Brasília (10/9/2015) - A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento)
visitou nesta quinta-feira (10) a Escola Estadual Jornalista Tim Lopes, no Conjunto de
Favelas do Alemão, Zona Norte do Rio, para conversar com mães e professores sobre
o projeto de agricultura urbana que está em desenvolvimento pelo ministério.
“Queremos trazer a roça para a cidade ou levar a cidade para a roça, porque tem muita
gente que acha que o leite nasce às 5 da manhã na prateleira do mercado e não que
saiu da vaca”, brincou a ministra durante a visita.
A agricultura urbana consiste em aproveitar áreas não convencionais para promover o
plantio de espécies alimentares, medicinais, aromáticas e ornamentais. Pequenos
espaços – praças, condomínios, canteiros, jardins públicos – podem ser aproveitados.
O ministério pretende levar cursos de 40 horas para a comunidade, transmitindo
conhecimentos sobre agricultura, alimentação, ecologia e uso de plantas medicinais.
Crianças e adolescentes também poderão participar.
A visita desta quinta-feira teve o objetivo de ouvir da comunidade se há interesse no
projeto. As mães e os funcionários da escola demonstraram entusiasmo e disseram
que as crianças e os adolescentes, também poderão se interessar a mexer com a terra.
“Ajudaria muito para os meninos saírem do celular, do videogame, do computador”, disse
Maria José Araújo, mãe de um aluno da escola. “Eu quero fazer o curso para aprender
a fazer uma horta e ensinar o pessoal lá em casa”, acrescentou.
Com o interesse expressado pela comunidade, o ministério começará este mês a
montar o projeto para dar início às aulas ainda este ano, afirmou o diretor do
Departamento de Produção Sustentável (Depros), Arno Jerke Júnior, que detalhou
o programa às mães e aos funcionários da escola.
“Nosso objetivo aqui hoje é mais ouvir do que falar. Queríamos ouvir o que vocês
precisam para pensarmos em um projeto direcionado. É importante aproveitar
o que a comunidade já tem e, quem sabe, ganhar dinheiro ou até um hobby, um
passatempo”, disse o diretor.
A ministra contou às mães sua trajetória pessoal, que aos 25 anos ficou viúva
e teve de aprender a lidar com a terra. “Eu estava me formando em psicologia,
mas o destino mudou o meu rumo e eu tive que ir para a roça. Eu me apaixonei.
Posso dizer a vocês que mexer com a planta e com bicho traz muita satisfação,
produzir alimentos nem se fala”, disse.
A visita da ministra ao Rio de Janeiro também inclui cerimônia, no Palácio Guanabara,
às 14h30, de assinatura de convênio com 10 prefeituras fluminenses para ampliar e
fortalecer a classe média no campo.
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