quinta-feira, 7 de março de 2013

Nicarágua: um programa ajuda os jovens a criar empresas

06.03.13 - Nicarágua

Adital
Através de um programa nacional de emprego juvenil, mais de 1800 jovens nicaraguenses receberam formação para poder empreender seus próprios negócios. Além disso, outros 2400 obtiveram capacitação técnica específica para suas novas empresas.
Quando era pequena, Leyli Siles estudava, corria e brincava de esconde-esconde como qualquer outra menina na Nicarágua, apesar de ser surda e de haver nascido no seio de uma família sem recursos. Mas ao chegar à adolescência, começou a notar que sua deficiência auditiva era um obstáculo para suas aspirações.
Com o passar dos anos, ao ir tomando consciência da realidade de sua exclusão social, Siles se sentia reclua. Embora tivesse a oportunidade de ir a uma das poucas escolas de educação especial que existem na Nicarágua, em sua vida diária percebia que a deficiência que sofria era um obstáculo real que claramente propiciava um futuro incerto.
Mas hoje em dia, Siles, de 25 anos, ensina em uma escola de necessidades especiais, é presidente da Associação de Pessoas Surdas de Matagalpa e trabalha como sócia em uma microempresa de produtos artesanais. Ela e outras três amigas que também possuem deficiência auditiva abriram uma loja de objetos têxteis feitos na Nicarágua em que vendem, entre outros artigos, roupas, calçados, bolsas e acessórios para mulheres.
Siles e suas sócias são de Matagalpa, uma cidade localizada a 120 quilômetros ao norte de Manágua. São trabalhadoras jovens que lutam para seguir adiante e sentem que por fim, o sol começa a brilhar em suas vidas. Suas vendas estão crescendo e Siles tem muitos projetos para seguir crescendo profissionalmente.
As quatro mulheres são beneficiárias de um programa nacional de emprego juvenil apoiado pelo PNUD, Governo da Nicarágua e outras cinco agências da ONU. Com um orçamento de 5,6 milhões de dólares, a iniciativa trabalha para criar empregos entre os jovens nicaraguenses, que enfrentam uma taxa de desemprego de 8,8%.
Como resultado do programa, nos últimos três anos foram criadas 200 pequenas empresas, que beneficiaram diretamente 1500 nicaraguenses entre 15 e 25 anos de idade. Entre os negócios criados há pequenos restaurantes, padarias, lojas e serviços de reparação de motocicletas. Os novos proprietários recebem créditos com uma pequena quantia, além de formação técnica e preparação sobre como montar um negócio.
Por meio da linguagem de sinais e de uma intérprete, Siles explica sorridente que a formação que ela e suas sócias receberam sobre como criar e gerir um negócio foi crucial. Posteriormente, elaboraram um plano de negócios para obter financiamento, apresentaram uma solicitação, competiram com outras petições e receberam um crédito para seu novo negócio. Artesanías Nicaragüita.
Agora que o negócio está estabelecido, Siles se sente feliz e realizada. A situação financeira da Artesanías Nicaragüita é satisfatória: as dívidas foram pagas, os pagamentos do crédito inicial são pagos todo mês e logo chegará o dia em que começarão a obter lucro. Siles e suas sócias iniciaram a viagem que as tirará da pobreza. E igualmente importante, ela disse que agora se sente como uma verdadeira parte integrante da sociedade.
Fonte: UNDP

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