Costumo contar uma história logo do início de minha carreira como jornalista. No ano de 1975 trabalhava no jornal A TRIBUNA, Vitória, cobrindo o meio rural. Era repórter setorizado na área. Nesta época o meio rural tinha uma cobertura jornalística muito boa. O jornal A GAZETA, também de Vitória, tinha na sua redação um jornalista somente para fazer matérias de agropecuária. Todos os dias tínhamos matéria do campo.
Lembro também que A TRIBUNA tinha um suplemento
chamado TRIBUNA AGRÍCOLA que circulava toda semana, eu trabalhei nele. A GAZETA
tinha também um suplemento rural semanal com o nome de AGROPECUÁRIO.
Cito o ano de 1975, porque foi quando foi feita a
primeira previsão de safra de café pelo Instituto Brasileiro do Café(IBC) onde
o conilon foi contemplado, foram 200 mil sacas de café. Hoje a produção de
conilon é de 10 milhões de sacas. A pecuária leiteira é outra, é melhor, e está
evoluindo. É deste tempo o surgimento do Jornal do Campo da TV Gazeta, 1979,
começou com 15 minutos pelas manhãs de domingo e chegou a uma hora de duração.
Hoje está na faixa de 25 minutos. O meio rural perdeu espaço nos veículos de
comunicação. Apesar da grande importância do meio rural, ele vem sendo ignorado
a cada dia pelos veículos de comunicação.
Com 40 anos no jornalismo, sendo que 38 cobrindo as
coisas do campo, penso que é preciso que mais informações cheguem aos
produtores e produtoras rurais. É responsabilidade de todos uma mudança, dos
profissionais da comunicação e dos lideres e dirigentes rurais agirem para
mudar: o mundo é outro, mais rápido e mais competitivo.
Quem não tem informação vai ficar perdido, vai sair do
negócio rural. Fica o desafio a todos: o produtor tem de saber o que está
acontecendo na área de novas maneiras de trabalhar. Quem não tiver produtividade
não permanecerá no campo. Mas para se ter produtividade é preciso querer mudar,
tem vontade de aprender, de sair de sua propriedade e ir em busca dos que fazem
melhor e com rendimento financeiro no bolso.
Trabalhar
é uma necessidade, mas trabalhar bem é um passo adiante, porque envolve nossa
competência, nosso conhecimento e nossa visão do que queremos para a nossa
casa. De onde não esperamos, não virá nada mesmo. Ronald Mansur
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