da letra

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segunda-feira, 29 Fevereiro, 2016 - 16:30
Fotos: Paulo Henrique Carvalho/MDA
Mauro (destaque) conta com a ajuda do primo e de vizinhos para a colheita da sua produção
Acompanhar uma colheita da uva no Rio Grande do Sul é entender um pouco mais o conceito de agricultura familiar. Nesta época do ano familiar, amigos e vizinhos se unem para dividir o trabalho. Colhem numa propriedade e, terminado o serviço, passam para outra.  E assim tocam a colheita, com cooperação, amor e respeito pelo trabalho. Valores herdados dos antepassados italianos. 
Na propriedade de Mauro Brostolin, que fica no município de São Luiz da 3º Légua, próximo a Caxias do Sul, a colheita já está no final. É que neste ano o grande volume de chuva e as altas temperaturas aceleraram o processo de maturação da uva, que teve que ser colhida mais cedo. Mauro, dois primos e dois vizinhos já estão terminando a colheita nos 7,5 hectares de parreirais. 
Para ajudar na produção, Mauro conta com o apoio do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). “A gente tem a linha de custeio, a gente depende dela para programar a safra”, observa ao falar que com o financiamento ele compra os insumos que serão usados.
Mauro se sente realizado com a vida que leva. “Sou feliz por ser agricultor familiar, por viver com minha família na terra onde nasci”, reconhece. “Não tem por que sair daqui”, diz ao salientar a qualidade de vida e o ar puro do campo.  “E a gente gosta do que faz, faz com gosto e com amor”.
Ajuda do primo
Fábio Brostolin é primo de Mauro. Ele e o irmão cuidam juntos da propriedade do pai.  Como a colheita dele já terminou, ele agora ajuda o primo.  Assim como o primo, Fábio também conta com o apoio do Pronaf.  “Tenho as linhas de financiamento de custeio e de investimento, e é muito importante”, diz ele ao ressaltar que como o pagamento da uva não é à vista, as linhas de créditos são fundamentais para ter como investir nos parreirais e comprar os insumos.
 “Sem essas linhas de créditos ficaria bem mais complicado, pois o juro é bom e compensa mais fazer o financiamento do que trabalhar com recursos próprios”, explica ao realçar que, desta forma, sobra mais dinheiro para investir na produção.  Assim como o primo, Fábio tem orgulho de ser agricultor familiar. “Ser agricultor familiar é coisa de família, está no sangue”, afirma com um sorriso no rosto.

Adolfo Brito
Ascom/MDA
- See more at: http://www.mda.gov.br/sitemda/noticias/agricultura-familiar-ao-p%C3%A9-da-letra#sthash.pmQkvMZI.dpuf

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segunda-feira, 29 Fevereiro, 2016 - 16:30
Fotos: Paulo Henrique Carvalho/MDA
Mauro (destaque) conta com a ajuda do primo e de vizinhos para a colheita da sua produção
Acompanhar uma colheita da uva no Rio Grande do Sul é entender um pouco mais o conceito de agricultura familiar. Nesta época do ano familiar, amigos e vizinhos se unem para dividir o trabalho. Colhem numa propriedade e, terminado o serviço, passam para outra.  E assim tocam a colheita, com cooperação, amor e respeito pelo trabalho. Valores herdados dos antepassados italianos. 
Na propriedade de Mauro Brostolin, que fica no município de São Luiz da 3º Légua, próximo a Caxias do Sul, a colheita já está no final. É que neste ano o grande volume de chuva e as altas temperaturas aceleraram o processo de maturação da uva, que teve que ser colhida mais cedo. Mauro, dois primos e dois vizinhos já estão terminando a colheita nos 7,5 hectares de parreirais. 
Para ajudar na produção, Mauro conta com o apoio do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). “A gente tem a linha de custeio, a gente depende dela para programar a safra”, observa ao falar que com o financiamento ele compra os insumos que serão usados.
Mauro se sente realizado com a vida que leva. “Sou feliz por ser agricultor familiar, por viver com minha família na terra onde nasci”, reconhece. “Não tem por que sair daqui”, diz ao salientar a qualidade de vida e o ar puro do campo.  “E a gente gosta do que faz, faz com gosto e com amor”.
Ajuda do primo
Fábio Brostolin é primo de Mauro. Ele e o irmão cuidam juntos da propriedade do pai.  Como a colheita dele já terminou, ele agora ajuda o primo.  Assim como o primo, Fábio também conta com o apoio do Pronaf.  “Tenho as linhas de financiamento de custeio e de investimento, e é muito importante”, diz ele ao ressaltar que como o pagamento da uva não é à vista, as linhas de créditos são fundamentais para ter como investir nos parreirais e comprar os insumos.
 “Sem essas linhas de créditos ficaria bem mais complicado, pois o juro é bom e compensa mais fazer o financiamento do que trabalhar com recursos próprios”, explica ao realçar que, desta forma, sobra mais dinheiro para investir na produção.  Assim como o primo, Fábio tem orgulho de ser agricultor familiar. “Ser agricultor familiar é coisa de família, está no sangue”, afirma com um sorriso no rosto.

Adolfo Brito
Ascom/MDA
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O Rio Doce azedou



Frei Betto
Adital
Há 377 mil nascentes na Bacia do Rio Doce, do tamanho de Portugal. O rio tem 850 km de extensão e dele dependem 3,5 milhões de pessoas. Agora, com o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, resta um imenso curso de lama que destrói quase toda forma de vida que encontra pela frente.

Caros Amigos

As 735 barragens de Minas Gerais são verdadeiras bombas-relógio prestes a detonar a qualquer momento.
O maior desastre ambiental da história do Brasil causou 19 mortes. As casas de 254 famílias foram soterradas por 55 milhões de metros cúbicos de lama (o equivalente a 20 mil piscinas olímpicas cheias de lama). Em torno do rio Doce há 300 mil habitantes sem água limpa para beber, 11 toneladas de peixes mortos, 120 nascentes e mangues soterrados.
Já dizia Hugo Werneck, de quem fui vizinho em Belo Horizonte: "A natureza não precisa de nós. Nós é que precisamos da natureza.”
No capitalismo, empresa existe para dar lucros. Mais lucros e menos segurança! Proteção ambiental, investimento em pesquisas e qualidade de vida da população são questões secundárias...
As empresas sofrem pressão dos acionistas para aumentar a produção e vender mais e mais. Foi o que aconteceu com a Samarco. Já era tempo de aplicar tecnologias de extração de minério a seco, sem utilizar água. Ou reutilizar a água da lavagem, como fazem inúmeras empresas não mineradoras.
Em 2014, a Samarco, controlada pela Vale e a BHP Billiton, anglo-australiana, obteve um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões.
O governo brasileiro não tem visão estratégica. Tentou, mas fracassou nesse intento. Em 2007, criou a Secretaria de Assuntos Estratégicos, com status de ministério. Fechou-a em outubro de 2015, sem choro, nem vela, nem fita amarela.
Ainda que a tragédia de Mariana não houvesse ocorrido, a sentença de pena de morte da Bacia do Rio Doce já havia sido decretada pelos municípios que despejam esgoto em suas águas. Outro grave problema é o desmatamento da Mata Atlântica. Hoje, no vale do Rio Doce, a cobertura é de menos de 0,5% de floresta.
Para os governos (municipal, estadual e federal) e a maioria das empresas, preservação ambiental é mera frase de efeito em discursos demagógicos. Falam maravilhas sobre sustentabilidade e compromisso social! Ora, basta conferir quanto, de fato, gasta-se nessa área.
Em Minas, o Sisema (Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) recebe apenas 0,5% do orçamento público. Depois da Secretaria da Fazenda, quem mais arrecada é a do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Mas todo o dinheiro, recolhido pela Secretaria do Planejamento, vai para outros gastos do Estado, resta no final uma ninharia para a Semad.
A fiscalização nas empresas mineradoras ou é feita com olhos de cego, devido à pressão das empresas e a corrupção dos políticos, ou não é feita por causa da falta de pessoal qualificado, equipamentos, viaturas e pagamento de diárias.
Embora o financiamento empresarial de campanhas políticas esteja proibido, por baixo do pano os políticos esperam "uma ajudazinha” das empresas e, por isso, temem ser rigorosos na imposição das leis e na apuração e punição de responsabilidades.
Isso explica por que o Sisema, em apenas um ano, analisou e regulamentou mais de 6 mil processos de licenciamentos ambientais!
Enquanto economia e política não forem ecologizadas, outras tragédias semelhantes poderão ocorrer. A menos que a lei obrigue os diretores de mineradoras a erguer seus luxuosos condomínios à sombra das barragens...
Frei Betto é escritor e assessor de movimentos sociais, autor do romance "Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros. Não divulgar este artigo sem autorização do autor. Informações: MHGPAL – Agência Literária (mhgpal@gmail.com).

Frei Betto

Escritor e assessor de movimentos sociais
Twitter @freibetto

O que significa o ‘Não’ a Evo Morales



Cristina Fontenele
Adital

Sobre a repercussão do resultado do referendo na Bolívia, que decidiria sobre a possibilidade ou não do atual presidente, Evo Morales, poder se candidatar a mais uma reeleição, a Adital ouviu o mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Brasil, Francisco Claudio Melo Fontenele, que, atualmente, cursa Doutorado em Ciências Políticas e Sociais, na Universidade de Integra das Américas (Unida) em Assunção, Paraguai. Segundo ele, o "Não” a Evo Morales – escolhido pela maioria dos/as bolivianos/as – representa na conjuntura política da América Latina mais uma batalha perdida para os que engendram o projeto político social-popular instalado na América do Sul, pelo desde a ascensão do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao poder, em 1998.
Entre as principais conquistas do governo de Evo Morales, o cientista político aponta o movimento de esperança que o país nunca havia experimentado em sua história recente, acenando para os bolivianos a possibilidade de um futuro melhor.
Adital: O que significa o "Não” a Evo Morales, em termos políticos? O que está por trás disso?
Francisco Claudio Melo Fontenele: O NÃO a Evo/Linera [vice-presidente Álvaro García Linera] significa o NÃO da elite boliviana aos indígenas em estado de indigência, na Bolívia. Nos bastidores [dessa derrota] estão: a embaixada estadunidense, uma USAID [Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento] frustrada por ter sido desmascarada e expulsa da Bolívia, além de uma mídia detratora sintetizada em Carlos Valverde [jornalista de oposição].

reproducao
Segundo o cientista político Francisco Fontenele, o "Não” a Evo Morales significa o "Não” da elite boliviana aos indígenas em estado de indigência.

Adital: Alguns especialistas acreditam que não é positivo para a democracia ter um governante de forma quase ininterrupta no poder. Como avalia essa perspectiva?
Fontenele: Toda regra comporta uma exceção. O caso Evo é diferente, pois é a primeira vez que um indígena governa a Bolívia, um Estado Plurinacional composto eminentemente por nações indígenas. Evo, por si, é um precursor indígena na alternância de poder entre a maioria indígena precarizada e a minoria que não é indígena, mas é dona de quase tudo de bom na Bolívia.
Para os ameríndios, Evo significa aquilo que significou [Nelson] Mandela para os sul-africanos, quando assumiu o Governo da América do Sul. Será que alguém ousaria dizer que Mandela pretendia se tornar um ditador, caso ele quisesse ter permanecido no governo sul-africano por mais tempo, se sua saúde assim o permitisse?
A vitória no referendo não daria um terceiro mandato a Evo/Linera, mas a chance de disputar um novo mandato, para implementarem ações incluídas nos instrumentos de planejamento de longo prazo atuais da Bolívia. Ou seja, o Plano de Desenvolvimento Social e Econômico da Bolívia 2016-2020 (para o bem viver) e a Agenda Patriótica para o Bicentenário em 2025.
Por isso, sem favor algum, afirmo que Álvaro Marcelo García Linera é, hoje, uma das lideranças mais bem preparadas para o governo no campo social-popular sul americano. Com toda a humildade que lhe é peculiar e o desejo de servir à causa indígena, Linera deu o melhor de si para ajudar Evo Morales a gerenciar o poder rumo à transformação social, quando as condições políticas e, sobretudo, econômicas eram desfavoráveis.
Adital: Alguns grupos indígenas apoiaram o "Não" no referendo. O que significa receber o voto contrário da própria etnia?
Fontenele: A Bolívia é um país indígena plurinacional. Não há hoje nem ontem. Evo é do povo aymara. Neste, nos quíchuas e em outras etnias há simpatizantes e antipatizantes de Evo/Linera.
Por qual motivo será que Roberto Freire [deputado federal, um dos principais opositores ao governo do Partido dos Trabalhadores – PT] não gosta de Lula [ex-presidente do Brasil]? Será que todos os pobres votaram em Lula, Dilma [Rousseff, atual presidenta], e estão ombreados com eles neste momento político difícil, não obstante a agenda social implementada em seus governos? Na Bíblia ou na vida mundana, eis a expressão que melhor sintetiza a força da oscilação da opinião pública: a mão que afaga é a mesma que apedreja.
No presente, sempre ficam resquícios do passado. É como a Guerra da Tríplice Aliança nas relações entre brasileiros e paraguaios. De vez em quando, isto respinga... Até mesmo entre "povos brancos e ditos civilizados”, como no meio acadêmico.
Para muitos paraguaios, nós, os brasileiros, nossos ascendentes, ancestrais, somos culpados pelas mazelas que, hoje, o Paraguai enfrenta para se desenvolver... Tendo em vista a Guerra da Tríplice Aliança, a Itapu Binacional, etc.
No mais, a situação de vulnerabilidade faz com que um eleitor boliviano seja suscetível ao aliciamento eleitoral e sucumba em suas convicções. Será que isto não ocorre também no Brasil? Aqui mesmo no Ceará, em determinada Casa Legislativa, já ouvi parlamentar dizer que votava até mesmo contra si, para agradar o governo, enquanto este tivesse hegemonia.
O resultado apertado da eleição, o voto contrário indica também que EVISTAS [partidários de Evo] como NÃO EVISTAS têm suas liberdades políticas respeitadas na Bolívia, contrariando aquilo que é fantasiado pelo segmento midiático falastrão hispânico.

reproducao
Fontenele avalia que o governo de Evo Morales trouxe esperança para os bolivianos e conteve os saques internacionais às riquezas minerais do país.


Adital: Como avalia, então, o governo de Evo Morales? Quais avanços e desafios?
Fontenele: Excelente. O grande avanço do Governo Evo/Linera foi trazer a mudança da mentalidade dos miseráveis e pobres bolivianos, acenando-lhes com uma possibilidade de um futuro melhor. Um movimento de esperança por dias melhores, que a Bolívia nunca havia experimentado em sua história recente.
O Governo Evo/Linera conteve ainda os saques internacionais das riquezas minerais bolivianas, para que o país inteiro não se tornasse uma nova Potosí, como descreve Eduardo Galeano, em "As veias abertas da América Latina”. O Governo Evo/Linera fez a Bolívia se planejar, acreditar em si mesma na construção de um socialismo comunitário. A Bolívia jamais será a mesma depois deles dois.
Hoje, a Bolívia tem um dos crescimentos do PIB [Produto Interno Bruto] mais alto da América Latina e se planeja para se tornar fornecedora de energia para outros países da América do Sul, e também produzir muita carne para consumo externo e exportação. Antes, a Bolívia só era referência na América do Sul quando se falava em produção de cocaína, corrupção e miséria.
Como desafio, entendo que há uma questão óbvia para os bolivianos, que é a recuperação da saída territorial para o mar. Outro desafio, para além dos esforços de integração regional no Mersosul, entendo que seria engendrar um arranjo institucional, político e econômico, que resultasse numa "Confederação do Chaco” com o vizinho Paraguai.
Imagine a riqueza agropecuária paraguaia (gado, soja e suco de laranja) integrada com a riqueza mineral boliviana. Imagine a Bolívia enviando toneladas de gás natural, gás de cozinha ao Paraguai, por ramais em seu Gasoduto, e, em troca, embarcando toneladas de mercadorias nos portos paraguaios na mesma proporcionalidade. Ou seja, toneladas de mercadorias embarcadas por toneladas dos gases GNT [gás natural] e GLP [gás de cozinha].

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Entre os desafios do governo de Evo estariam a questão da saída ao mar e as negociações econômicas com o Paraguai.

Hoje, o gás boliviano chega ao Paraguai engarrafado e pelo caríssimo modal aeroviário. Sendo a Bolívia abundante em gás e vizinha ao Paraguai, uma garrafa de gás para cozinhar, um botijão de 13 quilos, vindo da Bolívia, custa ao trabalhador paraguaio G$ 100.000,00 (100 mil guaranis), ou seja, R$ 71,42 .Este preço pode ser barateado, pois grande parte do custo é frete, haja vista que o gás de cozinha trazido da Bolívia chega ao Paraguai por modal de transporte aeroviário e passa pela Argentina antes.
Hoje, no Paraguai, por uma questão gastronômica, cultural, toneladas de mangas são desperdiçadas. Será que essas frutas poderiam ser enviadas à Bolívia, em doação, para ajudar na nutrição popular? Será que isto é utopia? Talvez não. São as possibilidades, sonhos que a boa política concretiza, se for manejada em favor não somente das elites paraguaias e bolivianas, mas também para os "hambrientos” [famintos], os desfavorecidos, como estão fazendo Evo Morales Ayma e Alvaro Marcelo García Linera, na Bolívia de hoje.
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‘Não’ à reeleição de Evo pode significar necessidade de ajustes no governo

Crédito viabiliza sucessão rural


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sexta-feira, 26 Fevereiro, 2016 - 16:00
Foto: Ascom/MDA
Filho de agricultores, Edimar Koaski, 27 anos, cresceu ajudando o pai na roça. Há um ano, ele conseguiu comprar sua propriedade e equipá-la, acessando  linha de crédito de programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário - Nossa Primeira Terra, que tem como objetivo facilitar a permanência dos jovens no campo, Koaski adquiriu 4,8 hectares de terra, na zona rural do município paranaense de Moreira Sales.  E para começar a produzir, procurou a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) - da localidade em que foi comprada a propriedade, para elaborar o projeto. Feito isso, ele conseguiu empréstimo de R$ 80 mil e deu início a criação de bovinos.
Em novembro passado, o jovem solicitou mais R$ 25 mil, desta vez via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf linha A), para investir na compra de vacas, de uma ordenha mecânica e de um triturador forrageiro. “Se não tivesse a ajuda dos programas do governo federal, não teria condições financeiras de ter a minha propriedade”, fala o agricultor.
Foram dois anos de espera pela aprovação do crédito fundiário. Nesse período, o dono da terra permitiu que ele fosse construindo a infraestrutura na área. A sua renda, atualmente, vem da ordenha de oito vacas, que produzem 100 litros de leite diariamente. O jovem agricultor também cultiva mandioca, milho e cana-de-açúcar para alimentar os animais da propriedade.
Feliz com a vida no campo, Koaski conta que trabalhou um tempo na cidade como montador de móveis. No entanto, diz que não se adaptou à rotina urbana e que prefere a vida tranquila e sossegada do meio rural. “Fui para a cidade na ilusão de que tudo era diferente e melhor. Mas gosto mesmo é de cuidar dos animais e de trabalhar na terra. A gente é feliz no que gosta de fazer”, comenta.
Além de voltar para suas raízes, ele mora com a mulher e o filho de seis anos pertinho do sítio do pai. “Sei que terei que pagar, em breve, os financiamentos, mas estou investindo no que é meu. Já estou guardando dinheiro para isso”, diz.  
 
Nossa Primeira Terra
A linha NPT é destinada a jovens rurais, filhos e filhas de agricultores, estudantes de escolas agrotécnicas e centros familiares de formação por alternância, com idade entre 18 e 29 anos, que queiram viabilizar o próprio projeto de vida no meio rural.
Perfil do agricultor que pode acessar:
• Ser filho ou filha de agricultores, estudantes de escolas agrotécnicas e centro familiares de formação por alternância;
• Ter renda familiar anual de até R$ 30 mil e patrimônio anual inferior a R$ 60 mil;
•Comprovar experiência de cinco anos em atividades agrícolas e rurais, podendo contar o tempo de escola (os sindicatos de Trabalhadores Rurais e da Agricultura Familiar são responsáveis pela verificação e declaração de elegibilidade dos candidatos ao crédito).
Mais informações:
• O crédito pode atender até R$ 80 mil para a compra do imóvel;
• Todo o recurso é reembolsável, tanto de SAT (compra da terra) quanto de SIB (infraestrutura básica);
• Recurso de R$ 7,5 mil para Ater, por cinco anos, com parcelas anuais de R$ 1,5 mil por beneficiário;
• O acesso é individual;
• Até 35 anos para quitar o financiamento, incluindo os três anos de carência;
• Taxas de juros de 1,0% ao ano;
• Bônus de até 30% para quem efetuar os pagamentos em dia;
• Bônus de 10% para terra negociada abaixo do preço de mercado.
O Pronaf
Tem por finalidade financiar projetos individuais ou coletivos de agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O acesso ao Pronaf inicia-se na discussão da família sobre a necessidade do crédito, seja ele para o custeio da safra ou atividade agroindustrial, seja para o investimento em máquinas, equipamentos ou infraestrutura de produção e serviços agropecuários ou não agropecuários. Para financiamento das atividades, é necessário que o agricultor possua Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e um projeto técnico.
Como conseguir a DAP?
Após a decisão do que financiar, a família deve procurar o sindicato rural ou a Emater para obtenção da DAP, que será emitida segundo a renda anual e as atividades exploradas, direcionando o agricultor para as linhas específicas de crédito a que tem direito.
Como elaborar o projeto?
O agricultor deve procurar a empresa de Ater do município (pública ou privada), para elaborar o Projeto Técnico de Financiamento.
Para onde encaminhar o projeto?
O agricultor deverá procurar um banco que concede financiamento no âmbito do Pronaf. Para aprovação do financiamento, o agente financeiro avalia a viabilidade do projeto e a capacidade de pagamento da família.
Linha Pronaf A (Investimentos)
Quem pode acessar?
Famílias beneficiárias do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) enquadradas nos Grupos "A" e "A/C" do Pronaf.
• Valor máximo financiado: R$ 25 mil;
• Taxa de juros de 0,5 % a.a.;
• Bônus de adimplência: 40% (quarenta por cento) sobre cada parcela do principal, paga até a data de seu respectivo vencimento;
• Prazo de reembolso: até 10 (dez) anos, incluídos até três anos de carência, de acordo com a atividade e com o projeto técnico.

Flávia Dias
Ascom/MDA
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