sábado, 1 de dezembro de 2012

Aquecimento global. O aumento dos mares supera todas as previsões da ONU



 
Sergio Ferrari
Colaborador de Adital na Suiça. Colaboração E-CHANGER
Adital
Tradução: ADITAL

Foto: Sergio Ferrari
- Um estudo demonstra a gravidade da situação
- Crescimento 60% mais rápido do que o antecipado pela ONU
- Refugiados e conflitos climáticos em perspectiva.

Sergio Ferrari, desde a ONU, Genebra
As águas dos mares no planeta crescem aceleradamente. Com um avanço de 60% mais rápido do que o estimado por especialistas das Nações Unidas, em seu relatório de 2007.
A informação é divulgada em um estudo que acaba de ser publicado em "Environmental Researchs Letters”, revista britânica especializada na matéria, e que foi retomado nas últimas horas por diversos meios de informação internacionais.
As revelações preocupantes coincidem com a realização, em Doha, capital de Catar, da 18ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Representantes de 190 países reunidos desde o dia 26/11/12 até o dia 7/12/12, devem avaliar o futuro do Protocolo de Kyoto e avançar os conteúdos do que deveria ser um acordo amplo sobre o clima previsto para 2015.
Crescem as águas
O estudo da publicação especializada sustenta que os mares poderiam crescer em torno de 1 metro até o fim do século, superando significativamente as cifras entre 18 e 59 centímetros antecipadas pelo Grupo de Especialistas sobre Clima da ONU (Giec), em seu relatório de 2007.
Caso se perpetue o atual nível de aquecimento global e de crescimento das águas, regiões inteiras do globo, situadas a menos de 1 metro sobre o nível do mar, como por exemplo Bangladesh, estariam condenadas a desaparecer. Concentrações urbanas como a cidade de Nova York poderiam enfrentar situação semelhante à recentemente vivida devido à passagem do furacão Sandy.
Desastre ecológico, conflitos crescentes pelos recursos naturais e milhões de refugiados climáticos seriam parte desse catastrófico cenário antecipado pelo estudo da revista britânica.
Conferência de Doha
Os sinais de alerta se multiplicam nas primeiras jornadas da Conferência sobre a Mudança Climática de Catar, inaugurada no passado 26 de novembro.
As vozes mais realistas ressaltam a preocupação crescente em não conseguir controlar o aquecimento climático em 2 graus, máxima suportável segundo hipóteses de especialistas.
Case se mantenha o ritmo crescente atual de aquecimento sem que se tome medidas drásticas de controle da emissão de gases, se levanta a hipótese de um aumento de entre 3 e 5 graus até o final do século.
Entre aquecimento global e aumento acelerado do nível do mar, a Conferência de Catar se confronta com decisões radicais. A aposta é tentar um novo acordo global que seria assinado em 2012 e que entraria em vigor a partir de 2020, atualizando e substituindo o Protocolo de Kyoto (1997) e Kyoto 2.

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