segunda-feira, 30 de junho de 2014

“Uma base para toda a vida”


Escrito por  Assessoria de Comunicação Social do FNDE
“Uma base para toda a vida”Eduardo Aigner
A pequena Stefani não tinha onde ficar. Os pais, Marcelo Back e Carla Barros, trabalham o dia todo na vidraçaria Vidrex. O jeito era deixar a menina cada dia num lugar. “Ela ficava um dia aqui, outro ali, um dia na casa da avó, outro com a madrinha e, quando não tinha outro jeito, eu faltava o trabalho para ficar com ela”, conta Carla.
Por isso, quando apareceu a Escola Beija Flor Zuleika Mariza Kunz, em março de 2014, a vida deles e de Stefani mudou completamente. A escola, construída com recursos do programa Proinfância, atende a 177 crianças de pré-escola e creche no bairro São José, em Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre (RS). É uma das mais de 7 mil unidades apoiadas em todo o país.
“Mais que ótimo não posso falar”, diz Franciele Carvalho Gross, mãe de Raphael, de 1 ano. “Antes da inauguração da escola, o Raphael ficava numa situação improvisada, com a minha mãe, que já tem 70 anos, ou com a minha sogra”, lembra.
“Se não fosse a escola, eu teria que procurar uma cuidadora, que cobra no mínimo 200 reais por criança, mais a alimentação”, imagina Franciele.
Com o menino na escola, onde há sala de aula, biblioteca, sanitários, fraldários, pátio coberto, solário, parque e refeitório, Franciele e o marido, Márcio, ficam mais tranquilos para trabalhar. Ela é professora da rede pública e dá aulas em uma escola no mesmo bairro. Márcio trabalha numa fábrica de calçados, como auxiliar de almoxarifado. Raphael chega cedinho, perto das 7h, e fica até as 17h. Recebe três refeições, faz atividades, dorme, toma banho.
“A comida é balanceada e os pais têm acesso ao cardápio, preparado por nutricionistas. Os bebês têm refeições diferenciadas”, informa a diretora da escola, Silvana Vargas Schaeffer.
“Nós ficamos muito mais seguros sabendo que o Raphael está num ambiente assim, importante para o desenvolvimento dele, em contato com crianças da mesma faixa etária, com alimentação toda balanceada, com atividades pedagógicas, vivendo experiências importantes. Estamos construindo uma base importante para toda a vida dele”, comemora Franciele.
Confira outra história no link abaixo.

Investimento em educação infantil rende benefícios em Aparecida de Goiânia

Escrito por  Assessoria de Comunicação Social do FNDE

Investimento em educação infantil rende benefícios em Aparecida de GoiâniaAscom/FNDE
A satisfação de ver o filho numa unidade de ensino bem estruturada, com atividades em período integral, está estampada nos rostos de pais e mães que buscam os filhos diariamente no Centro Municipal de Educação Infantil Professor Olaídes Bonifácio da Silva, em Aparecida de Goiânia (GO). Antes da inauguração da escola do Proinfância, no início de abril, a maioria das crianças ficava em casa com parentes ou babás. Agora, passam o dia todo entre livros, atividades lúdicas, computadores e brinquedos. E ainda recebem cinco refeições por dia na unidade de ensino.
O pintor Esdras Silva Moreira, 29 anos, já percebeu mudanças no seu filho Enzo, 3 anos. “Ele já se desenvolveu foi muito. Está até mais gordinho também”, afirma Esdras, que antes deixava o filho sob os cuidados da avó.
Para o instalador de fibra ótica Magdiel Pereira Lima, 22 anos, as mudanças foram mais profundas. “A escola ajudou até na renda dentro de casa. Antes da inauguração, ele ficava com a babá. Às vezes, com a avó”, conta o pai de Kaique, de 4 anos. “Ele mudou até o comportamento. E chega em casa alimentado, de banho tomado.”       
A agente operacional Nádia Fernandes da Silva, 31 anos, também sentiu a diferença no bolso. Antes, ela dispendia R$ 350 por mês para uma cuidadora ficar com o filho Otávio, de 5 anos. “O que a gente mais precisa é escola de tempo integral. E eu percebi que o Otávio está se desenvolvendo bastante. Já está até aprendendo a escrever o nome dele”, diz Nádia, cheia de orgulho.
Outra mãe que enxerga mudanças claras no filho depois que ele entrou na unidade é Carmem Vânia Carrijo Santos, 39 anos. E olha que o pequeno Lemuel tem apenas 9 meses de idade. “Está há dois meses aqui e já se desenvolveu demais. Antes, nem ficava sentado sozinho, agora engatinha para todo lado e já quer se levantar”, conta a administradora. “Eu gosto muito dos profissionais daqui. Eu vejo o cuidado com que tratam as crianças.”
A oportunidade de deixar o filho ainda bebê numa unidade de ensino bem estruturada e com pessoal competente deixa Carmem segura para seguir com seu trabalho. “Agora, me ausento apenas no horário de almoço, quando venho amamentar”, afirma. “Antes disso, tive de fazer um acordo com o chefe. Eu trabalhava apenas meio período e ainda levava o Lemuel para o trabalho.”
Diretora do Centro Municipal, Maria Lúcia de Pádua conta que as crianças menores, como Lemuel, tomam dois banhos por dia na unidade. “As outras normalmente tomam um banho, a não ser que haja alguma emergência”, completa, aos risos.
Orgulhosa do trabalho realizado no centro de ensino, ela elogia a estrutura física da unidade, que conta com berçário, salas de aula, sala de informática, pátio coberto, entre outros ambientes, e aponta o comprometimento dos professores como diferencial. “Tudo se inicia na educação infantil, então precisamos de perfeição nessa etapa de ensino.”
O sistema construtivo utilizado permitiu que a escola fosse erguida em apenas cinco meses. “A qualidade é a mesma da construção de alvenaria, só que ganhamos tempo na obra e no processo burocrático, pois fizemos adesão à ata de preços do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação)”, afirma o secretário de Educação de Aparecida de Goiânia, Domingos Pereira.
O município conta hoje com quatro creches do Proinfância em funcionamento – três construídas em alvenaria e uma pelo método inovador, baseado em blocos pré-moldados de encaixe. Até o fim de 2016, o secretário espera ter 43 unidades do Proinfância em funcionamento. “Atendemos atualmente mais de 4 mil crianças nas creches municipais ou em convênios com outras instituições. Com as 43 creches em funcionamento, teremos toda a demanda atendida.”
Todas as creches aprovadas pelo corpo técnico do FNDE para Aparecida de Goiânia são do projeto padrão Tipo B do Proinfância. Cada unidade tem capacidade para 120 crianças em período integral ou 240 alunos em dois turnos.
Do total de 43 creches, 24 seguirão a nova metodologia de construção do Proinfância na região. O método empregado é seguro, durável, térmico e acusticamente confortável, seguindo tecnologia empregada em países desenvolvidos.
Confira outra história no link abaixo.

Prato cheio, saúde e renda: as histórias de quem vive e faz a alimentação escolar no Brasil

Escrito por  Assessoria de Comunicação Social do FNDE

Prato cheio, saúde e renda: as histórias de quem vive e faz a alimentação escolar no BrasilEduardo Aigner
Alunos que recebem produtos regionais e orgânicos em sua alimentação, agricultores familiares que melhoram a renda entregando a produção para escolas, estudantes mais atentos e com melhor desempenho. Alimentação de qualidade, fresca e nutritiva.
Tudo isso não é uma lista de desejos, mas realidade que pode ser constatada em escolas públicas de Porto Alegre a Belém e do Rio Grande do Norte a Goiás ou Minas Gerais, informa o Repórter Escola – iniciativa do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que visa identificar e divulgar boas práticas na execução de programas educacionais no país. O Repórter Escola viajou pelas cinco regiões geográficas do Brasil ouvindo as histórias de quem vive e faz a alimentação escolar no país.
Histórias de estudantes bem alimentados e com melhorias no processo de aprendizagem; de nutricionistas satisfeitos com a variedade e a qualidade dos produtos que dispõem para o planejamento dos cardápios; de merendeiras idolatradas pela garotada; de famílias de agricultores com mercado garantido e renda no bolso.
A história do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) teve início há quase 60 anos, em 1955. O programa foi aprimorado pela Lei nº 11.947, de 2009, que definiu novos parâmetros e diretrizes para a alimentação escolar nas unidades de educação básica.
Desde então, ampliou o foco de atuação e multiplicou benefícios e beneficiários. A norma determina, por exemplo, que estados e municípios devem aplicar pelo menos 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a alimentação escolar na compra direta de gêneros alimentícios produzidos pela agricultura familiar. Isso proporciona um novo mercado para milhares de pequenos agricultores no país. E ainda leva alimentos de qualidade, fresquinhos, para as mesas das escolas públicas brasileiras.
Esses gêneros são muitas vezes produzidos por assentados da reforma agrária, caso dos agricultores do Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão (RS), que vendem produtos orgânicos para alimentação escolar na região metropolitana de Porto Alegre.
Em algumas localidades, agricultores familiares ampliaram a produção ao começar a vender para escolas, como em Trindade (GO) e nas cidades mineiras de Arinos e Buritis.
Já em Belém (PA), além da compra da agricultura familiar, um dos destaques é a regionalização dos cardápios, que contam com produtos tradicionais da Amazônia, como peixe e açaí. O respeito às tradições alimentares regionais também foi observado na rede estadual do Rio Grande do Norte, que pretende alcançar índice de 70% dos recursos repassados pelo FNDE investidos na aquisição de gêneros da agricultura familiar.
Mais do que um programa que fornece alimentação nutritiva aos estudantes da educação básica enquanto estão na escola, o Pnae melhora a vida de agricultores familiares, desenvolve o hábito da alimentação saudável e evita a evasão de alunos.

Um regulamento antifumo omisso

Representantes de entidades que trabalham pela redução do tabagismo no Brasil comemoraram, no último dia 02 de junho passado, a regulamentação da lei nº 12.546/2011, conhecida como lei antifumo.
Até a oposição elogiou a atuação do governo.
De fato, a medida é positiva. Apesar dos dois anos e meio de atraso na edição do decreto, para entrar em vigor em seis meses, e de já existir em oito estados brasileiros, a proibição de fumar em ambientes públicos é considerada pela Organização Mundial da Saúde uma das medidas mais efetivas para a redução do tabagismo.
O regulamento, contudo, tratou de outro tema de grande relevância pelo ineditismo no Brasil, por se tratar de uma matéria de cunho legislativo exclusivamente federal.
Cessada a propaganda de cigarros na TV desde janeiro de 2001, faltava o fim da publicidade nos pontos de venda.
Ante a inércia do governo federal em editar o decreto desde 2011, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito Civil obrigando as principais fabricantes de cigarros no Brasil a cumprir a lei.
Em 22 de abril de 2014, as duas grandes tabaqueiras brasileiras que abrangem a quase totalidade do mercado no país assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta, no qual já haviam se comprometido a se abster de exibir nos locais de venda, em todo o território nacional, pôsteres, painéis ou cartazes de propaganda comercial de seus produtos, nos termos do art. 3º da Lei nº 9.294/96, com redação dada pela Lei nº 12.546/11.
O acordo previa multas pesadas por evento de descumprimento, e concedia o prazo de seis meses, a contar da homologação pela Instância Superior da Instituição Estadual, para o seu cumprimento.
O Governo Federal, formalmente, foi devidamente comunicado em meados do mês de maio dos termos do ajuste.
Mas além da proibição da propaganda comercial, há outra questão a carecer de regulamentação até o momento: a disposição e exposição dos produtos derivados do tabaco nos pontos de venda.
Instada a se manifestar durante a instrução do inquérito civil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA havia sido taxativa: apenas os produtos colocados à venda nos pontos de venda podem ser expostos. ‘Meros “mocapes” de embalagens vazias não representam embalagens do produto a ser vendido’, instruiu a Agência.
É o que vem ocorrendo atualmente no comércio, onde maços de cigarro são exibidos em expositores (displays) como se fossem obras de arte. Verdadeiros “quadros de Michelangelo”.
Em alguns casos, pelo viés iluminado do formato dos displays, alguns comerciantes, apesar da indústria fornecer e se comprometer a trocar as luminárias, reclamam de mais esse acréscimo de gasto nas suas contas de energia elétrica.
Vale lembrar que em várias cidades na Austrália os maços de cigarro não podem nem ser expostos.
Por se tratar de um produto pública e notoriamente reconhecido como nocivo à saúde, a ANVISA, em tese, pode e deve regulamentar a disposição e exposição dos maços de cigarro nos pontos de venda, a evitar a insegurança jurídica tanto para os Órgãos de Proteção e Defesa do Consumidor e as Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais, que em breve, em tese, podem e devem autuar e multar essa propaganda de cigarro disfarçada que graça no país, quanto para a indústria do tabaco em seus investimentos nos pontos de venda.
E neste mês de junho outras duas notícias merecem destaque.
Uma pesquisa da Universidade de Waterloo, no Canadá, descobre que fumantes de mentolados consomem o dobro de cigarros, cerca de 43 por semana, que os adeptos do cigarro comum, numa média de 26. O estudo reforça a necessidade da vedação desses aditivos, proibidos pela Anvisa e ainda válidos graças ao STF, mas cujo julgamento prevê-se para após o final de agosto, prazo em que um grupo de pesquisadores reunidos pela ANVISA deverá entregar um relatório sobre a avaliação de outras 121 substâncias, na maioria cancerígenas, também a serem proibidas.
A outra foi a campanha americana contra o cigarro com vídeos chocantes, a servirem de exemplo para o Brasil, com campanhas apenas com imagens suaves, produzidas com atores, sem similaridade com os efeitos desse produto nas pessoas na vida real.
Boa leitura!

Refugiados promovem Copa em SP

Campeonato de futebol terá 16 seleções. Sorteio das partidas e atividades culturais ocorrem neste sábado. Os jogos serão realizados no início de agosto.



São Paulo – Está programada para as 09h30 deste sábado (28) a abertura da Copa dos Refugiados, campeonato de futebol organizado por estrangeiros asilados no Brasil com apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo. O evento será realizado no pátio da Igreja da Paz, na Baixada do Glicério, região central da capital paulista. O local abriga a Missão Paz e a Casa do Migrante, onde são acolhidas pessoas em busca de refúgio.

Segundo informações do Acnur, o torneio contará com 16 equipes formadas por pessoas de diversos países. Neste sábado será realizado o sorteio da primeira rodada de partidas, haverá a apresentação de um hino da Copa composto por dois rappers refugiados e vão ocorrer outras atividades culturais.

Os jogos propriamente ditos foram programados para os dias 02 e 03 de agosto no Centro Esportivo Glicério, conhecido como Campo da Tia Eva. De acordo com o Acnur, originalmente as partidas deveriam ocorrer em 05 e 06 de julho, mas foram adiadas por causa do Ramadã, mês sagrado do calendário islâmico que começa neste final de semana.

Neste período, os muçulmanos jejuam durante o dia e só se alimentam antes do nascer e após o por do sol. O Acnur informou que muitas das seleções têm jogadores muçulmanos e, em respeito ao Ramadã, a organização decidiu mudar as datas.

A agência da ONU acrescentou que o campeonato é organizado por refugiados de países como Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Nigéria, Camarões, Síria, Bangladesh, Angola e Burkina Faso. O evento conta com parcerias e doações.

Mais informações e doações:

http://caritas.org.br/dezesseis-selecoes-nacionais-em-uma-autentica-copa-dos-refugiados/26379

https://www.facebook.com/copadosrefugiados

http://www.kickante.com.br/campanhas/copa-dos-refugiados-acnurcaritassp

Fundo islâmico do BB pode alcançar até US$ 500 milhões

Banco do Brasil irá lançar fundo de acordo com as regras da sharia em parceria com banco de Cingapura. Papeis de empresas brasileiras serão negociados no Oriente Médio e na Ásia.



Divulgação/BB DTVM
Takahashi: resultados precisam ser compatíveis com atividade da empresa
São Paulo – O Banco do Brasil se prepara para lançar um fundo de ações com base nas regras da sharia, a lei islâmica, entre setembro e outubro deste ano. O fundo irá negociar ações de empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em mercados do Oriente Médio e da Ásia.

“A expectativa é que tenhamos um patrimônio de US$ 50 milhões a US$ 500 milhões em um prazo médio de pelo menos um ano”, revelou Carlos Takahashi, presidente do BB DTVM, divisão de gestão de recursos do banco, em entrevista à ANBA. Os números correspondem aos valores mínimo e máximo esperados como patrimônio líquido do fundo.

Para lançar o fundo, o Banco do Brasil tem como parceiro o Islamic Bank of Asia (IBA), de Cingapura. É o banco asiático que dará suporte à instituição brasileira na certificação dos papeis negociados no fundo.

Para que o fundo esteja de acordo com a sharia, os rendimentos dos papeis negociados precisam ser obtidos dos resultados dos serviços prestados pela empresa e não de qualquer tipo de juros, o que configuraria usura, prática proibida pela lei islâmica.

“Os resultados e os números da empresa têm que ter compatibilidade adequada com a atividade central daquela empresa”, destaca Takahashi, explicando que pode haver a necessidade de troca de papeis do fundo, caso seja detectado algum tipo de lucro vindo de práticas consideradas usurárias.

As ações negociadas pelo fundo serão de empresas nacionais de commodities, energia, petróleo e gás, mineração e varejo. Takahashi conta que cerca de 20 companhias já foram aprovadas para terem suas ações negociadas pelo fundo islâmico. No Oriente Médio, os papeis serão vendidos pela BB Securities de Londres e, na Ásia, por uma corretora do BB aberta há um ano em Cingapura.

Em maio, representantes do Banco do Brasil se reuniram com investidores dos Emirados Árabes Unidos, Cingapura e Hong Kong para avaliar o potencial interesse deles no novo fundo. O presidente do BB DTVM lembrou que, além do Oriente Médio, há países asiáticos que também têm uma grande população muçulmana, como Indonésia, Índia, Cingapura e Malásia.

Empresas como bancos e fabricantes de bebidas, por exemplo, não podem fazer parte do fundo por não estarem de acordo com a lei islâmica.

Apesar de não ser o foco inicial do fundo, Takahashi não descarta a possibilidade de que os papeis possam ser negociados internamente. “Se percebermos que há interesse, vamos negociar no Brasil”, completou.

Decreto institui Sistema Nacional de Registros Civis

27/06/2014 18:31

Medida é considerada fundamental no combate às fraudes previdenciárias

Da Redação (Brasília) – O Governo Federal implementou, nesta sexta-feira (27), o Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (SIRC). A medida, instituída por meio do Decreto 8.270/2014, unificará em uma mesma base de dados informações  de registros civis de nascimento, casamento e óbito de cartórios de todo o país. Para a Previdência, a iniciativa é considerada fundamental no combate às fraudes previdenciárias. A medida foi anunciada, em Brasília, pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, e pelo secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Eduardo Gabas.
Um dos objetivos do sistema – que vai disponibilizar informações a diversos órgãos públicos como a Previdência Social, os ministérios da Justiça, das Relações Exteriores, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – é apoiar o planejamento de políticas públicas que melhorem efetivamente a qualidade de vida da população.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, a implantação do SIRC permitirá uma operacionalização conjunta de órgãos públicos para que as políticas voltadas aos cidadãos possam ser prestadas de modo rápido e seguro, possibilitando a utilização racional dos recursos públicos. O secretário-executivo defendeu que, de todos os ganhos trazidos pelo SIRC, o maior deles é o da cidadania.
No âmbito da Previdência, a instituição do sistema amplia uma iniciativa de envios de dados que já acontecia na instituição em relação ao registro de óbitos, mas que agora se estende para o registro de nascimento e casamento, de maneira integrada com outros órgãos públicos. A estimativa é que a implantação do sistema reduza os índices de fraudes contra o INSS, que atualmente chegam à casa de R$ 200 milhões anualmente. Para isso, o sistema vai absorver informações de 7.500 cartórios de todo o Brasil.
O SIRC será administrado por um Comitê Gestor que estabelecerá as diretrizes para o funcionamento, gestão e disseminação do sistema e monitorará o uso dos dados nele contidos. O Comitê será coordenado pelo Ministério da Previdência Social e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e contará ainda com representantes dos ministérios da Justiça, Defesa, Relações Exteriores, Fazenda, Desenvolvimento Social, Saúde e Planejamento. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) será o responsável pelo desenvolvimento, operacionalização e manutenção do sistema.

Combate ao sub-registro – De acordo com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, a instituição do SIRC nasce em um contexto de combate ao sub-registro no país. Desde 2003, o Governo Federal instituiu a mobilização nacional para o registro civil de nascimento, estratégia voltada à redução da vulnerabilidade causada pela ausência da certidão de nascimento em uma parcela significativa da população.
A certidão de nascimento é um registro fundamental tanto para a obtenção de outros documentos, quanto para o acesso a serviços e políticas de Estado. A estratégia permitiu que o índice de sub-registro de nascimento no Brasil caísse de 20,3% em 2002 para 6,7% em 2012.

Informações para a imprensa:
Ana Carolina Melo
(61) 2021-5311
Ascom/MPS

IAC completa 127 anos

– IAC completa 127 anos Sex, 27 de Junho de 2014 15:31 Responsável por 90% das cultivares de café arábica plantadas em terras nacionais, o IAC é pioneiro e referência secular na pesquisa de café no Brasil Que o Brasil teve seu processo de desenvolvimento e identidade nacional influenciados pela cultura do café do século XIX até meados do século XX, não é novidade. O que provavelmente poucos sabem é que esse papel histórico-cultural foi possível graças à colaboração de pesquisadores e demais servidores do Instituto Agronômico – IAC, instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. As pesquisas de café no Instituto são coordenadas pelo Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Café “Alcides Carvalho”, com apoio do Centro de Recursos Genéticos Vegetais e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica, ambos do IAC. Pesquisas realizadas pelo IAC na área de café, com foco no desenvolvimento de cultivares, adequação de adubação, espaçamentos, densidade populacional, sistemas de podas e irrigação, dentre outros, foram fundamentais para o estabelecimento da base tecnológica para a modernização da cafeicultura brasileira. De forma direta ou indireta, essas pesquisas contribuíram significativamente para a cafeicultura brasileira ser o que é hoje, altamente produtiva e considerada uma das melhores do mundo. Para ter ideia da importância histórica e atual do Instituto, as cultivares Mundo Novo e Catuaí, desenvolvidas pelo IAC, são alicerces e carros-chefe da cafeicultura brasileira e representam cerca de 90% dos cafeeiros arábicas cultivados. As duas se adaptam a diversos sistemas de produção em praticamente todas as regiões produtoras. Além dessas, desde sua criação, o Instituto desenvolveu 65 cultivares de café arábica. “Apesar das dificuldades relacionadas a recursos financeiros, pessoal de apoio e pesquisadores, pelas quais passamos nos últimos anos, nossa pesquisa se mantém ativa e mostra resultados excelentes a cada ano. Temos o mais antigo programa de pesquisa cafeeira do Brasil, ao mesmo tempo moderno, pois estamos em contínuo processo de evolução e adequação às novas demandas”, diz o diretor do Centro de Café do IAC, Gerson Silva Giomo. Contribuições da pesquisa - Também pode-se destacar entre as contribuições do IAC: cultivares resistentes à ferrugem, trabalhos com adubação do solo que viabilizaram o cultivo do café no Cerrado e em processamento pós-colheita - que incluem o desenvolvimento do processo cereja descascado e de tecnologia para café despolpado - e estudos pioneiros em secagem, colheita mecanizada, fisiologia do cafeeiro, preparo do solo, arborização, melhoramento genético, armazenamento de sementes e grãos, agroclimatologia - que trouxe grande contribuição ao zoneamento climático - zoneamento agrícola, orientações para a mitigação dos efeitos do aquecimento global, análises químicas do solo, folhas e sementes, fertilização química, enxertia, taxonomia e evolução das cultivares e espécies de Coffea spp, e melhoria da qualidade do produto com o enfoque da produção de cafés especiais. Segundo Giomo, no início dos anos 50, o IAC realizou os primeiros estudos sobre a adaptação de cafeeiros às diversas condições climáticas, incluindo a microclimatologia relacionada a conceitos e métodos de defesa de geadas. “Hoje, o IAC conta com um acervo de informações meteorológicas de mais de cem anos. A contribuição do Instituto nessa área contempla o zoneamento climático para a cafeicultura no estado de São Paulo, modelos agrometeorológicos para a previsão de safra, estudos do efeito do clima na fisiologia dos frutos, bem como estudos de ações mitigadoras do efeito do aquecimento global sobre a cafeicultura”, salienta. Descrição detalhada de tecnologias: Cultivares de café - O extenso programa de genética e melhoramento do cafeeiro do IAC, desde 1932, já desenvolveu, selecionou, lançou e recomendou para plantio inúmeras cultivares de café para as mais diversas regiões cafeeiras do estado de São Paulo, do Brasil e de outros países produtores de arábica. Entre elas, destacam-se as cultivares Catuaí Vermelho (IAC 99 e IAC 144), Catuaí Amarelo IAC 62, Mundo Novo (IAC 388-17, IAC 379-19 e IAC 376-4), Acaiá IAC 474-1, Icatu Vermelho IAC 4045, Icatu Amarelo IAC 2944, Icatu Precoce IAC 3282, Bourbon Vermelho IAC 662, Bourbon Amarelo (IAC J9, IAC J10 e IAC J20), Ibairi IAC 4761, Laurina IAC 870, Obatã IAC 1669-20, Ouro Verde IAC H5010-5, Caturra Vermelho IAC 477, Caturra Amarelo IAC 476, Tupi IAC 1669-33, IAC 125 RN, IAC Obatã 4739 e Apoatã IAC 2258 (porta enxerto). Fertilidade e adubação - Os trabalhos pioneiros de correção e adubação de solos que permitiram a expansão do cultivo do café em solos de Cerrado foram realizados pelo Instituto Agronômico - IAC em experimentos na região de Batatais, em ambiente típico de Cerrado no Estado de São Paulo. Pesquisas realizadas nessa região entre 1958 e 1969 com a cultivar Mundo Novo IAC 379-19 indicaram a viabilidade técnica e econômica do cultivo do cafeeiro arábica em solos de baixa fertilidade natural, mediante a aplicação racional de calcário e fertilizante químicos. O experimento foi alvo de incontáveis excursões de interessados, de todas as regiões do País, que, nos anos seguintes, iniciaram o plantio de café nos "solos de Cerrado" da região Mogiana Paulista, e, posteriormente, ocuparam com sucesso outras áreas tidas como improdutivas das regiões de Minas Gerais e outros Estados vizinhos. O desenvolvimento da cultura do café em áreas de Cerrado, com topografia tipicamente plana, incentivou o desenvolvimento de uma cafeicultura 100% mecanizada e altamente tecnificada, com sensível redução do custo de produção. Colheita mecânica – Na década de 70, o IAC foi responsável pelos primeiros estudos com colheita mecânica do café. Na época, o Instituto importou e adaptou para a colheita de café uma colhedeira mecânica de cerejas. Mais tarde, o projeto foi transferido para a iniciativa privada, que o melhorou e validou o equipamento, e acabou lançando a primeira colhedeira de café do mundo. Além da colheita mecanizada permitir uma colheita mais rápida, estima-se que pode reduzir cerca de 40% dos custos de produção. Pioneirismo também na poda do café – Para gerar alternativa de baixo custo para revigorar a planta, estudos feitos no IAC contribuíram para o estabelecimento da poda racional do cafeeiro, que recupera a lavoura e viabiliza nova colheita emdois anos. Para renovar o cafezal com novos cafeeiros, o custo gira em torno de R$ 9 mil a R$ 13 mil por hectare e, além disso, nova colheita é feita somente depois de quatro anos. No caso da poda, os custos são menores e variam de acordo com o tipo de poda, idade da planta e estado nutricional e vegetativo da lavoura. Sistema de plantio em renque ou adensado – Essa tecnologia é utilizada em pelo menos 95% das áreas mecanizáveis de café e viabilizou a mecanização total da lavoura, pois favorece a racionalização dos tratos culturais e redução dos custos de produção. Consiste em colocar uma planta por cova, com distância de 0,50 m a 1 metro na linha de plantio, variando de 2 m a 4 m o espaço entre as linhas, totalizando, por hectare, de 2500 a 10 mil plantas. No sistema tradicional, são usados espaçamentos largos e utilizadas duas plantas por cova, resultando em 2 mil plantas por hectare. Os estudos de número de plantas e disposição de plantas na cova, bem como os tratos culturais, foram fundamentais para o estabelecimento do plantio em renque. Novas tecnologias de café - A partir de 1997, com a criação do Consórcio Pesquisa Café, as pesquisas com café conduzidas no IAC ganharam novo impulso. Confira algumas pesquisas e tecnologias geradas pelo IAC com o apoio do Consórcio: Genoma Café - Na área de pesquisas biológicas, um fato marcante a partir da constituição do Consórcio foi a participação efetiva de pesquisadores do IAC e de Unidades da Embrapa no Projeto Genoma Café, que, numa primeira fase, desenvolveu o sequenciamento do genoma café, resultando na construção de um banco de dados com mais de 200 mil sequências de DNA. Isso permitiu a identificação de mais de 30 mil genes, responsáveis pelos diversos mecanismos fisiológicos de crescimento e desenvolvimento do cafeeiro. Atualmente as pesquisas são dirigidas à análise das sequências agregando-lhes função por meio de trabalhos de identificação de marcadores moleculares e de promotores gênicos para dar continuidade ao melhoramento genético do cafeeiro. Há expectativas de ocorra reflexos na redução do custo de produção, na proteção ambiental e no incremento de produtividade das lavouras, com melhoria da qualidade da bebida e da competitividade do produto. Sistema para expressão dirigida de genes em raízes e em tecidos foliares - O IAC desenvolveu, em parceria com a Embrapa Café e com a Unesp-Botucatu, dois sistemas para transformação de plantas, mediante uso de informações geradas pelo Projeto Genoma, que permitem a introdução de genes em tecidos foliares e em raízes de cafeeiros. O sistema consiste em dois promotores obtidos de plantas de café que permitem direcionar e controlar a expressão de genes a eles associados: o Promotor CalsoR, que atua nas folhas, e o Promotor Caperox, que age nas raízes em resposta a um estímulo externo. A técnica também pode ser usada para o melhoramento de várias espécies vegetais de interesse econômico, além do café. As tecnologias têm pedidos de patentes registrados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial - Inpi. Novas cultivares – O Consórcio apoiou e financiou o processo final de seleção de mais cinco cultivares de café desenvolvidas pelo IAC: cultivar Tupi IAC 1669-33, Obatã IAC 1669-20, IAC 125 RN, IAC Obatã 4739 (Obatã Amarelo) e IAC Ouro Verde. Todas têm boas características agronômicas, como alta produtividade, porte baixo e ótima qualidade. Essas cultivares têm produtividade média de 50 sacas de café beneficiado/ha em áreas irrigadas. Nas regiões não irrigadas suas produtividades variam de 30 a 45 sacas por hectare.  A Tupi RN IAC 1669-13 é a mais precoce de todas, seguida da Ouro Verde IAC H 5010-5, que têm maturação média e, por último, a IAC Obatã 4739 e Obatã IAC 1669-20, que são de média a tardia. Com essa diferença de maturação, o produtor pode colher o café em períodos diferentes, o que permite distribuir melhor a colheita e diminuir a quantidade de mão de obra empregada. Três cultivares são resistentes à principal doença foliar do café: a ferrugem (Obatã IAC 1669-20, IAC Obatã 4739 e Tupi RN IAC 1669-13) e podem dispensar a aplicação de defensivos agrícolas destinados ao controle químico da doença. Essas cultivares são recomendadas para plantio em todas as regiões produtoras de café do Brasil. Genes responsáveis pela qualidade do café arábica – É outra pesquisa desenvolvida pelo IAC no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, e ainda com financiamento também da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp, que tem fornecido também subsídios para pesquisas de melhoramento genético do cafeeiro. O estudo verificou que boa parte dos genes expressos na espécie de café arábica parece ser proveniente de Coffea eugenioides, uma espécie pouco usada nos programas de melhoramento genético do café e sem qualquer uso comercial. As pesquisas inéditas identificaram genes potenciais responsáveis pela qualidade do café e comprovaram também que a melhor qualidade do Arábica se dá pela maior expressão de genes da produção de açúcares encontrados em seu material genético. Café naturalmente sem cafeína – O estudo com o cafeeiro descoberto pelo IAC permitirá que amantes do bom cafezinho com sensibilidade à cafeína possam vivenciar a paixão pela bebida, sem que tenha havido nenhum processo químico de extração da cafeína. Os pesquisadores estão realizando testes em plantas cujo teor da substância é de apenas 0,07%, ou seja, 10 vezes menos que o café consumido habitualmente, da espécie Coffea arabica. Mudas clonadas obtidas por estaquia ou cultivo in vitro de matrizes selecionadas em função de sua superioridade agronômica, como produção de frutos e resistência aos principais agentes bióticos da cultura, encontram-se em ensaios de campo desde 2007. A nova cultivar de café naturalmente sem cafeína, denominada IAC 045125, ainda em pesquisa, foi obtida a partir de genótipos conservados no Banco Ativo de Germoplasma - BAG de Coffea arabica mantido pelo IAC e foi protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 2011. O acesso foi introduzido no Banco do IAC a partir de plantas originárias da Etiópia vindas de um centro de pesquisa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na Costa Rica. Os estudos têm o objetivo de gerar produto com valor agregado, sem os custos da descafeinização química e com a preservação do sabor e aroma natural do café. Banco de germoplasma do IAC – O Instituto mantém o maior e mais antigo Banco de Germoplasma – BAG de café do país, com 5.451 registros. Com essa diversidade, contribui para significativos resultados na pesquisa cafeeira há 80 anos. Os trabalhos de caracterização morfológica, agronômica, química e molecular feitos com os materiais genéticos mantidos nos Bancos de Germoplasma são contínuos, bem como a introdução de novos acessos por meio de intercâmbio de registros com bancos de instituições nacionais e internacionais. Todo esse esforço garante resultados efetivos, com precisão quanto à cultivar de café desejada. Além da contribuição científica, fundamental para o avanço das pesquisas de melhoramento genético do café, o Banco de Germoplasma do IAC preserva diversas espécies em Campinas e Mococa (SP). A coleção mantida pelo Centro de Café Alcides Carvalho do IAC é formada por cerca de trinta mil cafeeiros pertencentes às espécies Coffea arabica, C. canephora, C. congensis, C. eugenioides, C. liberica, C. racemosa, C. salvatrix, C. kapakata, C. stenophylla, C.millotii, C. sessiliflora, C. heterocalyx, C. humilis, C. anthonii, Psilanthus ebracteolatus e P. travancorensis. Reúne grande diversidade de mutantes, formas botânicas, variedades exóticas e introduções oriundas dos centros de origem e de diversificação de C. arabica e C. canephora, principais espécies cultivadas. Mais sobre o IAC - O Instituto Agronômico foi criado em 27 de junho de 1887 pelo Imperador do Brasil, Dom Pedro II, com o objetivo primeiro de assistir tecnicamente ao desenvolvimento da cafeicultura nacional, que estava em decadência naquela época. Portanto, pode-se dizer que o IAC tem suas raízes no café, desde a origem. O programa de melhoramento genético do cafeeiro do IAC foi estabelecido em 1932, acumulando até agora 82 anos de ininterruptas pesquisas e atividades de desenvolvimento tecnológico para a cafeicultura brasileira. Atualmente o Centro de Café "Alcides Carvalho" é formado por uma equipe multidisciplinar de cientistas envolvidos em inúmeras atividades de pesquisa e desenvolvimento e de transferência de tecnologia. O Centro de Café coordena o Programa Café do IAC com apoio de outros Centros de Pesquisa do IAC e de outras unidades de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). Esse esforço de pesquisa já permitiu a produção de trabalhos clássicos da literatura agronômica brasileira sobre o produto, gerando soluções para os mais diversos segmentos da cadeia produtiva do café, não só no País, mas também em países da América Central e Latina. Saiba mais sobre a história do Centro de Café e as principais contribuições para a cafeicultura paulista e nacional, sobre as cultivares, a Embrapa Café e o Consórcio Pesquisa Café: http://www.iac.sp.gov.br/areasdepesquisa/cafe/centrocafe2.php http://www.agricultura.gov.br/vegetal/registros-autorizacoes/registro/registro-nacional-cultivares https://www.embrapa.br/cafe http://www.consorciopesquisacafe.com.br   Gerência de Transferência de Tecnologia Texto: Flávia Bessa – MTb 4469/DF Contatos: cafe.imprensa@embrapa.br / (61) 3448-1927  Sites: www.embrapa.br/cafe www.consorciopesquisacafe.com.br

CENTRO DE CAFÉ ALCIDES CARVALHO



A história do Centro de Café "Alcides Carvalho" confunde-se com a própria história do Instituto Agronômico, fundado em 27 de junho de 1887 para assistir tecnicamente ao desenvolvimento da cafeicultura nacional.
Em 1923 foi criada a Seção de Café, cujas atribuições relacionavam-se aos estudos de aspectos fitotécnicos da cultura. Poucos anos depois, em 1929, com a criação da Seção de Genética, tiveram início os trabalhos de genética e melhoramento do cafeeiro, sob a orientação do Dr. Carlos Arnaldo Krug. Em 1932 foi estabelecido um amplo programa de pesquisas com o cafeeiro envolvendo várias áreas. Pesquisadores renomados participaram ativamente dos trabalhos de pesquisa com o cafeeiro na equipe liderada por Alcides Carvalho depois de 1935 e, colaboraram de forma efetiva para o desenvolvimento econômico e social do país. Na década de 90, a antiga Seção de Café e parte da Seção de Genética foram reunidas, dando origem ao Centro de Café e Plantas Tropicais do IAC, que passou, em 2001, a se chamar Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Café "Alcides Carvalho".

O cafeeiro foi introduzido no Brasil em 1727 tendo chegado a São Paulo pelo Vale do Paraíba e atingido a região de Campinas em 1810. De início, o cafeeiro teve características de uma cultura nômade graças ao desconhecimento da necessidade da reposição de nutrientes e de métodos de conservação de solo. Assim, o cultivo do café migrou constantemente à procura de novas terras, ricas em matéria orgânica e produtivas, que se tornavam esgotadas logo nos primeiros anos de exploração. A produção, entretanto aumentava de modo surpreendente, principalmente pela adaptação das plantas às condições de solo e clima e também pelo constante aumento da área plantada. O Estado de São Paulo tornou-se o centro da economia do país. Em 1887, foi criada, por solicitação geral dos produtores do estado, a Estação Imperial de Campinas, que posteriormente viria se chamar Instituto Agronômico de Campinas - IAC.
Na década de 1920 o IAC já recomendava aos cafeicultores a adubação do solo mediante o emprego de farinha de peixe, de escórias de alto forno e de pequenas quantidades de salitre do Chile. Além disso, recomendava técnicas para o preparo do solo, para o controle de pragas e doenças e também para processamento pós-colheita do café. Do IAC obtinham-se orientações para a melhor condução da secagem em terreiros e armazenamento em tulhas de madeira, e também para o beneficiamento, preparando o café beneficiado para a exportação, livre de impurezas, com uniformidade e sabor. Na década de 1930, iniciou-se a experimentação com delineamentos estatísticos, com aplicação de maiores quantidades de fertilizantes, afastando a adubação do empirismo.
No início dos anos 50, o IAC realizou os primeiros estudos sobre a adequação dos cafeeiros às diversas condições climáticas, incluindo a microclimatologia, relacionada a conceitos e métodos de defesa contra geadas. Hoje, o IAC conta com um acervo de informações meteorológicas de mais de cem anos. A contribuição do instituto nessa área contempla o zoneamento climático para a cafeicultura no estado de São Paulo, modelos agrometeorológicos para a previsão de safra, estudos do efeito do clima na fisiologia dos frutos, bem como estudos de ações mitigadoras do efeito do aquecimento global sobre a cafeicultura.
Na década de 1960 intensificaram-se as análises químicas do solo e de folhas dos cafeeiros, permitindo melhor entendimento da produção, e adequação das quantidades de fertilizantes recomendadas. Nessa época, IAC passou a dar maior ênfase também à correção da acidez do solo pela aplicação do calcário.
Em 1958 um experimento realizado em "solo de cerrado" em Batatais, cujos resultados foram publicados em 1976, mostrou a possibilidade do cultivo do café em solos pobres mediante a aplicação de calcário e fertilizante químicos. O experimento foi alvo de incontáveis excursões de interessados, de todas as regiões do país, que nos anos seguintes iniciaram o plantio de café nos "solos de cerrado" da região de Franca, e, posteriormente, ocuparam com sucesso outras áreas tidas como improdutivas das regiões de Minas Gerais e outros Estados vizinhos.
O desenvolvimento da cultura do café em áreas de cerrado, com topografia tipicamente plana, incentivou o desenvolvimento da mecanização da colheita, com sensivelmente redução do custo de produção. Os primeiros estudos com colhedeira mecânica foram realizados pelo IAC, que na década de 1970 importou e adaptou para a colheita de café uma colhedeira mecânica de cerejas. Posteriormente, o projeto foi transferido à iniciativa privada.
Projetos de pesquisas biológicas tiveram início na década de 1930. Até então, os cafezais de São Paulo eram formados com sementes derivadas de cultivares importadas, sem nenhuma seleção específica, a não ser aquela feita pelos próprios agricultores, que consistia na seleção de plantas dos talhões mais produtivos da propriedade. A semeação direta, que, então, se fazia com 30 a 40 sementes por cova, naturalmente permitia a seleção das mudas mais vigorosas, mais sadias e de mais rápido desenvolvimento. Nessa época, objetivando melhor conhecimento dos aspectos biológicos básicos do cafeeiro, iniciaram-se os estudos sobre a taxonomia e evolução das cultivares e espécies de Coffea, sobre a estrutura das inflorescências e das flores, bem como sobre a biologia floral. Naquela época iniciaram-se também as análises de mutações somáticas, citológicas e genéticas. Os conhecimentos adquiridos nessas áreas têm sido desde então aplicados ao melhoramento das principais cultivares de C. arabica, na síntese de novas estruturas genéticas e no aproveitamento de espécies selvagens de Coffea para fins de melhoramento. Em todos os casos tem-se em vista a obtenção de progênies ou linhagens com boas características agronômicas, aliadas a elevadas produções, e com produto de boa qualidade. Todas essas pesquisas requerem tempo e investimento, mas são imprescindíveis para o progresso da cafeicultura.
Esse extenso programa de genética e melhoramento do cafeeiro que vem sendo desenvolvido no Instituto Agronômico de Campinas desde 1932, até o presente momento gerou um grande número de cultivares que vêm sendo lançadas e recomendadas para o plantio nas mais diversas regiões cafeeiras do estado de São Paulo e do Brasil. Estima-se que 90% dos mais de 4 bilhões de cafeeiros arábicos do Brasil, sejam provenientes de cultivares desenvolvidos pelo IAC. E alguns são a base da cafeicultura de outros países, muito embora não sejam mais plantados em escala comercial no Brasil. Esse é o caso dos cafés Caturra Vermelho IAC 477 e do Caturra Amarelo IAC 476, que foram selecionados no IAC a partir de 1937. Várias outras cultivares de café com origem no IAC, apesar de atualmente não serem mais recomendados, tiveram importância marcante na história da cafeicultura nacional.
Da cultivar Típica, introduzida no país em 1727, às atuais cultivares de porte mais compacto e resistentes a moléstias, um ganho de 240% de produtividade foi acumulado pelo contínuo processo de seleção.
O lançamento das cultivares Catuaí Vermelho e Catuaí Amarelo de porte baixo, rústicas e de alta produtividade pelo IAC no início da década de 70, modificou sistemas de produção e permitiu a utilização de novas áreas para a cafeicultura. As duas cultivares aumentaram a lucratividade e também viabilizaram o cultivo de café em regiões outrora improdutivas, como a enorme área de cerrado, não só em São Paulo como também no Triângulo Mineiro. Nesse aspecto, as cultivares Mundo Novo, disponibilizada a partir de 1952, e Acaiá, lançada em 1968, também merecem destaque.
O lançamento, em 1992, das cultivares de porte alto e resistentes à ferrugem, Icatu Vermelho, Icatu Amarelo e Icatu Precoce, representou considerável economia para os produtores e sensível redução dos riscos relacionados à poluição ambiental e à saúde dos agricultores e consumidores. O mesmo se aplica às cultivares Obatã e Tupi, de porte baixo e com resistência a Hemileia vastatrix, indicadas, a partir de 2000 para plantios adensados, superadensados, adensados mecanizáveis ou em renque. No mesmo ano foi lançada a cultivar Ouro Verde, de porte baixo mas suscetível à ferrugem. Estas três cultivares têm sido bastante importantes para a cafeicultura moderna, tanto para pequenos produtores, que praticam a cafeicultura familiar, como para grandes empresários.

Um silo pode ter duas silagens



A região periférica dos silos, representada pelo topo e pelas laterais superiores, de modo geral, apresenta algumas características, as quais são diferentes da região central do silo, tais como: I) A densidade (kg forragem/m3) é inferior e II) A quantidade de oxigênio proveniente do ambiente que penetra na massa é maior. Essas particularidades fazem com que a região periférica apresente perfil de fermentação diferente, pois muitos microrganismos necessitam dessas condições para sobreviver e também é a região que mais sofre perdas, principalmente aquelas relacionadas à deterioração aeróbia, a qual é caracterizada pelo intenso desenvolvimento de fungos.

Isso nos faz pensar que, em um silo nós podemos ter duas silagens. Ou seja, aquela localizada no centro, onde a fermentação ocorreu de forma satisfatória e o oxigênio não traz grandes efeitos negativos e a outra localizada na periferia, onde a composição química será inferior devido ao consumo dos nutrientes por parte dos microrganismos oportunistas e onde também poderá ter presença de moléculas consideradas inibidoras de consumo ou que podem afetar a saúde animal e humana, como é o caso das micotoxinas.

Portanto, um importante objetivo ao produzir uma silagem é fazer com que a região periférica seja igual ou similar à região central, de modo que poucas alterações nutritivas ocorram. Trocando em miúdos, necessitamos produzir uma única silagem, independente do local onde ela esteja no silo. Esta estratégia evitará que parte do alimento seja descartado durante o desabastecimento e que os animais tenham queda de desempenho por conta das condições encontradas na silagem periférica.

Para que isso ocorra, abaixo estão assinaladas algumas ferramentas de manejo que podem ser instaladas ao produzir a silagem e ao desabastecer o silo:

1. Potencialize a compactação da massa: Isso pode ser realizado por meio de máquinas/tratores pesados, além de permanecer compactando por um longo período de tempo após o silo ser abastecido. Em silos do tipo superfície, compacte-os no sentido longitudinal e transversal.

2. Em silos trincheira, evite ultrapassar a altura das paredes: Ao ultrapassa-las, toda a massa de silagem que está acima da parede terá menor densidade e maior contato com o oxigênio, o que ocasionará a situação relatada acima;

3. Potencialize a vedação: Procure utilizar filmes plásticos (lonas) que possuam barreira ao oxigênio. Somado a isso vede bem as laterais revestindo as paredes de silos trincheira com lona, associado a materiais pesados, tais como sacos de areia/brita;

4. Utilize adequada taxa de retirada: Quando o silo estiver aberto procure retirar fatias homogêneas ao longo da face de, pelo menos, 30 cm e 50 cm no inverno e no verão, respectivamente, de modo que o avanço da massa seja o mais rápido possível.

5. Sempre descarte silagem deteriorada: Ao perceber que a silagem está com odor e coloração alterados, descarte-a imediatamente. Silagem deteriorada deprime consumo e, em algumas condições mais severas pode levar o animal a óbito.
 

Direitos reservados
Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.