sexta-feira, 5 de junho de 2015

TIJOLAÇO: “É PRECISO REAGIR AOS NAZISTAS”

{"uid":5,"hostPeerName":"http://www.brasil247.com","initialGeometry":"{\"windowCoords_t\":23,\"windowCoords_r\":1920,\"windowCoords_b\":1030,\"windowCoords_l\":0,\"frameCoords_t\":1058,\"frameCoords_r\":1112.5,\"frameCoords_b\":1338,\"frameCoords_l\":776.5,\"styleZIndex\":\"auto\",\"allowedExpansion_t\":102,\"allowedExpansion_r\":792.5,\"allowedExpansion_b\":599,\"allowedExpansion_l\":776.5,\"xInView\":1,\"yInView\":1}","permissions":"{\"expandByOverlay\":true,\"expandByPush\":false,\"readCookie\":false,\"writeCookie\":false}","metadata":"{\"shared\":{\"sf_ver\":\"1-0-2\",\"ck_on\":1,\"flash_ver\":\"17.0.0\"}}","reportCreativeGeometry":false}" scrolling="no" marginwidth="0" marginheight="0" width="336" height="280" data-is-safeframe="true" style="margin: 0px; padding: 0px; border-width: 0px; border-style: initial; outline: 0px; vertical-align: bottom; background-image: initial; background-attachment: initial; background-size: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-position: initial; background-repeat: initial;">
Comecei muito mal o dia, lendo o Diário do Centro do Mundo. Não pelo site, obvio, que é muito bom, mas pela matéria – com o vídeo que reproduzo ao final com um imbecil que, estupidamente, vai provocar e humilhar um frentista de posto de gasolina que abastece um carro, em Porto Alegre.
A razão? O trabalhador é haitiano.
É de embrulhar o estômago, mesmo sabendo que a notícia já circula há dois dias.
Danem-se os que me acharem “políticamente incorreto”, mas este sujeito, além do devido processo judicial, deveria ser posto a correr, depois de ouvir uns desaforos daqueles bem “incorretos”.
O avô ou bisavô deste personagem que maltrata quem vem trabalhar aqui veio de onde? As centenas de  milhares de gaúchos  filhos, netos e bisnetos de imigrantes por acaso não vieram para cá , como dizia a minha avó (ela própria filha de um imigrante português), com “uma  mão atrás, outra na frente”?
Porque, tirando os poucos indígenas que restam neste país, quem é que não veio de algum lugar para trabalhar e viver aqui?
Diz o  facínora que não é por ele ser estrangeiro, mas por ser, supostamente um perigoso militar treinado a serviço do comunismo.
Olhem para o pobre coitado, um magrelo, quase um fiapo, humilde, intimidado e para  o agressor que vai provoca-lo e vejam quem parece um paramilitar, aliás com um broche de caveira bem significativo.
Só de uma cavalgadura destas usar um uniforme militar, covarde fantasiado de valente,  já é uma ofensa às nossa Forças Armadas que, com todos os defeitos que possa ter tido, sempre foi democrática em seu acesso e, até, durante muito tempo, a única forma de garotos de origem humilde terem um ensino e uma carreira digna.
É pior que isso, ainda: chega a ser um ultraje vestir-se como se fosse do Exército Brasileiro, que tem como seu berço e exemplo a Batalha dos Guararapes, onde o sangue de brancos, índios e negros começou a se misturar num campo de batalha para formar o país que somos!
Na verdade, o canalha que faz isso faz porque o rapaz é negro e pobre.
Porque, se este microcéfalo não sabe, hoje está sendo divulgado, na Suíça, um estudo mostra que, pelo sexto ano consecutivo, mais migrantes estão vindo da Europa para a América Latina que, como antes, latino-americanos indo para lá, em busca de trabalho.
Só da Espanha saíram, em 2012,  181.166 cidadãos com destino a países da América do Sul.
E diminui o número de brasileiros (e latino-americanos, em geral) que emigram para conseguir o trabalho que aqui faltava.
Aliás, o que este palerma covarde acharia se um brasileiro que fosse tentar a sorte como entregador de pizza nos Estados Unidos fosse tratado como ele tratou o rapaz?
Se o Ministério da Justiça do Brasil servisse para alguma coisa, este camarada  estaria sentado agora numa delegacia de polícia, prestando declarações e respondendo, no mínimo, por assédio.
Mas estamos permitindo que este comportamento fascista se espalhe, sem reação.
Nem que seja a de alguém – de preferência um pequena mulher, para que se veja  que  a pancada é mais moral do que física – que lhe dê o tapa na cara que merece.
Depois que desinventaram o tapa na cara os canalhas ficaram mais selvagens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário