quarta-feira, 24 de abril de 2013

Comunidades e Copinh realizam caminhada pela ‘construção de consciências’ em defesa de rio e contra projeto hidroelétrico



 
Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
Completando 22 dias da ocupação da estrada que dá acesso ao setor de Río Blanco, em Honduras, representantes de comunidades Lencas da região e integrantes do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH) seguem firmes na luta contra o Projeto Hidroelétrico Agua Zarca no Barrial, ao realizarem hoje (22) uma caminhada de diferentes pontos de Río Blanco e do departamento de Santa Barbara até a entrada principal e escritórios do projeto, pela defesa do Rio Gualcarque e pela ‘construção de consciências’.Reforçando que o Projeto Agua Zarca está causando impacto ambiental, destruição de patrimônios econômicos e culturais, expulsão de território e perda de autonomias, o Copinh ressalta que o objetivo da caminhada é fazer um chamado à consciência de toda a população hondurenha sobre a "justa luta” em defesa dos rios, que não podem estar em hipótese nenhum em mãos privadas.
Também aproveitam a ação para condenar a participação de engenheiros que realizam trabalhos para o projeto e tentam intimidar ao Povo Lenca da região, ao mesmo tempo em que denunciam a ilegalidade da obra que violou os acordos firmados entre Copinh e Governo, e o direito de Consulta Livre, Prévia e Informada aos povos afetados, conforme determina o Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Além disso, o Copinh pede respeito às suas estruturas comunitárias organizadas, aos seus povos e conselhos que também "assumiram esta luta de maneira digna”, onde através do processo de Assembleia Lenca debatem, analisam e decidem juntos como comunidades e não apenas em pequenos grupos de pessoas. "Exigimos respeito ao nosso processo”, enfatiza.
Denunciando as autoridades que deveriam cumprir suas responsabilidades com o povo indígena, mas que ao contrário favorecem as empresas envolvidas no projeto Agua Zarca através da manipulação, falta de vontade política e tentativas de debilitar a população em luta, as comunidades, Povo Lenca e Copinh prometem manter a ocupação da estrada nas imediações do projeto hidroelétrico.
Por fim, lembram que a luta vai além deste setor, já que é uma casa de todo o Povo Lenca organizado ao Copinh, "que enfrenta a ameaça de 17 projetos hidroelétricos que privatizam rios, água, energia e territórios e que são parte do modelo energético capitalista depredador e anti-humano, e que serão o complemento à ameaça da exploração mineira”.
Para mais informações: http://copinh.org

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