segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Campanha estimula adolescentes a refletirem sobre suas decisões para prevenir gravidez na adolescência



 
Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Costa Rica registrou em 2010 13.259 nascimentos de bebês de mães menores de 19 anos. Deste total, quase 500 são de mães menores de 15 anos. Em 2011, o número de bebês nascidos deste grupo aumentou para 14.168. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o nascimento de bebês de adolescentes menores de 19 anos representa 20% de todos os nascimentos no país.
As cifras revelam uma realidade comum em muitos países, mas que também significa um problema social. Na Costa Rica, a região de Alajuelita é a que apresenta o menor índice de desenvolvimento humano do país, de acordo com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e por isso, apresenta alta taxa de vulnerabilidade social. Em 2011, a Área de Saúde de Alajuelita registrou 201 gravidezes em mães adolescentes e no primeiro semestre de 2012 já registra bem mais de 100 casos. Por esses indicadores é que em setembro deste ano foi lançada na cidade a campanha "A mí no me va a pasar” ("Comigo não vai acontecer”).
Com o lema "Tuas decisões têm consequências”, o objetivo da campanha é alertar adolescentes quanto aos riscos que suas decisões podem trazer para suas vidas. Essas decisões referem-se ao não uso de preservativo, ao não uso correto da pílula anticoncepcional, à crença de que nada vai acontecer com você e ao pensamento de meninos que jogam a responsabilidade de cuidado para as meninas.
Para conscientizar os/as adolescentes, a campanha será promovida nos centros educativos, organizações e através das redes sociais. Os/as jovens são estimulados a compartilharem em seus perfis no facebook, uma das quatro imagens criadas para a campanha, que refletem o drama de meninos e meninas sobre decisões relacionadas à vida sexual e trazem mensagens sobre suas consequências.
A campanha foi elaborada em 2011 pelos estudantes de publicidade da Universidade Véritas, Fabiana Paez e Mauricio Loaiza, no marco de uma aliança da universidade com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), e foi apresentada pelo Conselho Interinstitucional de Atenção à Mãe Adolescente (CIAMA), em 26 de setembro último, por ocasião do Dia Mundial de Prevenção da Gravidez na Adolescência, e tem caráter permanente. A ideia é reduzir o número de gravidezes não planejadas em adolescentes, em um prazo de 5 anos.
Para baixar os materiais da campanha e compartilhá-los no facebook, acesse:www.unfpa.or.cr/donaTuFacebook
Gravidez na adolescência
Pesquisas afirmam que a maioria das adolescentes não tem informações sobre saúde sexual e reprodutiva, nem acesso a métodos contraceptivos. Dados da Associação Demográfica Costa-ricense demonstram que 67% das mães adolescentes não desejavam uma gravidez. Especialistas alertam que a gravidez na adolescência pode trazer complicações na saúde da mãe, já que segundo eles, o corpo de adolescentes ainda não está totalmente preparado para uma gestação.
De acordo com a Fundação Promoção Capacitação e Ação (PROCAL), a maioria das mães adolescentes atendidas tem idade média de 13,5 anos. Na maioria dos casos, as menores de 14 anos engravidaram por consequência de um abuso ou violência sexual praticada por homens de sua própria família, o que implica no enfrentamento de outro problema que é a violência sexual infanto-juvenil.

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