Crédito:Camila Fontana
Em meio aos ajustes do
mercado jornalístico e
a enxurrada de demissões
deste ano nos grandes
veículos do país,
IMPRENSA consultou
executivos do setor
para entender a natureza
e o tamanho da crise
que bate à porta dos
profissionais da área.
Na entrevista abaixo, o
diretor-geral da Editora
Globo e atual presidente
da Associação Nacional
de Editores de Revistas
(Aner), Frederic Kachar,
dá um panorama de
como a editora tem
enxergado o mercado
de revistas e conteúdo
. Apesar de crítico, o
quadro, segundo ele,
não é novidade para
o setor, que sangrou
com as crises econômicas
de 2002 e 2009.
Sobre a busca de um modelo de negócios eficaz, Kachar fala da dificuldade
de sobreviver com o velho padrão de publicidade, dos desafios de monetização
na web e da demissão de profissionais experientes das redações.
"É uma visão míope, mas outra visão míope seria mandar os mais jovens
embora porque o custo de indenização seria mais barato. Nessa hora, o
gestor avalia a contribuição de cada um. Não tem uma lógica de tempo de casa".
IMPRENSA – Qual é o percentual da receita de publicidade de um
grande veículo de impresso hoje?
FREDERIC KACHAR – Seguramente, é metade ou mais. Isso entre os
grandes, como editora Globo, Abril, Folha, Estado, O Globo. Mas,
não é só o percentual de publicidade que importa, mas a margem que fica
disso. Quando você vende o anúncio, você tem que pagar comissão para
quem vendeu, comissão para agência, custo gráfico. Também tem a logística,
cada vez mais cara no Brasil, e a comissão de quem vendeu, seja o
jornaleiro, seja o vendedor de assinatura.
Hoje, circulação e venda em banca são uma curva descendente ou
estão estabilizados?
Não chamaria de curva descendente. Caiu em 2012, referente a 2011.
Mas, 2012 ainda é maior que 2008. Tem que olhar tendência de 10
anos, não de um ano. Se você olhar tendência de 10 anos, a curva
é levemente ascendente. Se pegar de um ano, tem uma pequena queda.
No caso da Editora Globo, o caminho para gerar uma receita maior em tempos de receitas preocupantes com publicidade também é monetizar a internet?
Esse é o caminho desejável, mas que tem se mostrado bem mais difícil
do que se imaginava há cinco anos. Nós achávamos que íamos avançar
num ritmo rápido. Investimos muito, em desenvolvimento de conteúdo
e de tecnologia, mas os resultados não foram os imaginados. Toda
empresa de mídia hoje está repensando um pouco sua estratégia digital.
Há cinco anos, todo mundo pensava num modelo de conteúdo aberto,
financiado pela publicidade. Hoje, boa parte dos jornais do mundo está
fechando seu conteúdo.
Existe esse caminho nas revistas da editora Globo também?
Vamos separar duas coisas. O conteúdo em pílulas semanais
sempre foi cobrado, nunca foi disponibilizado de graça. Para as
revistas, não conheço nenhuma grande editora que tenha site no
regime 24x7, exceto quem tem no site só o produto que está no impresso
(aí é fechado mesmo). Mas, para quem tem produto pago em pílulas e
produto recorrente digital, não conheço ninguém que é fechado. Mas,
é algo para ser analisado por todo mundo. Não digo que é o futuro,
mas o retorno publicitário destas superaudiências com conteúdo aberto
não têm sido satisfatório.
Também no caso das revistas tem sido insatisfatório?
Ninguém da mídia tradicional está fazendo dinheiro na Internet.
Em termos de formatos dessa publicidade para web, o que importa?
No final das contas, publicidade não é romantismo. O anunciante quer retorno.
Está provado que estes formatos estáticos não dão retorno. São milhões e
milhões de banners para gerar o tráfego que o anunciante espera. Um dever
de casa para a mídia e anunciantes é desenvolver formatos mais eficazes
dentro do conteúdo digital.
Você poderia citar um case de sucesso da Editora Globo?
Vou dar um exemplo. Uma de nossas marcas femininas tem um curso de
maquiagem. É um super-sucesso, a mulherada adora entrar na Internet
para ver passo a passo de como se maquiar, e era oferecimento de
uma empresa produtora de maquiagem. Então, esse tipo de coisa dá retorno.
Mas, tem que ter muitos desses.
O mercado vive uma crise rara?
É um momento crítico que já vivemos no passado. Eu citaria 2001 e
2002, quando por outras circunstâncias as empresas de mídia estavam
altamente endividadas por dólar. O mercado anunciante caiu, o Brasil
entrou num período de estagnação econômica como de agora e a aceleração
de câmbio em 2002 obrigou todo mundo a se reestruturar. Muito mais que
comprar papel, o problema foi a dívida. Agora, não tem crise de dívida,
as empresas estão mais saudáveis em termos de liquidez, por outro lado,
você tem uma mudança de hábitos de consumo importante que exige das
empresas mais inovação e reinvenção.
Fala-se muito que muitas demissões no jornalismo são de quem
faz conteúdo, a grande matéria-prima do negócio. Como você vê isso?
Acho uma visão míope demitir profissionais experientes. Mas, em uma
empresa jornalística, o gasto com pessoal é alto. É impossível fazer uma
reestruturação sem demitir pessoas. Tenho certeza que todo mundo
usa isso como a última alternativa. Essa coisa de ser o mais experiente e
o menos experiente não importa. Nessa hora, o gestor avalia a contribuição
Senhores escritores e pretensos escritores.
ResponderExcluirEu João Cirino Gomes; Autor da Obra O Massacre da Máfia no Amazonas, venho por meio desta informar aos desavisados interessados em publicar, para tomarem cuidado com a Biblioteca Editora 24×7, pois este pessoal vem dando o golpe em vários autores.
E os que já foram lesados por esta editora, entrem em contato comigo, através do email> janciron@hotmail.com
A intenção é entrar com um processo por propaganda enganosa, estelionato e apropriação indébita; pois os picaretas irresponsáveis, que administram esta editora; digo espelunca, ou arapuca, estão dando o golpe no mercado.
Este pessoal faz promessas, interessados em se apropriarem de certo valor pago pelo autor, não cumprem nada do prometido, dizem que a obra não vende, mas mesmo depois dos três anos contratuais, continuam postando a obra e fazendo propaganda comercial da mesma. Se vc mandar uma carta para destrato, eles dizem que não receberam e continuam usando a obra sem sua permissão, e sem pagar nada por isso, como se da obra fossem os donos.
De longas datas estes espertalhões vêm agindo desta maneira.
Se vc não tomar providencias, eles se apossam de sua obra, pois direitos autorais, nenhum autor recebe mesmo.
Informo ainda; não autorizo propaganda comercial, ou uso da Obra > O Massacre da Máfia no Amazonas, de forma alguma pela Editora24x7!