sábado, 3 de maio de 2014

HOMENAGEM DOS MILITANTES DO MST A DOM TOMAS BALDUINO


Nossa eterna gratidão a Dom Tomas Balduino..
usamos a palavra do poeta para homenagea-lo.
 
 
Calou-se uma voz dos oprimidos
 
por Pedro tierra
 
Calou-se a voz de Tomás Balduíno,
nessa noite de 2 de maio.
Uma voz que nunca quiz ser sozinha,
sabia, desde os anos de chumbo:
uma voz solitária não suspende a manhã.
Quiz ser uma voz entre vozes,
ergueu sua voz dentro do vasto coro dos oprimidos:
os índios, os posseiros, os lavradores,
os retirantes da seca e da cerca
e os que se levantam contra elas,
as mulheres, os negros, os migrantes, os peregrinos
para forçar claridades, para ensinar amanhecer.
 
Tomás é palavra.
A palavra que banha como bálsamo.
A palavra que fustiga.
Incendeia.
A palavra que perdoa
mas aponta - sempre - o caminho da Justiça.
E o que somos na vida?
Somos os ossos das palavras
que povoam o caminho de pedra ou flores
que sangram os pés dos nossos filhos.  
 
Tomás é sertão.
O sertão e suas armadilhas.
O sertão e suas infinitas contradições.
Tomás é sertão
onde se dobram os ventos de Goiás e Minas,
onde nascem águas
nessa infinita geografia
que alimenta nossas esperanças.
 
Calou-se a voz de Tomás Balduíno.
Permanecerá sua palavra.
Tomás é sertão:
gesto de fé nessa gente que não se dobra.
 
Brasilia,Manhã de 3 de maio 2014, como um quadro de Goya.

Um comentário:

  1. Ronald, só mesmo a poesia para homenagear Dom Tomás!
    Outro dia , vendo o filme "A Última Estação" lembramos de você. Você já viu esse filme?
    Um abraço, Angela Bueno

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