Com isso, o país ficou com a 55ª posição do ranking de leitura, abaixo de países
como Chile, Uruguai, Romênia e Tailândia. Segundo o relatório da OCDE, parte do
mau desempenho do país pode ser explicado pela expansão de alunos de 15
anos na rede em séries defasadas. Em 2012, o desempenho dos estudantes brasileiros em
leitura piorou em relação a 2009. De acordo com dados do Pisa (Programa Internacional de
Avaliação de Alunos), o país somou 410 pontos em leitura, dois a menos do que a sua pontuação
na última avaliação e 86 pontos abaixo da média dos países da OCDE(Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
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Quase metade (49,2%) dos alunos brasileiros não alcança o nível 2 de desempenho na avaliação que tem o nível 6 como teto. Isso significa que eles não são capazes de deduzir informações do texto, de estabelecer relações entre diferentes partes do texto e não conseguem compreender nuances da linguagem.
No exame de ciências, 55,3% dos alunos brasileiros alcança apenas o nível 1 de conhecimento, ou seja, são capazes de aplicar o que sabem apenas a poucas situações de seu cotidiano e dar explicações científicas que são explícitas em relação às evidências.
Matemática foi a única disciplina em que os brasileiros apresentaram avanço no desempenho, ainda que pequeno. O Brasil saiu de 386 pontos, em 2009, e foi a 391 pontos --a média da OCDE é de 494 pontos.
A melhora não foi suficiente para que o país avançasse no ranking e o Brasil caiu para a 58ª posição em matemática.
Apesar da melhora, 2 em cada 3 alunos brasileiros de 15 anos não conseguem interpretar situações que exigem apenas deduções diretas da informação dada, não são capazes de entender percentuais, frações ou gráficos.
Inclusão de alunos
Segundo o relatório da OCDE, o progresso do Brasil em incluir alunos na rede de ensino altera negativamente os resultados do desempenho dos estudantes.
Em 2003, 65% dos jovens de 15 anos estavam na escola. Em 2012, a taxa passou para 78%. Parte desses novos estudantes são de comunidades rurais ou de grupos sociais vulneráveis, o que muda consideravelmente o grupo de alunos que fizeram o exame em 2003 e em 2012, aponta o relatório.
Além disso, o país ainda sofre com um grave problema de defasagem idade-série, isto é, muitos estudantes de 15 anos --que fazem o exame-- não estão na série escolar adequada à sua idade, o que compromete seu desempenho em relação ao de jovens da mesma idade em outros países.
O que é o Pisa
O Pisa busca medir o conhecimento e a habilidade em leitura, matemática e ciências de estudantes com 15 anos de idade tanto de países membro da OCDE como de países parceiros.
A avaliação já foi aplicada nos anos de 2000, 2003, 2006 e 2009. Os dados divulgados hoje foram baseados em avaliações feitas em 2012.
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