quinta-feira, 25 de julho de 2013

Filme brasileiro ironiza conflito entre Palestina e Israel


Filme brasileiro ironiza conflito entre Palestina e Israel

No Brasil, um judeu ortodoxo incentiva seu neto a fabricar bandeiras de Israel e EUA para serem vendidas a manifestantes árabes. O negócio tem como sócio um palestino. O longa-metragem é a estreia da paulista Rita Martins Tragtenberg, e teve sua primeira exibição no encerramento do 8º Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo, dentro da mostra de filmes contemporâneos. Por Gérson Trajano.

São Paulo - Com base no conto O Processo de Paz, de Jacó Guinsburg, o filme New Gaza retrata, de uma forma irônica e divertida, o drama do jovem Elias (Vinícius Zinn), neto mais velho do judeu ortodoxo Scholem (Baldur Lisenberg), que passa a exportar do Brasil bandeiras dos Estados Unidos e de Israel para manifestantes árabes no Oriente Médio, como forma de se estabelecer financeiramente na vida.

O longa-metragem é a estreia da paulista Rita Martins Tragtenberg, e teve sua primeira exibição no encerramento do 8º Festlatino – Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo –, dentro da mostra de filmes contemporâneos, no auditório Simon Bolívar do Memorial da América Latina.

New Gaza começa com um dialogo entre Daniel (Mauro Schames), recém chegado de Israel, e Ziv (Celso Zilbovicius), um veterano de Kibutz. Daniel está espantado com a qualidade de vida em Israel, mas para Ziv, isso não é nada se não há paz. Os conflitos entre Israel e a Palestina nasceram em tempos remotos, mas os embates recrudesceram no final do século XIX, quando o povo judeu passou a expressar o desejo de retornar para sua antiga pátria, então habitada em grande parte pelos palestinos. O filme é narrado por Baruch (Henrique Martins Tragtenberg), filho de Daniel e neto mais novo do senhor Scholem.

Curiosamente é vovô Scholem quem incentiva Elias ao negócio das bandeiras. Durante uma reportagem na televisão sobre os enfrentamentos entre palestinos e israelenses, em que bandeiras dos Estados Unidos e de Israel são queimadas em praça pública, ele imagina o quanto se lucraria com a venda dessas bandeiras para os insuflados árabes.

Motivado pela ideia, Elias une forças com seu amigo Mustafá (Roberto Andreoli), técnico de som, igualmente desempregado. Mustafá, que em árabe significa “o escolhido”, nasceu na Palestina e chegou ao Brasil ainda menino, com 3 anos de idade. 

Intrigada e preocupada com os empreendimentos de Elias, Sara Iente (Beatriz Tragtenberg), passa a seguir os passos do neto, temendo que ele esteja envolvido com alguma ação terrorista. Ela vasculha bolsas, gavetas e o quarto do rapaz a procura de evidência que comprovem o seu envolvimento. 

A trama ganha novas reflexões étnicas quando Elias e Mustafá resolvem contratar uma confecção coreana, que emprega mão-de-obra boliviana, para fabricar as bandeiras. Montada no bairro do Bom Retiro em São Paulo, a gerente da tecelagem não entende o pedido e faz a maior confusão.


Fotos: Divulgação 

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