quarta-feira, 1 de maio de 2013

Caminhada marca atividade dentro da 5ª Semana Social Brasileira em Alagoas



 
Adital
Por Railton Teixeira, jornalista em Alagoas

Usando o lema ‘Do Estado que temos ao Estado que queremos’ milhares de trabalhadores urbanos e campesinos, entidades de lutas e estudantes percorreram as ruas do centro de Maceió, em Alagoas, na tarde da última sexta-feira (26). A caminhada fez parte do encerramento da 5ª Semana Social Brasileira – ocorrida entre os dias 24 a 26 de abril – e da união das pautas unificadas entre os trabalhadores do campo e da cidade em preparação para o dia 1º de Maio.
As Semanas Sociais são parte da ação evangelizadora da igreja em muitos países. Em Alagoas, estiveram na construção da mobilização, as pastorais sociais da Arquidiocese da Maceió, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A concentração da caminhada ocorreu na Praça Deodoro e percorreu todas as ruas do Centro da capital alagoana com faixas e palavras de ordem contra o governo tucano que, segundo eles, engessou as políticas públicas destinadas à classe trabalhadora.
O encerramento ocorreu na porta do Palácio República dos Palmares, com a encenação de uma peça teatral que teve como protagonista um personagem que fez alusão ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). "Foi uma forma de mostrar que os trabalhadores estão insatisfeitos e que necessitam de atenção, enquanto isso ele (Vilela) gasta o nosso dinheiro em uma operação no Hospital Sírio Libanês”, destacou o ator Rogério Dias, que fez o personagem.
Para a Semana Social Brasileira foi convidado o militante social, preso político, escritor e membro da Teologia da Libertação, Frei Betto, além do vice-presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador Tutmés Airan, e o professor da Universidade Federal de Alagoas, Sávio de Almeida.
Por quase duas horas, do dia 24, em um auditório repleto de trabalhadores, lideranças, intelectuais e religiosos adeptos à Teologia da Libertação, Frei Betto dialogou com os presentes sobre o processo da construção política do Estado, baseando-se em um livro, recém-lançado, do atual líder da Igreja Católica, Papa Francisco, à época do lançamento, cardeal Bergoglio.
Oriundo do grande Recife, o universitário Rodrigo Santana se deslocou para a capital alagoana para acompanhar o diálogo e registrar o que, segundo ele, é um ícone da luta pela democracia brasileira. "A teologia da libertação foi perseguida principalmente quando a igreja abençoava a ditadura, Frei Betto, Dom Helder Camara, Leonardo Boff e outros foram de encontro ao processo histórico natural da igreja e mostraram que uma sociedade igualitária e justa é possível sem sair dela (a igreja)”, defendeu.
Para Josival Oliveira, dirigente nacional do MLST, a atividade é uma demonstração da união das pautas entre os movimentos sociais do campo e da cidade sobre uma forma de dialogar sobre o ‘Estado que temos e o Estado que queremos’. "Estamos em um estado permanente de mobilização, para isso os trabalhadores unificaram as suas pautas e agora serão ações constantes contra o governo e sua morosidade", enfatizou.
"O Estado que queremos é o mesmo que os trabalhadores do campo alcance a Reforma Agrária e tenha educação, saúde e segurança. Da mesma forma que essas políticas também sejam usufruídas pelos trabalhadores da cidade e que ainda possam ser respeitados enquanto profissionais e as suas necessidades de trabalho atendidas", enfatizou Pe. Rogério Madeiros, coordenador das pastorais sociais da Arquidiocese de Maceió.

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