segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Na Argentina, o desafio é concluir o ensino médio e desenvolver educação pós-secundária para o mercado de trabalho, diz Cláudia Jacinto



 
Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
A coordenadora de Programa de Estudo sobre Juventude, Educação e Trabalho do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social da Argentina, Cláudia Jacinto, trouxe suas contribuições para a mesa de debate "Juventude e as interfaces entre educação e trabalho”, um dos principais debates ocorridos na manhã desta quinta-feira (6), durante o Seminário Juventude, Educação e Trabalho, realizado pela ONG Ação Educativa, e que segue até amanhã (7) em São Paulo (SP). Em entrevista paraADITAL, Cláudia falou sobre a importância de investir mais em educação, orientar os jovens para o mercado laboral e ouvir o que eles têm a dizer. Confira a entrevista a seguir:
ADITAL – Quais são os principais desafios que os jovens argentinos enfrentam na área de educação e trabalho?
Cláudia Jacinto – Em relação ao mundo da educação, o primeiro desafio é cumprir com uma obrigatoriedade da educação do ensino médio, que não está sendo alcançada, pois existem muitos jovens, cerca de 40%, que não terminam, ainda, o ensino médio. Em segundo lugar, é poder aprender com qualidade durante a educação média. Ao mesmo tempo, acredito que há um desafio em particular na educação média ou na educação pós-secundária com a formação profissional para dar a todos os jovens a oportunidade de ter uma formação profissional.
Em relação à inserção laboral, teve um melhoramento importante através das políticas de geração de emprego, melhoramento importante na instrução dos jovens. Um maior desemprego juvenil e maior precariedade juvenil, no entanto, continuam em relação aos mais pobres. Então é muito importante poder afrontar esses problemas e poder cuidar através de regulação, acompanhamento em relação de serviços de emprego, de qualidade de empregos juvenis, e por outro lado, outro desafio é escutar mais a voz dos jovens, suas discussões sobre educação e emprego, ter maior participação dos próprios jovens e poder articular melhor com o mundo empresarial esta política.
ADITAL – Então, a juventude argentina conta com o apoio de políticas públicas do governo?
Cláudia Jacinto - Sim. Os jovens melhoraram sua situação porque teve um melhoramento geral da situação do país e das políticas da situação dos jovens. O que acontece é que se está implantando um desafio social para adiante, pois creio que há um trabalho importante para fazer na superação de discriminação no trabalho, na seguimentação e na qualidade dos trabalhos, e maiores oportunidades de desenvolvimento de educação pós-secundária. Se há enfatizado muito o desenvolvimento em educação universitária e não tanto em pós-secundária, que muitas vezes responde ao que os jovens querem de fato, e a única oportunidade praticamente que há em fazê-lo é no setor privado.
ADITAL – Qual é o papel da economia social, dos movimentos sociais e da gestão associada para ajudar os jovens a ingressarem no mercado de trabalho?
Cláudia Jacinto – Eles têm feito um papel que vem crescendo, pois vemos que vem se desenvolvendo uma parte da economia como a social, com as empresas recuperadas, com os empreendimentos solidários, com os empreendimentos a cargo dos movimentos sociais e há uma política de empreendedorismo juvenil nos programas, para o que creio que há a necessidade de uma abordagem mais profunda de que maneira isso se gera em oportunidades sustentáveis em desenvolver nas trajetórias dos jovens. Creio que precisa de uma resposta mais focalizada e em paralelo.
ADITAL – Como avançar as práticas integrais que cubram as diferentes necessidades das diversas juventudes?
Cláudia Jacinto – Bom, isso creio que chamamos de juventudes mais desprovidas de direitos e que temos que centralizá-los nas políticas relativas aos mais pobres, pessoas que estão em pior situação e muito em suas oportunidades de aprendizagem, de formação e de educação, de bons trabalhos que estão limitados por sua situação familiar, por sua responsabilidade doméstica.
Aqui creio que existe um grande núcleo de políticas que têm que ser integrais porque têm que cobrir os direitos sociais, os direitos ao cuidado de seus filhos, o direito ao apoio de seus lares e, acredito que existe um grande núcleo de políticas integrais. E outro núcleo que saia das políticas de atenção de maneira de tempo para ir às políticas de terminação da escolaridade secundária que atenda as rotinas de moradia, isso é muito problemático nos jovens.

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