terça-feira, 19 de novembro de 2013

Fundação Procafé: Entendendo as variações do preço de café na Bolsa




Nas operações de comercialização do café, especialmente no estabelecimento do preço do produto, influem muito as oscilações nas cotações em Bolsas internacionais especializadas, como a de Nova York para os cafés arábica e a de Londres para cafés robusta.

Ocorre que, em sua grande maioria, nossos técnicos envolvidos na assistência aos produtores e os próprios cafeicultores não entendem bem como a variação diária das cotações na Bolsa podem afetar aqui, internamente, nossos preços do café.

Assim, achamos útil oferecer uma pequena explicação sobre o assunto.

As oscilações das cotações do café na Bolsa de Nova York, que é uma das principais do mundo, são registradas em pontos por libra-peso. O ponto no caso é uma fração de dólar. Deste modo, para se conhecer, em reais, a equivalência de uma alta ou baixa de preços, é importante conhecer o valor das unidades a serem utilizadas nos cálculos, assim:

1 dólar = 100 centavos , 1 centavo de dólar = 100 pontos, logo uma variação de 10 mil pontos equivaleria a 1 dólar . Uma libra peso equivale a 453,6 gramas e uma saca de café, de 60 kg, tem 132,3 libras peso.

No exemplo de que a Bolsa tenha uma perda de 400 pontos num dia, teríamos uma perda de 0,04 dólares por libra/peso, que vezes 132,3 daria uma baixa de 5,29 dólares por saca, ou, na cotação do dólar do dia (exemplo R$2,20 por dólar) representaria uma perda aproximada de R$ 11,64 por saca.

Vamos a um exemplo prático para que o produtor possa entender essas oscilações de mercado.

Qual seria a perda teórica, em reais, em um lote de 500 sacas, quando ocorrer uma queda de 300 pontos na Bolsa de Nova York?

300 pontos = US 0.03 por libra-peso x 132,3 = US 3.97 por saca e na cotação de 1 dólar para R$:2,20 teríamos uma expectativa de perda por saca de R$ 8,73 e nos 500 sacas teríamos uma receita a menos de R$ 4365,00.

É fato que a transferência das oscilações de preço em Bolsas estrangeiras para os preços internos do nosso café não são diretas como explicamos, pois outros fatores podem influenciar. No entanto, não existindo política adequada, de preços mínimos no pais, para proteção de renda ao produtor, nem outra forma segura de remuneração, a tendência observada nas Bolsas externas logo se reflete nas Bolsas internas e passam a se refletir, também, no preço pago ao cafeicultor.

Em Londres o preço do café robusta é expresso em dólares por tonelada, bastando dividir por 16,6 para saber a equivalência em dólares por saca. Por exemplo, uma cotação de US1450.00 por tonelada corresponde a um preço de 87.03 dólares por saca ou, na cotação de 2,20, resultaria em R$ 191,40 por saca.

Finalmente, vale lembrar que os preços em Nova York e em Londres são indicativos. Em nova York eles se referem ao contrato C, tendo como referencia cafés da América Central, lavados e, só recentemente vem sendo comercializados, também, despolpados do Brasil.

Para referência são aqui colocados os preços correntes em 4-11-2013. Na Bolsa de Nova York o equivalente a US$ 103.50 por saca, em Londres a US$ 1490,00 por tonelada de robusta, e, internamente, o café arábica tipo 6 bebida dura variando de R$ 225,00 a 260,00 e o conillon de R$ 170,,00 a 175,00.

Na figura 1 pode-se observar a variação dos preços internos do café nos últimos 10 anos, de cafés arábica e do robusta-conillon. Como temos conhecimento, estamos passando um período de queda acentuada de preços, iniciada em 2011.



As informações são da Fundação Procafé, adaptadas pelo CaféPoint.

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