NO RASTRO DO CAFÉ
CONILON CAPIXABA.
Há anos e anos ando a procura de registros orais e documentais
que falem do café conilon. Até o momento o registro mais antigo que havia
conseguido foi o que está no relatório do Governo Jerônimo de Souza Monteiro,
1908 até 1912, data do dia 23 de maio. O texto original é o que segue:
-Ainda há pouco, quando estive no Rio de Janeiro, fiz
aquisição de duas mil mudas e cincoenta litros de sementes de uma excelente
qualidade de café, o “Conillon”, estando todas elas já distribuídas.
Mas as pesquisas e as conversas nunca param. A cada dia uma
nova informação, nem sempre verdadeira, mas não podemos desprezar nada. Uma indicação
errada ou mesmo dúbia, poderá ser um aviso para ver outras questões ou dar mais
atenção a determinado aspecto. Seguir e não desistir. Ouvir e ler, são verdades
cristalinas.
No final do mês de fevereiro mais um passo concreto e que
abre um horizonte interessante. No Arquivo Público encontrei publicado no
Diário da Manhã, que era o órgão oficial do Governo do Estado, que publicava textos
relacionados ao mundo rural em praticamente todas as suas edições – um determinação
de Jerônimo de Souza Monteiro. Lá encontrei, o seguinte texto, em cinco
parágrafos e na grafia original:
- O governo do Estado fez há pouco acquisição de duas mil
mudas e cincoenta litros de semente de café Conillon, que sobre dar um producto
reconhecido como excellente por todos aqueles que delle fizeram plantações, tem
ainda a enorme vantagem de produzir com a mesma facilidade em terrenos sáfaros,
em terrenos de pasto, já fatigados do plantio do café ou mesmo já tendo servido
a outras plantações.
- Essas mudas e sementes encontram-se
em parte na fazenda modelo deste Estado, em parte em poder do Sr. Coronel Marcondes Alves de Souza, em Cachoeiro de
Itapemirim e do Sr. Coronel João Lino da Silveira,em S. Pedro do Itabapoana.
- Os srs. Agricultores que quizerem dele fazer acquisição
deverão se dirigir à directoria de
agricultura, terras e obras do Estado, ao Sr. Coronel Marcondes Alves de Souza,
em Cachoeiro de Itapemirim, e ao Sr. Coronel João Lino da Silveira em São Pedro
do Itabapoana.
- A distribuição
dessas sementes e mudas será gratuita, obrigando-se porém os senhores
lavradores que as receberem a dar ao governo do Estado notícias sobre o
desenvolvimento da respectiva cultura, e mais tarde fornecerem por sua vez a
outros lavradores algumas sementes do mesmo café.
NO RASTRO DO CAFÉ CONILON CAPIXABA, é o título da minha
caminhada em relação ao tema.
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