Loque Lacine Tápias deixou a Unicafé, para formar a Cafénorte, num tempo em que aplicar no mercado financeiro dava grandes lucros ouvi ele orientar um funcionário:
-Lembre sempre que o nosso objetivo é comprar e vender café, não somos banco.
Naquela época Lacine Tápias começava a montar uma fazenda de café conilon no sul da Bahia, hoje a maior fazenda de conilon do Mundo.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
A INFORMAÇÃO DEVE CIRCULAR
O jornalismo tem princípios básicos. Nunca brigue com a informação. Não sente em cima da informação. Repasse a informação quando tiver certeza de sua veracidade.
0 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou há poucos dias um documento intitulado: situação Social no Espírito Santo, onde cita que a realidade de hoje tem lastro na Constituição de 1988 e na estabilização monetária obtida com o Plano Real em 1994, que permitiu o planejamento de políticas públicas com um horizonte mais controlável do ponto de vista econômico. A seguir pequena amostra do documento do Ipea.
DEMOGRAFIA - A fecundidade no Espírito Santo é menor do que no Brasil e no Sudeste e encontra- se em trajetória de queda.
PREVIDÊNCIA - Os indicadores de previdência social fornecem sinalização de como a população idosa vive de forma mais salutar do que a média dos cidadãos do Sudeste e a média brasileira.
RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE - As desigualdades de renda média diminuíram um pouco, a renda domiciliar per capita da zona rural teve um crescimento de 42,3%, superior ao observado na urbana (32,1%), passando de R$ 239,6 em 2001 para R$ 341,1 em 2009.
SAÚDE - No começo da década, o estado apresentava menor índice de violência do que Rio de Janeiro e São Paulo, mas se tornou no fim da década, o mais violento da região.
TRABALHO E RENDA DO TRABALHO - A taxa de desemprego no Espírito Santo manteve-se menor do que na região Sudeste e no Brasil na maioria dos anos da série.
EDUCAÇÃO - O Espírito Santo tem escolaridade, medida pela média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais, menor do que a do Sudeste e superior à média nacional em quase todos os anos, de 2001 a 2009.
SANEAMENTO E HABITAÇÃO - No Espírito Santo, acessos adequados a abastecimento de água estão além da média nacional. Com relação à energia elétrica, o Espírito Santo encontra-se em melhor situação do que o Sudeste como um todo e a média brasileira.
CULTURA - Com relação ao acesso à internet a taxa de acesso de 36,8% para a população urbana chega a apenas 3,3% para a população rural do estado.
Sendo coerente com o que afirmei no inicio deste texto, de que a informação deve circular, se tiver interesse e curiosidade, acesse http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/120118_relatorio_situacaosocial_es.pdf para ter diante dos olhos dezenas de gráficos e tabelas mostrando o nosso Estado de 2001 a 2009.
ronaldmansur@gmail.com
NEWTON BRAGA 2
Ronald, muito obrigada. Foi trabalhoso e doloroso, mas tive grande alegria ao fazer este livro, que reafirma o amor de Newton por sua terra. recebi este texto de Marilia Braga, comentando o texto que fiz na revista Pensar de A Gazeta e publicado no ronaldmansur.blogspot.com.
em resposta registrei:
Marilia,
Newton é Cachoeiro de verdade.
Fiquei encantado com o trabalho de resgate.
Foi um contribuição a memória histórica, que às vezes fica esquecida.
As entrevistas são marcantes e como conheci alguns dos entrevistados,
parecia que estava ouvindo a voz deles.
A segunda parte com fotos e os textos recuperados nos mostra
a real dimensão de Newton.
Como disse, Newton colocou Cachoeiro na vitrine do Brasil.
Fiz a minha parte na divulgação,
espero que este livro tenha nova edição
e que o busto volte ao lugar original na Praça.
um abraço
ronald mansur
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
BURRO OU SAFADO
Muitos imaginam que os exportadores de café se reúnem e traçam planos diabólicos para sugar o sangue do produtor. O exportador Lacine Tápias costuma dizer:
-No setor quem combina uma coisa com outro, ou é burro ou safado. Burro porque vão lhe passar a perna. Safado porque pensa em passar a perna em alguém.
-No setor quem combina uma coisa com outro, ou é burro ou safado. Burro porque vão lhe passar a perna. Safado porque pensa em passar a perna em alguém.
COMI CAVIAR E NÃO SABIA.
Otávio Rainho presidente do Instituto Brasileiro do Café (IBC) foi homenageado pelos exportadores de café de Vitória num jantar fabuloso. Por dever de ofício eu estava presente. Na hora do banquete o garçom serviu uma comida que saboreei como nunca, um peixe com uma pasta escura deliciosa. Pedi repeteco e o garçom não atendeu.
Dias depois descobri que havia comido caviar pela primeira vez, através de uma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, que enviara o jornalista Jair Borin para cobrir o evento.
Dias depois descobri que havia comido caviar pela primeira vez, através de uma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, que enviara o jornalista Jair Borin para cobrir o evento.
NA BUSCA ONDE FOI SEPULTADO NAGIB DAHDAH - MEMÓRIA DA IMIGRAÇAO LIBANESA
Recebi a carta que segue onde Nagib Dahdah, me solicita uma busca para saber onde o seu avô Michel Dahdah está enterrado. Abaixo a carta.
Caro Ronald
Estou muito satisfeito de ler novamente. Também estou muito contente que você está tentando novamente encontrar o túmulo do meu avô.
Meus avós viviam inicialmente na cidade de Kfour, em Kesserwan (Líbano). Minha avó (Rahil ou Rachel Dahdah) estava no Líbano quando meu avô morreu. Ela recebeu uma carta de Colatina datada de 7 jun 1930. A pessoa que enviou a carta foi Youssef Mansour Sahyoun. Segundo a carta, meu avô Michel Dahdah saiu Colatina alguns meses antes. Ele foi para Victoria para o comércio com o Sr. Antoine Hawila ou um filho de Antoine Hawila. Ele se afogou em um rio perto de Vitória pouco tempo antes da data da carta (pouco antes de 07 de junho). A polícia encontrou o corpo do meu avô. Ele foi transferido para Vitória, onde foi enterrado pela comunidade libanesa.
Meu avô era um cristão maronita (católico), eu suspeito que deve haver um registro de sua morte, em maronita igreja ou igreja católica, onde a comunidade libanesa usava para manter os seus serviços. É possível também a considerar que ele foi enterrado em um cemitério onde a comunidade sírio-libanesa enterra seus mortos.
Estou muito grato, querido Ronald, que você está tendo o cuidado de novo na minha. Se você encontrar alguma coisa, por favor tente me mandar fotos, documentos ou o que você acha que tem uma relação com a vida do meu avô e morte no Brasil / Vitória / Colatina.
Com os melhores cumprimentos,
Nagib Dahdah
Os: o texto da correspondência está um pouco truncado, mas é o texto original.A minha busca prossegue, esperando ajuda de outras pessoas. Ronald Mansur.
Caro Ronald
Estou muito satisfeito de ler novamente. Também estou muito contente que você está tentando novamente encontrar o túmulo do meu avô.
Meus avós viviam inicialmente na cidade de Kfour, em Kesserwan (Líbano). Minha avó (Rahil ou Rachel Dahdah) estava no Líbano quando meu avô morreu. Ela recebeu uma carta de Colatina datada de 7 jun 1930. A pessoa que enviou a carta foi Youssef Mansour Sahyoun. Segundo a carta, meu avô Michel Dahdah saiu Colatina alguns meses antes. Ele foi para Victoria para o comércio com o Sr. Antoine Hawila ou um filho de Antoine Hawila. Ele se afogou em um rio perto de Vitória pouco tempo antes da data da carta (pouco antes de 07 de junho). A polícia encontrou o corpo do meu avô. Ele foi transferido para Vitória, onde foi enterrado pela comunidade libanesa.
Meu avô era um cristão maronita (católico), eu suspeito que deve haver um registro de sua morte, em maronita igreja ou igreja católica, onde a comunidade libanesa usava para manter os seus serviços. É possível também a considerar que ele foi enterrado em um cemitério onde a comunidade sírio-libanesa enterra seus mortos.
Estou muito grato, querido Ronald, que você está tendo o cuidado de novo na minha. Se você encontrar alguma coisa, por favor tente me mandar fotos, documentos ou o que você acha que tem uma relação com a vida do meu avô e morte no Brasil / Vitória / Colatina.
Com os melhores cumprimentos,
Nagib Dahdah
Os: o texto da correspondência está um pouco truncado, mas é o texto original.A minha busca prossegue, esperando ajuda de outras pessoas. Ronald Mansur.
domingo, 29 de janeiro de 2012
FEIRA ORGÂNICA DE VILA VELHA, 2011, ANO SEIS.
A feira orgânica de Vila Velha completou seis no dia 19 de março, 2011. Certamente que muitos que a freqüentam tem plena consciência de que estão comprando frutas, verduras e legumes de alta qualidade. Produtos limpos do ponto de vista de resíduos dos venenos usados nas lavouras. Sabem que vão comer um alimento de verdade, um alimento para a vida. Mas o grupo que sabe como foi a luta dos feirantes até o dia de hoje, é pequeno e restrito.
Os agricultores de Santa Maria do Jetibá e Iconha, que estão do outro lado da banca merecem o reconhecimento pelo trabalho que realizam e pelos produtos que nos fornecem, puros e limpos de agrotóxicos. Sou grato a eles que chegam pela noite de sexta-feira e dormem debaixo das barracas. No sábado, bem cedinho iniciam a comercialização. Vida de trabalho. Por isto vou agradecer sempre.
Mas nesta data quero fazer uma viagem ao passado, não muito distante, mas o necessário para não esquecermos. Falo do início do processo que resultou no atual estágio da agricultura orgânica no Espírito Santo. Tenho de fazer uma viagem de pouco mais de 130 quilômetros, sentido sul do Estado, indo até Cachoeiro de Itapemirim. Foi lá que tudo começou no ano de 1985, quando a Prefeitura local (administração Roberto Valadão) e pela condução competente do agrônomo Nasser Youssef Nars montou o que logo ficou conhecido como Hortão Municipal.
Centenas de agricultores foram lá para conhecer o que era produzir em escala comercial e com elevada produtividade verduras, folhas e frutas sem o uso de produtos químicos e venenos pesticidas. Era a agricultura natural – que retirava produção da natureza, mas fazendo a menor agressão possível.
Um grupo especial de produtores frequentou com constância o Hortão e de lá tirou ensinamentos que carregam até hoje. O conhecimento absorvido passou a constituir um bem patrimonial, porque foi passado para os filhos e para as comunidades. Falo das excursões que a Igreja Cristã Evangélica de Confissão Luterana (ICLEB) promoveu para os seus membros. É bom lembrar que nos anos 80 quem falasse em agricultura orgânica era discriminado e tido como um tolo sonhador. Assim procediam muitos agrônomos e dirigentes de empresas ligadas ao Governo Estadual. O tempo passou e muitos dos algozes do passado hoje pensam e agem de forma diferente. Melhor assim.
Por isto que nas manhãs de sábado ao percorrer as barracas da Feira Orgânica da Praia da Costa, faço uma viagem sentimental, mas cheia de fatos, histórias e pessoas. Penso nas ações concretas de pessoas no passado. Desta forma, o pensamento segue no sentido de Cachoeiro de Itapemirim, bairro Aeroporto, onde ficava o Hortão, mais tarde Centro de Agricultura Natural Augusto Ruschi. Ao agrônomo Nasser Youssef Nasr, a nossa gratidão e reconhecimento. Hoje o Hortão não existe mais, fruto da ignorância e da vaidade de pessoas que não sabem reconhecer o trabalho dos outros.
Mas vamos voltar a feira orgânica da Praia da Costa, ponto de compra de produtos de qualidade, também ponto de encontro de amigos e amigas que estão no corre corre da vida durante a semana. No sábado com um ritmo menos acelerado, colocam as conversas em dia e mais tarde vão almoçar uma comida de verdade. Viva o Hortão de Cachoeiro de Itapemirim.
ronaldmansur@gmail.com
PADRE JOÃO CHEGOU PRIMEIRO
Logo após o enterro de Verino Sossai, em 1989, assassinado em Montana, por participar de movimentos populares, passei na Escola Família Agrícola (EFA), onde os seus filos estudavam. O objetivo era o de saber o custo dos meninos na EFA e ajudar.
A minha proposta não foi aceita.
Padre João havia assumido os pagamentos futuros. Hoje de volta a Itália, padre João continua ligado com os problemas sociais dos capixabas.
A minha proposta não foi aceita.
Padre João havia assumido os pagamentos futuros. Hoje de volta a Itália, padre João continua ligado com os problemas sociais dos capixabas.
DIVIDIR O PÃO
Salvador Bonomo era presidente do Sindicato Rural Patronal de Nova Venécia e sempre estava em contato com o Jornal do Campo. Numa ida a Nova Venécia, já tarde da noite fomos convidados para ir até a sua casa para jantar.
A surpresa foi que a visita inesperada encontrou as panelas quase vazias. Mas a sua filha Patrícia que deveria ter pouco mais de 12 anos falou parafraseando a Campanha da Fraternidade da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil.
-agora é dividir o pão.
CARTA QUE RELATA A MORTE DE MICHEL DAHDAH - MEMÓRIA DA IMIGRAÇAO LIBANESA - 2
Colatina, 7-6-1930
Caro Sr. Emil
Tive a honra, anteriormente, de lhe escrever algumas linhas para que fique tranqüilo sobre Shaik Michel e também para falar do método que nós, alguns conterrâneos idealizamos e que ele seguiu durante muito tempo e que foi assunto de respeito e considerações de todos.
Também falei que eu segui na compra do exterior, de mercadorias para meu armazém.
Isto durou cerca de 7 meses até a paralisação dos negócios, não só aqui, como em todo Brasil. Então ele decidiu viajar para Vitória, capital do Espírito Santo onde o comércio é mais próspero e onde há mais possibilidades de negócios que em Colatina que é muito pequena e sem tantas ofertas de trabalho.
O senhorio pensou também em ajudar seus conterrâneos colocando todas as suas possibilidades à disposição deles.
Assim ele viajou para a capital e nós lhe mandávamos nossas notícias de Colatina.
Desde a sua chegada a Vitória, começou a trabalhar vendendo mercadoria que havia sobrado (do exterior) e continuou na mesma linha de trabalho, até pouco tempo, quando recebemos a notícia que nos entristeceu o coração, deixando nossos olhos cheios de lágrimas. Ele morreu afogado num rio que fica perto de Vitória. Todo nosso ser se contraiu com a trágica notícia. O que aconteceu foi o seguinte: ele pegou um barco que estava parado e remou até a outra margem. Pensou que saberia usar os remos, mas teve dificuldades e chamou o dono do barco que foi rapidamente socorrê-lo.
Infelizmente quando ele já estava quase na outra margem o barco virou, havia alguém que estava com ele que conseguiu se salvar. Tragicamente o rio levou o nosso amigo para o fundo das águas, sem ter pena de sua juventude.
Comunicamos a Chefatura de Polícia que se encarregou da procura do corpo que foi encontrado e trazido para a Capital. A colônia em peso chorou a sua morte e pedimos com saudades, a Deus, pela sua alma para que ela esteja em paz.
Youssef Mansur Sahione
ESTA CARTA FOI ENVIADA PARA O LÍBANO, EM ARABE, NO ANO DE 1930. QUERO PEDIR ÀS PESSOAS QUE ME AJUDEM A ENCONTRAR O LOCAL ONDE FOI SEPULTADO MICHEL DAHDAH.
sábado, 28 de janeiro de 2012
A VIDA DO OUTRO É MELHOR E MAIS FÁCIL
Seu Creuzo Cremonini, agricultor de Iconha, cultiva com a sua família uma pequena propriedade onde predomina o café e a camaradagem. Falando da sua luta no dia a dia, Cremonini registrou:
- a vida dos outros sempre é melhor e mais fácil.
MAXWELL, O CAMPEÃO, REPERCUTE
Boa Noite Sr. Ronald.
Parabenizo pelo Texto em "Opinião" do Jornal A gazeta, pois lembrou de um atleta capixaba que mesmo com todo sucesso Internacional, não ocupa espaço na mí, dia capixaba.
Entretanto, peço desculpas para apresentar informações complementares em relação a vitoriosa trajetoria deste atleta.
Nascido em 1981, o atleta foi levado para a Equipe de Futsal do Alvares Cabral na decada de 90, onde se sagrou campeão e artilheiro em vários campeonatos das Equipe Pré Mirim e Mirim.
No mesmo Período o atleta disputou a Copa A Gazetinha pela Equipe Cabralista, tendo sido Vice Campeão de sua Categoria em final na Cidade de Linhares, onde o time de mesmo nome se sagrou Campeão.
Em 1992 se transferiu para o Time de Futebol de Salão do Colégio Nacional, onde também se sagrou campeão, artilheiro e ganhador da Bola de Ouro da FESFS, como melhor Jogador da Categoria.
Nestas temporadas teve como Técnico e grande incentivador o Sr. Luizmar Zache, O Mazinho, que também foi o técnico da Equipe do João Nery, por onde o atleta Maxwell foi vitorioso.
Essa informações são frutos de minha participação em todo o período acima registrado, como Diretor do Alvares Cabral, assim como do Colégio Nacional.
Um grande Abraço
ILUSÃO DE ENTENDIMENTO - LOUIS DEBBANÉ 1- MEMÓRIA DA IMIGRAÇAO LIBANESA -1
Um dia Louis Debbané me mostrou um livro de fotografias que retratavam o Líbano, de autoria de Munir Nasr. Fiquei encantado com a sequência de fotos maravilhosas. A maneira como o brimo me apresentou o livro e a sua beleza, na realidade me confundiram. Isto percebi depois.
A conversa fluía tranquilamente, sempre regada pelas delícias da cozinha libanesa. Na hora de vir embora não tive a menor dúvida, Debbané havia me dado o livro. Despedimos e em seguida coloquei o livro debaixo do braço e tomei o rumo de casa. Eliane, minha esposa assim que saímos do elevador foi logo dizendo: porque você trouxe o livro. De pronto fui logo dizendo que havia ganhado de presente, no que fui contestado.
No outro dia fui devolver o livro. Era ilusão de entendimento.
Mas antes vi o nome do autor e o seu endereço e disparei um email para Munir Nars. De volta recebi de presente o seguinte endereço, que quero que você acesse e deguste as belezas da Nação Libanesa.
Em tempo, Louis Debbané, libanês que escolheu o Brasil e o Espírito Santo para viver. Aqui casou e formou uma bela família, hoje mora no Céu.
ronaldmansur@gmail.com
em tempo: este texto abre MEMÓRIA DA IMIGRAÇÃO LIBANESA.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
MAXWELL, O CAMPEÃO
Maxwell Scherrer Cabelino Andrade é o atleta capixaba com o maior número de títulos no futebol internacional. A trajetória de Maxwell na Europa é um percurso de vitórias e títulos, como poucos. Tudo fruto de trabalho, dedicação e objetividade no ponto que se quer chegar.
Começou como qualquer brasileiro, jogando futebol na rua. Mas a Copa Gazetinha, criação do jornalista Janc, é o início de uma vigorosa e vitoriosa carreira. O primeiro passo foi em direção ao Cruzeiro de Minas Gerais, 2000. Depois o Ajax da Holanda, 2001, lá foi campeão nacional por vezes, por duas vezes ganhou a Copa da Holanda e uma vez a Super Copa Holandesa. O segundo passo no continente europeu foi a Itália em 2006, onde jogou na Inter de Milão e conquistou três títulos nacionais, duas super copa da Itália e uma copa da Itália. O terceiro passo, a Espanha em 2009, Barcelona, onde ganhou a Copa do Mundo de Clubes da Fifa em 2011, duas vezes campeão na liga da UEFA, campeão espanhol três vezes, campeão pela Copa do Rei e por três vezes a Supercopa da Espanha. O campeão está na França, no Paris Saint German. Que venham vitórias e títulos.
Janc, o criador da Copa Gazetinha registrou no janc-35.zip.net:
-Desde pequenino mostrava muita habilidade e logo, logo estava jogando no time do ABV-Vila Velha, treinado pelo Danuzo Daumas.
Ainda na Copa A Gazetinha, jogou pela Aert e João Nery. Foi, por duas vezes, um dos destaques da Seleção da Copa A Gazetinha na disputa de torneios nos EUA, mais precisamente em Boston e Orlando. Aliás, o menino que está hoje jogando a Copa A Gazetinha e que sonha em ser jogador profissional, deveria se espelhar em atletas como o Maxwell, um menino dedicado ao esporte, disciplinado, que respeitava os seus técnicos como, também, os adversários. Não basta somente saber jogar futebol.
Tem que ter algo a mais.
Quando da conquista do campeonato mundial de clubes, meu filho Vinicius que em 2001 visitou Maxwell na Holanda, registrou: Parabéns Maxwell! O capixaba de Cachoeiro em um dos maiores times de todos os tempos do futebol. Discreto e humilde, mesmo tendo um currículo prá lá de invejável. É o jogador do Barcelona com maior número de títulos nacionais, desde 2002 foram 7 (2 holandeses - Ajax, 3 italianos - Inter e 2 espanhóis -Barça). Foi eleito jogador do ano do campeonato holandês 2003-2004, em time que tinha Rafael van der Vaart, Ibrahimovic e Sneijer.
Maxwell, o campeão.
Ronaldmansur@gmail.com
NOSSAS RAÍZES
Acho de vital importância sabermos de onde viemos. Saber a origens de nossas famílias é conhecer um pedaço do passado, mas temos de saber trabalhar este material. Uma vez estando em Penedo, Alagoas, visitando um museu vi escrito uma frase:
-Devemos fazer do passado não um ancoradouro, mas um tranpolim para o futuro.
DUAS CATEGORIAS PERIGOSAS
Augusto Ruschi estava internado no Hospital São José, fui visitá-lo. Conversa vai, conversa vem e logo em seguida chega o médico Laélio Lucas. Na hora de me apresentar Augusto Ruschi falou:
- O Mansur é muito importante na chegada da agricultura sem veneno aqui no Estado.
O papo seguia e a certa altura Laélio disse que “Ruschi, a gente na vida tem de tomar cuidado com duas categorias, polícia e jornalista”. Calado estava, calado fiquei, mas com a certeza que Laélio imaginava que eu era agrônomo.
ODILON FAVORETO, COISAS DE FAMÍLIA
Odilon Soares Favoreto, engenheiro florestal, trabalhava na Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária (EMCAPA), um dia resolveu voltar para Muniz Freire e cuidar da plantação de café da família e iniciar na pecuária leiteira de alta produtividade.
Numa reportagem do Jornal do Campo o nome de Odilon somente registrou o sobrenome Favoreto. Odilon ligou e falou da confusão que deu na família, do lado da sua mãe. Eu disse que imaginava, afinal de contas também era minha família, coisa de sangue.
NAIR COELHO DOS SANTOS, UMA GUERREIRA.
Nair Coelho dos Santos nos deixou, foi morar nas estrelas e de lá observa e faz os seus sábios comentários. De fala mansa e certeira, sempre colocava a sua posição, nunca um ponto final. Fazia de maneira a abrir um parágrafo a quem desejasse prosseguir a conversa, a vida. Assim era Nair Coelho dos Santos.
Certamente que a grande maioria das pessoas que lêem este texto não conheceu Nar Coelho dos Santos? É fácil para eu explicar, não sei se será de igual modo para os que estão lendo este texto: mas quem é esta mulher. Ela era uma cachoeirense que conheci no finalzinho da década de 60. Quando a conheci, a sua casa era habitada por uma população fixa e original de dez pessoas, ela e cinco filhas e quatro filhos. Mas a população flutuante que também girava em torno dela era imensa, maior que a população original. Eram os filhos do coração. Sempre havia lugar, não para mais um, mas para todos que chegassem. Eu me incluo neste grupo de agregado, tenho a certeza de que era o décimo filho. Mas tenho consciência de que muitos e muitos se consideram o seu décimo filho ou filha. Disputa dura.
A casa de Nair era território livre e sagrado em Cachoeiro de Itapemirim. O grupo ligado a ela pelo sentimento de liberdade, fraternidade e solidariedade era maior que o seu clã familiar. Éramos invasores e ocupávamos um espaço dos filhos e filhas de sangue.
Quando os filhos começaram a deixar Cachoeiro com destino a Vitória, ela tomou o mesmo rumo. Imagino como deve ter sofrido ver o seu núcleo familiar dividido. Ela acompanhou o grupo que saiu, com a intuição de mãe a proteger filhos e filhas. Ela veio para a terra estranha. Uma nova jornada.
Vieram os netos, que também gravitaram em torno de Nair. Vieram os netos dos agregados. A ligação era tão grande que meus filhos sempre falam vovó Nair. Recebi de Kátia Coelho dos Santos, filha de Nair, um texto maravilhoso e comovente, da lavra de Poliana, neta de Nair. Com alegria e emoção divido este espaço com Poliana, com dois parágrafos que seguem:
-Sabias como ninguém fazer sabedorias, e para nós era difícil entender de onde vinham. Se dos diversos livros que amavas, se do trabalho ao qual tanto se dedicou, se dos encontros que teve com esta família, destino de seus maiores e mais cuidadosos afetos. Se das mais diversas peripécias que os muitos que compartilhavam de sua casa colocavam em funcionamento. Muitos de sangue, é verdade, porém, outros muitos mais que em sua casa estavam porque dali algo nascia, se movimentava.
-Uma força, uma inquietação. Um vigor e curiosidade por tentar fazer da casa, espaço que para muitos retringe-se apenas ao particular, ao que se justifica na privacidade e no segredo, lugar de crescimento, de população de sentimentos e pensamentos. De chamar os que precisassem ou quisessem experimentar a mesa e a comida da casa de Dona Nair. Dali saíam todos bem alimentados. Dos pratos deliciosos da vovó e das conversas que iam de política à literatura, passando pela música, artes e futebol.
Aproveitando o final deste espaço, chamo Poliana para definir a vovô Nair: de seu pequenino tamanho pouco ultrapassou, mas suas mãos e seus abraços... Ah! eram feitos com a matéria prima mais ilimitada, mais dançante e sorridente.
Não é preciso dizer mais nada sobre esta mulher, Nair Coelho dos Santos.
ronaldmansur@gmail.com
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
CABRAS – CLOIDE e LOURDES BONNO - 27-
Teve uma época que a moda era criar cabras. Cloide e Lourdes Bonno, ambos com origem no meio rural de Castelo, tinham uma padaria e embarcaram na onda.
Como a realidade é diferente do sonho, aos poucos a onda foi diminuindo e parte do pessoal desembarcando. Cloide e Lourdes continuaram. A produção de leite cresceu, o leite passou a ser pasteurizado e virar queijo.
A fama da competência cruzou fronteiras. Pelo telefone um pedido para enviar seis quilos de queijo para o Rio de Janeiro. Pedido atendido e dinheiro no bolso.
Um dia na propriedade chega um Vectra do Rio de Janeiro, Cloide imaginou que era o pessoal do telefone. Na apresentação ficou esclarecido, o nome não conferia.
Com a tradicional calma e hospitalidade lá foi Cloide mostrar as cabras e o cuidado na hora de fazer queijos.
No final do dia a surpresa, os visitantes propuseram:
- Se você arrumar 300 quilos de queijo por semana, mandamos pegar aqui na propriedade e pagamos no primeiro dia útil da semana.
Cloide respondeu:
- Impossível, as minhas cabras não conseguem atender ao pedido.
Baixinho pensou:
- Se o pessoal que começou na mesma época tivesse continuado, o momento do retorno seria agora.
Cloide e Lourdes não ficaram somente com as cabras, possuem ainda café, milho, capineira e feijão, tudo adubado pelas cabras. Uma propriedade a caminho da auto-suficiência.
ADEMIR RAMOS 2
Ademir Ramos no comando da Pauta e eu na Chefia de Reportagem da TV Gazeta. Trabalhávamos com grande entrosamento. Ademir era encarregado de pensar e elaborar as pautas, fazia com competência de dar alegria. A minha função era mandar realizar e naturalmente que cortava algumas pautas.
Ademir com um humor fino e elegante, sempre questionava:
- você hoje é Mansur ou Samir?
Se respondesse Mansur era sinal de que naquele dia não colocaria obstáculos nas suas pautas. Mas se a resposta fosse Samir, o sinal era outro.
Ademir ouvia a resposta e saía como havia chegado: com sorriso no rosto e alegria na alma. Tenho certeza que onde estiver continua dando gostosas gargalhadas e nos acompanhando.
ADEMIR RAMOS 1
No final de dezembro de 1997, Ademir Ramos, chefe da pauta, passou mal na redação da TV Gazeta e foi para o hospital. No mesmo dia fui visitá-lo e lá encontrei sua mãe, Dona Benedita.
Com aquele jeitão mineiro falou:
-Mãe, este é o Mansur, é ele que traz lingüiça, queijo, lombinho defumado e aquele monte de coisas que levo para casa.
Ademir nunca mais voltou a redação.
Um dia recebi um recado de dona Benedita, querendo saber se Ademir tinha débito comigo. Mandei dizer que não havia débito registrado. Na verdade Ademir era credor e eu devedor. Tento pagar um pouco com as seguintes palavras.
Acreditar acredito, porque vi o sofrimento, mas aceitar é difícil.
Damos tempo ao tempo n ilusão de que de um momento para o outro você vai voltar.
Espero sempre a sua gargalhada, a sua emoção e a sua solidariedade.
Mas os dias correm... no coração bate uma tremenda saudade.
Imaginar a situação atual era impossível.
Resta um vazio que preenchemos com a certeza de que você foi ali fora, mas que o seu lugar é no nosso coração.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
MAXWELL MANDA CAMISA PARA JANC.
Hoje fui entregar ao Janc uma camisa do Barcelona,Espanha, que MAXWEEL lhe enviou. Paulina, mãe de Maxwell trouxe da Espanha e me encarregou de fazer a entrega. Maxwell também jogou na Copa Gazetinha, uma iniciativa do Janc, que já vai completar 36 anos de sucesso. Janc bem que poderia registrar a dedicatória que acomanhou a camisa 19 de Maxwell. De parabéns Janc e Maxwell.
UNICAFÉ
A Unicafé é há 13 anos a maior exportadora de café do Brasil, para o seu presidente, Jair Coser, “esta posição se deve mais pela incompetência dos concorrentes do que mérito nosso”.
A primeira vista parece que Coser tem uma visão de prepotência.
A realidade é bem outra. Coser quer mostrar que os seus concorrentes podem ficar competentes e ameaçar a Unicafé.
IMPORTAÇÃO DE CONILON 15-02-2009
15/02/2008
Mais uma vez o cafeicultor capixaba do conilon robusta tem que ficar alerta, mas muito mais alerta com relação à onda de pressões que virão do setor industrial para a sua importação.
No ano passado aconteceu o primeiro ensaio para fazer com que os nossos portos recebessem o robusta. Se por um lado a pressão foi barrada e não aconteceu a importação, por outro ponto de vista os industriais conseguiram em grande parte uma vitória: o mercado interno ficou temeroso e evoluiu em termos de preços aquém do esperado para a ocasião.
Agora mais uma vez a indústria emitiu o primeiro sinal do ano para a batalha da importação. É uma estratégia bem feita e bem montada, mas muito melhor quando colocada em campo.
Desta vez foi a Cia. Iguaçu de Café Solúvel, a terceira maior exportadora de solúvel do Brasil, nas palavras de seu vice-presidente, Rodolpho Takahahi, que, em entrevista ao jornal paulista "Valor Econômico" do dia 6 de fevereiro, deu a pista do que se pretende. A reportagem fala que a tarifa européia sobre café solúvel, proibição de "drawback" e custos elevados inibem aportes no país. Em manchete, o diário paulista diz que a Cia. Iguaçu planeja investir em fábrica na Europa ou Rússia.
Para um melhor entendimento do que se trama mais uma vez contra a cafeicultura capixaba, afinal de contas somos o maior produtor de robusta conilon em quantidade (7,1 milhões de sacas neste ano, de acordo com previsão da Companhia Brasileira de Abastecimento/Conab), abaixo temos dois parágrafos da reportagem.
"Além dos custos, pesam sobre a decisão do grupo de investir no exterior o fato de o governo brasileiro não autorizar operações de ‘drawback’ (importação de insumos para reexportação) e a tarifa de 9% imposta pela EU sobre o produto do Brasil. As indústrias de solúvel são as principais consumidoras de café robusta, menos nobre que o arábica. Apesar de o Brasil ser o maior produtor de café do mundo, a oferta de robusta representa no país, dependendo da safra, um terço ou mesmo apenas um quarto da colheita total.
"Durante boa parte do ano passado, os preços do café robusta estiveram mais atraentes no mercado internacional do que no Brasil. Atualmente, a relação de preços entres os mercados externo e interno está equilibrada. ‘Mas queremos ter a opção de escolha de matéria-prima’", disse Takahasshi.
O Espírito Santo não pode se calar diante da armadilha que o setor industrial começa a armar. As lideranças precisam ficar atentas; o plano da importação já deu o primeiro passo e ganhou divulgação. O que foi publicado é uma faceta da situação. Na verdade, neste momento, as pressões nos gabinetes do governo federal já estão colocadas e postas na mesa. A pressão seria igual à de um iceberg, onde o gelo que vemos acima do mar é uma décima parte do seu volume.
A reportagem no "Valor Econômico" é a parte que vemos, é apenas dez por cento da realidade.
Vamos mais uma vez reagir e mostrar que a cafeicultura capixaba não pode ficar à mercê de pouca gente endinheirada. Somos muitos milhares que dependem do café, tenhamos ou não lavoura de conilon. Olho vivo, capixaba.
Ronald Mansur é jornalista. e-mail: ronaldmansur@gmail.com
Mais uma vez o cafeicultor capixaba do conilon robusta tem que ficar alerta, mas muito mais alerta com relação à onda de pressões que virão do setor industrial para a sua importação.
No ano passado aconteceu o primeiro ensaio para fazer com que os nossos portos recebessem o robusta. Se por um lado a pressão foi barrada e não aconteceu a importação, por outro ponto de vista os industriais conseguiram em grande parte uma vitória: o mercado interno ficou temeroso e evoluiu em termos de preços aquém do esperado para a ocasião.
Agora mais uma vez a indústria emitiu o primeiro sinal do ano para a batalha da importação. É uma estratégia bem feita e bem montada, mas muito melhor quando colocada em campo.
Desta vez foi a Cia. Iguaçu de Café Solúvel, a terceira maior exportadora de solúvel do Brasil, nas palavras de seu vice-presidente, Rodolpho Takahahi, que, em entrevista ao jornal paulista "Valor Econômico" do dia 6 de fevereiro, deu a pista do que se pretende. A reportagem fala que a tarifa européia sobre café solúvel, proibição de "drawback" e custos elevados inibem aportes no país. Em manchete, o diário paulista diz que a Cia. Iguaçu planeja investir em fábrica na Europa ou Rússia.
Para um melhor entendimento do que se trama mais uma vez contra a cafeicultura capixaba, afinal de contas somos o maior produtor de robusta conilon em quantidade (7,1 milhões de sacas neste ano, de acordo com previsão da Companhia Brasileira de Abastecimento/Conab), abaixo temos dois parágrafos da reportagem.
"Além dos custos, pesam sobre a decisão do grupo de investir no exterior o fato de o governo brasileiro não autorizar operações de ‘drawback’ (importação de insumos para reexportação) e a tarifa de 9% imposta pela EU sobre o produto do Brasil. As indústrias de solúvel são as principais consumidoras de café robusta, menos nobre que o arábica. Apesar de o Brasil ser o maior produtor de café do mundo, a oferta de robusta representa no país, dependendo da safra, um terço ou mesmo apenas um quarto da colheita total.
"Durante boa parte do ano passado, os preços do café robusta estiveram mais atraentes no mercado internacional do que no Brasil. Atualmente, a relação de preços entres os mercados externo e interno está equilibrada. ‘Mas queremos ter a opção de escolha de matéria-prima’", disse Takahasshi.
O Espírito Santo não pode se calar diante da armadilha que o setor industrial começa a armar. As lideranças precisam ficar atentas; o plano da importação já deu o primeiro passo e ganhou divulgação. O que foi publicado é uma faceta da situação. Na verdade, neste momento, as pressões nos gabinetes do governo federal já estão colocadas e postas na mesa. A pressão seria igual à de um iceberg, onde o gelo que vemos acima do mar é uma décima parte do seu volume.
A reportagem no "Valor Econômico" é a parte que vemos, é apenas dez por cento da realidade.
Vamos mais uma vez reagir e mostrar que a cafeicultura capixaba não pode ficar à mercê de pouca gente endinheirada. Somos muitos milhares que dependem do café, tenhamos ou não lavoura de conilon. Olho vivo, capixaba.
Ronald Mansur é jornalista. e-mail: ronaldmansur@gmail.com
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
11.573.000 SACAS DE CAFÉ.
Este é o número de sacas de café que o Espírito Santo colheu no ano de 2011, de acordo com a pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). É a maior safra já colhida no Estado. Um feito que merece ser comemorado, como o foi no dia 17 de novembro em solenidade no Palácio Anchieta, sob o comando do Governador Renato Casagrande. Num tempo de notícias ruins é preciso destacar o lado positivo e trabalhador do capixaba cafeicultor.
Outro destaque que podemos citar da safra é a produtividade. Pela primeira vez na história a cafeicultura capixaba tem a maior produtividade do Brasil. A nossa produtividade é de 26 sacas por hectare, contra 24 do Paraná e 22 de Minas Gerais O café volta ao cenário político e econômico com muita força. Aliás, posição que ele nunca deveria ter saído. A presença de um grande número de produtores, prefeitos, comerciantes, técnicos e deputados é a indicação de que o café está sendo olhado e entendido de uma forma diferente, positiva.
É interessante registrar que o café veio há mais de 150 anos e atraiu a atenção de inúmeras famílias do Rio de Janeiro e Minas Gerais que migraram para o sul do Estado. Aqui com mão de obra escrava e depois com braços europeus plantaram café. O nosso estado que era tido como produtor do pior café tem hoje uma mudança nesta condição. Já somos conhecidos e reconhecidos como exportador de qualidade, o que tem reflexo no preço e por consequencia no bolso de todos da cadeia produtiva. O que é positivo.
Mas se fizermos uma marcha ré no tempo chegaremos a década de 60 quando ocorreu a erradicação dos cafezais. Neste tempo o êxodo rural foi a tônica da sociedade capixaba. Daqui saíram milhares de migrantes rumo a Rondônia e Para, mas não podemos nos esquecer dos milhares de migrantes para os centros urbanos. A Grande Vitória é um retrato fiel do êxodo. Mas existe um dado que nem sempre é colocado na discussão da erradicação. A produtividade da lavoura na década de 60 indicava a direção de uma auto-erradicação natural. Mas esta colocação não absolve a erradicação feita sem planejamento e visão do que seria das pessoas sem produção e sem café no pós-erradicação.
Na sequencia da erradicação as lideranças políticas entraram na movimentação no sentido de se ter uma reparação econômica. Neste época surge o sistema que é o hoje o Fundap- Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias, que gerou uma grande movimentação portuária e econômica no Espírito Santo. Foi a erradicação o grande trunfo para o inicio do sistema de incentivos fiscais, o mesmo que nos nossos dias de hoje passa por um período de provação e possível fim, via Congresso Nacional.
Mas o meio rural capixaba também teve no pós-erradicação o surgimento do plano de renovação das lavouras. Paralelamente as pesquisas inicialmente feitas pelo Instituto Brasileiro do Café (IBC) e depois pelo Governo Capixaba, levaram ao maior empreendimento social, político e econômico. A safra deste ano é o resultado de todo um trabalho feito por todos, por isto que chegamos a 11 milhões e 573 mil sacas de café.
Hoje, 2011, devemos bater palmas para o segmento cafeeiro que presenteia toda sociedade com grande produção e qualidade aprimorada. Ficou no passado o tempo que éramos conhecidos como produtor do pior café do Mundo. O conilon terá este ano 8 milhões 494 mil sacas e o arábica ficará com 3 milhões 89 mil sacas. Nos próximos anos iremos mais longe, com a competência do produtor, da pesquisa, extensão e do complexo comercial exportador.
ronaldmansur@gmail.com
JAIR COSER
O exportador Jair Coser, da Unicafe, já por muitos anos diz que o adubo do café é o dinheiro.
- Se tiver lucro todo mundo cuida bem da lavoura.
CAFÉ DE QUALIDADE
João Peisino, descendente de italianos, mas quando começa a falar logo identificamos a influência mineira. Ele mora em Iúna, na divisa com Minas Gerais. Cafeicultor competente aprendeu a secar café usando calcário, que dá uma qualidade maior para o produto. O aprendizado foi na Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, durante uma Semana do Fazendeiro. Foi vender a safra e o comprador na hora de tirar a mercadoria do caminhão foi logo dando ordem:
- O café do João Peisino não pode ser misturado com os outros.
Desconfiado Peisino esperou o recinto ficar vazio. Cara a cara com o comprador perguntou:
-Porque não misturou o meu café com os demais.
O comprador falou que não misturou porque o seu café era melhor, por isso lhe pagaria mais.
Falei para Peisino que agora ele não vende mais seu café, o comerciante é que compra. Peisino abriu um sorriso de alegria em ver o seu trabalho sendo reconhecido e valorizado no bolso.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
MERENDA ESCOLAR ESTADUAL
O Governo do Estado deu um passo importante no apoio real e concreto a agricultura familiar estadual, ao começar a comprar alimentos para a merenda escolar deste grupo. Temos de colocar ainda que a qualidade das refeições vai melhorar, porque vão usar produtos que estão perto das escolas.
FRUTAS – abacate, banana da terra, banana prata, goiaba, melancia, mexerica e morango.
SEMI-PROCESSADOS – canjiquinha, farinha de mandioca, fubá, leite em pó, pó de café, polpa de abacaxi, polpa de acerola e polpa de goiaba.
HORTIGRANJEIROS – abóbora, abobrinha, aipim, alface, batata, beterraba, brócolis, cenoura, couve, feijão, inhame, pepino, repolho híbrido, tomate e vagem.
Inicialmente estão sendo contemplados estudantes da rede pública estadual de 56 municípios (Afonso Claudio, Águia Branca, Água Doce do Norte, Alfredo Chaves, Alto Rio Novo, Anchieta, Aracruz, Barra de São Francisco, Baixo Guandu, Boa Esperança, Brejetuba, Cariacica, Castelo,Colatina, Conceiçã0 da Barra, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Ecoporanga, Fundão, Governador Lindenberg, Guarapari, Ibiraçu, Itaguaçu, Itarana, Jaguaré, João Neiva, Laranja da Terra, Linhares, Mantenópolis, Marechal Floriano, Marilandia, Montanha, Mucurici, Nova Venecia, Pancas, Pedro Canário, Pinheiros, Piúma, Ponto Belo,Rio Bananal, Santa Leopoldina, Santa Maria do Jetibá, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha,São Mateus, São Roque do Canaã, Serra, Sooretama, Venda Nova do Imigrante, Viana, Vila Pavão, Vila Valério, Vila Velha e Vitória).
Estão fora: Alegre, Apiaca, Bom Jesus do Norte, Cachoeiro de Itapemirim, Divino São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçui, Ibatiba, Iconha, Irupi, Itapemirim, Iúna, Jeronimo Monteiro, Mimoso do Sul, Marataizes, Muqui, Muniz Freire, Piúma, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, São Jose do Calçado, Vargem Alta. A informação da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Educação é de que num próximo momento todos municípios serão incluídos.
REMUNERAÇÃO
Abaixo os valores que vão remunerar os produtores
DO VALOR DOS GENEROS ALIMENTÍCIOS A SEREM ADQUIRIDOS
DESCRIÇÃO DO ITEM UN. VALOR UNIT. (R$)
Abacate Kg 2,33
Abóbora Kg 1,21
Abobrinha Kg 1,33
Aipim Kg 1,50
Alface Kg 3,98
Banana da Terra Kg 1,64
Banana Prata Kg 1,72
Batata Kg 1,47
Beterraba Kg 1,39
Brócolis Kg 4,07
Canjiquinha Kg 2,26
Cenoura Kg 1,41
Chuchu Kg 0,76
Couve Kg 2,74
Farinha de Mandioca Kg 3,18
Feijão Kg 3,07
Fubá Kg 1,87
Goiaba Kg 2,19
Inhame Kg 2,41
Leite em Pó Kg 14,90
Melancia Kg 1,01
Mexirica Kg 2,52
Morango Kg 7,52
Peixe Kg 19,30
Pepino Kg 1,04
Pó de Café Kg 9,58
Polpa de Abacaxi Kg 8,02
Polpa de Acerola Kg 8,02
Polpa de Goiaba Kg 8,02
Repolho híbrido Kg 0,58
Tomate Kg 1,55
Vagem Kg 2,50
Na tomada de preço temos de fazer uma observação. No item do pó de café exige-se que ele seja 100% arábica, o que discrimina o conilon, nós somos os maiores produtores do Brasil e ele é o maior bem econômico e social do Estado.
A expectativa é de que nas próximas compras seja ampliada a lista de aquisições, passando a incluir laranja, mamão, ovos, arroz e manga.
Que o primeiro passo seja seguido de ações no sentido de uma ampliação das listagem das compras e que leve sempre em conta a sazonalidade da produção. A merenda escolar é um agente de mudança na vida de muitas famílias, as que vendem e as que terão seus filhos e filhas beneficiados. Governar é proteger e orientar os que trabalham e os que são necessitados.
NAIR COELHO DOS SANTOS
Na Rua Ana Machado, Cachoeiro de Itapemirim, morava Nair Coelho dos Santos, uma senhora miúda que nos tempos ásperos da ditadura militar acolhia na sua casa as pessoas que traziam a liberdade na alma.
Ali funcionava uma escola diferente, onde aprendíamos lições de competência, honestidade, coerência e solidariedade. A casa de Nair era território livre.
Nair era e continua sendo mãe de todos, além dos seus nove filhos. Por isto, Augusto, Vinícius e Helena, meus filhos com Eliane, como outros cachoeirenses, também a reverenciam como vovó Nair.
Por estes motivos entendemos que cachoeirense é substantivo para quem tem registro de nascimento em Cartório de Cachoeiro de Itapemirim, mas é adjetivo para quem tem alegria de viver, é solidário e tem a capacidade de se alegrar com a alegria dos outros, cachoeirense ou não.
A MISSA DAS 10
Vamos hoje a Venda Nova do Imigrante. Lá existe um grupo denominado Voluntárias do Hospital Padre Maximo que tem 30 anos de trabalho com objetivo focado em proteger e assistir o hospital municipal. Hoje são 120 mulheres que se doam em trabalho e o transformam em mercadorias, que geraram construções, equipamentos médicos, ambulâncias e rouparia para o funcionamento decente do hospital.
Lá também tem a festa da Polenta que já por mais de 30 anos preserva as tradições trazidas na alma e nos navios da imigração do final do século XIX, que trouxe os seus ascendentes italianos, tangidos pela fome e a miséria. Nesta festa centenas de pessoas se revesam no trabalho voluntário que vai gerar dinheiro para as obras sociais. Eles não ficam esperando cair do Céu ou do Governo.
Outro fato que já tem mais de 40 anos é a festa dos Universitários. Um encontro dos que saíram para estudar fora. Até aqui nada de diferente, quando olhamos com um olhar tipo lugar comum. Mas se olharmos com a visão de que eles sempre entenderam a vida como uma necessidade de terem Educação, formação, aprendizado e trabalho como parceiros, veremos outra realidade, o exercício de buscarem e não ficar esperando e se lamuriando.
Lá teve presença do padre Cleto Calimam, um animador das iniciativas comunitárias, que com elas vibrava e aproveitava para colocar mais luz no horizonte, para novas caminhadas e novos desafios. Um animador de comunidade.
Lá eles se organizaram, principalmente os que ganham a vida no trabalho do campo nas lavouras e na lida com os animais, e partiram para agregar valor no que produziam, é o que chamamos de agroturismo – ação que despertou interesse de produtores de outros municípios capixabas e também de outros Estados. No agroturismo eles recebem nas suas casas os visitantes, que convivem com o dia a dia do campo.
Em 1996 o jornalista Ronaldo Ribeiro, da revista Os Caminhos da Terra, passou por lá ficou encantado com as nossas montanhas, definiu com sabedoria o agroturismo: uma sábia maneira de associar as belezas naturais da região com seus produtos típicos. Cada família, de cada sítio aperfeiçoou-se na produção daquilo que já sabia fazer bem.
No final da reportagem, Ronaldo estava no Pico da Bandeira e olhando para baixo e relatou:
- Se for domingo de manhã, pode apostar que é dia de festa depois da missa. Alguns copos de vinho e uma boa dose de alegria depois, estarão os italianos cantando, bebendo e arriscando a sorte num jogo barulhento chamado mora – cada um dos jogadores tem de adivinhar, aos berros e numa sequencia rápida, a soma dos dedos da sua mão e da mão do adversário, depois de abertas. E, principalmente, estarão eles rindo, rindo muito. Aqui é sempre assim. Trabalhamos com durante a semana para poder celebrar com essa mesma fé aos domingos. Vivemos com alegria e dignidade, arremata o agricultor Erasmo Minetti. A emoção com que os imigrantes italianos de Venda Nova do Imigrante falam da vida é um generoso exemplo. De um estado de espírito. Do Estado do Espírito Santo.
Semana passada estive em Venda Nova Do Imigrante e participei da festa falada no parágrafo acima. Tomei vinho, comi polenta e torresmo, mas fiquei triste ao saber que existe um movimento em andamento para acabar com a festa da sabedoria dos italianos de Venda Nova do Imigrante. No mínimo deve ser gente que não entende nada de Venda Nova do Imigrante.
ronaldmansur@gmail.com
Lá também tem a festa da Polenta que já por mais de 30 anos preserva as tradições trazidas na alma e nos navios da imigração do final do século XIX, que trouxe os seus ascendentes italianos, tangidos pela fome e a miséria. Nesta festa centenas de pessoas se revesam no trabalho voluntário que vai gerar dinheiro para as obras sociais. Eles não ficam esperando cair do Céu ou do Governo.
Outro fato que já tem mais de 40 anos é a festa dos Universitários. Um encontro dos que saíram para estudar fora. Até aqui nada de diferente, quando olhamos com um olhar tipo lugar comum. Mas se olharmos com a visão de que eles sempre entenderam a vida como uma necessidade de terem Educação, formação, aprendizado e trabalho como parceiros, veremos outra realidade, o exercício de buscarem e não ficar esperando e se lamuriando.
Lá teve presença do padre Cleto Calimam, um animador das iniciativas comunitárias, que com elas vibrava e aproveitava para colocar mais luz no horizonte, para novas caminhadas e novos desafios. Um animador de comunidade.
Lá eles se organizaram, principalmente os que ganham a vida no trabalho do campo nas lavouras e na lida com os animais, e partiram para agregar valor no que produziam, é o que chamamos de agroturismo – ação que despertou interesse de produtores de outros municípios capixabas e também de outros Estados. No agroturismo eles recebem nas suas casas os visitantes, que convivem com o dia a dia do campo.
Em 1996 o jornalista Ronaldo Ribeiro, da revista Os Caminhos da Terra, passou por lá ficou encantado com as nossas montanhas, definiu com sabedoria o agroturismo: uma sábia maneira de associar as belezas naturais da região com seus produtos típicos. Cada família, de cada sítio aperfeiçoou-se na produção daquilo que já sabia fazer bem.
No final da reportagem, Ronaldo estava no Pico da Bandeira e olhando para baixo e relatou:
- Se for domingo de manhã, pode apostar que é dia de festa depois da missa. Alguns copos de vinho e uma boa dose de alegria depois, estarão os italianos cantando, bebendo e arriscando a sorte num jogo barulhento chamado mora – cada um dos jogadores tem de adivinhar, aos berros e numa sequencia rápida, a soma dos dedos da sua mão e da mão do adversário, depois de abertas. E, principalmente, estarão eles rindo, rindo muito. Aqui é sempre assim. Trabalhamos com durante a semana para poder celebrar com essa mesma fé aos domingos. Vivemos com alegria e dignidade, arremata o agricultor Erasmo Minetti. A emoção com que os imigrantes italianos de Venda Nova do Imigrante falam da vida é um generoso exemplo. De um estado de espírito. Do Estado do Espírito Santo.
Semana passada estive em Venda Nova Do Imigrante e participei da festa falada no parágrafo acima. Tomei vinho, comi polenta e torresmo, mas fiquei triste ao saber que existe um movimento em andamento para acabar com a festa da sabedoria dos italianos de Venda Nova do Imigrante. No mínimo deve ser gente que não entende nada de Venda Nova do Imigrante.
ronaldmansur@gmail.com
IPEA ESPIRITO SANTO
A informação é um bem coletivo. Com ela nós tomamos decisões e agimos no dia a dia.
Mas sem ela nós seremos sempre dúbios e não agiremos.
Quero repassar hoje uma visão de como o nosso Estado passa por mudanças.
O IPEA que é o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada divulgou uma fotografia do nosso Estado dos anos 2001 a 2009.
Abaixo o primeiro parágrafo do documento.
Dois eventos, que marcaram o fim dos anos 1980 e o começo dos anos 1990 no Brasil,
possibilitaram uma mudança no quadro socioeconômico do país nas últimas duas décadas:
a promulgação da Constituição Federal de 1988, a Constituição Cidadã, que definiu
novos marcos para a abrangência das políticas sociais; e a estabilização monetária obtida
com o Plano Real em 1994, que permitiu ao país voltar a planejar políticas públicas com um horizonte mais controlável do ponto de vista econômico.
A seguir o caminho onde você poderá ter informações detalhadas e verdadeiras.
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/120118_relatorio_situacaosocial_es.pdf
boa leitura.
domingo, 22 de janeiro de 2012
ADELSON SALVADOR – ABOBRINHA -2-
Quando soube da estranha visita que a família Carnielli teve do veterinário do Governo, enviei ao Secretário de Agricultura, Adelson Salvador, um pedaço do queijo produzido pela família.
Pedi que me ligasse após saborear o queijo feito por gente que teimava em permanecer no campo. Relatei o que havia acontecido e depois soube a providencia.
Um outro veterinário foi pedir desculpas à família Carnielli.
CARNIELLI, ABOBRINHAS – 1-
Domingo o Jornal do Campo mostrou a família Carnielli de Venda Nova do Imigrante na sua luta para sair um pouco da cultura do café, passar para a pecuária de leite e produção de queijos.
Na segunda feira um veterinário do Governo do Estado apareceu e começou a colocar defeiro em tudo, no final ofereceu um resfriador de leite com capacidade para dez mil litros de leite.
O patriarca Domingos Carnielli lembrou que a produção era pequena, estavam começando. Lembrou que o Jornal do Campo e o Globo Rural falavam das vantagens da diversificação e industrialização, relacionando com a fixação do homem ao meio rural.
O veterinário aproveitou:
- Mas quem ouve abobrinha do Jornal do Campo e do Globo Rural sempre se dá mal.
A resposta veio direta:
- Mas quem fala abobrinha no Jornal do Campo pode fazer uma matéria falando sobre o que você está nos propondo.
O veterinário tentou corrigir... ficou calado e foi embora.
O CAFÉ FUTURO
Nos últimos três anos o setor produtivo do café no Espírito Santo tem tido confronto com a indústria. A permanente ameaça de importação de café. Mas a meta é derrubar o preço no mercado interno e amealhar mais lucro.
A cafeicultura é o nosso bem econômico mais importante, gera renda e trabalho para milhares de capixabas e estabilidade econômica.
Quando o café tem preço remunerador, todo Espírito Santo tem retorno no bolso. Quando o preço é baixo, sofrem todos. Mas é aqui que fica o problema, que o mercado mais adiante e a criatividade do nosso setor produtivo retira as saídas e continua a plantar e a colher café.
A conversa começa em forma de boatos, ganha as páginas dos jornais e os gabinetes do Governo. Se o ditado ‘’água mole em pedra dura, tanto bate é que fura’’, estiver certo, breve milhares de sacas de café vindas do exterior vão chegar a Vitoria, Rio de Janeiro e Santos. Depois os cafeicultores virão para as cidades.
O Espírito Santo precisa levantar contra o setor industrial, que nunca perde. O capixaba não pode viver sem o café. Produzimos 10 milhões de sacas, um quarto da safra nacional, temos peso para falar alto e grosso. A omissão é o pior caminho.
Todo ano é a conversa de importação. No primeiro momento o mercado fica fragilizado e joga os preços para baixo. O objetivo é atingido, e os ganhos da indústria são inflados em detrimento do produtor rural e das comunidades interioranas. Aproveite e mande um recado para as lideranças de desaprovação com a tentativa de se importar café. Não tenham dúvidas, se hoje a pressão é grande, amanhã ela será maior. A força contra a produção será crescente e proporcional a sua reação.
Hoje batem na tua porta, mas chegará o dia que a pressão irá derrubar a porta e indicar o caminho do êxodo rural para muita gente. A idéia que parece insana e descabida, mas é real e verdadeira.
Enquanto o cafeicultor trabalha, a poderosa indústria conspira. Será que em 2010 a conversa da importação vai continuar?
ronaldmansur@gmail.com
O CAFÉ FUTURO
Nos últimos três anos o setor produtivo do café no Espírito Santo tem tido confronto com a indústria. A permanente ameaça de importação de café. Mas a meta é derrubar o preço no mercado interno e amealhar mais lucro.
A cafeicultura é o nosso bem econômico mais importante, gera renda e trabalho para milhares de capixabas e estabilidade econômica.
Quando o café tem preço remunerador, todo Espírito Santo tem retorno no bolso. Quando o preço é baixo, sofrem todos. Mas é aqui que fica o problema, que o mercado mais adiante e a criatividade do nosso setor produtivo retira as saídas e continua a plantar e a colher café.
A conversa começa em forma de boatos, ganha as páginas dos jornais e os gabinetes do Governo. Se o ditado ‘’água mole em pedra dura, tanto bate é que fura’’, estiver certo, breve milhares de sacas de café vindas do exterior vão chegar a Vitoria, Rio de Janeiro e Santos. Depois os cafeicultores virão para as cidades.
O Espírito Santo precisa levantar contra o setor industrial, que nunca perde. O capixaba não pode viver sem o café. Produzimos 10 milhões de sacas, um quarto da safra nacional, temos peso para falar alto e grosso. A omissão é o pior caminho.
Todo ano é a conversa de importação. No primeiro momento o mercado fica fragilizado e joga os preços para baixo. O objetivo é atingido, e os ganhos da indústria são inflados em detrimento do produtor rural e das comunidades interioranas. Aproveite e mande um recado para as lideranças de desaprovação com a tentativa de se importar café. Não tenham dúvidas, se hoje a pressão é grande, amanhã ela será maior. A força contra a produção será crescente e proporcional a sua reação.
Hoje batem na tua porta, mas chegará o dia que a pressão irá derrubar a porta e indicar o caminho do êxodo rural para muita gente. A idéia que parece insana e descabida, mas é real e verdadeira.
Enquanto o cafeicultor trabalha, a poderosa indústria conspira. Será que em 2010 a conversa da importação vai continuar?
ronaldmansur@gmail.com
A cafeicultura é o nosso bem econômico mais importante, gera renda e trabalho para milhares de capixabas e estabilidade econômica.
Quando o café tem preço remunerador, todo Espírito Santo tem retorno no bolso. Quando o preço é baixo, sofrem todos. Mas é aqui que fica o problema, que o mercado mais adiante e a criatividade do nosso setor produtivo retira as saídas e continua a plantar e a colher café.
A conversa começa em forma de boatos, ganha as páginas dos jornais e os gabinetes do Governo. Se o ditado ‘’água mole em pedra dura, tanto bate é que fura’’, estiver certo, breve milhares de sacas de café vindas do exterior vão chegar a Vitoria, Rio de Janeiro e Santos. Depois os cafeicultores virão para as cidades.
O Espírito Santo precisa levantar contra o setor industrial, que nunca perde. O capixaba não pode viver sem o café. Produzimos 10 milhões de sacas, um quarto da safra nacional, temos peso para falar alto e grosso. A omissão é o pior caminho.
Todo ano é a conversa de importação. No primeiro momento o mercado fica fragilizado e joga os preços para baixo. O objetivo é atingido, e os ganhos da indústria são inflados em detrimento do produtor rural e das comunidades interioranas. Aproveite e mande um recado para as lideranças de desaprovação com a tentativa de se importar café. Não tenham dúvidas, se hoje a pressão é grande, amanhã ela será maior. A força contra a produção será crescente e proporcional a sua reação.
Hoje batem na tua porta, mas chegará o dia que a pressão irá derrubar a porta e indicar o caminho do êxodo rural para muita gente. A idéia que parece insana e descabida, mas é real e verdadeira.
Enquanto o cafeicultor trabalha, a poderosa indústria conspira. Será que em 2010 a conversa da importação vai continuar?
ronaldmansur@gmail.com
MINHA GERAÇÃO
A eleição de Dilma Rousseff para dirigir o Brasil nos próximos quatro anos e com possibilidade de reeleição é um marco importante na História real do Brasil. Disto não tenho a menor dúvida. A consagração nas urnas por dois turnos torna a eleição mais concreta e com maior base para poder agir com maior desenvoltura.
Certamente que os entendidos em eleições buscam a razão ou as razões da vitória e da derrota. O certo é que a História de uma maneira geral é contada pelo vencedor, o derrotado é o derrotado. Embora ache que não é justo tal procedimento, mas é a realidade É inegável que o Presidente Lula soube administrar e transferir prestígio junto à população para a futura Presidenta, em função do desempenho de sua administração.
A eleição de Dilma para a presidência é uma mudança importante no procedimento de nossa sociedade, que é machista e discriminadora para com a mulher. A presença feminina liderando na política e no trabalho é pequena. Mas a presença da mulher na administração das casas e na condução das salas de aulas é majoritária. Um velho costume entre nós é sempre dizer a uma criança não bem comportada: a sua mãe não lhe deu educação? Mas podendo ser mais grosseiro: seu filho ou filha da “p...”.
A carga de informações desfavoráveis que a presidenta eleita teve na internet foi imensa. Os computadores foram entulhados de histórias mirabolantes que certamente foram gestadas por uma minoria com um poder de disseminação muito grande. Eu me dei o direito de deletar todas mensagens que tratavam de denegrir a imagem de qualquer candidato.
A eleição de Dilma Rousseff nos leva até a geração inconformada das décadas de 60 e 70 que resolveu encarar o sistema político de uma forma diferente. A geração bateu de frente com o sistema. Muitos foram para a luta armada. Olhando hoje e mirando 40 anos no passado é fácil dizer que estavam cometendo um suicídio. Mas agora é fácil fazer esta análise e condená-los. Mas é a esta gente que em grande parte devemos o Brasil de hoje, mesmo não concordando com a ação e o caminho sem volta que tomaram, que jogou muitos na clandestinidade, nas prisões e nos cemitérios.
Existe um episódio interessante desta fase, final da década de 70, ocorrido em Itapemirim e em Cachoeiro. O senador Dirceu Cardoso em comício em Itapemirim falou contra os comunistas. Logo em seguida participaria de um comício em Cachoeiro. O deputado estadual Roberto Valadão o advertiu para não repetir o discurso em Cachoeiro. Um irmão de Valadão, Arildo e sua esposa Aurea, militavam no Partido Comunista do Brasil, PCdoB, estavam na Guerrilha do Araguaia, onde foram mortos.
Em Cachoeiro Dirceu disse que queria homenagear aqueles estudantes que deixaram o livro aberto e se embrenharam nas matas do Brasil para defender os seus ideais de liberdade. É esta a geração de 60 e 70 que agora chega ao Poder. Chega de forma diferente, vivemos num País diferente, bem diferente dos tempos da ditadura. Gente que sofreu e gente que bateu forte, ainda podem contar onde estavam no tempo negro dos anos de chumbo.
Confesso que estou contente com a eleição de Dilma Rousseff, gente da minha geração. Mas respeito José Serra que é uma geração antes da minha, que sofreu no exílio e perdeu companheiros vítimas da repressão policial militar. A sociedade não pode ser amedrontada, porque o que temos de fazer é tirar milhões da miséria. Isto se faz com ações concretas e muito trabalho. A minha geração é a minha alegria...
ronaldmansur@gmail.com
HISTÓRIA DA SELITA
Exmo Jornalista Ronald Mansur!
Acabei de ler seu artigo publicado no Boletim de nossa Selita!
Nele voce retrata bem a caminhada desta cooperativa cujos passos nós acompanhamos de perto!
Nascemos vivenciando o trabalho de meu Pai-engenheiro agronomo Djalma Eloy Hees em prol desta cooperativa.!!!!
Foi uma luta por um ideal que só cabe aos fortes vivenciar e planejar!
Meu Pai ,nascido em Petropolis-era agrônomo do Ministerio da Agricultura.
Ja formado veio para Vitoria onde trabalhava com Dr.Benvindo de Novais .
Mas logo depois foi transferido para Cachoeiro onde viveu por quase 70 anos
Ali chegando ,no cotidiano de seu trabalho-Inspetoria da produção Animal do Ministerio da Agricultura,constatou o grande potencial de nossa pecuaria.
Com o passar do tempo foi sentindo a necessidade da expansão dêste poderio econômico pensando na industrialização do leite.
Começou então a pensar e a fazer palestras com pecuaristas fazendo sentir a eles a necessidade de dar um passo á caminho da modernidade e de galgar novos lucros.
Aos poucos a idéia tomou conta de muitos pecuaristas e foi ganhando adeptos.
Era um começo...
Animado e tendo este projeto como objetivo, Papai começou a viajar para outros estados visando a pesquisa da produção leiteira.
Minas Gerais ...São Paulo. Rio Grande do Sul ...Visitou grandes cooperativas ,pesquisou,conversou com agrônomos e técnicos.
Fez vir á Cachoeiro ,logo depois, um suiço, especialista em queijos...As conversas eram longas,as reuniãos la em casa e a idéia estava criando vulto...
Um dia foi ao Rio, que era a capital da república e expos seu projeto ao Ministro da Agricultura -Armando Falcão.(Não tenho certeza mas acho que era pois no Programa de radio Hora do Brasil-ele algumas vezes se referia ao trabalho de papai....)
A idéia tomava vulto e tornava-se a cada dia uma necessidade.
Foi uma caminhada e assim nasceu a nossa Selita...
Hoje quando vejo o progresso desta cooperativa não posso deixar de sentir orgulho de uma pessoa fantástica e de grande visão como meu Pai. Ele contou com o apoio de orgão governamentais e com a ajuda de um grupo de pecuaristas de visão que sentiam a necessidade de ampliar os seus ganhos ,investindo na comercialização do leite e seus sub produtos.
Quando a Selita fez 70 anos fomos convidadas para as festividade e ficamos muito honradas com a sala da memoria da Selita com o nome de Papai e onde nela a gente encontra toda a historia desta trajetória gloriosa.
Antigamente este Boletim que hoje chega ás nossas mãos todo moderno era feito la em casa batido numa maquininha de escrever...e depois enviada para a Livraria Vieira onde o tecnico Poubel imprimia todos os boletins.
La em casa Papai nos colocava para fazer os endereços,colar e depois levar aos correios...
O tempo passou.Hoje a Selita está ai provando o que foi o sonho,o trabalho de um idealista!
Ela que começou apenas com a manteiga ,o leite e um tipo de queijo está ai com sua diversidade de produtos.
Alem de ganhar o primeiro lugar com o queijo parmeson fomos campeões tambem com o queijo de Minas.
No final de seu artigo quando voce fala-"Quantas tempestades a Selita enfrentou e ainda continua de pe e sendo referência para o setor rural" me veio a lembrança as inúmeras dificuldades enfrentadas e todas elas com luta e perseverança ,vencidas!
Que assim seja sempre,de Deus quizer.
Ronald.desculpe tomar seu tempo mas achei que deveria me comunicar com voce pois tudo o que se refere a Selita está intimamente ligadas a nós,as filhas de Dr.Djalma,o Pai e criador desta próspera cooperativa!
Obrigada e um grande abraço!
Helga Hees de Freitas Machado
Site- www.florabelaorquideas.com
OBS: RECEBI ESTA CORRESPONDENCIA E AO DIVULGÁ-LA NO MEU BLOG, QUE REGISTRAR A AÇÃO
DE DJALMA ELOY HESS EM PRÓL DO MEIO RURAL CAPIXABA, POR DEZENAS DE ANOS.RONALD MANSUR.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Maximo Lourenção
A agricultura orgânica e sem veneno estava na ordem do dia. Em Venda Nova do Imigrante foi programado um curso para produtores e outro somente para agrônomos.
Na hora de mostrar o composto orgânico, a única alternativa era ir na casa de Máximo Lourenção.
O agrônomo japonês Suzuki reuniu os seus colegas e seguiu para a casa de Máximo Lourenção.Lá , subiu no monte de composto e falou:
-Máximo, sobe aqui e explica para eles o que é está técnica, porque você sabe mais do que todos eles juntos.
Uma verdade reconhecida por poucos presentes. .
PARANINFO NA ESCOLA FAMILIA AGRÍCOLA DE OLIVANIA
Fui convidado para ser paraninfo da turma de segundo grau da Escola Família Agrícola de Olivania, Anchieta, 1995, fiquei contente. O fato marcante ocorreu no dia que fui conversar com turma. A satisfação era tão grande que a conversa durou horas.
Quando retornava para casa, no meio do caminho, caí na realidade. Lembrei que a conversa havia sido mais um monólogo de minha parte.
Era a emoção.
NEWTON BRAGA, O CACHOEIRENSE
NEWTON BRAGA, CACHOEIRENSE AUSENTE, para comemorar o centenário de seu nascimento. Este é o título do livro que resgata em parte a vida do grande cachoeirense, que escreveu:
...está sensibilidade que é uma antena delicadíssima, captando pedaços de todas as dores do mundo, e que me fará morrer de dores que não minhas.
Estes versos estão na minha e na memória, mas eles por alguns anos estiveram em bronze ao lado do busto de Newton na Praça Jeronimo Monteiro, uma homenagem ao filho ilustre. Um dia um administrador municipal o reduziu apenas ao busto e seu nome, eliminando as palavras em bronze, mas não a sensibilidade dos cachoeirenses de verdade
O ponta pé inicial para a publicação do livro foi dado por Rachel, filha de Newton, que incumbiu a jornalista Helena Carone, em 1982, colher depoimentos sobre Newton Braga. Em 1994, Marília, filha de Newton, “enxugou” os textos captados por Helena. Edson, filho de Newton, deu o toque final neste documento histórico. Uma obra de família, cachoeirense. O livro editado pela Prefeitura de Cachoeiro está dividido em duas partes.
Na primeira parte os amigos falam até a página 108. São 20 depoimentos onde podemos sentir a força, a marca e o trabalho de Newton. Abrindo os depoimentos o médico João Madureira, amigo de infância desta: no convívio humano todos nós temos as nossas contestações; há uma hora em que a gente se revolta, grita, reclama e chora. Mas Newton nunca se queixava de nada. Newton pertencia à paisagem humana cachoeirense, igualzinho ao Itabira – se você tirar o Itabira, Cachoeiro não existe.
Sua irmã Anna Graça Braga de Abreu fala do homem que amava a leitura: gostava tanto de ler que tinha uma conta corrente na livraria Semprini; duas ou três vezes por semana ia lá pegar os livros que encomendava e pagava no fim do mês. O interessante é que ele devia ter deixado uma grande biblioteca, mas não deixou, porque emprestava os seus livros.
Deusdedit Baptista lembrou: uma das coisas mais importantes que ele criou, “o Dia de Cachoeiro, a Festa de Cachoeiro. Hoje, o país inteiro comemora o dia de sua cidade, e isso foi idéia de Newton Braga. Um dia em que todos os filhos de Cachoeiro (ele chamava assim quem tinha nascido aqui ou que gostava da cidade) que estivessem fora voltassem para visitar a sua terra,uma confraternização dos filhos e amigos da cidade.
Edmar Baião, que foi seu funcionário no Cartório fala que Newton “era um homem muito discreto, muito correto, não falava da vida de ninguém, era incapaz de intriga, de qualquer coisa- eu vi isso durante os mais de vinte anos em que nós convivemos.”
Para Gil Gonçalves, outro apaixonado por Cachoeiro e dono de um grande acervo fotográfico do Município e íntimo de Newton, faz um desafio: dou um doce para você se descobrir alguém que tenha uma queixa dele. Gil Gonçalves
O cunhado Levy Rocha lembra que “ele era um crítico severo, mas muito sincero e tolerante; amigo, mas muito imparcial. Não misturava amizade com a redação do jornal: se o trabalho não tivesse valor, ele simplesmente condenava.”
A palavra de Newton Meirelles não poderia ficar fora, “ele não era de discutir muito, quando discordava, geralmente se afastava, mas nós dois conversávamos e discutíamos muito. Quando eu citava os exemplos da Europa, ele dizia: Meirelles, a Europa não me interessa, meu país é Cachoeiro de Itapemirim: quero resolver os problemas de Cachoeiro e não do Mundo.
- A real dimensão da figura humana de Newton só será mesmo revelada quando escreverem um livro, porque ele merece realmente ter sua história contada. Ormando Moraes
- Newton você põe todo mundo para trabalhar, faz esta festa toda e fica escondido aí? Daí ele dizia: e você acha pouco, botar esse povo todo para trabalhar? Wilson Rezende
Na segunda parte textos de Newton, fotografias do cotidiano familiar e de gente do seu entorno, oportunidade para acessar o seu mundo, uma viagem no tempo e na História. Para entender Cachoeiro é preciso saber dos Coelho Braga. O livro Newton Braga, cachoeirense ausente é uma das chaves da alma de Cachoeiro de Itapemirim. A viagem vai da página 109 até a 226 de grandes maravilhas.
Newton mereceu a publicação. Cachoeiro jamais conseguirá saldar a sua dívida histórica com ele, que colocou a cidade na vitrine do Brasil. Ele merece mais, muito mais, mas o que consigo dizer como admirador de Newton Braga, muito obrigado a todos. Apenas duas sugestões, façam mais uma edição com uma grande tiragem e voltem o busto de Newton Braga e “...esta sensibilidade que é uma antena delicadíssima captando pedaços de todas as dores do mundo, e que me fará morrer de dores que não são minhas.”, para o lugar original na Praça Jeronimo Monteiro.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
UTOPIA
Um dia é festa. Logo no dia seguinte é a realidade. A ilusão da festa é passageira, mas a dureza da realidade parece não acabar nunca. Do anúncio da realização da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas de 2016, até o confronto policial nos morros do Rio de Janeiro, o Brasil real entra em cena.
A derrubada do helicóptero da policia carioca, as incursões policiais e o aparato bélico nas ruas, quase sempre nas áreas onde reside o grupo social que está no final da escala social, nos dá a pista de que será preciso irmos na História para ver o Presente e tentar enxergar o Futuro.
Devemos viajar, não no sentido de distância medida em quilômetros. O ideal seria uma visita utópica às nossas florestas da época do Descobrimento. Os portugueses seriam ocupantes ou invasores? Eles tentaram ‘’domesticar e civilizar’’ os índios, os verdadeiros e primeiros donos do Brasil. Tocar os empreendimentos com mão de obra escrava era o caminho. Eles foram em busca da mão de obra gratuita do indígena. Os brasileiros não se curvaram e por isto sofrem ate hoje, estão em extinção.
Uma passada por um tempo mais próximo de nós, o tempo dos navios negreiros. Toda selvageria foi cometida pelos que queriam tocar seus empreendimentos coloniais com base na força dos braços dos negros e capacidade de reprodução dos ventres das mulheres africanas. Mais um capítulo profético da nossa curta História. Aqui a gente começa a entender de onde veio o Brasil do ano 2009 e dos anos passados.
Para onde iremos nos anos que virão?
Andando no tempo veremos o Brasil dos caminhões de paus de arara que traziam do Nordeste levas e levas de pessoas em busca do sonho do Brasil do futuro nos grandes centros urbanos. Tem aqui também o exercito de bóias frias ou safristas que ainda descem o Brasil no sentido Norte-Sul em busca do dinheiro para sustentar as famílias. Junte-se a estes grupos citados acima, os projetos milagrosos que anunciados como salvadores da Pátria, contribuíram para desorganizar comunidades e as suas atividades econômicas.
No quadro de hoje vemos uma realidade mais homogênea em termos raciais, mas a predominância dos negros é real, que continuam a ser o segmento que mais sofre. Do grupamento indígena pouco sobra do contingente inicial. O grupamento dito branco, da imigração européia, é o que mais resiste. Normalmente eles vieram em grupos familiares e com uma certa organização. Alguns países dos imigrantes não perderam contato com os seus filhos que vieram em busca de um futuro melhor. Por mais que tenham tido problemas, nada se compara ao sofrimento dos negros africanos.
Quando a violência urbana se agrava, muitos imaginam como sendo ela a causa de coisa diabólica e que deve ser contida com mais violência. É imaginar que viveremos em paz quando falta perspectiva de futuro para milhões. A concentração das populações nos centros urbanos é cenário ideal para a ação do crime organizado das drogas. Mas é necessário dizer que a droga que leva a ilusão e ao trabalho a muitos jovens que estão na base de pirâmide econômica e social, é a mesma que vem trazendo transtornos para as famílias melhor posicionados nesta pirâmide.
A utopia que devemos seguir é a utopia da democracia e da participação popular. Se fosse fácil já estaria tudo pronto. Todos os dias nós temos o dever e a obrigação de construir o amanhã.
ronaldmansur@gmail.com
A derrubada do helicóptero da policia carioca, as incursões policiais e o aparato bélico nas ruas, quase sempre nas áreas onde reside o grupo social que está no final da escala social, nos dá a pista de que será preciso irmos na História para ver o Presente e tentar enxergar o Futuro.
Devemos viajar, não no sentido de distância medida em quilômetros. O ideal seria uma visita utópica às nossas florestas da época do Descobrimento. Os portugueses seriam ocupantes ou invasores? Eles tentaram ‘’domesticar e civilizar’’ os índios, os verdadeiros e primeiros donos do Brasil. Tocar os empreendimentos com mão de obra escrava era o caminho. Eles foram em busca da mão de obra gratuita do indígena. Os brasileiros não se curvaram e por isto sofrem ate hoje, estão em extinção.
Uma passada por um tempo mais próximo de nós, o tempo dos navios negreiros. Toda selvageria foi cometida pelos que queriam tocar seus empreendimentos coloniais com base na força dos braços dos negros e capacidade de reprodução dos ventres das mulheres africanas. Mais um capítulo profético da nossa curta História. Aqui a gente começa a entender de onde veio o Brasil do ano 2009 e dos anos passados.
Para onde iremos nos anos que virão?
Andando no tempo veremos o Brasil dos caminhões de paus de arara que traziam do Nordeste levas e levas de pessoas em busca do sonho do Brasil do futuro nos grandes centros urbanos. Tem aqui também o exercito de bóias frias ou safristas que ainda descem o Brasil no sentido Norte-Sul em busca do dinheiro para sustentar as famílias. Junte-se a estes grupos citados acima, os projetos milagrosos que anunciados como salvadores da Pátria, contribuíram para desorganizar comunidades e as suas atividades econômicas.
No quadro de hoje vemos uma realidade mais homogênea em termos raciais, mas a predominância dos negros é real, que continuam a ser o segmento que mais sofre. Do grupamento indígena pouco sobra do contingente inicial. O grupamento dito branco, da imigração européia, é o que mais resiste. Normalmente eles vieram em grupos familiares e com uma certa organização. Alguns países dos imigrantes não perderam contato com os seus filhos que vieram em busca de um futuro melhor. Por mais que tenham tido problemas, nada se compara ao sofrimento dos negros africanos.
Quando a violência urbana se agrava, muitos imaginam como sendo ela a causa de coisa diabólica e que deve ser contida com mais violência. É imaginar que viveremos em paz quando falta perspectiva de futuro para milhões. A concentração das populações nos centros urbanos é cenário ideal para a ação do crime organizado das drogas. Mas é necessário dizer que a droga que leva a ilusão e ao trabalho a muitos jovens que estão na base de pirâmide econômica e social, é a mesma que vem trazendo transtornos para as famílias melhor posicionados nesta pirâmide.
A utopia que devemos seguir é a utopia da democracia e da participação popular. Se fosse fácil já estaria tudo pronto. Todos os dias nós temos o dever e a obrigação de construir o amanhã.
ronaldmansur@gmail.com
MARLUCIO - TRATOR .
Quando o crédito rural era fácil e barato um produtor de Alegre com uma propriedade de relevo muito acidentado e tomada pelo café, resolveu financiar um trator equipado. O agrônomo Marlúcio Bayerl contou-me que não havia condição daquele financiamento ser realizado, sob pena de problema futuro para o produtor.
Passou um tempo e Marlúcio informou-me ter conseguido tirar o equipamento do financiamento.
O tempo corre mais um pouco e Marlúcio manda dizer-me que o produtor não conseguiu pagar o trator e perdeu a propriedade.
Passou um tempo e Marlúcio informou-me ter conseguido tirar o equipamento do financiamento.
O tempo corre mais um pouco e Marlúcio manda dizer-me que o produtor não conseguiu pagar o trator e perdeu a propriedade.
SELITA E CARLOS LINDENBERG
SELITA E CARLOS LINDENBERG
Carlos Lindenberg Filho relatou para o seu pai, Carlos Lindenberg, a briga desigual entre a Cooperativa Selita e a Cooperativa Central dos Produtores de Leite, CCPL.
De imediato o pai falou:
- o pessoal de Cachoeiro vai resistir, eles vão enfrentar a CCPL, eu os conheço muito bem.
Conhecia mesmo, afinal da Cooperativa Selita havia sido fundada com sua presença e seu apoio, no dia 22 de outubro de 1938. A Selita enfrentou a CCPL e saiu fortalecida na batalha.
Carlos Lindenberg Filho relatou para o seu pai, Carlos Lindenberg, a briga desigual entre a Cooperativa Selita e a Cooperativa Central dos Produtores de Leite, CCPL.
De imediato o pai falou:
- o pessoal de Cachoeiro vai resistir, eles vão enfrentar a CCPL, eu os conheço muito bem.
Conhecia mesmo, afinal da Cooperativa Selita havia sido fundada com sua presença e seu apoio, no dia 22 de outubro de 1938. A Selita enfrentou a CCPL e saiu fortalecida na batalha.
FETAES
A Fetaes sempre buscou valorizar e fortalecer a agricultura familiar capixaba, e para isso vem desenvolvendo e trabalhando projetos que visam auto-sustentabilidade para os agricultores familiares.
Pensando nisso, a Fetaes, trouxe para dentro da entidade o projeto Pais – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável: Agroecológica, pois trata-se de um sistema de produção baseado na preservação e respeito ao solo, ao meio ambiente e ao homem, em condições trabalhistas, econômicas e sociais justas; Integrada, por aliar a criação de animais com a produção vegetal e ainda utilizar insumos da propriedade em todo o processo produtivo; e Sustentável, porque preserva a qualidade do solo e das fontes de água, incentiva o associativismo dos produtores e aponta novos canais de boas colheitas agora e no futuro.
O PAIS trata-se de uma tecnologia social que está sendo reaplicada em diversas regiões do estado, com baixo custo e tendo, como premissa, o manejo orgânico da produção, fugindo da produção convencional e incentivando os agricultores a adotarem em sua propriedade uma policultura.
O projeto é uma parceria entre Fetaes, Fundação Banco do Brasil e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que tem proporcionado a transformação sócio-econômica de várias comunidades rurais do estado e, conseqüentemente, a melhoria na qualidade de vida de centenas de agricultores capixabas.
Desde a sua implementação, em 2010, o PAIS (convênio Fetaes, Fundação Banco do Brasil e BNDES), por se tratar de um projeto socialmente justo, ecologicamente correto, culturalmente aceito e economicamente viável, já foi instalado em 94 áreas que trabalham a agricultura familiar, nos municípios de Afonso Cláudio, Iúna, Irupi, Mimoso do Sul, Pinheiros, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá.
O projeto possui baixo custo por se tratar de pequenas unidades, em sua maioria com menos cinco mil m2. No centro desse sistema circular, temos um espaço para a criação de pequenos animais, no caso, galinhas caipiras. O esterco produzido pelas aves é utilizado para adubar a horta, e os ovos para alimentação e/ou comercialização. Ao entorno do galinheiro são preparados os canteiros. Assim, é analisado a prospecção do potencial produtivo de cada unidade produtiva selecionada para implantação do sistema PAIS e implementados os sistemas de produção de acordo com as potencialidades identificadas em cada região.
Atualmente, o modelo de produção convencional não trabalha o solo, apenas fertiliza pontualmente a planta para ter uma produtividade alta e rápida, entretanto com a passar do tempo, e o excesso de produtos tóxicos, o solo fica improdutivo. Com técnicas de manejos simples e sustentáveis, o PAIS estimula o agricultor a trabalhar o solo, de modo que ele tenha nesse pequeno espaço de terra altas produtividades.
Ao longo de 18 meses de trabalho e assistência técnica, todas as famílias de agricultores beneficiadas com o projeto são capacitadas em tecnologias, gestão empreendedora e comércio justo e mercado para melhor gerir as unidades PAIS instaladas em suas propriedades. Dessa forma, são aplicadas oficinas com enfoque em tecnologias de produção, em fortalecimento da cooperação, em formação de redes associativas e organização de grupos familiares produtivos, em comportamento empreendedor, em planejamento, controles, além de serem realizadas ações voltadas para potencializar a comercialização dos produtos de forma a contribuir com o acesso dos produtores aos mercados.
OBJETIVOS DO PAIS:
• Valorizar a agricultura familiar e suas diversas formas de organização, assim como, propiciar a inclusão dos (as) assentados (as) dos programas de reforma agrária no processo produtivo e de comercialização;
• Produzir alimentos limpos e sadios;
• Implantar sistema agroecológico de produção;
• Promover o desenvolvimento rural sustentável e solidário, mostrando as experiências nas áreas ambiental, social, produtiva e de comercialização.
• Dar visibilidade às políticas de geração e gênero (mulheres, jovens e terceira idade);
• Propiciar retorno econômico e social, gerando riquezas para a comunidade;
• Propiciar meios de permanência da mulher, do homem, e do jovem rural no campo;
• Promover política de geração de emprego e renda, melhorando a qualidade de vida nas comunidades;
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo - FETAES
Rua General Guaraná, nº 190 - 29040-870 | Jucutuquara - Vitória - Espírito Santo
E-mail: fetaes@fetaes.org.br | Fone: (27)3223-3677 - Fax: (27)3025-1240
Pensando nisso, a Fetaes, trouxe para dentro da entidade o projeto Pais – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável: Agroecológica, pois trata-se de um sistema de produção baseado na preservação e respeito ao solo, ao meio ambiente e ao homem, em condições trabalhistas, econômicas e sociais justas; Integrada, por aliar a criação de animais com a produção vegetal e ainda utilizar insumos da propriedade em todo o processo produtivo; e Sustentável, porque preserva a qualidade do solo e das fontes de água, incentiva o associativismo dos produtores e aponta novos canais de boas colheitas agora e no futuro.
O PAIS trata-se de uma tecnologia social que está sendo reaplicada em diversas regiões do estado, com baixo custo e tendo, como premissa, o manejo orgânico da produção, fugindo da produção convencional e incentivando os agricultores a adotarem em sua propriedade uma policultura.
O projeto é uma parceria entre Fetaes, Fundação Banco do Brasil e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que tem proporcionado a transformação sócio-econômica de várias comunidades rurais do estado e, conseqüentemente, a melhoria na qualidade de vida de centenas de agricultores capixabas.
Desde a sua implementação, em 2010, o PAIS (convênio Fetaes, Fundação Banco do Brasil e BNDES), por se tratar de um projeto socialmente justo, ecologicamente correto, culturalmente aceito e economicamente viável, já foi instalado em 94 áreas que trabalham a agricultura familiar, nos municípios de Afonso Cláudio, Iúna, Irupi, Mimoso do Sul, Pinheiros, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá.
O projeto possui baixo custo por se tratar de pequenas unidades, em sua maioria com menos cinco mil m2. No centro desse sistema circular, temos um espaço para a criação de pequenos animais, no caso, galinhas caipiras. O esterco produzido pelas aves é utilizado para adubar a horta, e os ovos para alimentação e/ou comercialização. Ao entorno do galinheiro são preparados os canteiros. Assim, é analisado a prospecção do potencial produtivo de cada unidade produtiva selecionada para implantação do sistema PAIS e implementados os sistemas de produção de acordo com as potencialidades identificadas em cada região.
Atualmente, o modelo de produção convencional não trabalha o solo, apenas fertiliza pontualmente a planta para ter uma produtividade alta e rápida, entretanto com a passar do tempo, e o excesso de produtos tóxicos, o solo fica improdutivo. Com técnicas de manejos simples e sustentáveis, o PAIS estimula o agricultor a trabalhar o solo, de modo que ele tenha nesse pequeno espaço de terra altas produtividades.
Ao longo de 18 meses de trabalho e assistência técnica, todas as famílias de agricultores beneficiadas com o projeto são capacitadas em tecnologias, gestão empreendedora e comércio justo e mercado para melhor gerir as unidades PAIS instaladas em suas propriedades. Dessa forma, são aplicadas oficinas com enfoque em tecnologias de produção, em fortalecimento da cooperação, em formação de redes associativas e organização de grupos familiares produtivos, em comportamento empreendedor, em planejamento, controles, além de serem realizadas ações voltadas para potencializar a comercialização dos produtos de forma a contribuir com o acesso dos produtores aos mercados.
OBJETIVOS DO PAIS:
• Valorizar a agricultura familiar e suas diversas formas de organização, assim como, propiciar a inclusão dos (as) assentados (as) dos programas de reforma agrária no processo produtivo e de comercialização;
• Produzir alimentos limpos e sadios;
• Implantar sistema agroecológico de produção;
• Promover o desenvolvimento rural sustentável e solidário, mostrando as experiências nas áreas ambiental, social, produtiva e de comercialização.
• Dar visibilidade às políticas de geração e gênero (mulheres, jovens e terceira idade);
• Propiciar retorno econômico e social, gerando riquezas para a comunidade;
• Propiciar meios de permanência da mulher, do homem, e do jovem rural no campo;
• Promover política de geração de emprego e renda, melhorando a qualidade de vida nas comunidades;
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Espírito Santo - FETAES
Rua General Guaraná, nº 190 - 29040-870 | Jucutuquara - Vitória - Espírito Santo
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