Arthur Friedenreich. Parece algo de outro continente, mas é o nome do primeiro jogador de futebol negro do Brasil. Ele, assim como Leônidas da Silva, Luís Pereira, Cláudio Adão, Zizinho, Didi, Garrincha e Pelé, é um dos exemplos da genialidade negra nos campos brasileiros. No entanto, por que não se vê também o mesmo destaque étnico nas outras funções do futebol? Por que a maioria dos cargos e funções de responsabilidade e liderança não está com os negros, assim como está a atuação nos campos de futebol?
Roseli Machado
Roseli Machado

A recente novela global “Lado a Lado”, protagonizada por Lázaro Ramos e Camila Pitanga, abordou um pouco do universo do início do século XX, apresentando o futebol como um esporte de elite, para brancos ricos, letrados e “bem nascidos”. Estratégias como o pagamento de altas taxas pelos associados das agremiações funcionavam para afugentar a população operária e pobre.Negros eram proibidos de participar. Apesar da visão do futebol enquanto motivador da “identidade nacional” - representada pelo “esporte paixão”, mote para a “coesão social”, a partir da então chamada “democracia racial” - em toda a sua história, até mesmo nos times multirraciais do século passado, entre um branco e um negro de iguais qualidades e potencialidades, ficava-se com o branco.
Quando isso se estende para além dos jogadores, a situação se apresenta ainda mais crítica. Treinadores, dirigentes, árbitros e auxiliares, entre outros, são vitimados pelo que se pode chamar de “racismo envergonhado”: aquele que não é explícito, por isso mesmo tão mais difícil de ser combatido. Os resultados estão aí. Basta olhar e ver quantos representantes da raça negra ocupam estas e outras posições de trabalho.
Recentes pesquisas - como as de Damo, Oliven, Novaes e Tonini - apontam para a questão do racismo no futebol do Brasil. O branqueamento do universo do futebol é uma dessas facetas, seja em termos de um maior número de jogadores brancos em relação aos negros, ou ainda no que se refere à torcida que vai aos estádios profissionais de futebol. Será que estamos retomando a discriminação camuflada do início do século, com os ingressos a preços cada vez mais impraticáveis para pobres e pretos? Justamente o Brasil, país mestiço em sua essência (e talvez por isso mesmo), estaria elitizando, mais uma vez, a participação popular no esporte das multidões? Será que, justamente agora que se pensa em equipar e redefinir o futebol, abandonaremos o que fez desse esporte algo tão popular, tão próprio e cheio de arte como é a tradição brasileira?
No futuro, serão nossos vídeos e capas de revistas os agentes históricos que contarão essa verdade de tempos embranquecidos no futebol brasileiro. Num país em que se ousa questionar a existência ou não do racismo, mesmo com todos os irrefutáveis fatos ao nosso redor a todo o tempo, sentimos gradualmente a exclusão do povo negro nesses espaços.

Garrincha 1962 e Pelé
O FUTEBOL ARTE NAS VÁRZEAS
A mudança de direção que o futebol toma na atualidade fica cada vez mais clara, na medida em que “se torna cada vez mais embranquecida a torcida, ou cada vez menos negra a participação nos campos profissionais pelo país”.
Isso também se justifica pelas atuais fontes onde se busca jogadores para ingressarem nos corpos profissionais das equipes. Os grandes times preferem jogadores profissionalizados e investem na estrutura de formação de seus próprios clubes e agremiações. Por outro lado, as chamadas “escolinhas de futebol” destacam-se principalmente por serem pagas, limitando muitas vezes o acesso de jovens pobres e negros desprovidos de recursos econômicos.
Isso contrasta com a realidade do futebol de várzea, termo originariamente referente aos times e associações surgidas às margens do Rio Pinheiros, em São Paulo. O futebol de várzea tem como característica ser tipicamente amador, principalmente levando-se em conta que seus participantes normalmente trabalham em outra atividade o dia inteiro. Organiza-se em campos feitos em locais abertos, principalmente pela iniciativa de negros e pobres das diversas localidades para onde foram se expandindo, dentro e fora da cidade.
“A FIFA, A CBF E AS FEDERAÇÕES ESTADUAIS NÃO TOMAM MEDIDAS PRÁTICAS CONTRA OS RACI STAS (TORCEDORES, JOGADORES, TREINADORES E DIRIGENTES) NEM CONTRA SEUS CLUBES.” TONINI
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| Arthur Friedenreich |
O bom nível técnico é outra marca da modalidade. Foi essa qualidade que levou a maior parte dos grandes craques aos times de expressão em todo o Brasil. Com criatividade, as associações e comunidades em torno dos campos de várzea conseguem driblar as “precariedades” enfrentadas, como os campos sem grama - “o terrão”, como costumam dizer, que se transforma facilmente no “lamão” aos primeiros pingos de chuva -, equipamentos surrados (redes, bolas, fardamento), sem muitos melindres ou etiquetas. Ali, são desenvolvidas as jogadas mais incríveis (tanto as melhores, quanto as mais toscas), fruto da espontaneidade despreocupada de quem não tem que se preocupar com câmeras televisonando em rede planetária todos os lances e até os lábios dos jogadores. São ainda essas inovações e gafes que constroem o histórico da várzea nas comunidades em que estão inseridas, e que, infelizmente, encontram-se em declínio.
Essa forma de vivenciar o futebol acaba lentamente sendo dizimada por outros interesses - econômicos ou sociais - e, mais uma vez, negros e pobres sofrem as consequências e acabam excluídos. Isso é devido a inúmeros fatores, como a expansão imobiliária, principalmente nas áreas centrais e regiões nobres da cidade. Exemplo disso é o bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Há registros de que haviam ali mais de 30 campos de várzea que, pouco a pouco, foram sendo substituídos por obras públicas e grandes conglomerados imobiliários, a partir da hipervalorização dos terrenos na região. Para onde foram os craques e seu futebol cheio de manhas, dribles e embustes? Para cada vez mais distante, nas áreas da periferia - muitos deles transformados em equipamentos semipúblicos em parcerias com entidades e agremiações locais.
“O FUTEBOL SE TORNOU UMA ARENA PÚBLICA PRIVILEGIADA PARA MANIFESTAÇÕES CULTURAIS, SOCIAIS, POLÍTICAS E, INCLUSIVE, RACI STAS. O CARÁTER ESPETAC ULAR E MIDIÁTICO DO FUTEBOL DEVE SER LEVADO EM CONTA. ALÉM DISSO, HÁ AS MIGRAÇÕES INTERNACI ONAIS APÓS A 2ª GUERRA MUNDIAL, QUE LEVARAM MILHÕES DE IMIGRANTES DE TODO O MUNDO PARA O CONTINENTE EUROPEU”.
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| Cláudio Adão |
Outros sobrevivem e, apesar da falta de investimentos e de se tornarem mais escassos pela cidade, mantém algumas tradições com o esforço das próprias comunidades, que estimulam o encontro de amigos, momentos de lazer e descontração, articulação social, além de manter os jovens em atividade e longe da tão conhecida violência urbana. Buscam, assim, apoio de entidades públicas e privadas para a manutenção dos campos (minimamente campo, alambrados e vestiários) e das equipes. Para isso, organizam ou participam de torneios, festivais e campeonatos. O maior deles reúne em São Paulo cerca de 400 times que concorrem em duas divisões, além de promover disputas em cidades como Belo Horizonte e Porto Alegre.
O documentário “Futebol de Várzea”, de Marc Dordim (2011), que participou da mostra “É Tudo Verdade”, relata essa experiência a partir da visão de quatro personagens: um ex-jogador profissional que começou na várzea e a ela retornou, um jovem com aspirações de craque, um árbitro e um time da comunidade.
O SHOW TEM QUE CONTINUAR
O Futebol Espetáculo: eis o outro lado desta mesma moeda, que leva aos grandes estádios grama sintética, arquibancadas organizadas por setores, entre outros benefícios e classificações. Dos espaços montados para os jogos da Copa do Mundo, temos somente a certeza de que os ingressos terão preços muito mais salgados do que os já praticados.
E o que pode ser entendido como Futebol Espetáculo? Uma modalidade dentro da indústria esportiva que oferece, a um público, seu produto: os jogos entre os times. Vinculado aos clubes, desenvolve- se com uma organização empresarial e com a profissionalização das diversas áreas que regulamentam, agenciam, midiatizam e transformam a atividade em mercadoria, com atribuição de valores, particularmente para o público consumidor: os torcedores.
Quando se pensa dessa forma, o futebol “paixão nacional” parece tomar uma outra forma, muito mais árida, artificial e mercadológica, mas também esta faz parte da realidade.

O NEGRO NAS FUNÇÕES DO FUTEBOL
Joel Rufino retrata, em um de seus escritos, o comentário injurioso do Jornalista Luiz Mendes contra um árbitro negro, em uma rádio governamental, ainda na década de 1980. O jogo era entre Botafogo e América, no Rio de Janeiro, e após uma determinação do juiz Wilson Carlos dos Santos, “sendo este a autoridade máxima em campo”, o comunicador em questão disse em rede nacional: “Crioulo não pode ser árbitro de futebol.”
O comentário retrata a crença que reafirma preconceitos e está embaraçada na mente do brasileiro, escondida porém enraizada, e é exatamente o que a torna tão difícil de ser transformada.
Essa discriminação branda tem origem num racismo difuso, nunca direto e explícito, que busca desencorajar a luta dos afrodescendentes por postos estratégicos, onde poderiam exercer suas potencialidades em geral negadas: sua inteligência, capacidade de abstração intelectual, liderança e autoridade.
Tal desencorajamento atenderia, em particular, aos interesses das elites, que assim como controlam historicamente os diversos postos de comando da vida nacional, também controlam os clubes esportivos aos quais os times - leia-se “empreendimentos” - pertencem. Há agremiações que, inclusive, abandonaram o futebol para continuar com um status quo de clube voltado somente para ohigh society local.
“COM MUITA CRIATIVIDADE AS ASSOCIAÇÕES E COMUNIDADES EM TORNO DOS CAMPOS DE VÁRZEA CONSEGUEM DRIBLAR AS ‘PRECARIEDADES’ ENFRENTADAS, COMO OS CAMPOS SEM GRAMA, ‘NO TERRÃO’.”
Também por tudo isso são tão poucos os representantes negros que atuam como técnicos - apesar destes serem em geral selecionados junto a ex-jogadores - especialmente nas principais categorias ou divisões do universo futebolístico enquanto espetáculo (como os torneios profissionais). Aí é questionada e posta em desconfiança sua capacidade de coordenar, sua autoridade frente aos jogadores, dirigentes e mídia, bem como suas habilidades como estrategista.

Além do desencorajamento - que apela para o “reconhecimento” do tipo “todo mundo sabe” dos impedimentos para a ascensão dos negros em geral e, em particular, no futebol - há ainda desestímulos pela ausência dessa representação pública, nos já citados postos, inclusive na crônica esportiva especializada, que informa e forma opinião sobre tudo e qualquer coisa acerca do futebol. Onde estão os jornalistas negros nos diversos setores da mídia esportiva?
As restrições ao acesso dos afrodescendentes não estão escritas em local algum, mas sim impressas em crenças, pensamentos e sentimentos que formulam as ações discriminatórias que limitam o acesso do grupo em questão à ascensão profissional - dentro e fora dos campos - e fomentam, pela repetição sistemática, argumentos que, se bem observados, apontam para falácias históricas quanto à potencialidade intelectual e diretiva do negro, que é desestimulado, desacreditado e culpabilizado, não como indivíduo, mas como população.
Exemplo disso é o caso do goleiro negro Moacir Barbosa Nascimento, o Barbosa, que, na Copa de 1950, deixou vazar o gol que deu a vitória para o Uruguai. Pelo resto de sua vida ele foi culpado, chegando a afirmar em um de seus últimos depoimentos: “a escravidão do Brasil já acabou há muito tempo, eu devo ser o último que ainda não fui liberto”.
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Desde então, contaram-se os goleiros negros de grande habilidade que defenderam importantes times, ou mesmo a seleção brasileira de futebol. A opção de confiança raramente é concedida ao negro. Em 1970, o então técnico Zagallo impediu Barbosa de assistir e cumprimentar os jogadores da seleção porque ele poderia “trazer azar” ao time.
Se a cor da pele não importasse, se a alegação de racismo fosse brincadeira, se relembrar o passado fosse “encher linguiça”, pessoas de dada etnia não seriam perseguidas, agredidas violentamente e mesmo mortas nos grandes centros urbanos; profissionais não seriam preteridos e abafados na subalternidade, apesar de suas irrefutáveis competências; erros individuais não seriam eternizados nem generalizados a toda uma população, que hoje compõe mais de 50% da geografia humana brasileira. Se tudo isso não fosse verdade, não haveriam torcidas inteiras reproduzindo sons animalescos para intimidar, ofender e injuriar jogadores negros durante diversos jogos, como acontece na Europa.
UMA MODALIDADE DENTRO DA INDÚSTRIA ESPORTIVA QUE OFERECE A UM PÚBLICO SEU PRODUTO, OU SEJA, OS JOGOS ENTRE OS TIMES (...) PARTICULARMENTE PARA O PÚBLICO CONSUMIDOR: OS TORCEDORES.
E SENDO ASSIM...
Como o Brasil receberá as torcidas de todo o mundo, em particular do mundo europeu, com tantos casos divulgados pela imprensa de racismo, xenofobia e injúrias contra jogadores negros? Qual o posicionamento esperado por parte dos organizadores envolvidos no desenvolvimento de tal festival de jogos? Afinal, para todo mundo o Brasil é, antes de mais nada, um país mestiço (somente nossa elite não se deu conta disso, e se disso sabe, faz questão de ignorar).
Por outro lado, de que forma entender as manifestações coletivas de intolerância e discriminação de torcidas organizadas contra jogadores negros?De que forma analisar as situações que a participação de jogadores, técnicos e árbitros negros provocam nos grupos organizados e mesmo em outros jogadores?
Pouco se alterou em termos de relações entre números de profissionais brancos e negros ao longo da história brasileira do futebol. O próprio João Saldanha, falecido jornalista e treinador de futebol, contava que nos anos 50 a direção da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) recomendava aos técnicos a contratação de jogadores brancos, deixando os negros para último caso, uma vez que estes não teriam “espírito de competição”.
“Se naquela época não haviam negros enquanto técnicos, árbitros e dirigentes, ainda hoje são uma raridade, pode-se contar nos dedos”, afirma o autor de “Além dos Gramados: História Oral de Vida de Negros no Futebol Brasileiro (1970-2010)”, o sociólogo Marcel Diego Tonini. “Dos gramados até as salas de presidência dos clubes houve, e ainda há, racismo”, escreve. Algo que se destaca em seu relato é a tendência apresentada por cartolas e outros representantes oficiais, não só de minimizar os episódios de racismo e discriminação ocorridos, como de negar o que está estampado na face de cada árbitro, técnico, dirigente ou cartola de clube: ou seja, que não pertencem à população negra.
Tonini, ainda ressalta: “Uma das narrativas que mais me surpreendeu foi a de João Paulo Araújo, árbitro que atuou entre 1981 e 1997. Ele relatou que sofreu discriminação racial ao longo de toda a sua carreira, desde o início, quando ‘bandeirava’ na terceira divisão do Campeonato Paulista. Colegas da sua turma de formação de árbitros já apitavam na primeira e, somente após uma fase de reformulação da arbitragem paulista, em 1987, ele e alguns árbitros negros tiveram oportunidade de apitar na primeira divisão. Os próprios colegas de profissão faziam ‘brincadeiras’preconceituosas devido a isso. Quando se tornou árbitro FIFA, não teve nenhum apoio político dos dirigentes paulistas. Para se ter uma ideia, ele nunca apitou uma final de Campeonato Paulista, apesar de ser do quadro internacional”.
“O BRANQUEAMENTO DO UNIVERSO DO FUTEBOL ESTÁ EXPLICITO, SEJA EM TERMOS DE UM MAIOR NÚMERO DE JOGADORES BRANCOS EM RELAÇÃO AOS NEGROS, SEJA AINDA NO QUE SE REFERE À TORCIDA QUE VAI AOS ESTÁDIOS PROFISSIONAIS DE FUTEBOL.”
Na tentativa de entender os casos frequentes de racismo no futebol europeu, o professor aponta diversos fatores a serem considerados: é preciso notar que o futebol se tornou uma arena pública privilegiada para manifestações culturais, sociais, políticas e, inclusive, racistas. “O caráter espetacular, envolvendo TV, Internet e outras mídias faz toda a diferença. Outro ponto são as migrações internacionais após a 2ª Guerra Mundial, que levaram milhões de imigrantes de todo o mundo para o continente europeu. Eles eram necessários para a reconstrução econômica, porém indesejados socialmente. Havia e ainda há aí uma contradição”, explica.
O racismo e a consequente tendência de exclusão do negro de todas as áreas de poder, influência ou liderança é latente e ainda persistente. Os fracassos são coletivos, as vitórias são individuais, e isso vem se reproduzindo desde a formação desses jogadores, ainda bastante jovens. Segundo Arley Sander Damo, em seu estudo “O Racismo no Esporte”, desde os centros de formação de jogadores, a referência é sobre um mercado restrito - poucos alcançarão a glória e o apogeu, mesmo tendo talento - com uma formação extremamente especializada, o que torna difícil revertê-la em outra experiência profissional.Por outro lado, “como no Brasil a legislação é muito frouxa em relação ao emprego do tempo nos centros de formação, estes dispõem dos atletas em tempo integral, uma disciplina que os solicita de corpo e alma, não raro centrada exclusivamente no binômio treinamento-reparação (treinar, comer e dormir, em termos nativos)”, destaca o autor. Uma legislação mais rigorosa, como a da França, fixaria normas que, além das atividades para o treinamento, exigiriam dos clubes a formação escolar para os jovens atletas.

A falta de um projeto profissional e de ascensão social paralelo à formação como futebolista afeta profundamente os jovens negros e pobres. “Isso faz com que haja, ao longo do próprio processo de profissionalização de ‘pés-de-obra’ no Brasil, a produção de um excedente a ser descartado. O drama ao qual estão sujeitos os futebolistas em formação não afeta somente os afrodescendentes, porém é vivido mais intensamente por aqueles para quem o futebol se apresenta como uma das únicas oportunidades de ascender social e economicamente”, diz.
APESAR DO CENÁRIO POUCO ANIMADOR
Para o sociólogo tonini, “infelizmente, considerando o que já comentei, o cenário não é animador... a fifa (fédération internationale de football association), a CBF (confederação Brasileira de futebol) e as federações estaduais não tomam medidas práticas contra o racistas (torcedores, jogadores, treinadores e dirigentes) nem contra seus clubes”. “fica sempre no discurso ou na letra fria dos regulamentos. imagino que, enquanto não houver uma mobilização ou atitudes drásticas (como abandonar o campo de jogo) por parte dos vitimados, as melhoras serão lentas e graduais. apesar disso tudo, as mensagens dos meus entrevistados foram sempre no sentido de seguir em frente apesar dos obstáculos e das discriminações sofridas”. de fato, o Brasil está vazio - como afirma a canção de milton nascimento -, e não somente nas tardes de domingo, mas no seu cotidiano. e como todo espaço vazio é logo ocupado, que seja então por uma nova visão, um novo entendimento da questão racial em todos os seus âmbitos. as lutas e conquistas alcançadas são sinais impossíveis de serem ignorados, mesmo para o tipo de elite que acossa o país há quase 500 anos.




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