
Punição dos assassinos de Irmã Dorothy é vitória contra o latifúndio, diz CNBB
Em 19 de setembro passado, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado pela morte da freira que coordenava projetos sociais voltados para a implantação e o assentamento de trabalhadores rurais em terras públicas que são disputadas por mineradores e por madeireiros da região sudoeste paraense. Por Dermi Azevedo.
Dermi Azevedo
São Paulo - A condenação dos assassinos da religiosa norte-americana Dorothy Stang, morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, no município de Anapu, no sudoeste do Pará, aponta para a redução da impunidade dos criminosos que agem a serviço do latifúndio. Essa avaliação é da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Em 19 de setembro passado, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado pela morte dessa freira que coordenava projetos sociais voltados para a implantação e o assentamento de trabalhadores rurais em terras públicas que são disputadas por mineradores e por madeireiros da região sudoeste paraense mais exatamente nos municípios de Jacundá, Nova Ipixuna, Goianésia do Pará, Marabá e Anapu.
As investigações da Polícia Federal e Estadual revelaram que os executores do crime foram os pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Batista, condenados agora a mais de 20 anos de prisão; Vitalmiro Basto de Moura pagou R$ 50 mil reais ao pistoleiro Amair Feijori, o Tato, para que atuasse como intermediário do crime. Ele, o Bida e Amair, o tato, foram condenados às penas de 18 a 30 anos de prisão respectivamente.
Para o juiz da 2ª vara de Belém, Raimundo Moisés Alves Flexa, o crime contra Dorothy Stang foi “frio, covarde, premeditado e articulado”. Já o secretário executivo da CNBB/Norte II e coordenador da CPT, padre Paulo Joanil da Silva, “a ausência da irmã Dorothy Stang sempre faz falta pela figura profética que era, próxima do povo e totalmente entregue às causas dos pobres e dos oprimidos. Era uma mulher extraordinária que representava uma esperança para o povo que não tinha a quem recorrer; ela sempre os ajudava a resistir na terra, a conquistar seus direitos e acima de tudo a preservar a natureza que era uma de suas principais causas”.
PDS Esperança
Nascida nos Estados Unidos, irmã Dorothy Stang viveu 30 anos no Pará e criou, na região sudoeste desse Estado, um projeto de desenvolvimento sustentável, conhecido como PDS Esperança. Os resultados obtidos contribuíram para a melhoria da qualidade de vida dos posseiros. Essa realidade desagradou os fazendeiros que se articularam para encomendar o assassinato da religiosa.
Ameaças
Apesar da repercussão de crimes como o que atingiu a irmã Dorothy Stang, as ameaças contra os defensores da reforma agrária continuam sendo uma rotina no Pará, no Amazonas e em outros estados da região amazônica. Continua sendo ameaçado, entre outros, o religioso francês e advogado frei Henri des Roziers, membro da ordem dominicana. Na mais recente cotação do crime organizado, a cabeça de frei Henrique foi cotada em 1 milhão de reais. No entanto, ele continua exercendo a sua profissão no sul do Pará e foi recentemente condecorado pelo governo francês com a Legião de Honra, o maior prêmio simbólico da França.
Recebem também constantes ameaças os integrantes do Ministério Público Federal que investigam as denúncias de trabalho escravo no sul paraense.
Em 19 de setembro passado, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado pela morte dessa freira que coordenava projetos sociais voltados para a implantação e o assentamento de trabalhadores rurais em terras públicas que são disputadas por mineradores e por madeireiros da região sudoeste paraense mais exatamente nos municípios de Jacundá, Nova Ipixuna, Goianésia do Pará, Marabá e Anapu.
As investigações da Polícia Federal e Estadual revelaram que os executores do crime foram os pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Batista, condenados agora a mais de 20 anos de prisão; Vitalmiro Basto de Moura pagou R$ 50 mil reais ao pistoleiro Amair Feijori, o Tato, para que atuasse como intermediário do crime. Ele, o Bida e Amair, o tato, foram condenados às penas de 18 a 30 anos de prisão respectivamente.
Para o juiz da 2ª vara de Belém, Raimundo Moisés Alves Flexa, o crime contra Dorothy Stang foi “frio, covarde, premeditado e articulado”. Já o secretário executivo da CNBB/Norte II e coordenador da CPT, padre Paulo Joanil da Silva, “a ausência da irmã Dorothy Stang sempre faz falta pela figura profética que era, próxima do povo e totalmente entregue às causas dos pobres e dos oprimidos. Era uma mulher extraordinária que representava uma esperança para o povo que não tinha a quem recorrer; ela sempre os ajudava a resistir na terra, a conquistar seus direitos e acima de tudo a preservar a natureza que era uma de suas principais causas”.
PDS Esperança
Nascida nos Estados Unidos, irmã Dorothy Stang viveu 30 anos no Pará e criou, na região sudoeste desse Estado, um projeto de desenvolvimento sustentável, conhecido como PDS Esperança. Os resultados obtidos contribuíram para a melhoria da qualidade de vida dos posseiros. Essa realidade desagradou os fazendeiros que se articularam para encomendar o assassinato da religiosa.
Ameaças
Apesar da repercussão de crimes como o que atingiu a irmã Dorothy Stang, as ameaças contra os defensores da reforma agrária continuam sendo uma rotina no Pará, no Amazonas e em outros estados da região amazônica. Continua sendo ameaçado, entre outros, o religioso francês e advogado frei Henri des Roziers, membro da ordem dominicana. Na mais recente cotação do crime organizado, a cabeça de frei Henrique foi cotada em 1 milhão de reais. No entanto, ele continua exercendo a sua profissão no sul do Pará e foi recentemente condecorado pelo governo francês com a Legião de Honra, o maior prêmio simbólico da França.
Recebem também constantes ameaças os integrantes do Ministério Público Federal que investigam as denúncias de trabalho escravo no sul paraense.
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