Instituições influentes no mercado internacional acreditam que o país não conseguirá mais colher as 60 milhões de sacas estimadas há poucos meses
DA GAZETA DO POVO
O plano do Brasil para colher cerca de 60 milhões de sacas de café na temporada 2014/15, que começa em outubro, não deve ser concretizado. A constatação é da Volcafe, divisão da trading internacional ED&F Man, que atua nesse segmento, e também do Citigroup. As duas instituições reduziram nesta segunda-feira (6) suas estimativas para a colheita brasileira, ainda a maior do mundo, e influenciaram o comportamento dos preços internacionais. Para o Citigroup, a produção do grão no país ficará num intervalo de 52,6 milhões de sacas a 53,2 milhões, contra uma previsão inicial de 58,5 milhões de sacas. Já a Vocafe é mais pessimista e aposta numa safra de 51 milhões de sacas, contra 60 milhões projetadas em novembro.
A redução está associada a um estresse sofrido pelas plantações nos dois últimos ciclos, além do excesso de podas, que deve pressionar o potencial produtivo das árvores. Os produtores brasileiros realizaram cortes excessivos para baixar os custos de colheita e para estimular a safra na próxima temporada.
No último ano, com a oferta ampliada, os preços pagos aos agricultores despencaram a ponto de não cobrir os custos de produção da cultura. O tipo arábica caiu 20% em 2013. O Paraná, quinto maior produtor nacional, erradicou mais de dois terços da área plantada com o fruto depois da geada negra registrada em 2013 e também por conta da desvalorização do produto no mercado.
Especialistas acreditam, no entanto, que se a redução na produção brasileira for confirmada na próxima temporada, os preços tendem a subir. A Vocafe acredita que o déficit global de café será de cerca de 5 milhões de sacas, ante um excedente de 6 milhões de sacas no ano anterior.
Para Sterling Smith, especialista em futuros do Citigroup, os preços futuros do café arábica na Bolsa de Nova York podem ser negociados em até US$ 1,47 a libra ainda neste ano. Ela aposta que o déficit no fornecimento será de 3 milhões a 4 milhões de sacas no próximo ciclo. No curto prazo, as cotações devem ficar entre US$ 1,15 e US$ 1,25 a libra, refletindo o quadro de oferta ampliada.
De 2009 a 2013, o Brasil elevou sua colheita anual dos 39,4 milhões de sacas para 49,15 milhões de sacas, conforme histórico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na próxima quinta-feira (9), a estatal divulga novo levantamento, será a primeira estimativa para o ciclo de 2014.
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No último ano, com a oferta ampliada, os preços pagos aos agricultores despencaram a ponto de não cobrir os custos de produção da cultura. O tipo arábica caiu 20% em 2013. O Paraná, quinto maior produtor nacional, erradicou mais de dois terços da área plantada com o fruto depois da geada negra registrada em 2013 e também por conta da desvalorização do produto no mercado.
Especialistas acreditam, no entanto, que se a redução na produção brasileira for confirmada na próxima temporada, os preços tendem a subir. A Vocafe acredita que o déficit global de café será de cerca de 5 milhões de sacas, ante um excedente de 6 milhões de sacas no ano anterior.
Para Sterling Smith, especialista em futuros do Citigroup, os preços futuros do café arábica na Bolsa de Nova York podem ser negociados em até US$ 1,47 a libra ainda neste ano. Ela aposta que o déficit no fornecimento será de 3 milhões a 4 milhões de sacas no próximo ciclo. No curto prazo, as cotações devem ficar entre US$ 1,15 e US$ 1,25 a libra, refletindo o quadro de oferta ampliada.
De 2009 a 2013, o Brasil elevou sua colheita anual dos 39,4 milhões de sacas para 49,15 milhões de sacas, conforme histórico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na próxima quinta-feira (9), a estatal divulga novo levantamento, será a primeira estimativa para o ciclo de 2014.
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