Beneficiário do Bolsa Família, o quilombola Janda da Cunha Pereira leva a sério o cumprimento da frequência escolar dos filhos
Brasília, 10 – Na comunidade quilombola de Vão das Almas, a 80 quilômetros de Cavalcante (GO), cerca de 400 famílias Kalunga ainda vivem como seus antepassados. Isolados da cidade, sobrevivem da agricultura de subsistência. Cultivam arroz, gergelim, milho e feijão. Também produzem óleos artesanais dos frutos e sementes do Cerrado, além de criar galinhas e gado.
O Bolsa Família tem levado desenvolvimento social à comunidade nos últimos 11 anos, o que impactou no aumento da escolaridade e na redução da desnutrição e da mortalidade infantil.
Beneficiário do programa, Janda da Cunha Pereira, 41 anos, leva a sério o cumprimento da frequência escolar dos filhos. O trajeto da casa dele até a Escola Municipal Córrego da Serra dura 40 minutos. Ele percorre cada trecho, de oito quilômetros, quatro vezes ao dia para levar à escola três de seus seis filhos. Faltar, nem pensar.
O quilombola estudou até o terceiro ano do ensino fundamental, mas sabe escrever apenas o próprio nome. Não quer o mesmo futuro para seus filhos. “Faltar, só se sentir alguma coisa, der febre ou se for período das águas”, conta ele, ao explicar que quando as águas do rio sobem, não é possível atravessar.
A permanência na escola é uma das contrapartidas exigidas dos beneficiários. Estudantes com idades entre 6 e 15 anos precisam assistir a pelo menos 85% das aulas e adolescentes de 16 e 17 anos, 75%. Quase 16 milhões de alunos beneficiários do programa Bolsa Família têm sua frequência escolar monitorada todos os meses pelo governo federal.
“Quero que meus meninos cresçam na vida”, diz ele, que se desdobra entre a plantação de mandioca, a produção de farinha e os deveres de pai.
Os dois filhos mais velhos estudam à tarde e percorrem a pé, ou de mula, o trajeto até a escola. A primogênita Cristiane, 14 anos, atualmente no oitavo ano do ensino fundamental, é o orgulho da família. A esposa de Janda, Zelmira Fernandes da Cunha, 34 anos, só estudou até a primeira série e quer ver a filha superar o ciclo da pobreza. “No ano que vem, ela termina o estudo e tem que ir para a cidade”, conta. E promete: ela e o marido vão lutar para que Cristiane não pare os estudos.
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