Em mensagem publicada no Facebook, presidente deseja feliz Dia das crianças aos "brasileirinhos e brasileirinhas" e comemora o fato de o Brasil estar "reduzindo como nunca a desnutrição e a mortalidade infantil"; "As crianças continuarão sendo nossa grande prioridade, porque tudo que fazemos por elas tem o poder de melhorar o futuro da Nação", escreveu Dilma Rousseff
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
O Globo errou “só” em 400% o custo do petróleo do “patrimônio inútil” do pré-sal
POR FERNANDO BRITO · 31/12/2015
O que este blog vem afirmando aqui, há duas semanas, desde que O Globo fez um estúpido editorial dizendo que os preços do petróleo tornavam o pré-sal um “patrimônio inútil” foi confirmado oficialmente pela Petrobras que o jornal usar argumentos que contém um erro de “apenas” 400% no custo de extração de óleo em nossas principais jazidas pretrolíficas.
O Globo diz, para justificar o fato de que, com o petróleo sendo cotado a US$ 37 o barril não seria econômico produzir no pré-sal a custos estimados entre US$ 40 e US$ 57. Aqui, com base nos dados então disponíveis, mostrou-se que o custo de extração no pré-sal era, na verdade de US$ 9 dólares o barril.
E ontem, fica-se sabendo que nem isso mais é, por conta de novas tecnologias, redução dos preços em dólar de alguns insumos da indústria petroleira – que têm preço mundial e, portanto, acabam incorporando as perdas do preço do petróleo – e sobretudo, como havia sido apontado aqui, pelo conhecimento geológico que acelera o caro processo de perfuração de centenas de poços (de extração e de injeção).
(…)chegamos a um patamar em torno de US$ 8 por barril, quando a média das grandes petrolíferas mundiais é de US$ 15 por barril. Nos custos de desenvolvimento do pré-sal também tivemos avanços. Um dos fatores decisivos para a redução de custo é o tempo de perfuração de um poço no pré-sal, que no campo de Lula já atingiu tempo inferior a 30 dias. Em 2010, eram necessários mais de 120 dias para realizar o mesmo trabalho.(Nota do Tijolaço: só o custo de uma sonda de perfuração de águas ultraprofundas custa perto de US$ 50o mil por dia)
Ou seja, o “errinho” de O Globo sobre a relação preço/custo do pré-sal é de “apenas” 400% – ou de 712%, se considerado o maior custo estimado pelos “especialistas” do jornal.
Mesmo não sendo este o custo total da exploração – há royalties e impostos que, afinal, são renda pública -, se você considerar que são mais de um milhão de barris retirados a cada dia do pré-sal, é possível ver o tamanho do golpe que querem dar com esta história de desdenhar o “patrimônio inútil”.
Posto, abaixo, um vídeo da Petrobras, quando a produção ainda era um pouco menor, que ajuda a entender como e porque os custos de produção do pré-sal estão caindo com a competência técnica da Petrobras.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
CAFÉ - Grãos de altitude
Grãos de altitude
TEXTO: Thais Fernandes
FOTOGRAFIAS: Lucas Albin/ Café Editora
Produções em Divinolândia. Município possui, em sua grande parte, propriedades de agricultura familiar
Em uma altitude média de 1.300 metros, as estradas da zona rural do município de Divinolândia cortam inúmeras montanhas. Em São Paulo, mas próximo ao Sul de Minas Gerais, a cidade abriga propriedades que têm área entre 5 e 10 hectares, muitas dessas voltadas para a cultura do café.
A agricultura familiar é marcante e não se andam muitos quilômetros sem encontrar a casa seguinte, pintando com diferentes cores o mar de verde – parte cafezal, parte mata – da região. Foi com a imigração de europeus, na maioria italianos, entre o fim do século XIX e o início do século XX, que a cafeicultura no lugar começou a tomar corpo. Hoje, a cidade produz até 120 mil sacas por ano.
O clima das montanhas, mais ameno durante a noite, era ideal para o novo lar dos forasteiros e, somado ao relevo, também agradou aos cafezais, contribuindo para a maturação mais lenta dos frutos. A característica estende a colheita até agosto e, com o grande número de pequenos produtores, o processamento de café natural se tornou mais comum. Mas o ponto de virada desta história ainda estava por vir. Para que esses produtores se destacassem em um país com tradição cafeeira, no entanto, o conhecimento foi decisivo.
Descobertas coletivas
Com forte parceria com o Sindicato Rural de Divinolândia, surgiu, em 2005, a Associação dos Cafeicultores de Montanha de Divinolândia (Aprod). Unidos, os produtores enfrentaram as barreiras do mercado.
Com 52 associados, a Aprod completa dez anos de descobertas coletivas. “Hoje, a qualidade não está mais escondida. Com conhecimento, conseguimos preços mais altos para os melhores cafés”, revela Sergio Luis Riccetto, atual presidente da Associação. Entre as estratégias traçadas pela direção estão a certificação do café dos associados, como Fairtrade (selo de comércio justo que busca a sustentabilidade econômica e social para o desenvolvimento das cadeias produtivas), a organização de um concurso próprio e, por fim, a realização de um projeto de adequação ambiental.
A certificação já é uma realidade. O Concurso de Qualidade de Cafés de Divinolândia completa sua 10ª edição e o próximo passo é a busca por mais projetos voltados para o meio ambiente. O atendimento especializado ao produtor também está sendo posto em prática. Um técnico agrícola deve acompanhar o dia a dia dos cafeicultores, auxiliar na formação de uma rotina mais focada em qualidade e coletar dados da propriedade.
As metas se tornaram maiores e os produtores querem ter seu trabalho reconhecido. “A ideia é buscar a denominação de origem para o café de Divinolândia e que a venda seja feita de forma organizada, por meio da Aprod”, conta Francisco Sérgio Lange, um dos principais entusiastas da busca por uma identidade própria da região, que hoje se situa na Mogiana. Tido por muitos como louco no momento que expôs suas primeiras ideias, Lange colhe hoje os frutos da busca por uma produção mais rentável para o município.
Cafeicultor visionário
Autodidata na cultura cafeeira, Francisco Sérgio Lange, ex-engenheiro eletricista, não resistiu aos encantos da produção e se tornou referência na cidade. “Conseguir por preço no nosso produto em uma pequena associação não é fácil. Não é para amanhã”, conta sobre a trajetória na qual ele encontrou a palavra-chave que rege hoje boa parte de seus discursos: qualidade. “Ele falava em café especial em Divinolândia e os outros achavam que ele era louco. Mas, na verdade, o Sérgio é um visionário”, conta Rute Aparecida Pereira Lange, esposa do produtor, que esteve em cada visita aos compradores para anunciar o nome e o potencial da cidade como produtora de café especial.
Inquieto, Lange continua pesquisando e trazendo propostas. “Nossa meta é utilizar os cafés 84 pontos para o Fairtrade e aqueles acima disso, considerados especiais, para este mercado mais específico”, planeja, frisando que “todo mundo está produzindo lavado, mas o mercado de especiais está crescendo para o natural. Queremos visar esse diferencial”.
Todos os processos convergem para o objetivo de ver o café de Divinolândia em outro patamar nas gôndolas mundo afora. “Estamos fazendo o levantamento histórico da região. Precisamos demarcar o território e levantar as características, como a agricultura familiar e cafés certificados”.
Estrutura para qualificar
Em 2015, a mais recente aquisição da Aprod somou-se ao mantra da busca por qualidade. Inaugurado em setembro deste ano, o armazém da Associação traz em sua estrutura maquinário para fazer a classificação dos grãos por tamanho e cor de maneira tecnificada. Mas, para buscar um diferencial, a estrutura traz ainda salas para conectar processos e negociações. “Queríamos ter um armazém com outro conceito. Assim, o cliente vai negociar diretamente com o produtor”, explica Sérgio.
O foco do trabalho é o mercado externo e os produtores apostam em frutos com concentração de açúcar e boa acidez. O prédio abrigará também um laboratório de torra, em fase de construção, que receberá compradores. “É um sonho que nós desenhamos, construímos e agora vimos nascer. Com ele, a gente vai ter mais chance de ter cafés de qualidade”, ressalta Carmen Silva de Ávila da Costa, que compõe o Conselho Fiscal da Associação.
Ocupação feminina
A maioria das mulheres é ligada diretamente à produção. Colhem, desbrotam, fazem o manejo e secam. Mas, independentemente do setor, existem as que se dedicam a direção e administração das propriedades. Independente do setor, o que as une, de fato, é a busca por integração dentro da cultura a que pertencem. Carmen foi uma das primeiras a frequentar a Associação. “Eu vinha sozinha às reuniões dos homens, porque queria aprender sobre o trabalho.”
As produtoras tiveram um primeiro contato com a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA) ainda na primeira reunião do grupo, durante o Espaço Café Brasil, e se inspiraram. “Conhecemos a Josiane Cotrim, da IWCA, e ela nos visitou e entusiasmou a mulherada!”, lembra Carmen. Assim, em 2011 o Grupo das Mulheres da Aprod foi fundado oficialmente. Hoje, as reuniões gerais têm a participação de um número maior de mulheres para discutir os assuntos de interesse de todos. “Até então, a mulher era só mão de obra. Aqui, ela adquire capacitação e descobre que tem voz e poder”, analisa a produtora Marluce Zanetti Migoti, que há três anos descobriu o universo da cafeicultura e decidiu se dedicar a atividade por completo.
Por serem parte de várias gerações de cafeicultores, as mulheres já conheciam a paixão pela cultura e ocupam, agora, seu lugar de forma mais socialmente ativa. “Todos diziam que amavam o cafezal, mas ninguém sabia como cuidar”, afirma Carmen. Entre as formas de incluir a voz feminina na Associação, contam elas, o Concurso de Qualidade de Cafés de Divinolândia passou a receber o nome das produtoras nas inscrições e, dentro da Diretoria, o Conselho Fiscal é composto dessas mulheres. “Acredito que uma delas pode chegar, sim, a presidência da Aprod. Qualquer pessoa pode fazer qualquer coisa com conhecimento. Por que não?”, declara Marluce.
Doce por natureza
Tudo está em família na propriedade vencedora do X Concurso de Qualidade de Cafés de Divinolândia - Safra 2015. “Não coloco mais nada de açúcar no café”, anuncia Regiana de Souza Borges, enquanto serve as xícaras. A produtora, ao lado do marido, José Clovis Borges, e do filho Douglas Henrique Borges, é dona dos cafés naturais que venceram a premiação local e o 13º Concurso Estadual de Café de São Paulo, em 2014. No primeiro, o café recebeu características sensoriais de chocolate, floral e mel.
Para chegar a esse resultado, a colheita do Sítio Gruta São Francisco, realizada entre o final de julho e setembro, deixa a família ocupada. “Na época da ‘panha’ a gente se dedica só ao café”, diz. Regiana também toma a frente no terreiro de cimento, além de assumir a varrição e fazer desbrota quando preciso. “Sempre fiz tudo, mas com conhecimento foi depois de entrar na Associação”, conta.
Integrante do Grupo das Mulheres, ela explica que, além do curso de prova, busca novas informações sobre os processos de produção. “Temos aprendido muito. Tirar a umidade do café era uma coisa para a qual não dávamos atenção. Hoje, sabemos como preparar amostras para os compradores.”
Foi ainda nas palestras do Grupo que ela aprendeu a observar cada detalhe da lavoura, com 7 mil pés distribuídos em 3 e 4 hectares. “Aprendi que existe diferença entre os talhões e que não se deve misturar os cafés”. A propriedade tem dois terreiros e o rendimento anual é de uma média de 300 sacas, que a família busca aproveitar ao máximo. “Antes, nós vendíamos pelo preço que o comprador queria. Hoje, nós sabemos o valor, na hora de vender. Nós é que dizemos quanto tem que ser pago”, afirma.
Vale dos italianos
Cecília e Alfredo Mengali, 71 e 77 anos, respectivamente, estão completando bodas de ouro. As décadas vividas juntos foram de superação desde o início. “Quando nos casamos não tinha energia elétrica e banho era só de caneca. Eu sofri bastante”, revela Cecília, que era moça da cidade, mas hoje não troca o Sítio Laranjal por nada.
O capricho e a força de vontade da produtora roubam a cena quando a casa cheia de detalhes se aproxima. Cecília sobe e desce a propriedade ligada à dos três filhos e ainda tem fôlego para ir até a lavoura apreciar os 80 mil pés de café divididos entre a família, que resultam em uma média de mil sacas/ano.
Essa história começou ainda com os avós italianos de Alfredo, que vieram para o Brasil para a colheita. “Tudo o que meu pai conseguiu na vida foi com o café.” Com esse exemplo em casa, Alfredo começou a trabalhar aos 13 anos. “Quando comecei o café era o ouro do Brasil”, conta ele, que ainda trabalha no secador junto aos filhos, que permaneceram no bairro, carinhosamente chamado de Vale dos Italianos.
No total, o casal teve cinco filhos homens que criou com o rendimento que a cafeicultura lhe deu. “Você tem que saber escolher também”, afirma Cecília, que, ao lado de Alfredo, selecionou o produto para enviar ao concurso deste ano. “Você faz a catação e pensa que já está bom, então deixa descansar e quando volta encontra mais cafés que podem ser retirados para que fique realmente com qualidade”, analisa.
Já Maria da Graça e Luiz Bertolini moram em outro bairro, mas dividem com os Mengali a descendência italiana. O casal aposta na tecnologia para levar à frente os cuidados com a lavoura que hoje é tocada pelos filhos Marcos e Daniel. “Eu continuo nos trabalhos de secagem, mas desde que utilizo a moto para rodar o café, consegui economizar um bom tempo”, conta Maria. Já Bertolini é conhecido por outra característica marcante nas pequenas localidades: a fé. O produtor faz muitas orações na igreja próxima e na produção cafeeira não é diferente: “A boa safra que tivemos ano passado foi uma benção”, conta.
Terra própria
No meio do Bairro Mombuca, Maria de Lourdes Cunha de Oliveira e Adalto Batista de Oliveira viveram a conquista de seu primeiro sítio. O casal tem cinco filhos. Dois moram no Sítio Recanto do Sonho e auxiliam a família no dia a dia da produção.
A família decidiu guardar seus investimentos para adquirir uma terra para chamar de sua. “Quando nos mudamos, o Adalto disse que ia deixar o café de lado e comprar umas vaquinhas. Não passou nem um mês e começamos a cultivar um talhão de novo. Nunca vi amar tanto o café”, conta Lourdes.
A produtora lembra que no início da Aprod já acreditava no potencial da iniciativa. “Na primeira reunião eu não entrei, porque só havia homens. Mas o Adalto queria desistir e eu briguei com ele para comparecer”, conta ela, que participa ativamente do Grupo de Mulheres.
As mudanças refletiram na produção e em 2015 o café do Sítio Recanto do Sonho alcançou 84,13 pontos no concurso local. O terreiro fica aos cuidados de Lourdes, que observa a boa carga de flores na lavoura e acredita: “Quanto mais você aprende, melhor o café é”.
FICHA TÉCNICA
Fazendas visitadas Sítio Gruta São Francisco, Sítio Laranjal, Sítio São Luiz, Sítio Recanto do Sonho
Localização Divinolândia (SP)
Região Mogiana
Altitude média 1.300 metros
Colheita manual
Processamento natural
Secagem terreiro de cimento e secador mecânico
FOTOGRAFIAS: Lucas Albin/ Café Editora
Produções em Divinolândia. Município possui, em sua grande parte, propriedades de agricultura familiar
A agricultura familiar é marcante e não se andam muitos quilômetros sem encontrar a casa seguinte, pintando com diferentes cores o mar de verde – parte cafezal, parte mata – da região. Foi com a imigração de europeus, na maioria italianos, entre o fim do século XIX e o início do século XX, que a cafeicultura no lugar começou a tomar corpo. Hoje, a cidade produz até 120 mil sacas por ano.
O clima das montanhas, mais ameno durante a noite, era ideal para o novo lar dos forasteiros e, somado ao relevo, também agradou aos cafezais, contribuindo para a maturação mais lenta dos frutos. A característica estende a colheita até agosto e, com o grande número de pequenos produtores, o processamento de café natural se tornou mais comum. Mas o ponto de virada desta história ainda estava por vir. Para que esses produtores se destacassem em um país com tradição cafeeira, no entanto, o conhecimento foi decisivo.
Descobertas coletivas
Com forte parceria com o Sindicato Rural de Divinolândia, surgiu, em 2005, a Associação dos Cafeicultores de Montanha de Divinolândia (Aprod). Unidos, os produtores enfrentaram as barreiras do mercado.
Com 52 associados, a Aprod completa dez anos de descobertas coletivas. “Hoje, a qualidade não está mais escondida. Com conhecimento, conseguimos preços mais altos para os melhores cafés”, revela Sergio Luis Riccetto, atual presidente da Associação. Entre as estratégias traçadas pela direção estão a certificação do café dos associados, como Fairtrade (selo de comércio justo que busca a sustentabilidade econômica e social para o desenvolvimento das cadeias produtivas), a organização de um concurso próprio e, por fim, a realização de um projeto de adequação ambiental.
A certificação já é uma realidade. O Concurso de Qualidade de Cafés de Divinolândia completa sua 10ª edição e o próximo passo é a busca por mais projetos voltados para o meio ambiente. O atendimento especializado ao produtor também está sendo posto em prática. Um técnico agrícola deve acompanhar o dia a dia dos cafeicultores, auxiliar na formação de uma rotina mais focada em qualidade e coletar dados da propriedade.
As metas se tornaram maiores e os produtores querem ter seu trabalho reconhecido. “A ideia é buscar a denominação de origem para o café de Divinolândia e que a venda seja feita de forma organizada, por meio da Aprod”, conta Francisco Sérgio Lange, um dos principais entusiastas da busca por uma identidade própria da região, que hoje se situa na Mogiana. Tido por muitos como louco no momento que expôs suas primeiras ideias, Lange colhe hoje os frutos da busca por uma produção mais rentável para o município.
Cafeicultor visionário
Autodidata na cultura cafeeira, Francisco Sérgio Lange, ex-engenheiro eletricista, não resistiu aos encantos da produção e se tornou referência na cidade. “Conseguir por preço no nosso produto em uma pequena associação não é fácil. Não é para amanhã”, conta sobre a trajetória na qual ele encontrou a palavra-chave que rege hoje boa parte de seus discursos: qualidade. “Ele falava em café especial em Divinolândia e os outros achavam que ele era louco. Mas, na verdade, o Sérgio é um visionário”, conta Rute Aparecida Pereira Lange, esposa do produtor, que esteve em cada visita aos compradores para anunciar o nome e o potencial da cidade como produtora de café especial.
Lange ao lado de Sergio Luis Riccetto, atual presidente da Associação
Inquieto, Lange continua pesquisando e trazendo propostas. “Nossa meta é utilizar os cafés 84 pontos para o Fairtrade e aqueles acima disso, considerados especiais, para este mercado mais específico”, planeja, frisando que “todo mundo está produzindo lavado, mas o mercado de especiais está crescendo para o natural. Queremos visar esse diferencial”.
Todos os processos convergem para o objetivo de ver o café de Divinolândia em outro patamar nas gôndolas mundo afora. “Estamos fazendo o levantamento histórico da região. Precisamos demarcar o território e levantar as características, como a agricultura familiar e cafés certificados”.
Estrutura para qualificar
Em 2015, a mais recente aquisição da Aprod somou-se ao mantra da busca por qualidade. Inaugurado em setembro deste ano, o armazém da Associação traz em sua estrutura maquinário para fazer a classificação dos grãos por tamanho e cor de maneira tecnificada. Mas, para buscar um diferencial, a estrutura traz ainda salas para conectar processos e negociações. “Queríamos ter um armazém com outro conceito. Assim, o cliente vai negociar diretamente com o produtor”, explica Sérgio.
O foco do trabalho é o mercado externo e os produtores apostam em frutos com concentração de açúcar e boa acidez. O prédio abrigará também um laboratório de torra, em fase de construção, que receberá compradores. “É um sonho que nós desenhamos, construímos e agora vimos nascer. Com ele, a gente vai ter mais chance de ter cafés de qualidade”, ressalta Carmen Silva de Ávila da Costa, que compõe o Conselho Fiscal da Associação.
Ocupação feminina
A maioria das mulheres é ligada diretamente à produção. Colhem, desbrotam, fazem o manejo e secam. Mas, independentemente do setor, existem as que se dedicam a direção e administração das propriedades. Independente do setor, o que as une, de fato, é a busca por integração dentro da cultura a que pertencem. Carmen foi uma das primeiras a frequentar a Associação. “Eu vinha sozinha às reuniões dos homens, porque queria aprender sobre o trabalho.”
As produtoras tiveram um primeiro contato com a Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA) ainda na primeira reunião do grupo, durante o Espaço Café Brasil, e se inspiraram. “Conhecemos a Josiane Cotrim, da IWCA, e ela nos visitou e entusiasmou a mulherada!”, lembra Carmen. Assim, em 2011 o Grupo das Mulheres da Aprod foi fundado oficialmente. Hoje, as reuniões gerais têm a participação de um número maior de mulheres para discutir os assuntos de interesse de todos. “Até então, a mulher era só mão de obra. Aqui, ela adquire capacitação e descobre que tem voz e poder”, analisa a produtora Marluce Zanetti Migoti, que há três anos descobriu o universo da cafeicultura e decidiu se dedicar a atividade por completo.
Por serem parte de várias gerações de cafeicultores, as mulheres já conheciam a paixão pela cultura e ocupam, agora, seu lugar de forma mais socialmente ativa. “Todos diziam que amavam o cafezal, mas ninguém sabia como cuidar”, afirma Carmen. Entre as formas de incluir a voz feminina na Associação, contam elas, o Concurso de Qualidade de Cafés de Divinolândia passou a receber o nome das produtoras nas inscrições e, dentro da Diretoria, o Conselho Fiscal é composto dessas mulheres. “Acredito que uma delas pode chegar, sim, a presidência da Aprod. Qualquer pessoa pode fazer qualquer coisa com conhecimento. Por que não?”, declara Marluce.
Doce por natureza
Tudo está em família na propriedade vencedora do X Concurso de Qualidade de Cafés de Divinolândia - Safra 2015. “Não coloco mais nada de açúcar no café”, anuncia Regiana de Souza Borges, enquanto serve as xícaras. A produtora, ao lado do marido, José Clovis Borges, e do filho Douglas Henrique Borges, é dona dos cafés naturais que venceram a premiação local e o 13º Concurso Estadual de Café de São Paulo, em 2014. No primeiro, o café recebeu características sensoriais de chocolate, floral e mel.
Para chegar a esse resultado, a colheita do Sítio Gruta São Francisco, realizada entre o final de julho e setembro, deixa a família ocupada. “Na época da ‘panha’ a gente se dedica só ao café”, diz. Regiana também toma a frente no terreiro de cimento, além de assumir a varrição e fazer desbrota quando preciso. “Sempre fiz tudo, mas com conhecimento foi depois de entrar na Associação”, conta.
Integrante do Grupo das Mulheres, ela explica que, além do curso de prova, busca novas informações sobre os processos de produção. “Temos aprendido muito. Tirar a umidade do café era uma coisa para a qual não dávamos atenção. Hoje, sabemos como preparar amostras para os compradores.”
Foi ainda nas palestras do Grupo que ela aprendeu a observar cada detalhe da lavoura, com 7 mil pés distribuídos em 3 e 4 hectares. “Aprendi que existe diferença entre os talhões e que não se deve misturar os cafés”. A propriedade tem dois terreiros e o rendimento anual é de uma média de 300 sacas, que a família busca aproveitar ao máximo. “Antes, nós vendíamos pelo preço que o comprador queria. Hoje, nós sabemos o valor, na hora de vender. Nós é que dizemos quanto tem que ser pago”, afirma.
Vale dos italianos
Cecília e Alfredo Mengali, 71 e 77 anos, respectivamente, estão completando bodas de ouro. As décadas vividas juntos foram de superação desde o início. “Quando nos casamos não tinha energia elétrica e banho era só de caneca. Eu sofri bastante”, revela Cecília, que era moça da cidade, mas hoje não troca o Sítio Laranjal por nada.
Alfredo Mengali, descendente de italianos, segue na lida da cafeicultura desde sua infância
O capricho e a força de vontade da produtora roubam a cena quando a casa cheia de detalhes se aproxima. Cecília sobe e desce a propriedade ligada à dos três filhos e ainda tem fôlego para ir até a lavoura apreciar os 80 mil pés de café divididos entre a família, que resultam em uma média de mil sacas/ano.
Essa história começou ainda com os avós italianos de Alfredo, que vieram para o Brasil para a colheita. “Tudo o que meu pai conseguiu na vida foi com o café.” Com esse exemplo em casa, Alfredo começou a trabalhar aos 13 anos. “Quando comecei o café era o ouro do Brasil”, conta ele, que ainda trabalha no secador junto aos filhos, que permaneceram no bairro, carinhosamente chamado de Vale dos Italianos.
No total, o casal teve cinco filhos homens que criou com o rendimento que a cafeicultura lhe deu. “Você tem que saber escolher também”, afirma Cecília, que, ao lado de Alfredo, selecionou o produto para enviar ao concurso deste ano. “Você faz a catação e pensa que já está bom, então deixa descansar e quando volta encontra mais cafés que podem ser retirados para que fique realmente com qualidade”, analisa.
Já Maria da Graça e Luiz Bertolini moram em outro bairro, mas dividem com os Mengali a descendência italiana. O casal aposta na tecnologia para levar à frente os cuidados com a lavoura que hoje é tocada pelos filhos Marcos e Daniel. “Eu continuo nos trabalhos de secagem, mas desde que utilizo a moto para rodar o café, consegui economizar um bom tempo”, conta Maria. Já Bertolini é conhecido por outra característica marcante nas pequenas localidades: a fé. O produtor faz muitas orações na igreja próxima e na produção cafeeira não é diferente: “A boa safra que tivemos ano passado foi uma benção”, conta.
Terra própria
No meio do Bairro Mombuca, Maria de Lourdes Cunha de Oliveira e Adalto Batista de Oliveira viveram a conquista de seu primeiro sítio. O casal tem cinco filhos. Dois moram no Sítio Recanto do Sonho e auxiliam a família no dia a dia da produção.
O casal trabalha diariamente na lavoura do Sítio Recanto do Sonho
A família decidiu guardar seus investimentos para adquirir uma terra para chamar de sua. “Quando nos mudamos, o Adalto disse que ia deixar o café de lado e comprar umas vaquinhas. Não passou nem um mês e começamos a cultivar um talhão de novo. Nunca vi amar tanto o café”, conta Lourdes.
A produtora lembra que no início da Aprod já acreditava no potencial da iniciativa. “Na primeira reunião eu não entrei, porque só havia homens. Mas o Adalto queria desistir e eu briguei com ele para comparecer”, conta ela, que participa ativamente do Grupo de Mulheres.
FICHA TÉCNICA
Fazendas visitadas Sítio Gruta São Francisco, Sítio Laranjal, Sítio São Luiz, Sítio Recanto do Sonho
Localização Divinolândia (SP)
Região Mogiana
Altitude média 1.300 metros
Colheita manual
Processamento natural
Secagem terreiro de cimento e secador mecânico
Cooperativa de assentados constrói fábrica de rações
Publicado dia 30/12/2015
Com inauguração prevista para o mês de março de 2016, a Cooperativa Regional dos Assentados da Fronteira Oeste Ltda (Coperforte), com sede em Santana do Livramento (490 km da capital gaúcha), está finalizando a construção de uma fábrica de rações no município, em uma área de 2 hectares cedida pela prefeitura. A estimativa é de processar inicialmente 4 mil sacas por mês e oferecer o produto ensacado e a granel.
“O investimento total para a obra é de R$ 1,1 milhão, com recursos de 20% da cooperativa e o restante do Fundo de Terras do Estado do RS (Funterra) e Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES)”, menciona Rosi de Lima Costa, tesoureira da Coperforte. Com capacidade máxima de processar 304 toneladas/mês, a cooperativa atenderá principalmente os seus associados, já que a ração é comprada fora da região.
Sergio Masetti Araújo, responsável pela área de rações e insumos, afirma que a fábrica cria a possibilidade de viabilizar toda a cadeia produtiva. “É um mercado promissor por causa da produção de leite e de alimentos de nossos cooperados”, destaca ele.
Ração orgânica
A proposta da direção da cooperativa é de produzir a ração com itens orgânicos. “São os farelos derivados da soja, trigo, milho e do arroz, com fibras da cevada, aveia e sorgo, além de compostos minerais que irão compor o produto”, enfatiza Marcos Antonio dos Santos, técnico agrícola da Coperforte.
A fábrica integra um complexo de unidades que a Coperforte está instalando na área. Já está funcionando um escritório, sala de reuniões e garagem para a frota de 18 caminhões que recolhe leite dos produtores assentados e de pequenos agricultores familiares da região.
Assessoria de Comunicação Social do Incra/RS
(51) 3284-3309 / 3311
imprensa@poa.incra.gov.br
http://www.incra.gov.br/rs
(51) 3284-3309 / 3311
imprensa@poa.incra.gov.br
http://www.incra.gov.br/rs
SP: Cursos com ênfase em agroecologia e publicação de livros marcam atuação do Pronera em 2015
Publicado dia 28/12/2015
Com grande amplitude de atuação, cursos diferenciados e que enfatizam práticas agroecológicas, o Incra em São Paulo encerra o ano de 2015 com muitas conquistas em uma área estratégica para o desenvolvimento das famílias assentadas: a Educação no Campo. Por meio do seu Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), houve a conclusão de um curso de graduação em Agronomia e de três cursos de especialização, além do início de cursos inéditos voltados para a juventude rural. “A capacitação do público da reforma agrária e dos educadores e técnicos que atuam nos assentamentos é uma prioridade, e estamos buscando ampliar a educação no campo no estado, com uma preocupação especial em favorecer a produção agroecológica e sustentável das famílias no campo”, enfatiza o superintendente regional do Incra/SP, Wellington Diniz Monteiro.
As turmas encerradas em 2015 formaram 47 alunos em Agronomia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), além de 137 alunos em cursos de pós-graduação como especialistas em temas como Desenvolvimento Territorial, Educação do Campo e Agroecologia. Os cursos de especialização foram oferecidos em parcerias com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Presidente Prudente, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas. Os novos cursos iniciados neste ano foram o de Pós-Médio em Cooperativismo e Agroecologia, Cinema, Juventude e Ruralidades e Juventude Camponesa e Transição Agroecológica, estes em parceria com instituições como a Unesp de Marília e de Botucatu.
Outro resultado a ser comemorado foi a publicação de dois livros: o Residência Agrária: Reflexões e Práticas sobre o Desenvolvimento Territorial Camponês e o Vivências e Experiências: Olhares de Educadores do Campo sobre o Campo. Segundo a coordenadora do Pronera em São Paulo, Sonia Rodrigues, a publicação dos livros contribui para a consolidação e difusão dos aprendizados obtidos pelos alunos. “Há muitas pesquisas e reflexões de qualidade sobre a realidade rural nesses cursos, e a publicação dos livros facilita a consulta e a divulgação de abordagens que vão de práticas de preservação ambiental às experiências pedagógicas”, destaca Sonia.
O Pronera publicou também neste ano o Guia do Pronera, um material de divulgação que resume os princípios e o funcionamento do programa, com exemplos concretos dos tipos de cursos e projetos que financia ou apóia. “No conjunto, os materiais impressos dão visibilidade para a dimensão e avanços do programa no estado”, avalia Sonia.
Em 2016 haverá a implantação de um novo curso de Especialização em Educação do Campo, cujas inscrições estão abertas até dia 30 de janeiro (edital completo em http://www.gepec.ufscar.br/especializacao) As classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA) são outra importante frente de atuação do Pronera, e também terão prosseguimento no próximo ano. O convênio, em parceria com o Movimento de Educação de Base (MEB), beneficia 480 alunos com o projeto Educação de base para a construção da cidadania plena e participativa: Territórios da Reforma Agrária livres do Analfabetismo.
O Pronera
O Pronera propõe e apóia projetos de educação voltados para o desenvolvimento das área de reforma agrária. O público alvo são os jovens e adultos dos projetos de assentamento criados pelo Incra, que por meio do programa têm acesso a cursos de educação básica, (alfabetização, ensinos fundamental e médio), técnicos profissionalizantes de nível médio e cursos superiores e de especialização.
As ações do programa têm como base a diversidade cultural e socioterritorial, os processos de interação e transformação do campo, a gestão democrática e o avanço científico e tecnológico.
Assessoria de Comunicação Social
Incra-SP
(11) 3823 8558 / 8523
Incra-SP
(11) 3823 8558 / 8523
Instalação de abatedouro de aves beneficia três assentamentos de Sobral (CE)
Publicado dia 23/12/2015
Convênio firmado na tarde desta quarta-feira (23) entre a Superintendência Regional do Incra no Ceará e a Prefeitura de Sobral garante a instalação de um abatedouro de galinha caipira para beneficiar a produção de aves de três assentamentos do município: Campo Grande, onde a unidade será instalada, Carnaúbas/Casinhas e Picada Rusy. A estrutura atenderá diretamente 202 famílias assentadas, em um investimento de R$ 316,3 mil do Incra, por meio do Programa Terra Sol, e contrapartida de R$ 27,5 mil do município, que ainda deverá investir mais R$ 200 mil no projeto.
O abatedouro possibilitará diversificar e ampliar a produção e a comercialização de galinha caipira das famílias a partir de condições mais adequadas de abate, processamento e armazenamento das aves.
Conforme o projeto apresentado pela prefeitura ao Incra, a capacidade de beneficiamento da unidade é de 500 aves por dia e a produção já possui venda garantida para programas governamentais de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae). Haverá comercialização do excedente para restaurantes, supermercados e feiras da agricultura familiar.
O projeto ainda prevê a compra de um dessalinizador para purificar a água de dois poços profundos que irão servir ao abatedouro e à comunidade. A área escolhida para construção da unidade no assentamento, já cedida pelo Incra, possui toda a infraestrutura para instalação do empreendimento, com energia elétrica trifásica instalada, iluminação pública e rede de abastecimento de água.
O projeto é fruto de reuniões entre as famílias assentadas, representantes da prefeitura local, da empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) que atua na região e de técnicos do Programa Terra Sol no Ceará. Os assentados envolvidos estão reunidos em um Comitê Gestor para organizar e planejar a execução dos projetos básico e executivo de instalação do abatedouro. O grupo planeja a criação de uma cooperativa para reduzir custos na produção e obter melhores preços e prazos na venda dos produtos beneficiados.
“Almeja-se com o projeto a qualificação da produção dos assentamentos, a segurança alimentar e nutricional das famílias e a sustentabilidade econômica e socioambiental dos assentamentos”, explica Francisco Clesson Dias Monte, um dos técnicos do Incra/CE envolvidos na ação.
Convênio
Durante a assinatura do convênio, em Fortaleza, o prefeito de Sobral, Veveu Arruda, destacou que a realização do projeto tem relação com os esforços da prefeitura para erradicar a pobreza extrema no município, por meio da ampliação na venda de produto com bastante procura na cidade. "A galinha caipira é um dos negócios que vem fazendo muito sucesso, daí nosso esforço para atender essa demanda dos assentamentos", disse.
O superintendente do Incra/CE, Roberto Gomes ressaltou que pretende encaminhar cópia do projeto de instalação do abatedouro em Sobral para as prefeituras cearenses como modelo orientador na produção de projetos voltados ao Terra Sol, programa do Incra que viabiliza iniciativas produtivas em áreas de reforma agrária. "Pretendemos apresentar o Terra Sol às prefeituras com base na experiência bem sucedida com o município de Sobral, realizando parcerias importantes para o desenvolvimento das famílias assentadas", afirmou.
O chefe da divisão de desenvolvimento da autarquia no estado, Marcos Cândido, destacou a importância territorial do projeto, que possibilita uma maior participação das famílias assentadas na rede de comercialização de produtos da agricultura familiar no município e na região Norte do estado. "Temos que pensar o Terra Sol como fortalecimento da produção local vinculado com a comercialização de produtos no território onde as famílias estão instaladas".
A assinatura do convênio contou, ainda, com a presença da secretária de Agricultura e Pecuária de Sobral, Luiza Barreto, além de servidores municipais e do Incra.
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terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Programa de inclusão digital fortalece capacidade produtiva dos assentamentos em Andradina
Publicado dia 23/12/2015
Crédito: Coater
Os assentados da reforma agrária da região de Andradina (SP) poderão ampliar seu potencial produtivo graças a uma parceria inédita firmada no último dia 18 pelo Incra em São Paulo, a Cooperativa de Assessoria Técnica e Extensão Rural (Coater) e a Prefeitura de Andradina: o Programa de Inclusão Digital do Produtor Rural - Conecta Campo. Trata-se da oferta de curso de informática voltado a aprimorar a capacidade de organização, controle e participação dos produtores assentados.
“Escrever documentos, utilizar planilhas, enviar mensagens eletrônicas e anexos são atividades fundamentais para a gestão de qualquer empreendimento. A participação no projeto, em parceria com a Coater e prefeitura de Andradina, na verdade é um primeiro passo para outras ações, pois precisamos ampliar o acesso digital das famílias assentadas”, informa o superintendente do Incra em São Paulo, Wellington Diniz Monteiro.
Ele adianta que o órgão vem procurando soluções para dificuldades de inclusão digital nas áreas rurais, especialmente a questão da cobertura de sinal. “A conexão é importante para toda a população, e mais ainda para os moradores do campo”, diz, ao acrescentar que já foram realizadas reuniões com universidades e o Ministério das Comunicações para conhecer tecnologias que podem beneficiar os moradores de áreas da reforma agrária. “Além de acesso à cidadania, a inclusão digital favorece muito o desenvolvimento econômico dos produtores em assentamentos”, destaca.
Com o Programa de Inclusão Digital do Produtor Rural as famílias assentadas terão aulas de informática básica, edição de texto e planilhas eletrônicas, além de conhecimentos sobre a internet e correspondência eletrônica. A capacitação também abordará as ferramentas disponíveis em sites que oferecem serviços voltados ao produtor rural, além de instruir sobre a melhor forma de obter informações a respeito do setor agropecuário brasileiro.
O prefeito de Andradina, Jamil Ono, reforça a importância da parceria: “Mais uma vez o Governo de Andradina democratiza os serviços à população e leva aos assentamentos a oportunidade de promover a inclusão digital”.
O curso, com carga horária de 200 horas/aula e duração de seis meses, será ministrado pela Coater nos assentamentos, com equipamentos cedidos pelo Incra. Houve a preocupação de desenvolver uma técnica pedagógica voltada à realidade dos moradores do campo, segundo o presidente da Coater, Hiroshi Kakinohaha. “Andradina está se transformando numa referência na questão dos assentamentos. O município tem até uma secretaria própria que busca melhorar a vida do assentado e as parcerias estão dando muito resultado”, avalia.
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Programa Minha Casa Minha Vida Rural beneficia 68 famílias assentadas no Sertão pernambucano
Publicado dia 23/12/2015
Famílias em Petrolina assinaram contratos para construção de habitações
Crédito: Acervo Incra/MSF
O Programa Minha Casa Minha Vida Rural beneficiará 68 famílias do assentamento José Almeida, localizado na zona rural de Petrolina (PE). Elas assinaram contrato com a Caixa Econômica Federal na manha desta terça-feira (22) para financiar a construção de habitações. Cerca de R$ 2 milhões serão investidos nas obras, que além de beneficiar diretamente os agricultores assentados, vão fomentar a economia local com a contração de serviços e fornecimento de materiais.
As famílias vão receber uma casa de 51,37 metros quadrados, com três quartos, sala e cozinha conjugados, banheiro e área de serviço, conforme projeto desenvolvido pela própria associação dos agricultores. O valor financiado por moradia é de R$ 28,5 mil, que inclui aquisição de material e mão de obra. Segundo as regras do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), que integra o Minha Casa Minha Vida, após a contratação os beneficiários têm até 90 dias para iniciar as obras.
De acordo com informação repassada aos beneficiários pelo gerente de habitação da Caixa, Ivambergue Pereira, espera-se que até o próximo Natal todos já estejam em suas casas. O que seria, para a trabalhadora rural Maria de Lourdes de Lima, mais um sonho realizado: “Foram cinco anos embaixo da lona em um acampamento, me ver assentada e a poucos meses de ter a minha casa, sobrevivendo do que gosto que é mexer com a terra, é uma emoção sem tamanho.”
Habitação rural
O Programa Nacional de Habitação Rural é operacionalizado pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Cada família pode financiar até R$ 28,5 mil reais para construção de casas na região Nordeste.
Do total financiado, cada assentado pagará apenas 4%, em quatro parcelas anuais de, em média, R$ 280,00. O restante é subsidiado.
Os assentados integram a categoria com maior subsídio dentro do Programa Minha Casa Minha Vida e contam ainda com recursos disponíveis para a reforma de habitações rurais.
O financiamento das casas integra as demais políticas públicas para o desenvolvimento do assentamento implantado pelo Incra, como a instalação de energia elétrica, abertura de estradas, acesso ao serviço de assistência técnica e extensão rural, créditos e outras.
No PA José Almeida, cada agricultor assentado recebeu 16 hectares de área mista (sequeiro e ribeirinha) e acessou recursos do Programa de Crédito Instalação para desenvolvimento de atividades produtivas. Atualmente, as famílias aguardam a implementação do projeto de uma adutora para abastecimento e desenvolvimento de novos projetos produtivos, já que o assentamento está situado às margens do rio São Francisco.
Assessoria de Comunicação Social do Incra/Médio São Francisco
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Incra/RO exclui 240 beneficiários irregulares dos assentamentos
Publicado dia 23/12/2015
A superintendência do Incra em Rondônia intensificou durante o ano de 2015 as ações para controlar irregularidades nos projetos de assentamentos (PA's) e excluir do Sistema de Informações de Projetos da Reforma Agrária (Sipra) os beneficiários que não cumpriram as normas do programa federal. Foram cerca de 240 assentados excluídos de PA´s, do Projeto de Assentamento Agroflorestal Jequitibá e reservas extrativistas.
A exclusão ocorreu em 57 projetos de assentamentos. Os PA´s que se destacaram com o maior número de eliminação ao longo do ano foram: Esmosina Pinho, Zé Bentão, Martim Pescador, Santa Maria II, Belo Horizonte, Serra Grande, Ivo Inácio e Machadinho, totalizando aproximadamente cem beneficiários excluídos. Os casos constatados com maior frequência foram o não atendimento aos critérios eliminatórios de seleção (Norma de Execução Nº 70) e abandono de parcelas.
Outras três áreas que completaram a eliminação foram áreas de uso especial, conforme estabelece a Lei do Zoneamento de Rondônia, como: o Projeto de Assentamento Florestal Jequitibá (PAF-Jequitibá), Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Dom Xavier Rey e a Reserva Extrativista Rio Preto, com eliminação de quatro assentados. O Incra/RO realizou o levantamento ocupacional de cada assentamento e enviou notificações aos beneficiários para possíveis regularizações.
Obrigações
Entre as obrigações das famílias assentadas nos projetos de reforma agrária estão a de residir nos lotes a elas destinados, a proibição do aluguel, arrendamento e venda e sua exploração agrícola com preservação ambiental conforme o plano de desenvolvimento do assentamento.
De acordo com o superintendente regional do Incra/RO, Luís Flávio Carvalho, o principal objetivo dos critérios e normas é o cumprimento da função social da terra. “Quando a família assentada recebe e assina o Contrato de Concessão de Uso (CCU), está ciente de suas obrigações com a utilização da terra que está sob sua posse a partir daquele momento. Enquanto gestor legal dessas terras, é obrigação do Incra fazer cumprir as normativas. Em 2016 vamos intensificar ainda mais essas ações para depurar o sistema”.
Assessoria de Comunicação Social do Incra/RO
(69) 3229-1545 - ramal: 292
comunicacao@pvo.incra.gov.br
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